quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Eleições e Lições





Publicado em 27-Sep-2010, Sergio Antonio Meneghetti



Administrar, sinônimo de responsabilidade, capacidade, moral, competência e altruísmo.

Leitor Amigo, aqui não vai nenhuma crítica a pessoas ou instituições, no meu ponto de vista, o que vale é o homem e não a bandeira que este carrega, as bandeiras podem ser limpas, mas o homem pode conspurcá-la, ou a bandeira não é tão aceita, mas tem homens honrados.
Um país não é comandado apenas por um pequeno grupo que é eleito para tal, este país é comandado por cada habitante deste pedaço de terra.

É de suma importância ter a responsabilidade neste momento, pois cada ação individual influenciará na vida sua e do restante deste universo chamado Pátria.
Se excluir ou apenas utilizar seu poder por brincadeira, é por em risco o futuro da sua família e da sociedade como um todo.

Administre da melhor forma o que tens em mãos.
Para refletir:

“Criticar é mais fácil do que errar”

“Na política deveria ser unidos, e não partidos”

Todos querem um mundo melhor e mais justo, mas o que fazemos para tal?

O mundo de hoje é o resultado do nosso plantio de ontem, não adianta reclamar e nem colocar a culpa nos “outros” porque nós somos partes dos “outros”.

Para ser o melhor rei, primeiro tem que sentir as necessidades dos súditos.

Dizem: “As crianças são o futuro da nação”, só tem um detalhe, isto foi dito para todos nós quando éramos crianças.

“A maior independência está na consciência”

“Se queres construir um mundo melhor, seja o primeiro tijolo deste”.

“O poder da força pertence aos idiotas, aos justos pertence o poder real”.


“Aos fortes de caráter, o tempo reserva a lembrança, ao corrupto e traiçoeiro, resta o esquecimento”.

“Para aqueles que barganham a história e o progresso em troca da moeda e do poder maldito; meus pêsames”.

“O maior erro do poder; pensar que é eterno”.

“Temos algo que poder nenhum pode tirar; a esperança”.

“Necessitamos do bruto poder enquanto estivermos na bruta ignorância’”.

“Se não puderes fazer algo de bom pela tua nação, não atrapalhe quem faz”.

“Quando alguém rapina sua nação, estará roubando dos mais pobres e miseráveis a oportunidade de viver”

“O poder é semelhante à chuva, pode trazer a prosperidade ou a desgraça na terra”.

“Se estiveres em posição de poder, lembra-te, Deus lhe conferiu esta oportunidade para auxiliar o mundo e o teu próximo”.

“O poder cega e trai o próprio homem”

“Não sejas ingrato com o publico que te fez famoso”

“Amar”: o verbo mais importante a ser conjugado.

“Estar”: estado transitório.

“Caridade”: mapa da felicidade.


Valorize sua história, você é o mais importante nesta.



Sergio Antonio Meneghetti

Fonte: www.gestolpole.com.br

Caminhos promissores (2)


O cérebro humano é um computador orgânico notavelmente complexo. Além de captar grande variedade de experiências sensoriais, processa e armazena essas informações, memoriza e integra fragmentos selecionados no momento certo. A destruição causada pela doença de Alzheimer pode ser comparada ao apagamento de um disco rígido, começando pelos arquivos mais recentes até os mais antigos. Um dos primeiros sinais é a incapacidade de recordar eventos recentes, enquanto lembranças antigas permanecerem intactas. Conforme a doença progride, porém, tanto as memórias novas quanto as mais remotas desaparecem gradulamente, até que as pessoas mais queridas deixam de ser reconhecidas. O temor de adquirir a doença de Alzheimer origina-se nem tanto da dor física e do sofrimento antecipados, mas da perda inexorável de lembranças de uma vida inteira, que são a base da identidade individual.

Infelizmente, a analogia com o computador acaba aí: no caso do cérebro humano, não se pode simplesmente reinicializá-lo e recarregar seus arquivos e programas. A doença de Alzheimer não apenas apaga informações, mas destrói o hardware cerebral, que é composto por mais de 100 bilhões de neurônios, com 100 trilhões de conexões entre eles. Uma das terapias medicamentosas recentes baseia-se no fato de que muitos dos neurônios destruídos em decorrência da doença, respondem pela liberação de acetilcolina (neurotransmissor de grande importância para a memória e o aprendizado).

Como esses medicamentos bloqueiram uma enzima responsável pela decomposição normal dessa substância, eles aumentam o nível de acetilcolina, que de outro modo estaria escassa. O resultado é estímulo neuronal e raciocínio mais claro, mas tais drogas se tornam ineficazes dentro de seis meses a um ano porque não conseguem impedir a cruel devastação de neurônios. Outra medicação, chamada memantina, visa retardar o declínio cognitivo em pacientes com Alzheimer moderado a severo por meio do bloqueio da atividade excessiva de outro neurotransmissor, o glutamato, mas os pesquisadores ainda não determinaram se os efeitos são duradouros.

Da revista Mente & Cérebro, edição especial n° 1, maio/2010

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Eleições: votos nulos não anulam eleição



Publicado em 24-Sep-2010, por Raphael Guimarães



Está circulando já há algum tempo a história de que se houver nas eleições 50% + 1 de votos nulos que a eleição seria anulada e os candidatos não poderiam se colocar novamente como elegíveis.

Isso não é verdade.

O que acontece é uma confusão, uma interpretação errada do código eleitoral de 1975 e que a Justiça Eleitoral já deveria ter vindo a público esclarecer este assunto.
Hoje a justiça eleitoral só trabalha com votos válidos, portanto, os votos "em branco" ou "nulos" não são contabilizados no processo, explicou Lúcia Hippolito em 31/08/2010 à CBN.

