domingo, 31 de julho de 2011

Pelo prisma da ansiedade (2/3)

    Da revista Mente & Cérebro - edição 218 - Março 2011

Esse sentimento nos faz priorizar as informações negativas e examiná-las de forma detalhada
por Antonia P. Pacheco Unguetti
[continuação]

Emoções e respostas

A ansiedade determina o tipo de informações que priorizamos e a forma como as interpretamos. Quando nos sentimos pressionados por alguma situação, a maioria de nós não é capaz de considerar mais de uma opção nem de acreditar que existem alternativas viáveis. No entanto, nos dias em que estamos felizes e otimistas, confiamos mais em nossas capacidades e a mente fica mais aberta para enxergar diferentes pontos de vista sobre o que nos preocupa. O problema pode ser o mesmo e talvez as opções sempre estejam ao alcance, mas a forma de processar as informações recebidas é sensivelmente diferente.


Essas diferentes maneiras de perceber o mundo são determinadas pelas emoções. De fato, alguns estados afetivos parecem moldar o funcionamento da mente para responder de maneira eficaz às demandas de uma situação. A ansiedade restringe o campo de visão da realidade e nos faz ver o mundo em “modo de ameaça”.


O modo como diferentes emoções acionam maneiras opostas de se processar uma mesma tarefa foi o tema de um de nossos experimentos. Selecionamos três grupos de estudantes para assistir a um vídeo que mostra um homem armado assaltando um banco. Em seguida, cada grupo visualizou, em separado, imagens com conteúdos emocionais diferentes: positivo (esportistas recebendo troféus, paisagens, famílias), negativo (acidentes, pessoas doentes, guerras) ou neutro (móveis, utensílios de cozinha). Após serem expostos a esses estímulos, os estudantes foram convidados a tentar reconhecer, entre fotos de vários homens, o rosto criminoso do vídeo.

sábado, 30 de julho de 2011

Pelo prisma da ansiedade (1/3)



 
Da revista Mente & Cérebro - edição 218 - Março 2011

Esse sentimento nos faz priorizar as informações negativas e examiná-las de forma detalhada
por Antonia P. Pacheco Unguetti
© Yobidaba/Shutterstock

Não é preciso ter depressão para acordarmos numa manhã qualquer e, sem motivo específico, nos sentirmos sem esperança no futuro e incapazes de lembrar eventos gratificantes. Uma simples falta de ânimo já é o suficiente para acionar uma espécie de filtro que faz nossa mente captar e recordar apenas informações negativas. É dessa forma que a ansiedade atua: direcionando a atenção para estímulos específicos (em geral negativos).
Para compreender se ela é um problema, é preciso observar como se manifesta. Há diferença entre ficar ansioso diante de uma situação que representa ameaça real e ter esse sentimento como um traço de personalidade. No primeiro caso, ela é normal e saudável, pois cumpre uma função adaptativa essencial para a existência. A ansiedade nos incita a focar toda atenção naquilo que nos preocupa em um momento específico, mantendo-nos alertas para que possamos nos prevenir de consequências que podem ser prejudiciais.


Pessoas com transtorno de ansiedade, no entanto, tendem a se fixar com frequência em informações irrelevantes. Chegam, por exemplo, a observar um mesmo ambiente repetidas vezes, à procura de estímulos ameaçadores que, uma vez localizados, são evitados e controlados com dificuldade. Elas interpretam informações de maneira desfavorável e são mais suscetíveis a pensamentos negativos. Esse comportamento interfere em praticamente todas as áreas de seu cotidiano.

Antonia P. Pacheco Unguetti é especialista em psicologia experimental da Faculdade de Psicologia da Universidade de Granada, na Espanha.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

De onde vem o riso?




 

Da revista Mente & Cérebro - edição 222 - Julho 2011

Esse comportamento é regulado principalmente pelo tronco encefálico, responsável por diversas funções fundamentais para a sobrevivência humana
 
© Marcel Jancovic/Shutterstock

Com certeza você já ouviu a frase “rir é o melhor remédio” – e em alguns casos parece que é mesmo. Rir é um comportamento que nos insere socialmente, nos aproxima de outras pessoas e nos ajuda a ser aceitos. Pesquisas indicam, por exemplo, que, entrando em uma loja onde dois vendedores atendem, é maior a probabilidade de a pessoa se aproximar do que sorri. Embora o ato geralmente seja associado ao humor, estudos revelam que em mais de 80% das vezes o que faz sorrir é a polidez, o desejo de ser socialmente aceito, a ironia e a tensão.


Um dos pontos que durante anos mais intrigou os cientistas foi o desafio de compreender em que região do cérebro “nascia” o riso. Hoje se sabe que não há um único local dedicado exclusivamente a essa função – o que temos são diversas de regiões que participam desse comportamento. Acredita-se, por exemplo, que o ato físico de rir seja deflagrado por um mecanismo no tronco encefálico que modifica a respiração, garantindo que os sons de uma boa risada sejam produzidos. O curioso é que essa região (a mais antiga do sistema nervoso) regula funções fundamentais, o que nos leva a crer que rir foi fundamental para incluir nossos ancestrais nos grupos – e, assim, ter mais chances de sobreviver e propagar seus genes. Já o humor mais sutil e os jogos verbais requerem trabalho do lobo frontal, desenvolvido bem mais recentemente no cérebro: exames de ressonância magnética mostram que essa área se ilumina quando as pessoas acham uma piada engraçada, indicando que a compreensão mais refinada do humor é de fato um sinal de evolução.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

O homem e seu nu Avatar

 

O que há de extraordinário no homem?

Sua capacidade de criação que permitiu sobreviver no meio das feras no início dos tempos?

O deslumbramento que provoca ao desenvolver histórias  nos livros, cinema e em peças de teatro?

O encantamento que gera ao construir instrumentos musicais explorando sons que nos hipnotizam?

Os mistérios que espalha com seus deuses, crenças e religiões?

Os conflitos que não consegue resolver apesar da irmandade e da mesma origem?

A inventividade que nos leva aos céus e profundezas dos oceanos para descobertas que não preserva?

Sua ambivalência com percepção ecológica e negligência com o meio ambiente?

Quem, e o que é o homem?

Por que entre os seres é o quem tem maior capacidade de raciocínio?

Estudar o homem não é conhecê-lo, mas se deslumbrar.

A cada geração temos maior conhecimento, principalmente com a aceleração do desenvolvimento tecnológico.

Não viramos e revirarmos páginas e mais páginas de uma enciclopédia desatualizada para nossas pesquisas, digitamos uma ou mais palavras e pronto, está lá: “Um mundo de informações”.

Informação leva ao conhecimento e este ao entendimento.

Entendimento à uma relação mais próxima das pessoas?

Deveria ser, mas temos hoje uma distante relação próxima!

Ops, um paradigma ou um paradoxo?

Paradigma porque como seres humanos apresentamos um modelo de comportamento, paradoxo porque ainda que verdadeiros somos contraditórios: Amamos ao próximo como a nós mesmos e o invejamos!

Quando digo uma distante relação próxima, meus amigos me chamam de louco! Ora, isso também é um paradoxo... amigos... loucura?

Em algum momento de sua vida você teve tanto contato como hoje, onde pessoas que mal conhece lhe abrem as almas nos chats e nas redes sociais?

Quem é João, que não é João e Maria que nunca foi?

Personagens que trocam informações com você Pedro, que Pedro não é!

O homem, complexo, que levava ao analista seu eu e seu ego, hoje luta para esconder seu Avatar.

Tomando emprestada a definição da Wikipédia:

A palavra Avatar se tornou popular nos meios de comunicação e redes sociais devido às figuras que são criadas à imagem e semelhança do usuário, permitindo sua "personalização" nos meios eletrônicos.

Tal criação assemelha-se a um Avatar por ser uma transcendência da imagem da pessoa, que ganha um corpo virtual. O nome foi usado pela primeira vez em um jogo de computador nos anos 80.