O único caso em que se pode anular uma eleição é no caso da Justiça Eleitoral, e apenas ela, identificar alguma irregularidade ou fraude durante o processo.

O eleitor não tem esse "poder".
É democrático e de direito o voto "em branco" ou "nulo". Para votar "em branco" há uma tecla específica na urna eletrônica para este fim. O mesmo não acontece para o voto "nulo", contudo, é possível fazê-lo digitando, por exemplo, 00000 (seqüência de zero) e confirmar, nesse caso, são necessários usar uma seqüência de caracteres não coincidentes com nenhum candidato.

Lembrando ainda que, é possível ao eleitor realizar o voto apenas na legenda do partido, não sendo obrigatória a escolha de uma pessoa em particular. Para isso, basta digitar os dois primeiros dígitos referentes ao partido e confirmar o voto.
Mas, lembre-se: O voto é um ato democrático, direito de todos e a única maneira de se manifestar efetivamente elegendo para um cargo público uma pessoa em que lutará na defesa da Constituição Brasileira. Vote consciente!

Raphael Ap. Guimarães http://t.co/iZDN2Ub


Fonte: www.gestopole.com.br

terça-feira, 28 de setembro de 2010

A Internet está deixando você burro? (2)


Para se ter uma idéia da imensa quantidade de informações que atualmente temos à disposição, uma pesquisa realizada pela Global Information Center da Universidade de San Diego, nos EUA, aponta que em 2008 cada americano consumiu cerca de 34 GB de informação por dia, o que equivale a assistir a 68 longa-metragens com definição de uma televisão comum ou ler 34 mil livros de cerca de 200 páginas num período de apenas 24 horas. A pesquisa engloba desde os métodos de informação, digamos, tradicionais, como programas de TV, jornais e revistas impressos, até blogs, mensagens de celulares e jogos de videogame. De acordo com essa mesma pesquisa, o tempo que utilizamos nos informando passou de 7,4 horas, em 1960, para 11,8 horas, em 2008.
É muita coisa.
Afinal, o que a web está fazendo conosco? Essa é a reflexão que o americano Nicholas Carr, um dos mais polêmicos pensadores da era digital, propõe em seu último livro The Shallows What Internet is Doing to Our Brains (Os rasos: o que a Internet está fazendo com o nosso cérebro), ainda em edição em português, lançado nos Estados Unidos no mês passado. "Estudos mostram que, quando estamos conectados, entramos em um ambiente que promove a leitura apressada, pensamento corrido, distraído e aprendizado superficial", diz. Carr também é autor do best-seller A Grande Mudança, sobre as transformações sociais na era digital, e colaborador assíduo do jornal New York Times e da revista Wired, entre outras publicações.
"Em resumo, ler na internet está nos deixando mais rasos e com menor capacidade de pensamento crítico", afirma.

Texto: Felipe Pontes e Tiago Mali
Fonte: Revista Galileu, agosto/2010, pgs. 38/47

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Fazia tempo ...


Mas ...

Estamos empatados,

Porque essa aí,

Eu também só conheço virtualmente!!!

Caminhos promissores (1)


Pesquisadores buscam alternativas para desacelerar ou conter processos destrutivos envolvidos na doença de Alzheimer, com base na compreensão dos eventos moleculares que a desencadeiam; drogas inibidoras da produção de proteínas e imunoterapias têm sido testadas e acenam com boas perspectivas.



Por Michael S. Wolfe
Artigo publicado na Revista Mente & Cérebro, edição especial n° 1, de maio/2010.

domingo, 26 de setembro de 2010

Pôncio Pilatos é indicado como ministro do STF



Publicado em 25-Sep-2010, por Édison Freitas De Siqueira


O artigo é sério e chega a ser um pouco irônico, pois o Dr. Édison lembra da figura de Pôncio Pilatos para se referir ao STF que ainda não conta com o 11° Ministro para desempatar a votação dos políticos "Ficha Limpa" para cincorrer ao pleito eleitoral. Como todos sabemos, Pôncio Pilatos emprestou à civilização humana o registro de um de seus episódios mais marcantes, o qual é lembrado com repúdio, quando ligado a crucificação de Jesus, ou como arquétipo, por ter dado origem à "concepção anti-ética" do conhecido "lavar as mãos", cerimônia por meio da qual uma pessoa ou autoridade se omite de pronunciar julgamento sob sua responsabilidade quando chamado a decidir sobre alguma coisa ou pessoa, no propósito exclusivo de transferir para terceiros a obrigação "moral"ou "legal" que lhe cabia. Pilatos, prefeito da província da Judéia, entre os anos 26 e 36 d.c., se notabilizou por ter sido a autoridade do Império Romano que, ao invés de julgar o mais importante caso da humanidade contemporânea, preferiu omitir-se de fazê-lo, provocando, com esta omissão, a morte de "Jesus". A tragédia que envolve a morte de Cristo e o próprio Pilatos, portanto, serão eternamente lembrados por vários aspectos: Primeiro, porque a crucificação foi resultado da omissão de Pilatos que, mesmo já sabendo dos feitos de Jesus e que ele se apresentava como filho de Deus, preferiu "lavar as mãos", transferindo ao povo local o direito de escolher entre a morte de Jesus (que, entre os comuns, era uma pessoa simples, recém-chegado da Judéia) e de um ladrão, a quem todos conheciam e guardavam simpatia; Segundo, porque "Pilatos" conseguiu a "proeza" de julgar sem julgar ou, mais comumente falando, inventou "o lavar as mãos", manipulando o resultado do julgamento por meio da estratégia de transferir sua responsabilidade para a emoção "irracional das massas", quando era necessário agradar ao Imperador, cujo poder diziam estar ameaçado pela existência de Cristo; Terceiro, porque o episódio passou a ser a prova concreta de que, de igual forma, a história e o tempo não perdoam e não esquecem os ditadores, os inescrupulosos e os assassinos; Quarto, e sob o ponto de vista certamente mais importante, porque a conjunção da existência de "Pilatos", da "crucificação" e do "Lavar as Mãos", resultaram na morte do filho de Deus. Por estas razões, face deste brilhante curriculum de Pôncio Pilatos, no dia 23 de setembro de 2010, o homem ou o seu comportamento, na prática, sofreram uma espécie surpreendente de indicação para preencher a vaga de Ministro no Supremo Tribunal Federal, criada com a aposentadoria do Ministro Eros Grau. Assim, presume-se porque durante o julgamento que aconteceu no STF, nos dias 23 e 24 de setembro, a decisão serviu para enaltecer – ad memorium - o prefeito da Judéia. Afinal, a mais alta corte do Brasil conseguiu a proeza de julgar sem julgar a Lei que pretende introduzir no Brasil a proibição de concorrerem as eleições os políticos com condenações criminais. Este momento de Pilatos na história do STF ou da pseudo-democracia brasileira aconteceu como consequência do fato de nosso mais elevado Tribunal estar com sua composição incompleta. O STF, que deve ter 11 Ministros, número ímpar que evita o empate, circunstância que caracteriza "julgar sem julgar", hoje conta somente com 10 Ministros, número que permite que aconteça o indesejado empate. A falta do 11º Ministro acontece exatamente porque o atual Presidente da República, há algum tempo, não se sabe se de propósito, ou porque está muito ocupado durante este período eleitoral, ainda não indicou o novo Ministro do STF para substituir o colega que se aposentou recentemente. Entretanto, estes fatos não podem ser utilizados para dizer que o nosso Presidente possa ser ou queira comparar-se com o Imperador Romano que designou Pilatos à Prefeitura da Judéia. Tudo é uma mera coincidência! Por esta razão, o resultado do julgamento do STF, anunciado na quinta-feira passada,, dia 23/09, que tratava sobre a constitucionalidade ou não da Lei que implanta a política do "Ficha Limpa", ficou empatado em cinco votos a favor da ética política e cinco votos contra a ética, representando um verdadeiro "lavar as mãos", até porque a maior parte dos votos dos ministros já se sabia o conteúdo, uma vez que o tema tinha sido julgado no TSE, que é composto pelos próprios Ministros do STF. Contudo, houve um voto de minerva. Não do presidente do STF, que abriu mão de sua obrigação de proferir o voto de desempate, alegando que o presidente do STF, contrariamente ao Regimento Interno da Casa, não é diferente dos demais ministros, em que pese só ele possa assumir a vaga de Presidente da República, quando ausentes, simultaneamente, o próprio Presidente da República e o Presidente da Câmara de Deputados Federais. Coube ao memorável Ministro Marco Aurélio Mello, em seu voto, citar que todos deveriam chamar para desempatar a votação aquele que ainda não tinha indicado o 11° Ministro do STF, embora isto seja de sua competência, neste importante momento da história política brasileira. A partir desta enorme confusão e desrespeito à vontade democrática da população, fica a seguinte pergunta: o Ministro Marco Aurélio, quando votou daquela maneira, estava chamando Pôncio Pilatos ao plenário, ou ele pensava no Imperador de Roma, ou alguém mais próximo de nós? Não importa, afinal de contas, é tarde. O povo brasileiro, embora já o tenha ressuscitado das cinzas de vários escândalos políticos, entre eles, a ditadura, a cassação de Collor e o mensalão, desta vez está morto e crucificado no seu propósito de "limpar" a política nesta eleição de 2010.

Édison Freitas de Siqueira
Presidente do Instituto de Estudos dos Direitos do Contribuinte

edison@edisonsiqueira.com.br

Fonte: www.gestopole.com.br

sábado, 25 de setembro de 2010

A Internet está deixando você burro? (1)


Novos estudos mostram que e-mail, Twitter, Facebook, YouTube, MSN e todas as distrações do mundo digital estão nos transformando em pessoas mais rasas e colocando em risco a nossa capacidade de aprender


Texto: Felipe Pontes e Tiago Mali
Fonte: Revista Galileu, agosto/2010, pg. 38/47


IMAGINE uma festa badalada, repleta de gente bacana. São centenas de pessoas aparentemente descoladas, viajadas, inteligentes, abertas a novas amizades e cheias de histórias. Você seleciona uma delas e começa um diálogo. O vaivém de outras figuras igualmente interessantes é intenso. Apesar de o assunto estar divertido e envolvente, você então olha para o lado, perde o foco do indivíduo com quem dialogava, e dá início a um novo bate-papo. Não mais de 30 segundos depois, uma terceira pessoa desperta a sua atenção. Você repete a mesma ação, deixando o seu segundo interlocutor sozinho, e tenta se concentrar no novo assunto. E assim sucede-se a noite inteira. Lá pelas tantas, quando você resolve ir embora para casa, se dá conta de que não lembra o nome de nenhuma das pessoas com quem conversou. Pior ainda: sequer recorda o que falou com cada uma delas. A conclusão a que chega é que a noite foi perdida, como se não tivesse existido. E, apesar de ter conversado com muita gente, não conheceu ninguém de verdade e não lembra de nenhum assunto.
A Internet é mais ou menos assim. Repleta de coisas legais, informações relevantes, mas que você não consegue aproveitar como deveria pela tentadora avalanche de dados que lhe é ofertada. São janelas e mais janelas do navegador abertas, vídeos do YouTube rolando, Twitter abastecido a todo momento, MSN piscando sem parar, Facebook sendo atualizado ...

O que você estava fazendo mesmo???