Éramos dois, hoje somos três?

Quem sou, aquele que acho que sou e quem digo que sou?

Estamos resgatando o herói que imaginávamos ser na infância, que mascarado corria e voava como Batman, Super-Homem, e tantos outros?

Uma extrapolação do menino He-man e garota Barbi para nosso inigualável Avatar?

Nosso transparente e sincero Avatar será mais honesto que nosso eu ou nosso ego?

Estamos nos reinventando ou nos descobrindo?

Nas nossas empresas teremos que incluir mais um item na avaliação profissional. Uma entrevista eletrônica com o Avatar.

Aquele que tem domínio de nossos maiores talentos e grandes segredos.

Esse será o próximo passo para  melhor entender o homem e, nas redes, contatar seu nu Avatar?


Autor: Ivan Postigo

Publicado em: 15/07/2011, no site: www.qualidadebrasil.com.br

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Bagunça criativa



Um estudo recente descobriu que dois terços das pessoas se sentem culpadas ou envergonhadas por serem desorganizadas. Apesar da pressão comercial, cultural e religiosa há um grupo crescente de pessoas que simplesmente não conseguem ser organizadas.

E não é porque adorem a bagunça ou achem que ela seja inspiradora ou libertadora. Essas pessoas estão simplesmente atoladas em seus objetos e, decidiram que qualquer tentativa de arrumação, classificação e limpeza não vale a pena.

Menos de um em cada quatro pessoas arruma sua cama como parte da rotina diária. Mais de um em cada três deixam louças sujas na pia por mais de um dia. Cerca de 15% deixam louças sujas no escritório, na sala de estar ou no quarto durante mais de um dia. Quando tiram a roupa a noite, quatro em dez deixam-nas espalhadas pelo chão.

O especialista David Freedman diz que mesa bagunçada está relacionada com sabedoria e que a bagunça permite que as qualidades fundamentais para a excelência floresçam como a improvisação, flexibilidade e sorte de fazer descobertas felizes por acaso.

Se Alexander Fleming não tivesse sido desleixado o suficiente para deixar Placas de Petri sujas em cima da mesa, ele nunca teria descoberto a penicilina.


Autor: Prof. Menegatti 

Publicado em: 15/07/2011, no site: www.qualidadebrasil.com.br

terça-feira, 26 de julho de 2011

Aprendendo com o aprendiz



Nunca sabemos tudo, sempre há algo que desconhecemos. Percebo que minha ignorância aumenta com o aprendizado.

Quando me ouviu dizer essa frase, um amigo me olhou muito sério e disparou: - Bebeu? E, claro, tive que aguentar as provocações, pois me dizia, sem parar: - conhecimento deixa culto e não “curto”.

Hoje eu rio, quando me telefona contente com novos aprendizados e diz: - Fiquei um pouco mais ignorante esta semana!

Qual a origem desse nosso conceito ou dessa maluquice, se preferir?

A ignorância, enquanto não percebida e reconhecida, não é ignorância.

Ignorar é não ter conhecimento, não saber. Ora, se não sei que não sei, como posso ser ignorante?

Conceito certo ou errado, contestado ou não, é brincando que tratamos essa questão. Não dizemos vou aprender, mas vou aumentar minha ignorância, pois quanto mais descobrimos, mais nos damos conta que menos sabemos.

Há poucos dias o encontrei e vi que íamos conversar bastante. Estava eufórico e me perguntava se estava com tempo.

Gosto de vê-lo assim, entre as boas coisas da vida, uma delas é curtir o sucesso dos amigos.

Saiba que os filhos dos amigos serão amigos de seus filhos e o ajudarão a educá-los. Ainda que você não perceba.

Vamos abrir um parêntesis, pois essa é uma questão importante.

A relação pais-filhos, sempre é complicada, mesmo que você deposite ali todo amor do mundo. Não é sempre que suas recomendações serão ouvidas e aceitas, naquele momento. Às vezes, é necessário um tempo para que sejam recebidas, ruminadas e absorvidas. Você, se me disser que nunca contestou seus pais, ou se reprimiu ou mentiu!

Rebeldia sempre fez parte do desenvolvimento do jovem, levar nossos conhecimentos e experiências a eles requer sabedoria.

Uma delas é que você deve ser amigo do melhor amigo dos seus filhos. Todo conselho que der a ele certamente chegará aos rebentos. Pronto, fecha parêntesis. Voltemos ao nosso assunto.

De onde vinha a empolgação?

Eu sabia que eles haviam passado por um período de muito trabalho reorganizando a empresa, e que depois sempre vem a ressaca. Algumas pessoas diriam bobagem! Agora você está tranquilo, pode tirar umas férias, sair mais cedo, mas não é assim que as coisas funcionam para algumas pessoas. A falta de um exercício intelectual um pouco mais dinâmico deixa a sensação de vazio. Isso passa, basta estruturar um novo projeto. Esse meu amigo é assim e eu o entendo.

Qual era a novidade? Um aprendiz. Havia contratado um jovem que, como dizia ele, estava na fase dos por quês?

Ora, uma pessoa perguntando o tempo todo irrita, diriam muitos. Depende, diria ele.

Quando a pergunta o leva a descobertas, principalmente em que as soluções implantadas são tidas como certas e definitivas é muito interessante. Afirmava, entre uma história e outra: - Esta pessoa está me levando a entender a arte de fazer perguntas.

Com isso estou descobrindo que perguntas certas são mais importantes que as respostas. Estas saem naturalmente. Isso não é novidade para mim, já li muito a respeito, mas ainda não tinha experimentado esse fato.

Adicionamos à nossa organização uma competência muito interessante que jamais tinha imaginado: Aprender com o aprendiz!


Autor: Ivan Postigo 

Publicado em: 19/07/2011, no site: www.qualidadebrasil.com.br

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Barriga cheia ajuda a fazer boas escolhas






Temos mais condições de suportar o adiamento de uma recompensa quando estamos bem alimentados




Vai discutir a relação com seu parceiro, tem uma reunião importante de trabalho ou marcou aquela conversa delicada com o chefe? Respire fundo. Mas, antes de tudo, coma! Estudos mostram que tratar de assuntos que mexem conosco emocionalmente, bem como tomar decisões de estômago vazio pode ser um desastre.

Para investigar essa questão, cientistas da Universidade da Dakota do Sul, nos Estados Unidos, pediram a um grupo de voluntários que ingerissem bebidas com alto teor de açúcar. Em seguida, eles deveriam responder a uma série de questões que revelavam a habilidade para tomar decisões e suportar a postergação de recompensas. Um grupo de controle formado por pessoas de características similares que não tomaram a bebida respondeu às mesmas perguntas. Os resultados obtidos pelas duas equipes foram comparados. Conclusão: somos mais capazes de focar o pensamento no futuro – o que propicia atitudes comedidas e cuidadosas – quando temos uma quantidade maior de energia disponível no organismo. Tudo indica que nas situações em que estamos “supridos energeticamente” temos condições melhores de adiar o recebimento de gratificações. Esse aspecto ficou mais claro quando os pesquisadores solicitaram aos participantes que refletissem sobre uma questão prática: eles preferiam receber uma pequena quantia em dinheiro imediatamente ou um valor bem maior após alguns meses? Aqueles que tinham ingerido açúcar não tiveram dúvida: optaram por esperar. Portanto, da próxima vez que decidir comprar algo ou terminar o namoro, faça antes um lanchinho.


Do site: www.mentecerebro.com.br, em 08 de julho de 2011

domingo, 24 de julho de 2011

Quando o conhecimento nos aproxima dos ideais que nos afastam


Conhecimento permite a clareza do pensamento, entendimento de questões complexas e a certeza que podemos realizar muito mais do que pensamos.

Isso gera uma incrível força interior que nos empurra para conquistas tecnológicas e desenvolvimento de meios para superação de barreiras.