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Tênues fronteiras (10)



A série Tênues Fronteiras é de autoria de

Gaël Chételat, pesquisadora do grupo de neuropsicologia cognitiva e neuroanatomia funcional do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica, em Caen (França)

e de

Catherine Lalevée, neuropsicóloga da clínica da Universidade de Caen


Fonte: Revista Mente & Cérebro, edição especial n° 1, de maio/2010

Tênues fronteiras (9)


Com o passar dos anos


[ parte final ]


Para pesquisadores alemães, problemas de memória assoiados à idade estariam ligados à degeração de certas estruturas cerebrais


Para que uma pessoa tenha boa memória, o hipocampo e as regiões do mesencéfalo, substância negra e área tegmentar ventral (SN/AVT) devem se comunicar entre si sem empecilhos. Porém, frequentemente, essas estruturas cerebrais de atrofiam com o avanço da idade. Especialistas acreditam que muitos problemas de memória associados à idade podem ocorrer devido a esse processo de envelhecimento.

Para investigar a questão, testamos essa conjectura por meio do Estudo do Envelhecimento de Magdeburgo. Iniciada em 2005, a pesquisa vem acompanhando, deste então, 85 voluntários saudáveis com idade entre 55 e 82 anos. Todos realizam regularmente inúmeros testes para avaliação de desempenho da concentração e da memória. Durante os exames, também avaliamos, por meio da chamada medição por MTR (índice de transferência de magnetização, as condições estruturais do hipocampo e da SN/ATV. O valor da MTR serviu de parâmetro para avaliação da densidade de células vivas no tecido: ele é reduzido principalmente no hipocampo de pacientes com a doença de Alzheimer e na substância negra de pessoas com Parkinson.

Nos participantes mais velhos, o hipocampo, a substância negra e a área tegmentar ventral estavam em piores condições que nos mais jovens. Observamos também que, quanto mais bem conservadas, melhor essas áreas respondiam a novos estímulos. Assim, problemas de memória relacionados à idade podem realmente ser atribuidos, entre outros fatores, à degeneração dessas estruturas. Isso abre uma nova abordagem terapêutica para idosos com problemas de meória: talvez psicofármacos, como o precursor de dopamina L-Dopa, compensem o prejuízo da comunicação entre as estruturas cerebrais, na medida em que favorecem a potenciação de longa duração no hipocampo. Pesquisas mostram, porém, que o hábito de "exercitar o cérebro" por meio de atividades intelectuais, resolução de palavras cruzadas, leituras e novos aprendizados em geral pode favorecer as habilidades cognitivas e a memória.

Por Daniela Fenker e Hartmut Schütze, pesquisadores da Clínica de Neurobiologia da Universidade Otto-von-Guericke de Magdeburgo.

Da revista Mente & Cérebro, edição especial n°1, de maio/2010

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Tênues fronteiras (8)



Dos lapsos de memória à dificuldade de memorização



É comum os idosos terem dificuldades de lembrar determinados eventos. Se esses esquecimentos se mantém estáveis ou pioram lentamente, os médiocos os consideram sintomas normais do envelhecimento. Nesses casos, métodos de imageamento revelam pequena redução do volume cerebral e certa limitação das atividadss do lobo frontal.

Os distúrbios cognitivos leves se distinguem pela recorrência dos lapsos de memória. Além disso, os pacientes têm problemas para memorizar acontecimentos atuais. O cérebro deles sofre atrofia em certas regiões, especialmente no hipocampo e no lobo temporal. A atividade do córtex cingular prosterior e da região intermediária entre os lobos temporal e parietal (lobo temproparietal) também se reduz. A evolução desse tipo de distúrbio é variável e deve ser supervisionada por um médico em intervalos regulares de tempo.

Quando os problemas de memória e alteracões anatômicas do cérebro aumentam rapidamente, é quase certo que o diagnóstico seja a doença de Alzheimer. Além de não lembrarem os acontecimentos passados, os pacientes têm dificuldades de memorizar novas informações. Os primeiros indícios geralmente revelam mais de uma função cognitiva afetada, como fala e concentração. Nos estágios mais avançados, todas elas costumam ficar comprometidas. Os exames de imagens mostram nítida diminuição do tamanho do hipocampo desses pacientes, bem como do córtex cingular posterior e do lobo temporoparietal. Na fase final da doença, as lesões comprometem também todo o córtex frontal.


Da revista Mente & Cérebro, edição especial n°1, de maio/2010

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Tênues Fronteiras (7)




Promessas diagnósticas

Além dos testes neuropsicológicos, da ressonância magnética e da tomografia por emissão de pósitrons, os cientistas contam com uma nova ferramenta para identificar as alterações anatômicas típicas da doença de Alzheimer: o imageamento por tensor de difusão (DTI, sigla em inglês). Trata-se de um tipo de ressonância magnética que permite a caracterização da estrutura de tecidos fibrosos (como as fibras nervosas) por meio de medidas locais da difusão de moléculas de água. Nos tecidos saudáveis, elas correm ao longo dos axônios; na doença de Alzheimer, a membrana axonal é danificada, atrapalhando a movimentação dessas moléculas. A DTI mede essa diferença e revela lesões muito precoces
Outra inovação na área de diagnóstico por imagem foi anunciada em 2005 por pesquisadores japoneses do Instituto Riken de Pesquisas Cerebrais, em Saitama. Eles conseguiram tornar visíveis as placas de proteína amiloide no cérebro de ratos com Alzheimer, no qual foi injetada uma molécula capaz de ultrapassar a barreira hematoencefálica e se fixar nos depósitos de proteína. A substância injetada foi marcada com flúor-19, que aparece em destaque nas imagens de ressonância magnética e, logo, revela a localização precisa das placas amiloides.
Alterações na bioquímica cerebral também podem ser usadas para fins diagnósticos. Harald Hampel, da Univesidade Ludwig-Maximilian, em Munique, aposta na proteína tau modificada. Nos pacientes com Alzheimer, ela apresenta fosfato em excesso, o que compromete sua função de suporte e faz com que os neurônios percam estabilidade. Como a proteína tau é encontrada também no líquor, pode ser facilmente coletada e converter-se, no futuro, em um marcador biológico da doença de Alzheimer. Um estudo clínico do qual participaram 77 voluntários com distúrbios leves de memória mostrou que a maior concentração na proteína tau no líquor se correlacionou à severidade dos prejuízos cognitivos.


Da Revista Mente & Cérebro, edição especial n° 1, maio/2010

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Tênues Fronteiras (6)





Injetamos em seu Vitório uma pequena dose de glicose marcada por um isótopo radioativo. Como o cérebro usa o açúcar como fonte de energia, a substância se acumula preferencialmente nas áreas de atividade metabólica mais intensa. Como a glicose está marcada pelo isótopo, há uma clara distinção de áreas muito ou pouco ativas nas imagens da PET, que complementa os resultados da ressonância magnética. Hoje sabemos que o cérebro pode apresentar problemas de função mesmo na ausência de lesões em sua estrutura. Inversamente, é possível que uma região pouco degenerada cumpra suas tarefas perfeitamente porque os demais neurônios compensam o prejuízo - fenômeno conhecido por plasticidade neural.
Com a ajuda das imagens obtidas por PET, descobrimos que, mesmo em pacientes com a doença de Alzheimer, áreas visivelmente atrofiadas nem sempre são responsáveis pelo déficit cognitivo. Em alguns casos, o hipocampo afetado apresenta atividade normal, ao passo que o metabolismo de outras regiões etá extremamente reduzido, como no córtex cingular posterior e na região inermediária entre os lobos parietal e temporal. O mais importante, porém, é que podemos visualizar essa perda de atividade antes mesmo que sintomas agudos de Alzheimeer venham à tona. Por outro lado, pacientes com distúrbios cognitivos leves, como seu Vitório, não apresentaram redução metabólica no lobo temporoparietal.
Não há dúvida, portanto, que a PET é uma ferramenta importante no diagnóstico precoce da doença de Alzheimer, mais do que exames neuropsicológicos. O problema é quese tata de um procedimento extremamente caro, muito mais usado em pesquisas que na rotina médica. Esperamos que seus custos diminuam no futuro, como ocorre com a maioria das tecnologias, já que o ganho para os pacientes é muito grande: quanto antes a doença for diagnosticada, mais poderemos prolongar o período de vida saudável dos pacientes.
Seu Vitório e sua família estão mais tranquilos. Os exames dele não apontaram nada além dos distúrbios cognitivos leves. É muito improvável, portanto, que ele perca suas lembranças de uma hora para outra. Deverá levar uma vida independente, pelo menos do ponto de vista mental, por muitos anos ainda.

Da revista Mente & Cérebro, edição especial n° 1, maio/2010

sábado, 11 de setembro de 2010

Tênues Fronteiras (5)


Padrões cerebrais


Seu Vitório consentiu em submeter-se a laguns testes para, dessa vez, examinar seu desempenho em relação ao armazenamento e recuperação de informações. Aproveitamos para examinar mais a fundo as pequenas alterações de seu cérebro. Para tanto, fizemos uso de um método estatístico aplicado às imagens de ressonância magnética que permite determinar com precisão o colume de regiões cerebrais específicas - com isso pudemos avaliar se e em que medida determinadas estruturas estão fora dos padrões aceitáveis para a idade dele.

Por meio da volumetria por ressonância magnética é possível ver sutilezas que não aparecem
na simples observação das imagens. Assim descobrimos que os neurônios da região hipocampal desaparecem progressivamente também em pessoas que sofrem de distúrbios cognitivos leves. Além disso, o cérebro desses pacientes apresenta outras anomalias, por exemplo, em partes do lobo temporal e do córtex cingular - áreas também afetadas em pessoas com demência. Portanto, a fronteira entre distúrbios moderados e a doença de Alzheimer parece ser bastante tênue. Ao que tudo indica, porém, nem todas as pessoas com distúrbios cognitivos leves evoluem obrigatoriamente para um quadro de demência.

Nosso estudo pretendia investigar mais a fundo as diferenças entre o cérebro de pessoas como seu Vitório e o de quem sofre de doença de Alzheimer; por isso, a terceira etapa da pesquisa incluiu outro método de diagnóstico por imagem: a tomografia por emissão de pósitrons (PET), que torna visível a atividade metabólica dos tecidos.

Edição especial n° 1, da revista Mente & Cérebro de maio/2010


quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A terceira idade!!!

A terceira idade da dança, do tai chi e das ultramaratonas

Conheça três mulheres com mais de 60 que transformaram a atividade física em um estilo de vida

Lívia Machado, iG São Paulo | 07/09/2010 11:10


Foto: Mauricio Andres Cáceres/Foto Arena

Tomiko Eguchi treina todos os dias para disputar ultramaratonas

Todos os dias, às cinco horas da manhã, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, Tomiko Eguchi, de 60 anos, começa a suar seu uniforme de trabalho.

Shorts, camiseta, meias e tênis de corrida, instrumentos fundamentais para a auxiliar de enfermagem aposentada.

Desde que deixou as seringas e os plantões noturnos nos hospitais, Tomiko investe nos treinos para ultramaratonas.

A atividade física, entretanto, demorou a ocupar espaço na rotina. Por orientação médica, ela deveria investir em alguma modalidade que lhe ajudasse a controlar o colesterol, doença herdada da família, e a osteoporose. Quatro anos se passaram sem que Tomiko fizesse algum movimento contra o sedentarismo.