Conhecimento disseminado em uma sociedade a torna forte, capaz de criar meios de sustento e saúde, que proporciona excelência em qualidade de vida aos integrantes. Como seres sociais, somos colaborativos.

Será? Será que temos argumentos para defender o homem nesse objetivo tão nobre?

Um relatório da Cruz Vermelha mostra que em 5.600 anos de história foram registradas 14.520 guerras e menos de 300 anos de paz.

Em 2001 havia registro de 30 conflitos armados em 25 países.

O que fazemos com o conhecimento?

Qual a finalidade da bomba atômica?

Por que assistimos ao vivo e não repudiamos as transmissões dos conflitos armados, desligando os televisores?

Por que as armas estão cada vez mais letais e espalhadas pelo mundo?

Conflitos armados, conflitos comerciais, todos demandam conhecimento para condução e o conhecimento também os gera.

Apanhemos um exemplo simples: dois irmãos, em um canto deste país, não se falam. Pior do que isso, eles se odeiam.

Concorrentes, quanto mais aprendem sobre o mercado, mais disputam cada pedaço. Quanto mais disputam, mais próximo se encontram comercialmente e mais distante estão na irmandade.

Seus ideais? Conquistar o mercado e se manter no lugar mais alto do pódium. Não importa o que tenham que fazer!

Aceitam fornecedores concorrentes? Não, amigos ou  inimigos. Lema: “Está comigo ou não está!”.

Para que o conhecimento? Para superar todas as barreiras que os impeçam de alcançar seu intento, logicamente!

Ampliando a visão podemos nos questionar se é para isso que nos servimos do conhecimento? Para jogar aviões em torres, invadir países e subjugar povos, intimidando e oprimindo o homem?

Muitos jovens não sabem realmente o que foi a guerra fria. Aqueles que já leram sobre o assunto, assistiram documentários sobre a Invasão da Baía dos Porcos, não serão capazes de imaginar o período de terror que viveu o mundo, quando na década de sessenta as duas superpotências diziam estar prontas para acionar os botões da guerra nuclear.

Guerra Fria foi o título dado  ao período  de disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Unidos  e a União Soviética, compreendendo  o final da Segunda Guerra Mundial, 1945,   e a extinção da União Soviética, 1991 .

Um conflito de ordem política, militar , tecnológica , econômica , social  e ideológica  entre as duas nações e suas zonas de influência. Repleta de conhecimentos que aproximavam os homens de seus ideais e com isso os afastavam.

O arsenal atômico foi desarmado, mas não os espíritos. Estes, infelizmente, são agitados por novos conhecimentos que promovem mais agitações nas fronteiras.

O falta do conhecimento não sustenta o homem pobre, e o uso inadequado prejudica o pobre  homem. Sedento por conquistas, ávido por materialização de seus ideais, é capaz de realizar uma grande proeza: vivo, infeliz, morto, desprezado!

A sabedoria está em somar as diferenças para multiplicar os resultados positivos, e não em “tirá-las”, divindo os homens!

Autor: Ivan Postigo

Publicado em: 11/07/2011, no site: www.qualidadebrasil.com.br

sábado, 23 de julho de 2011

Ambição x Ganancia



As mudanças pelas quais passamos durante nossa vida são sempre muito interessantes de muitos pontos de vista como os da idade, experiência, meio em que vivemos e momento de necessidade.

Nossa vida tem uma sequência cíclica que nos movimenta em direção àquilo que almejamos e somos influenciados por este movimento. Em determinadas fases, temos os nossos sonhos e objetivos muito bem desenhados à nossa frente, sejam eles materiais ou emocionais e conforme mudamos de fase esses mesmos sonhos vão sendo redesenhados e adaptados à nova realidade, isso se seguimos um sequência normal de fatos que desencadeiam durante nossa vida. Trocando em miúdos temos nossos sonhos de criança, portanto objetivos de criança, mas no meio deles seguem aqueles que duram por toda a vida e da mesma forma os sonhos e objetivos de adolescente onde também alguns deles nos seguem a vida toda e assim também acontece na fase adulta.

Quando chegamos à nossa fase chamada de adulta inicial, queremos apenas ocupar nossos espaços em branco para podermos construir os alicerces da nossa vida e um pouco depois começam a aparecer as ambições em busca de objetivos que muitas vezes acaba se transformando no pesadelo da Ganância, porque trocamos a felicidade pelo poder material.

É normal que sejamos ambiciosos em busca de varias realizações em todos os campos da nossa vida e assim devemos ser, porém quando essa ambição passa a ser gananciosa, ela acaba destruindo toda a nossa busca e transformando nossa vida futura num pesadelo.

A Ganância é o sentimento de busca incondicional e desmedida que uma pessoa propõe a si própria para alcançar sonhos e objetivos, enquanto que a ambição é a razão consciente dessa busca.

O Ganancioso pode ganhar muito materialmente falando, mas perde pessoas, perde importantes parcerias e acaba perdendo a essência do seu próprio futuro, que pode ser a felicidade, enquanto que o ambicioso constrói parcerias e desenha em sua vida um futuro de conquistas em todas as áreas que envolvem a solidez de um ser humano.

Vemos pelo mundo uma grande quantidade de pessoas que se tornaram gananciosas, pela competitividade que o mundo apresenta e eles sequer sabem que estão agindo com ganância, parece até uma atitude inconsciente, apenas corre atrás das coisas defendendo interesses egocêntricos e mesquinhos, fruto apenas da busca desenfreada da satisfação imediata que as conquistas trazem.

Não seria maravilhoso se as pessoas tomassem consciência do quanto estão agindo com ganância e passassem a agir com atos mais humildes em seu dia a dia até nas atitudes mais simples? Por exemplo, uma pessoa ambiciosa quer estacionar seu carro numa vaga próximo a da entrada de um Supermercado e para isso ela aguarda ou procura as vagas que estão dentro do seu objetivo e usa de flexibilidade para ser feliz, já a pessoa gananciosa estaciona na vaga de deficientes, sem se preocupar com as consequências dessa sua atitude e o mais incrível é que essa pessoa se é questionada a respeito, na maioria das vezes não acha que está sem razão, exatamente porque acabou dominada por sua ganância desenfreada.

Mas o importante não é questionar esse comportamento e sim, procurá-lo dentro de nós e tentar mudar isso, porque todos nós estamos sujeitos a sermos dominados por sentimentos egocêntricos como a ganância.

Pense regularmente em suas atitudes na busca dos seus objetivos, busque dentro de você a verdadeira forma de atingir seus sonhos e objetivos, seja persistente àqueles sonhos que o tornarão felizes a longo prazo e o grande bem que podemos fazer neste mundo e que está ao alcance de todos é não prejudicar a nenhum dos nossos semelhantes na busca dos nossos sonhos.

Pense sempre nisso...

Autor: Eduardo H. Rodrigues

Publicado em: 08/07/2011, no site: www.qualidadebrasil.com.br

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Mentes cegas (3/3)

Da revista: Mente & Cérebro, edição 222 - Julho 2011


Desde a infância somos capazes de perceber o que os outros sentem e pensam; autistas, porém, não dispõem desse recurso que permite a comunicação em nível mais sutil
por Bruce M. Hood
[continuação]

A incidência de autismo é mais alta em gêmeos idênticos, que compartilham a quase totalidade de seus genes, em comparação com gêmeos fraternos, que compartilham somente 50% dessa carga – o que indica que existe um componente genético para esse transtorno. Além disso, a maior incidência em homens que em mulheres revela fortes implicações biológicas. Já existem evidências, com base em estudos de imageamento do cérebro, de que regiões do córtex pré-frontal – principalmente o córtex frontoinsular e o córtex cingulado anterior, normalmente ativados por interações sociais – estão praticamente inativas em autistas. Dados de autópsias também indicam que as estruturas do córtex frontoinsular e do córtex cingulado anterior são alteradas nos casos de autismo.