Em março de 2002, após 30 dias de caminhadas intensas, a descendente de japoneses, estimulada por uma amiga, decidiu inscrever-se em uma maratona de 12 quilômetros.

“Na época, consegui fazer apenas metade da prova em 30 minutos. Foi o que agüentei.”

De lá pra cá, são quase 200 maratonas e mais de 50 troféus. Dedicada, ela revela que treina duas horas por dia, todas as manhãs. Aos finais de semana, a intensidade triplica. “Chego a correr oito horas, aos sábados e domingos, quando estou me preparando para competir. Em uma competição, já corri 48 horas e 14 minutos, parando apenas para um lanchinho”, diverte-se ela.

A simples recomendação médica, ao longo dos anos, rendeu à atleta – além de prêmios e um corpo enxuto – fôlego, força, equilíbrio e qualidade de vida incompatíveis com o perfil traçado pelo senso comum para as senhoras da terceira idade. Tomiko tem uma verdadeira predileção por ultramaratonas. O objetivo, além do condicionamento, é o desafio.

“Gosto de aventuras, superar limites. Na minha idade não conseguimos evoluir em velocidade, mas em resistência. Esse é o desafio.”

Raimundo de Santana Santos é instrutor de Tomiko há mais de quatro anos. Na opinião do professor, a aluna é capaz de deixar muita jovem de 20 anos a quilômetros de distância. Os cuidados, porém, são maiores. Para que a atleta tenha condicionamento físico, Santos investe na musculação e no alongamento. Além disso, a aposentada repete, duas vezes ao ano, todos os exames de rotina. Um check up completo.

Muito além dos bailes

Foto: Mauricio Andres Cáceres/Foto Arena

Aula de dança flamenca na academia Pulsarte

A parceria entre idade avançada e atividade física pode render, além da diminuição de dores e do aumento do condicionamento físico, poder de sedução e autoconfiança. Engana-se quem acredita que o "olhar 43" está limitado às jovens. Camila Forjaz, 61, é aluna de dança flamenca há quatro anos.

Dedicada, a relações públicas da USP, agora aposentada, não poupa elogios à modalidade e aponta os ganhos obtidos com a prática.

“Já sou magra, mas a dança me deu postura, elegância, além de pernas e braços mais fortes e desenhados.”

Além dos resultados visíveis, a aula oferece 90 minutos de momentos lúdicos. A música vibrante, em alto e bom tom, cantada em castelhano, somada às pisadas fortes dos sapatos, específicos para a modalidade, são ouvidas do último andar da academia de dança.

Cada pisada no chão parece exigir força e sedução. Apesar de tímida, Camila não nega o efeito moral da dança dentro de casa. "Me sinto uma bailarina profissional. Acho tudo muito lindo, envolvente. Meu marido também adora, é um grande entusiasta da dança.”

De fato, a modalidade parece ter um benefício psicológico bastante elevado. Balançar a saia preta e vermelha, fazer movimentos fortes com os pés e leves com as mãos, além de trabalhar as articulações e o equilíbro, impõe uma sensação de superioridade feminina.

Segundo Denise Santoro, coordenadora e diretora artística de dança flamenca da academia Pulsarte, em São Paulo, a sensualidade comedida da dança estimula o ideário da mulher forte, imponente. “Elas começam retraídas, mas é visível a concentração e vontade de se impor, se valorizar, principalmente das senhoras acima dos 60 anos”, revela a especialista.

A dança flamenca, assim como a corrida, é altamente indicada para aliviar os sintomas da osteoporose. O impacto dos pés no chão deve ser leve. Quem faz o barulho é o sapato, não a força. “É deixar o peso da perna no chão. Esse movimento estimula o cálcio a sedimentar nos ossos, combatendo a doença", ensina Denise. Além disso, ela pontua que os movimentos com as mãos são ótimos para aliviar dores provocadas pela artrite e pela artrose.

"Funciona como uma espécie de fisioterapia, ajuda a alongar e esticar os tendões."

Tai chi da vovó

Foto: Mauricio Andres Cáceres/ Foto Arena

Lidia Leite ensina seus pupilos as técnicas do Tai Chi Chuan

A camiseta azul-marinho, com o nome do grupo escrito em letras brancas, apresenta a quem entra no pequeno salão de reuniões da Igreja Santa Tereza de Jesus, na zona sul de São Paulo, mais um grupo de terceira idade extremamente ativo.

Formado majoritariamente por mulheres, elas não balançam as saias, tampouco sobem montanhas. As dez senhoras são convidadas pela instrutora, Lidia Leite, de 78 anos, a enraizar os pés no chão e puxar toda a energia da terra. Em seguida, exercícios chamados de “massagear a nuvem” ou “abraçar a árvore” são responsáveis por estimular o equilíbrio e alongar todos os membros do corpo.

A aula de tai chi chuan requer concentração, calma e equilíbro. O grupo trabalha seus limites individuais, aprendem a respirar corretamente e ter consciência corporal. Dona Eulália, de 75 anos, é a primeira a relatar o fim das dores na coluna e no ciático, desde que se tornou frequentadora assídua das aulas de Lídia. Rapidamente, as demais senhoras, cada qual com seu benefício para expor, exaltam a qualidade da técnica.

Para enxergar os resultados, porém, é preciso dedicação. As aulas na igreja paulista são oferecidas duas vezes por semana, e têm duração de 90 minutos. “Quem está disposto a não faltar, conseguirá em apenas três meses sentir a diferença,” defende a professora.

Além de dar aulas para as amigas católicas, Lidia é aluna da Sociedade Brasileira de Tai Chi Chuan. “Pratico de quatro a cinco vezes por semana.” Segundo os médicos, a filosofia de vida e os exercícios dessa técnica são, de fato, extremamente positivos para a terceira idade.

Francisco Torggler Filho, geriatra do Hospital Sírio Libanês de São Paulo estimula seus pacientes a procurar uma atividade física, e tem o tai chi como uma das primeiras indicações.

“Todo exercício é benéfico e deve ser valorizado. É preciso que cada um encontre a modalidade que terá condições de encarar com seriedade, disciplina e prazer.”

Para o geriatra, a proposta, além de correr do sedentarismo e elevar o bem-estar dos mais idosos, usa o exercício para blindar o organismo. Torggler explica que deve-se priorizar atividades que trabalhem a parte aeróbia, o equilíbrio, a força e alongamento.

“Com esses quatro pontos bem exercitados, é possível reduzir o risco de queda, trabalhar a saúde mental, diminuição das chances de infarto, derrame, além de ajudar no controle da pressão arterial.”


fonte: www.delas.ig.com.br

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Tênues Fronteiras (4)


Zona cinzenta

[ continuação ]


O objetivo principal da ressonância magnética nesse caso é afastar a possibilidade de outras doenças ou lesões cerebrais serem a causa do distúrbio de memória. Entretanto, há sinais de Alzheimer que podem ser identificados pela ressonância, porém, na maioria dos pacientes, somente nas fases mais avançadas da doença. A degeneração neuronal progressiva deixa marcas bem características: a chamada degeneração neurofibrilar. Ela aparece inicialmente em certas regiões, principalmente no hipocampo - estrutura essencial para a memória - , assim como na área que o circunda: o giro parahipocampal. Depois, as lesões se espalham por todo o cérebro e levam à atrofia dos tecidos nervosos.

Essas regiões atrofiadas são facilmente visualizadas com a ressonância magnética. Em alguns pacientes, a atrofia do hipocampo pode estar presente em estágio bem inicial, antes mesmo de a capacidade cognitvia começar a se deteriorar.

No caso de seu Vitório, as imagens não mostraram nenhuma anomalia típica da doença de Alzheimer ou lesões que indicassem outras doenças. Observou-se no entanto, uma degeneração difusa, comumente associada à idade avançada. O médico o aconselhou a repetir os exames a cada seis meses para ter certeza de que seu estado permanecia estável. Além disso, incentivou-o a participar de um estudo no qual investigamos distúbios de memória e alteraçõas associadas a eles a longo prazo, tanto do ponto de vista neuropsicológico como do imagemento cerebral. Com isso pretendemos aumentar o conhecimento sobre a degeneração neuronal progressiva e buscar novos critérios diagnósticos.

Da edição especial n° 1, da revista Mente & Cérebro de maio/2010

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O tempo a seu favor!


05/09/2010 - 07h00

Especialista ensina a usar o tempo a seu favor e fugir do estresse

ROSANA FERREIRA

Editora-assistente do UOL Estilo Comportamento


Um bom começo é identificar o que atrapalha a rotina

Um bom começo é identificar o que atrapalha a rotina

Gerenciamento de tempo é um assunto em moda, afinal organizar e ter o controle da agenda é um sonho nos estressantes dias de hoje. E o ambiente corporativo é um terreno fértil para o estresse
florescer e trazer com ele problemas profissionais, pessoais e de saúde. Segundo informações da American Psychological Association (organização que representa a psicologia nos Estados Unidos da América e no Canadá), mais de 25% das pessoas afirmam que o trabalho é a principal causa de estresse na vida. A boa notícia é que você pode virar o jogo, basta aprender a identificar o problema para depois solucioná-lo.

Enquete: você sabe usar o seu tempo?

A gestão do tempo pessoal, entretanto, não tem uma receita pronta, mas caminhos que levam a uma melhor administração das atividades ao longo do dia. Um bom começo, segundo o especialista em administração de tempo e produtividade Christian Barbosa, autor dos livros “Tríade do Tempo” e “Você, Dona do Seu Tempo”, entre outros, é descobrir quais os métodos que atrapalham a gestão.

Você sabe usar a tecnologia?
Ela foi feita para facilitar a vida, porém quem não sabe usá-la pode experimentar o efeito contrário. Para o especialista, a avalanche de tecnologia na vida das pessoas pode, muitas vezes, tirar a atenção do foco. “O melhor é estipular um horário para checar e-mails e as redes sociais, como Twitter, Facebook e Orkut. Tire sinais de alerta quando chega uma mensagem, para não dispersar”, recomenda Barbosa.

Você planeja o dia?

Isso não é suficiente, pois já é tarde demais: as tarefas do dia são a prioridade. Segundo Barbosa, o planejamento deve ser feito com antecedência. “Isso significa que você deve pensar nas suas atividades, no mínimo, dos próximos três dias. Caso contrário, será difícil reduzir as urgências previsíveis.”

Você anota o que precisar fazer no dia?

Não? Então é muito provável que urgências e esquecimentos façam parte da sua rotina. “Isso porque é muito mais fácil e produtivo planejar algo que se consiga visualizar claramente e assim desenhar sua estratégia de execução”, diz Barbosa. Isso mesmo, precisa ser real: compre um caderno, uma agenda ou use um software específico para anotar suas demandas. Não dependa somente da memória.

Você usa calendário para anotar tarefas diárias?
Se respondeu sim, repense seus conceitos. De acordo com Barbosa, o calendário impõe horários inflexíveis, sem espontaneidade. “Seu dia possui tarefas para serem executadas, mas não um horário pré-determinado com hora de início e término”, diz o especialista. Portanto, o melhor a fazer é agendar tarefas ao longo do dia, com a possibilidade de realocá-las de acordo com o andamento das atividades. Uma boa opção é gerenciar por de prioridade.