O pesquisador John Allman, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, acredita que boa parte desse déficit social pode ser atribuído à falta de um tipo especial de neurônios fusiformes, também conhecidos como neurônios de Von Economo, em homenagem ao seu descobridor, que os observou em 1925. Neurônios fusiformes consistem em um neurônio bipolar bem desenvolvido encontrado somente no córtex frontoinsular e no córtex cingulado anterior, que, acredita-se, fornece a interconexão entre as áreas do cérebro ativadas pela aprendizagem e pelo contato social. Essa localização pode explicar por que neurônios fusiformes só foram encontrados em espécies particularmente sociais, como todos os grandes símios, elefantes, baleias e golfinhos.

Dentre todos os animais, os humanos são os que têm número maior de neurônios fusiformes localizados no córtex frontoinsular e no córtex cingulado anterior – as mesmas regiões que podem ser comprometidas no espectro de transtornos do autismo. Acreditase que os neurônios fusiformes funcionem como rastreadores das experiências sociais, levando a uma rápida avaliação de situações similares no futuro. Essas estruturas fornecem a base da aprendizagem social intuitiva quando observamos e copiamos os outros. Pode, portanto, não ser coincidência o fato de que a densidade de neurônios fusiformes nas regiões sociais aumenta desde a infância até atingir níveis de adulto já por volta do terceiro ou quarto ano de vida em crianças normais. Nesta idade, considerada por muitos especialistas em desenvolvimento infantil o divisor de águas, ocorre uma mudança considerável nas habilidades de intuição social. Já pessoas com autismo, que tiveram atividades de áreas do córtex frontoinsular e do córtex cingulado
anterior interrompidas, apresentam dificuldade de realizar o que o resto de nós sabe fazer sem ter de pensar muito: descobrir o que se passa com nosso semelhante – basta prestar atenção.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Mentes cegas (2/3)

Da revista: Mente & Cérebro, edição 222 - Julho 2011


Desde a infância somos capazes de perceber o que os outros sentem e pensam; autistas, porém, não dispõem desse recurso que permite a comunicação em nível mais sutil
por Bruce M. Hood

nephron/creative commons
Neurônios fusiformes: encontrados apenas em espécies que se socializam, como grandes símios, elefantes e baleias
[continuação]

EXPERIÊNCIA ASSUSTADORA

As crianças aprendem aos poucos a ler mentes e também se tornam conselheiras. “Não chora, mamãe”, provavelmente dirá a garotinha ao ver a mãe emocionada por alguma razão. Os pequenos começam a entender a tristeza, alegria, desilusão e ciúmes dos outros como correlatos emocionais de seus comportamentos. Por volta dos 4 anos, as crianças tornaram-se especialistas em disputa social: copiam gestos, imitam palavras e posturas e, geralmente, desenvolvem simpatias. Dessa forma, sinalizam que fazem parte dos mesmos círculos sociais de que todos nós participamos para nos tornar “membros da tribo”, capazes de compartilhar comportamentos socialmente contagiantes como chorar, bocejar, sorrir, gargalhar e fazer caretas de nojo.


Não é de admirar que aqueles que sofrem de autismo sintam tanto medo das interações sociais diretas. Se você não consegue imaginar, nem de longe, o que se passa com a outra pessoa, essa interação deve ser intensamente frustrante, estressante – e assustadora. Em geral, os autistas não gostam de contato visual direto, preferem olhar para objetos e não para rostos; não imitam comportamentos, não bocejam, choram ou riem quando outros o fazem. Ou seja: não se envolvem com o rico tecido dos sinais que partilhamos com os demais membros da espécie. Essa incapacidade pode ser devida ao fato de que autistas geralmente se afastam psiquicamente de atividades que envolvam outras pessoas.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Mentes cegas (1/3)

Da revista: Mente & Cérebro, edição 222 - Julho 2011

Desde a infância somos capazes de perceber o que os outros sentem e pensam; autistas, porém, não dispõem desse recurso que permite a comunicação em nível mais sutil
por Bruce M. Hood

© Jonny McCullagh/Shutterstock

Na cena final do filme Casablanca, quando Humphrey Bogart finalmente pede a Ingrid Bergman que entre no avião que a levará de volta ao seu marido, a jovem mãe que assiste à sessão da tarde pela TV deixa cair uma lágrima. Instintivamente, o filho de 2 anos tenta confortá-la, oferecendo-lhe seu ursinho de pelúcia. Neste momento, os dois (cada um a seu modo) mostram a consciência intuitiva do estado mental e emocional de outra pessoa.

Esse tipo de intuição surge naturalmente para a maioria de nós – mas não para todos. Pessoas com autismo não dispõem desse recurso. O transtorno do desenvolvimento afeta uma pessoa em cada 500 (essa cifra varia, dependendo de como definimos o distúrbio). Atualmente, tem sido adotado o termo “transtornos do espectro do autismo” para ressaltar que a patologia varia amplamente em grau de seriedade, mas mantém em
comum três sintomas: profunda ausência de habilidades sociais, baixa capacidade de comunicação e comportamentos repetitivos. Independentemente da gravidade da manifestação, na base dessas características estão os problemas de intuição social.


Autistas têm dificuldade em se aproximar de outras pessoas porque não construíram um repertório de habilidades de desenvolvimento que permite que os humanos se tornem “especialistas em ler a mente alheia”. Não falamos aqui da habilidade especial de descobrir pensamentos como fazia o sr. Spock, personagem da série Jornada nas estrelas, mas da capacidade de inferir o que os outros estão pensando e sentindo em diferentes circunstâncias. No início da infância, as crianças saudáveis desenvolvem, gradativamente, uma compreensão cada vez mais sofisticada de que os outros apresentam estados mentais que motivam seu comportamento. Por exemplo,
você será capaz de notar que seu interlocutor está nervoso e agitado, mesmo que ele não
lhe diga isso em momento algum da conversa. Ou, se você esquece sua bolsa no escritório, posso perceber que você acredita que ela estará lá mesmo que a faxineira a tenha colocado no depósito de achados e perdidos. Eu posso entender que você mantém uma falsa crença, talvez para se defender de uma frustração. Essa possibilidade natural, da qual desfrutamos desde criança, é uma “teoria da mente”. Formulamos várias delas, muitas vezes por dia, sem sequer nos darmos conta de quantas. É por volta dos 3 anos que começamos a perceber que as outras pessoas têm objetivos, preferências, desejos, crenças e até fazem juízos falsos. Sem essa gama de habilidades sociais a mente torna-se “cega” – incapaz de entender o que os outros estão pensando e por que fazem certas coisas. Isso não quer dizer que não nos surpreendamos, mas de forma geral temos – alguns mais, outros menos, é verdade – condições de compreender o outro e suas razões.

Bruce M. Hood psicólogo, diretor do Centro de Desenvolvimento Cognitivo de Bristol, da Universidade de Bristol, Inglaterra, autor de Supersense: why we believe in the unbelievable (HarperOne, 2009) e de The self illusion, a ser publicado nos Estados Unidos.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Pense rápido!!!

Do site: www.mentecerebro.com.br, em 13 de julho de 2011

Raciocinar de forma veloz pode melhorar o humor
 
© Dragana Gerasimoski/Shutterstock

Quando alguém tem um dia ruim, geralmente recebe conselhos para imaginar coisas boas e positivas. Um novo estudo, porém, mostra que na verdade a solução pode ser pensar de forma veloz. Durante o estudo, pesquisadores das Universidades Harvard e de Princeton, nos Estados Unidos, pediram a voluntários que criassem em dez minutos o maior número possível de ideias (boas ou ruins) para solucionar um problema. Em outros experimentos os participantes deveriam ler um texto rapidamente ou assistir a um videoclipe em ritmo acelerado.


Após analisarem os resultados, os pesquisadores observaram que a agilidade de pensamento fez as pessoas se sentirem mais exultantes, criativas e, em menor grau, mais enérgicas e poderosas. “Atividades que promovem o raciocínio rápido, como resolver palavras cruzadas fáceis ou refletir por pouco tempo sobre uma ideia, podem melhorar o humor”, reforça a psicóloga Emily Pronin, a autora do trabalho.

Não está claro, ainda, por que os pensamentos acelerados afetam o humor, mas normalmente as pessoas acham que raciocinar rápido é sinal de felicidade. Essa crença pode levar a uma dedução instintiva: se estamos pensando rápido, devemos estar contentes. Além disso, há trabalhos que indicam que tal atitude aciona a liberação de dopamina, envolvida em sensações de prazer e bem-estar. Os pesquisadores concordam que a alegria obtida com pensamentos rápidos pode ser transitória, mas afirmam que “pequenas explosões”, diversas vezes ao dia, resultam em ganho emocional.
emocional.    

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Como é difícil ser você mesmo


  
Como diria Oscar Wilde a cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre. 

Sempre defendi que não devemos ser assombrados pelo medo do julgamento alheio?

Mas alguns acontecimentos recentes em instituições de ensino me fizeram mudar de idéia, me perturbou saber que alguns destes jovens poderão se tornar nossos próximos lideres e gestores seja em empresas ou no próprio governo.

Como podemos ser omissos a um trote sexual dentro duma Universidade Federal no RJ, onde uma caloura, do curso de Direito, contou que os veteranos, ou seja, possíveis futuros juizes ou promotores dividiram as estudantes em dois grupos. Aquelas consideradas bonitas teriam recebido a proposta de fazerem sexo oral em oito rapazes. Em troca, seriam liberadas da obrigação de pedirem nas ruas R$ 250 e ainda seriam "promovidas" a veteranas.

Ou mesmo o recente caso da aluna que foi expulsa depois readmitida numa tumultuada e infeliz decisão dos gestores da instituição. Ela foi rechaçada por mais de 700 colegas simplesmente por se vestir de uma forma diferente. Alem disso o jornalista que revelou em seu blog as agressões verbais sofridas pela aluna recebeu ameaças pela internet na última semana. Típico de regimes ditatoriais como o fascismo.

Se não bastasse esta aluna agora está sendo disputada por outras instituições que lhe oferecem bolsa de estudos com o único intuito de aparecer na mídia e fazer disso uma bela campanha de marketing de inclusão. Vale tudo no negocio da educação, menos educar.

São exemplos sérios de como estes que demonstram como os jovens de hoje estão se comportando diante da diversidade, lembre-se que eles serão os decisores e gestores do amanhã.

Por que isso ainda ocorre em pleno século XXI, será que não aprendemos nada com a hipocrisia, preconceito e intransigência praticada no século passado?

Na realidade buscamos seres humanos iguais ou semelhantes a nós, pessoas com as mesmas opiniões, sentimentos, valores e crenças, por isso a diferença nos outros nos incomoda tanto, eles traem nossos princípios, logo julgamos que devem estar errados e lhes falta experiência ou conhecimento para evoluir até o nosso estado de grandeza.

Poucas pessoas possuem a coragem de realmente ser elas mesmas, a pressão contrária é muito grande e assim a maioria tenta se adequar ao comportamento social vigente e assim aos poucos se transforma naquilo que não é, afundando-se em falsas palavras, atitudes e sentimentos, causando aos outros uma sensação de sempre estarmos senhores da situação. Pura ilusão.

A cada dia distanciamo-nos um pouco mais de nós mesmos, e como numa neblina, um vazio frio e úmido passa a nos envolver. Nossos dias começam a se tornar tristes, nossas amizades vazias, pois nos enterramos em conceitos que não são nossos para parecer agradáveis aos outros, esquecendo de nossa verdadeira essência.

Lembre-se, ninguém é perfeito, você possui qualidades e defeitos como todos os demais seres humanos e por isso devemos aprender a conviver e aceita-los. A beleza da diferenciação humana está justamente nestas imperfeições, “até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro" diria Clarice Lispector.

Como ensinar e gerir pessoas se ainda estamos impregnados de preconceitos e crenças arcaicas e se quando em bandos voltamos a nos comportar como animais.

Vide o comportamento das pessoas quando estão em reuniões, seja na empresa, colégio, igreja ou clube basta alguém ter uma idéia, se vestir ou se comportar de um modo diferente para ser metralhada por argumentos contrários e criticas severas.

Qual será o futuro comandado por este tipo de lideres?


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Autor: Roberto Recinella

Publicado em: 06/07/2011, no site: www.qualidadebrasil.com.br

domingo, 17 de julho de 2011

Congestionamento de problemas de saúde


O trânsito complicado pode provocar dores musculares, estresse, crises respiratórias. Saiba evitar

Fernanda Aranda, iG São Paulo,  em 14.07.2011

Foto: null
Trânsito congestionado em uma típica tarde paulistana

A distância de 30 quilômetros foi percorrida em 3horas e 4 minutos. Durante todo o trajeto, em velocidade tartaruga, o médico ortopedista Rubens Rodrigues não apenas lamentou o congestionamento que separava a sua casa do aeroporto como também abria e fechava as mãos, esticava os braços para cima e girava os pés repetidas vezes.
A “coreografia” dentro do veículo é só uma das dicas para evitar os males dos engarrafamentos, que vão além do estresse. Nos últimos 10 anos, segundo os dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) surgiram, em média, 165 mil novos carros. O crescimento da frota na década foi de 103%, bem maior do que o aumento populacional no mesmo período, de 17,1% (mostram os dados do IBGE).
O descompasso entre veículos, pessoas e espaço físico fez com que o problema do trânsito parado deixasse de ser um privilégio só de São Paulo e fosse exportado para as principais capitais do País. Prova disso é uma pesquisa encomendada pelo Ministério do Meio Ambiente que detectou poluição veicular acima dos padrões seguros ditados pela Organização Mundial de Saúde não apenas na atmosfera paulista, como também em Recife, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Curitiba.
O Delas conversou com especialistas para saber como amenizar os principais problemas de saúde trazidos pelo tráfego congestionado.
Dores nas costas

Foto: Getty Images
Dores

Pela janela do carro você olha, com piedade, as pessoas que se apertam no ônibus, espremidas e em pé. Antes de ter pena, o médico do Instituto de Ortopedia de São Paulo (IOT) faz um alerta.
“Para a coluna, não há mal pior do que o aparente conforto dos automóveis. Ficar sentado por mais de uma hora é o suficiente para desencadear dores lombares e cervicais”, afirma Rubens Rodrigues.
Por isso, durante o trajeto, ele orienta a esticar os braços, como se estivesse se espreguiçando. “Um único percurso por trânsito congestionado é suficiente para provocar um microtrauma nas costas. O acúmulo pode desencadear um problema crônico. Por isso, além de mexer os braços, é importante fazer alongamento ao sair do carro”, orienta o especialista.
Problemas de circulação
Outro impacto imediato é na saúde das pernas, pés e aparelho circulatório. A ausência de movimentos, faz com que o sangue tenha mais dificuldade para percorrer o organismo. As varizes não são as únicas sequelas. Embolias, em casos mais severos, também podem ser um efeito colateral.
O presidente do Sindicato de Taxistas de Porto Alegre, Luiz Nozari, diz que a situação é tão preocupante que na capital gaúcha a entidade já fez parceria com a associação de cirurgiões vasculares para conscientizar sobre o problema.
“Não há nada mais grave do que sair do banco do carro e ir direto para o sofá. Sempre preconizamos o exercício físico após o trânsito e, como cada pessoa tem um limite, a sugestão mais democrática é a caminhada”, sugere Nozari.
Comparar a rotina de um taxista, que fica no trânsito uma média de 12 a 14 horas por dia, com a de uma pessoa que não trabalha na praça não é um exagero. Isso porque, grande parte dos trabalhadores do País, antes de pegar a maratona engarrafada, fica horas sentado em frente ao computador, em um escritório, na sala de aula ou em reunião. Por isso, além de movimentar as pernas e caminhar após o trânsito, uma boa dica é beber muito líquido durante o dia, receita básica para quem quer amenizar os problemas circulatórios.