Você começa a segunda-feira com o pé esquerdo?

Isso pode significar que a semana inteira está comprometida. “Se você perder o controle das atividades no primeiro dia e não recuperar na terça, dificilmente conseguirá manter o planejamento”, avisa o especialista em gestão de tempo. Além disso, pode bater aquele sentimento de improdutividade por não ser capaz de finalizar tudo que desejava.

Fonte: www.uol.com.br

domingo, 5 de setembro de 2010

Tênues Fronteiras (3)


Zona Cinzenta


Seu Vitório obteve bons resultados na maioria dos testes; apenas sua memória apresentou pequeno déficit. Ele não conseguiu repetir todas as palavras que deveria ter memorizado e esqueceu alguns detalhes ao reproduzir o desenho. Segundo os neuropsicólogos, tais dificuldades se enquadram entre os chamados distúrbios cognitivos leves, que incluem problemas de memória um pouco mais sérios que os considerados comuns à idade, mas não afetam outras funções cognitivas. Trata-se de uma zona cinzenta, como dizem os médicos, entre as queixas normais da idade e a doença de Alzheimer.
Em outras palavras, isso significa que seu Vitório necessita de mais exames, ainda que seu estado não seja preocupante. A ideia é esclarecer se essas dificultdades cognitivas leves são ou não sinais precoces da demência de Alzheimer. Assim nosso paciene foi parar dentro do "tubo" - o equipamento de ressonância magnética nuclear que mostra o estado da estrutura cerebral, podendo detectar também alguma lesão anterior, derrames ou tumores ainda não diagnosticados.


Da revista Mente & Cérebro - série especial n° 1, maio/2010

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Mentes em Movimento (12)


[ final ]


No mesmo ano, pesquisadores da Universidade de Chicago comprovaram que camundongos transgênicos com Alzheimer também tiravam proveito de "pequenas expedições" por ambientes estimulantes: eles saíam em "férias de aventuras" em uma ampla gaiola com roda de exercícios, túneis coloridos e brinquedos, no início por três horas diárias - e, após um mês, três vezes por semana. Os passeios retardaram consideravelmente o declínio do hipocampo. O estímulo aparentemene fortaleceu a capacidade do cérebro dos roedores de eliminar a perigosa beta amiloide. Como demonstraram análises, as vias sinalizadoras epigenéticas foram responsáveis por isso: nos núcleos celulares dos neurônios, informações genéticas que estimulam processos de reparação e desenvolvimento de neurônos foram lidas com frequência.
Os resultados estão de acordo com observações feitas em seres humanos. Stanley Colcombe e Arthur Kramer avaliaram em 2003 os resultados de 18 estudos relevantes. Segundo eles, o treinamento aeróbico melhora o desempenho cognitivo em adultos saudáveis com mais de 50 anos.
O psicólogo Ulman Lindenberger, diretor do Instituito Max Planck de Pesquisas em educação, de Berlim, porém, relativiza esses resultados. Segundo ele, quanto mais for divulgada a ideia de que a demência não é fato do destino, mas consequência de um estilo de vida inadequado, mais provavelmente a culpa pela doença será atribuida à pessoa afetada. O especialista faz um alerta contra a estigmatização: "Não existe nenhum meio milagroso que proteja com certeza contra o declínio intelectual na velhice". No entanto, parece que já está mais do que na hora de aplicar na prática o conhecimento científico para o bem do corpo e da mente. Afinal, o estudo do cérebro nunca nos deu tantos bons argumentos para começarmos a nos exercitar quanto agora.


Steve Ayan é psicólogo e jornalista

Fonte: revista Mente & Cérebro n° 211, agosto/2010


quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Tênues Fronteiras (2)



Testes Neuropsicológicos


Quando seu Vitório chegou ao Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica de Caen, França, a primeira coisa que fizemos foi aplicar nele uma bateria completa de exames neuropsicológicos. Antes de mais nada, um neuropsicólogo testou sua capacidade de memorização. Ele teve de memorizar algumas palavras e, mais tarde, repetir as de que se lembrava, espontanemanete ou por associação. A tarefa seguinte foi ligar números e letras escritos de forma desordenada em uma folha de papel: um traço devia ligar o algarismo "1" à primeira letra do alfabeto, "A", depois o traço seguia até o algarismo "2" e de lá para a letra "B"; e assim por adinte. Alternar letras e números exige certa flexibilidade mental, muitas vezes reduzida anos pacientes com Alzheirmer, mas não nas pessoas que apresentam os sintomas comuns do envelhecimento.
Na terceira etapa, a capacidade de concentração de seu Vitório foi colocada à prova: ele teve de mostrar se conseguia manter a atenção em determinado aspecto de uma situação, ignorando todo o resto. No cotidiano, isso corre, por exemplo, quando temos de prestar atenção em nosso interlocutor apesar das conversas paralelas. O neurospsicólogo mostra ao paciente uma folha na qual estão escritos os nomes de dezenas de cores. Porém, as cores em que as palvras estão escritas são diferentes das que designam. A palaqvra "vermelho", por exemplo, está escrita em azul. A pessoa submetida a esse teste deve dizer, o mais rápido possível, as cores em que as palavras estão escritas. Não é uma tarefa fácil, requer reprimir a tendência natural de ler, esquecer os significados, e concentrar-se totalmente nas cores.
Depois o neuropsicólogo testou a percepção espacial de nosso paciente pedindo que ele reproduzisse um desenho. Por fim, seu Vitório teve de imitar gestos, escrever palavras ditadas e resolver probelmas simpes que exigim adição e multiplicação para mostrar como andavam seu raciocíno e sua capacidade de calcular.

Da edição especial n° 1, de maio/2010, da revista Mente & Cérebro