Dores de cabeça e estresse
Em um congestionamento, não faltam gatilhos para a dor de cabeça, explica Carlos Bordini, presidente da Sociedade Brasileira de Cefaléia.
“Ansiedade por não querer chegar atrasado ao compromisso, raiva por ter de pegar trânsito mais uma vez, poluição e barulho potencializam as crises de enxaqueca e de dores de cabeça”, explica o neurologista.
Segundo o médico, estes fatores não causam a dor de cabeça, mas evidenciam que a pessoa é suscetível à doença. “Neste caso, a ocasião não faz o ladrão mas o revela”, compara. “Como hoje os congestionamentos tornaram-se problemas inevitáveis é importante que a pessoa tenha mecanismos de controle de estresse. Cada um tem o seu, mas existem os universais como ioga e meditação”, diz.
Em situações estressantes, afirmam os especialistas, a respiração também é prejudicada, o que influencia a circulação e as dores cabeça. Inspirar e expirar profundamente ajuda a melhorar o quadro. O taxista Luiz Nozari sugere ainda aproveitar a paisagem, que às vezes fica escondida no congestionamento.
Poluição e problemas respiratórios
Os escapamentos dos automóveis estão a todo vapor do lado de fora. A sensação é de que dentro do carro estaremos mais protegidos dos gases tóxicos. Engano. O Laboratório de Poluição da USP já fez medições com um aparelho especializado, chamado monoxímetro, e constatou que no interior dos veículos a poluição chega a ser 30% maior do que às margens das grandes avenidas de São Paulo.
Fechar os vidros e ligar o ar-condicionado nem sempre é uma boa opção, já que a implicação imediata dos gases em excesso é a debilitação do aparelho respiratório, também prejudicado pela atmosfera resfriada.


“A alta concentração dos poluentes nos centros urbanos associada à baixa umidade leva a irritação e inflamação das mucosas respiratórias e as pessoas já portadoras de doenças respiratórias crônicas (asma, bronquite, rinite) têm maior tendência a apresentar crises”, explica o pneumologista Mauro Gomes, membro da comissão de Infecções Respiratórias da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia em material divulgado pela entidade.
A solução neste caso não é simples. Os especialistas orientam que a melhor maneira é optar por outras formas de locomoção antes de priorizar o transporte individual. Ainda que a falta de ônibus, metrô e vans públicas de qualidade pareça incentivar o uso dos automóveis, o excesso de carros que prejudica os pulmões provoca um ciclo de doenças que começam pelo trato respiratório, cardiovascular e até depressivo. Pesquisa do Instituto do Coração (Incor) já mostrou inclusive que a poluição veicular potencializa infartos, acidentes vasculares cerebrais e diabetes.

sábado, 16 de julho de 2011

Ser hostil e competitivo faz mal ao coração

Do site: www.delas.ig.com.br, em 14.07.2011

Pesquisa mostrou que personalidade negativa favorece o espessamento das artérias

The New York Times





Foto: Getty Images
Raiva crônica favorece o aparecimento de doenças cardiovasculares
Pessoas hostis, especialmente as manipuladoras e agressivas, podem estar pagando um preço em termos da saúde do coração.
Pelo menos é o que aponta um estudo feito na Itália, que avaliou mais de 5 mil pessoas e descobriu que os tipos considerados hostis apresentaram um espessamento das paredes das artérias do pescoço ligado a um risco 40% maior de ter estreitamento destes vasos – uma condição que aumenta o risco para doenças cardiovasculares como infarto e acidente vascular cerebral (AVC).
“As pessoas normalmente se preocupam com o estresse, mas às vezes é o modo como a personalidade interage com ele que influencia a saúde”, observou o Ralph Sacco, presidente da Associação Americana do Coração e professor de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Miami e não envolvido no estudo.
“O conhecimento é o primeiro passo para a mudança de comportamento”.
O estudo foi publicado na edição online do periódico científico Hipertensão (do inglês Hypertension). Nele, uma equipe liderada por Angelina Sutin, do Instituto Nacional do Envelhecimento dos Estados Unidos, coletou dados de mais de 5.600 pessoas em quatro pequenas cidades na Sardenha, Itália. Analisando o material recolhido, constatou que os participantes que apresentaram pontuações altas em características como raiva, competitividade e agressividade – que os pesquisadores chamaram de traços antagônicos – tinham as paredes das artérias do pescoço (carótidas) mais espessas em comparação com as pessoas que pontuaram bem nos traços de personalidade agradáveis.
Depois de três anos, as participantes que pontuaram mais nas características agressivas, particularmente os que eram manipuladores e rápidos para demonstrar sua raiva, seguiam dento espessamento das paredes das artérias. Participantes que tiveram pontuações bem baixas nas características agradáveis ou pontuaram muito nos traços antagônicos apresentaram um risco aumentado de 40% para espessamento das paredes arteriais.
Em entrevista ao periódico Sutin afirmou que “pessoas que tendem a ser mais competitivas e dispostas a lutar por seus interesses têm as paredes arteriais mais espessas, o que é um importante fator de risco para doenças cardiovasculares”.
“Pessoas com traços agradáveis tendem a ser confiantes e demonstram interesse nos outros, enquanto pessoas com altas pontuações em traços antagonistas tendem a ser desconfiadas, céticas e cínicas ao extremo, manipuladoras, egoístas, arrogantes e rápidas em expressar sua raiva.”
O estudo mostrou ainda que os homens tinham mais espessamento das paredes das artérias do que as mulheres. Entre as mulheres que pontuaram alto em traços antagônicos, o risco de rapidamente alcançou o dos homens.


Normalmente, o espessamento das paredes da artéria é um sinal de idade, no entanto, a pesquisa mostrou que até mesmo os jovens com características antagônicas já apresentavam espessamento das paredes das artérias. Esta constatação ficou mais consistente, mesmo depois que fatores relativos ao estilo de vida, como o tabagismo, foram levados em conta. Para Sutin, os resultados vão ao encontro de pesquisas feitas em regiões mais urbanas e podem ser aplicadas a outras cidades do mundo.

Comentando o estudo, David L. Katz, diretor do Centro de Pesquisas para Prevenção da Escola de Medicina da Universidade Yale, disse que pessoas hostis realmente tendem a ser menos saudáveis. “O campo emergente da psicoimunologia revela múltiplos e poderosos caminhos pelos quais nosso estado emocional influencia os níveis de hormônios e neurotransmissores que, por sua vez, afetam o funcionamento dos sistemas imune e nervoso. E quem sabe todos os outros sistemas” disse Katz.
“Temos muitas razões para concluir que a raiva crônica é ruim”, afirmou o médico. “Agora o desafio: em um mundo de muitas irritações e fatores estressores, como fazer a raiva crônica e a hostilidade irem embora? Se conseguirmos superar esse desafio, os múltiplos benefícios – tanto para as carótidas quando para a sociedade – parecem muito claros.”

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Por que viramos monstros no trânsito?


Só em São Paulo, a polícia separa cerca de 70 brigas de trânsito por dia. Por que cidadãos comuns perdem a cabeça ao volante?

Verônica Mambrini, iG São Paulo | 14/07/2011 06:10
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Foto: AE Ampliar
Acidente entre Porsche e Tucson no Itaim Bibi
    O analista de sistemas William Cruz, 37 anos, já recusou duas propostas de emprego porque teria que ir de carro. Não que ele não tenha habilitação. Mas, há cinco anos, não dirige a não ser em casos de extrema necessidade. A decisão foi tomada porque William percebeu que se transformava quando estava ao volante.

    COMO MANTER A CALMA E EVITAR BRIGAS

    “Cheguei a ser perseguido por um maluco com a arma para fora da janela e a perseguir alguns outros para me vingar de uma fechada”, diz o ex-motorista agressivo. “Dirigir me tirava do sério e me transformava em outra pessoa. Cheguei a ter ataques de fúria, aliviados com socos no volante e gritos de raiva com a janela fechada, por frustração de estar parado.”
    Ele deixou o carro pela bike, e os sintomas passaram. “Dirigir em São Paulo é o caminho para a insanidade ou o infarto precoce”, afirma. “Quando comecei a usar a bicicleta na rua me curei disso, porque percebi o quanto as vidas fora do carro eram frágeis e o quanto aquele comportamento as colocava em risco.”
    William não está sozinho e qualquer motorista nas grandes cidades pode comprovar isso – dentro ou fora de seu carro. Ao volante, perdemos a cabeça e fazemos coisas que jamais faríamos em juízo normal. De acordo com a Polícia Militar de São Paulo, 70 chamadas diárias são para resolver brigas de trânsito. Mas o que transforma cidadão em monstros ao volante?

    “A raiva vem frustração e falta de respeito pelos outros. É um estado emocional que vem como uma explosão na mente e no corpo”, diz Leon James, professor de psicologia da Universidade do Havaí que especializou-se em stress no trânsito. Ele explica que quanto mais um motorista fica remoendo um incidente no trânsito e pensando nisso, mais está predisposto a ter um ataque de fúria. “Eventos negativos no trânsito são o gatilho da sensação de raiva, que fazem o motorista ter a sensação de que a culpa é do outro, que o outro é sempre culpado por seu atraso ou erro”.



    Foto: Arquivo pessoal
    William Cruz adotou a bicicleta porque reconheceu que se transformava ao volante
    Raiva no trânsito é doença
    Pode parecer que é só o jeito mais “pavio curto” de algumas pessoas, ou que o trânsito é assim mesmo, mas chegar ao ponto de brigar com desconhecidos no trânsito pode ser uma doença grave. “A maioria dos indivíduos agressivos no trânsito é portador de transtorno explosivo intermitente (TEI), segundo estudos internacionais”, diz a psicóloga Maria Christina Armbrust Virginelli Lahr. “O ambiente é um desencadeador.” De acordo com ela, cerca de 6% da população mundial sofre do transtorno. “A relação do TEI e com o trânsito é estudada há mais de 60 anos, pelo risco de saúde pública.”
    De acordo com a psicóloga, as pessoas não procuram tratamento porque acham que é normal. “Mas essa agressividade afeta a vida delas, pode trazer prejuízos pessoais, profissionais”, afirma Maria Christina. “O agressivo se sente vítima de injustiça, tem incapacidade mental de lidar com frustração e não suporta ser criticado. Nunca houve tantos estímulos para o TEI se manifestar”, afirma a psicóloga. Para piorar, a sensação de anonimato no trânsito favorece o sentimento de hostilidade pelo outro.


    Para ela, existem pessoas que não poderiam sequer ter carta de habilitação. “A avaliação psicológica do candidato é falha. O psicotécnico por si só não consegue identificar quem é apto a enfrentar o trânsito”, afirma. De quebra, quem comete infrações e se mostra incapaz de se integrar socialmente com seu veículo no trânsito com outras pessoas não é suficientemente punido. “Não tem contenção para essas pessoas, que se tornam uma arma contra ela e contra os outros”, diz Maria Christina.


    Foto: (Arquivo Pessoal) Ampliar
    Priscila Moreno perdeu sua carteira em seis meses
    Problemas de infra-estrutura
    Mas o transtorno não acomete a todos que perdem a cabeça. Leon acredita que a direção agressiva é um mau hábito que tem cura. A raiva desproporcional que tira as pessoas do sério no trânsito é comum em grandes cidades e tem até uma expressão em inglês: “road rage”.
    Diante de níveis alarmantes dessa doença social, São Paulo tem adotado medidas para minimizar caos no trânsito, como reduzir a velocidade das vias. Isso porque a forma como a cidade está organizada também faz diferença no gatilho da raiva: entre os fatores que Maria Christina elenca, está o mau estado de conservação das ruas e estradas, a falta de iluminação, a falta de controle dos agentes de trânsito, a negligência com os próprios erros, carros obstruindo os cruzamentos, a pressa.


    Há uma explicação antropológica também. “Ter uma infraestrutura funcional e limpa faz você dirigir melhor. É como entrar na casa de uma pessoa: se é asseada e organizada, você é conduzido ao comportamento educado”, afirma o antropólogo Roberto da Matta, autor de “Fé em Deus e Pé na Tábua”, sobre o comportamento do brasileiro no trânsito.
    O antropólogo acha absurdo dados como as 70 brigas diárias registradas pela PM. “Isso nos diz que o espaço público brasileiro precisa ser politizado, no sentido de uma tomada de consciência para esses comportamentos absurdos”, afirma. “Somos alérgicos a igualdade. O sinal vale para todos, no cruzamento existe uma regra para dar passagem. Mas não somos educados para obedecer isso. No Brasil, desobediência é um sinal de inferioridade, quem obedecia era o escravo. Quem manda não obedece. Numa sociedade democrática, todos mandam e obedecem.”
    Autocrítica
    Essa sensação de ser justiceira no trânsito já fez parte da vida da designer Priscila Moreno, 28 anos. Ela acumulou tantos pontos que perdeu a carteira em seis meses. “Brigava muito, com todo mundo. Adorava ‘disciplinar’ os outros, impedindo ultrapassagens pela direita, por exemplo.” Ao mesmo tempo, abusava da velocidade quando não estava com o filho a bordo. Priscila bateu o carro da mãe três vezes e duas o do ex-marido. “Nunca feri ninguém por sorte”, diz. Priscila ainda é apaixonada por velocidade, mas trocou as quatro rodas por duas sem motor. Agora, ela policia os próprios comportamentos e não esquece que tem um filho para criar. “Comecei a fazer terapia também.”


    Os especialistas são unânimes: falta olhar para o próprio comportamento. É como se a culpa fosse sempre do outro, e isso justificasse o comportamento agressivo. “Numa sociedade liberal e democrática, você trata o outro como gostaria de ser tratado”, afirma da Matta. Ele explica que por trás de frases como “mulher no volante, perigo constante”, ou “só podia ser um velho mesmo”, estão estereótipos que precisam ser discutidos e desmanchados. O brasileiro também tem uma relação enviesada com o espaço público, e não sabe se comportar com o coletivo. “É uma terra de ninguém onde existe uma disputa para hierarquizar”. Como é impossível saber quem está atrás do volante do lado, por via das dúvidas é melhor evitar a briga.

    quinta-feira, 14 de julho de 2011

    A lei do triunfo


     Faz exatamente quinze anos que eu tive a curiosidade e a felicidade de ler o livro A Lei do Triunfo, de Napoleon Hill, pensador e escritor encarregado por Andrew Carnegie, o magnata do aço americano, de entrevistar mais de 16 mil pessoas bem-sucedidas nos Estados Unidos, no início do século passado. O livro é resultado de vinte anos de pesquisa e muito trabalho onde o autor resume, em 17 princípios, as características, os valores e as virtudes de 500 ilustres selecionados que conquistaram a glória naquele país. Naturalmente, são princípios aplicáveis ao mais comum dos cidadãos que deseja crescer pessoal e profissionalmente.

    Quando eu realizei o investimento, o livro estava na décima primeira edição. Hoje está na trigésima. Apesar de velhinho, surrado e um tanto amarelado o livro, é óbvio, mantenho-o na cabeceira da cama, ao alcance de todos. Se alguém da família se aproxima com cara de desânimo, eu simplesmente retiro-o da estante e coloco à disposição para leitura, revisão de conceitos e uma boa reflexão.

    Toda vez que eu comento ou recomendo esse livro, alguns torcem o nariz, outros se fazem céticos e muitos talvez até desacreditem no meu trabalho pelo fato de o considerarem uma espécie de autoajuda, o que, para uma leva de desavisados, não soa bem para um professor e pesquisador como eu. O fato é que o livro realmente teve uma importância significativa no meu desenvolvimento pessoal e profissional e isso é o que realmente vale.

    Assim ocorre com todos os seres humanos que foram agraciados com a habilidade da leitura e do gosto pelas palavras. Conheço gente que daria tudo para aprender a ler e conseguir comprar bons livros com mais freqüência. E de todas as pessoas que conheço e gostam de boa leitura, a maioria tem um título marcante na ponta da língua para mencionar e sente orgulho de ter lido. No meu caso são muitos, porém A Lei do Triunfo é especial bem como A Montanha Mágica, de Thomas Mann, Premio Nobel de Literatura, e a Revolução dos Bichos, de George Orwell, clássicos da literatura mundial.

    Apesar do sucesso de Napoleon Hill, é possível encontrar na web uma sucessão de comentários negativos a respeito do seu trabalho, coisas do tipo “não acredito em livros que indicam a fórmula da riqueza ou do sucesso” ou ainda “isso ajuda somente quem vende livros de autoajuda”, porém o escritor, na época um jovem repórter, deixou o nome registrado na história. E isso irrita muita gente que prefere combatê-lo em vez aplicar pelo menos uma parte dos princípios divulgados no livro.

    Quando você devorar o livro num instante, o que aconteceu comigo, talvez chegue à mesma conclusão do autor. Pensar, planejar, ser criativo, suar a camisa, ser uma pessoa de fé e ter confiança em si mesmo dão um trabalho danado. Para muitos, é mais fácil acertar na megasena, apropriar-se das terras alheias, desviar dinheiro das empresas ou, quem sabe, aguardar ansiosamente a herança do papai que já está velhinho, coitado, nem aproveita mais nada.

    De fato, parafraseando Napoleon Hill, enquanto o ser humano não encontra um propósito definido na vida, dissipa energias e dispersa pensamentos sobre diversos assuntos e em variadas direções, que não conduzem ao poder, mas à indecisão e à fraqueza. E posso acrescentar, por experiência própria, às críticas, à inveja e à perda de energia vital. Anterior a ele, Emerson era mais contundente com sua escrita refinada e, por vezes, de difícil entendimento: “ser você mesmo em um mundo que está constantemente tentando fazer de você outra coisa é a maior realização”. Leia isso várias vezes, se necessário.

    Certamente, alguém que teve o prazer de conhecer e conversar com pessoas como Andrew Carnegie, Henry Ford, John Rockfeller, Theodore Roosevelt e Thomas Alva Edison, pressupõe-se, não volta ao seu estado original, pois acumula uma sabedoria singular. Seria o mesmo que conviver com personalidades do calibre de Abílio Diniz, Antonio Ermírio de Moraes, Miguel Krigsner, Rui Barbosa, Silvio Santos e Zilda Arns. O semblante das pessoas muda quando se referem a eles.

    Dos dezessete princípios definidos pelo autor, quatro influenciaram significativamente o meu modo de pensar e agir: o objetivo principal definido, a imaginação, a fórmula da confiança em si mesmo e a força do hábito, os quais eu tomei a liberdade de transformar em missão, visão, autoconfiança e persistência. A Lei do Triunfo transforma as pessoas.

    O lado prático de A Lei do Triunfo resume-se ao seguinte: não existem atalhos para o sucesso. A combinação de um desejo ardente de prosperidade com um propósito de vida definido e um plano de ação efetivo para se atingir o objetivo será sempre o melhor caminho. Fé inabalável em Deus e confiança em si mesmo são ingredientes indispensáveis. E como diria Edison, o pai da lâmpada elétrica, 1% por cento de inspiração e 99% de transpiração são mais do que suficientes.

    A inquietude típica de criança, a insatisfação geral com o mundo e a necessidade permanente de sentir-se importante são apenas algumas das razões que impulsionam o ser humano para inúmeras tentativas de aceleração da riqueza material antes mesmo de uma realização interior mais profunda, mais consistente e digna de merecimento perante sociedade. Somos meramente iludidos com a idéia de que dinheiro e poder nos farão respeitados.

    Durante muito tempo eu atribuí uma série de justificativas, quase todas infundadas, para o meu fracasso profissional até determinada fase da minha da vida. Quando fui demitido, então, o mundo desabou sobre mim. Embora eu fosse reconhecido nas empresas onde trabalhei, eu nunca estava contente. O preciosismo e o perfeccionismo foram extremamente prejudiciais na minha carreira. Faltou-me a simplicidade, a força do pensamento positivo, mais atenção aos relacionamentos.

    Infelizmente, ninguém consegue mudar o passado, mas é possível aprender com ele, portanto, olhar para o futuro e viver intensamente o presente é o caminho mais sensato, motivo pelo qual decidi levantar a cabeça, dar a volta por cima e criar uma visão e uma missão de vida sustentada por valores inegociáveis, os quais serão levados comigo até o dia do suspiro final.

    Como diria Emerson, o grande pensador americano, “nada te pode trazer paz senão o triunfo dos princípios” e tenho em mente que os princípios são a base para o triunfo. Portanto, nunca deixe de sonhar, de ser otimista, de praticar o bem. Lembrando Shakespeare, “nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos ganhar por medo de tentar”.

    Por fim, prepare-se para o melhor, espere o melhor, pense sempre no melhor e a Lei do Triunfo será cumprida. As palavras de Napoleon Hill encerram a lição de hoje: “Ame as suas visões e os seus sonhos como se eles fossem as crianças da sua alma; os planos de suas maiores realizações”. 
    Pense nisso e seja feliz!


    Autor: Jerônimo Mendes

    Publicado em: 07/07/2011, no site: www.qualidadebrasil.com.br

    quarta-feira, 13 de julho de 2011

    O maior segredo para estratégia

      

    A semana passada fui assistir o lançamento de um livro e difusão do curso sobre estratégia, e o autor  através de sua pesquisa propõe que uma estratégia para ser bem elaborada e concluída são necessários nove(9) pessoas cada uma com sua especialização para compor um grupo.

    No momento por minha experiência refleti o quanto isso é difícil, porque cada ser humano tem suas características próprias para se relacionar e atingir seu objetivo e também o quanto é importante para que uma estratégia tenha êxito.

    O relacionamento humano como podemos perceber é importante para o sucesso de uma empresa,  para um bom planejamento estratégico estas nove pessoas devem-se  relacionar muito bem na busca do consenso com um só objetivo final, até em negociações delicadas ou arriscadas, sempre sendo fieis e sinceros uns aos outros, não se deixando levar por influências que tragam benefícios  só a si.

    É uma equipe, todos são diferentes nas suas especialidades, mas devem ser  iguais nas suas qualidades de se relacionarem, discordarem e se entenderem. 

     Para que exista um ambiente adequado para este relacionamento humano, é necessário que cada ser humano tenha qualidades além das  que o tornaram especialista na sua área de atuação, e esta qualidade é a que compõe o seu caráter, sua postura, ética, respeito, enfim um perfil de especialista em ser “ser humano”.

    Para isso o ser humano tem que desenvolver certas qualidades, como por exemplo a humildade, que está esquecida na atualidade, este sentimento nivela os homens, mostra-lhes que são irmãos, que devem ajudar-se mutuamente, se todos os componentes da equipe tiverem desenvolvido este sentimento, o sucesso será plenamente atingido.

    Se seres humanos nascem em um meio onde podem desenvolver a inteligência é porque  lhes é dada uma missão, assim a inteligência deve ser bem aplicada para ajudar a progredir a humanidade ao invés de torná-la em um instrumento de orgulho e desavenças.

    Procuremos desenvolver nossas qualidades morais para podermos conviver em equipe, e transformar  nosso ambiente de trabalho e um local feliz, com grande produtividade, lucratividade e amor.

    Autor: Darcio Calligaris

    Publicado em: 05/07/2011, no site: www.qualidadebrasil.com.br