quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Efeitos da sedução

Do site: www.mentecerebro.com.br em 28 de novembro de 2011

Olhar fotos de mulheres atraentes aumenta agressividade masculina



Apesar de terem avançado em aspectos sociais e tecnológicos, os humanos ainda conservam alguns instintos como tentar garantir sucesso reprodutivo por meio de disputas físicas. Pelo menos é o que mostra um estudo publicado pelo periódico científico Personality and Social Psychology Bulletin. Uma das pesquisas citadas no trabalho foi coordenada pelo psicólogo Chang Lei: 41 mulheres e 60 homens chineses deviam analisar 20 fotografias de pessoas do sexo oposto, divididas em dois grupos, o dos mais atraentes e o dos menos interessantes. Em seguida, o pesquisador pedia aos voluntários que respondessem a 39 questões relacionadas à possibilidade de a China participar de guerras ou de conflitos comerciais com três países estrangeiros. Ao analisarem as respostas, os pesquisadores observaram que a maior parte dos homens apresentou tendências bélicas depois de ver imagens de moças que julgavam atraentes. O mesmo efeito não foi notado quando as perguntas eram sobre conflitos comerciais. Entre as mulheres as fotografias não exerceram influência em nenhum dos casos.


Em outro experimento, 23 voluntários do sexo masculino viram oito imagens com a bandeira da China e oito com pernas femininas antes de participarem de um teste de computador no qual deveriam identificar a palavra “guerra” o mais rápido que conseguissem. Se fossem motivados por patriotismo, era esperado que os participantes do estudo se saíssem melhor após verem a bandeira de seu país. Mas, na verdade, os mais ágeis foram os que observaram fotografias de pernas de mulheres. Uma possível explicação é que talvez os homens acreditem, mesmo que inconscientemente, que garotas preferem parceiros fortes, capazes de derrotar possíveis “concorrentes”, como acontece em outras espécies.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Imagens mostram efeito neural do tédio



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Do site: www.mentecerebro.com.br em  24 de janeiro de 2012

Ausência de estímulos provoca diminuição de conexões neurais

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Que ocorre no cérebro quando estamos entediados? Pesquisadores da Universidade de Michigan convidaram alunos a realizar uma longa e repetitiva tarefa de identificar letras em uma parede enquanto tinham sua atividade neural monitorada por ressonância magnética. Sem mudança de cor, tamanho ou forma do alfabeto, o neurocientista Daniel Weissman, autor do experimento, pretendia simular uma situação monótona para analisar possíveis alterações neurais nos voluntários.

O pesquisador verificou que nos momentos em que as respostas dos participantes se tornavam mais lentas – o que indica queda na atenção, algo normal diante da ausência de estímulos – havia uma drástica diminuição da conexão entre as regiões neurais, principalmente as responsáveis pelo autocontrole, visão e linguagem. “A atenção funciona como uma espécie de 'lubrificante' para a troca de informações entre as áreas cerebrais. Nosso objetivo agora é verificar por que, apesar da falta de coordenação entre as regiões, algumas delas, como o córtex cingulado anterior, se tornam isoladamente mais ativas que outras”, diz o neurocientista.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A chance de acertar

Do site: www.mentecerebro.com.br

A hesitação dos mais velhos rouba alguns segundos, mas permite que erros caiam pela metade comparados aos dos jovens

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Muitos ainda acreditam que atividades de precisão, como informática, e idosos não combinam, pois os mais velhos seriam confusos e propensos a se enganar. Resultados de pesquisas, porém, mostram que essa impressão pode ser preconceituosa: na prática, eles tendem a errar menos. É nisso que acredita o neurocientista Michael Falkenstein, do Instituto de Fisiologia do Trabalho da Universidade de Dortmund, na Alemanha. O pesquisador – que coordena estudos sobre as capacidades cognitivas de idosos e, em especial, de que maneira eles lidam com ambientes modernos de trabalho, em geral informatizados – percebeu que quando os voluntários de suas investigações cometem algum equívoco ao realizar tarefas simples no computador, seu cérebro emite uma “onda de erro” mais plana que a verificada em jovens.

Segundo Falkenstein, isso não significaria que a reação ao engano cometido é menor e sim que essas pessoas “ganham” alguns segundos antes de passar à próxima tarefa. Parece pouco, mas essa hesitação é o suficiente para detectar eventuais enganos e corrigi-los. O que, em princípio, parece uma desvantagem é bom, no final das contas: “Por essa razão, os mais velhos cometem apenas a metade dos erros dos mais jovens”, ressalta o pesquisador.

Essa lentidão produtiva revelou-se bastante nítida no cumprimento de uma tarefa proposta com o intuito deliberado de irritar os participantes. Eles deveriam clicar numa seta que apontava para determinada direção, tão logo ela aparecesse numa tela de computador. Pouco antes de sua aparição, porém, o programa esparramava diversas outras setas pelo monitor, apontando para todas as direções. Por causa dessa confusão, o tempo de reação dos jovens e dos idosos alongou-se consideravelmente e os mais novos cometeram maior número de erros.

No que diz respeito à compreensão e ao processamento da linguagem verbal, os mais velhos tampouco se saem pior. Nessa área, contudo, seu cérebro faz uso diverso dos próprios recursos. Foi o que descobriram neurologistas do Centro de Neurologia Cognitiva e da Doença de Alzheimer da Universidade Northwestern de Chicago, que testaram 50 pessoas com idade entre 23 e 78 anos. Deitados num tomógrafo de ressonância nuclear magnética, os voluntários foram solicitados a, partindo de duas listas, extrair pares de palavras aparentadas, semelhantes no significado ou na ortografia. Desta vez, os mais velhos se mostraram tão capazes quanto os jovens. E isso a despeito de regiões cerebrais tais como os lobos frontal e temporal esquerdo, e da menor atividade de determinados centros visuais responsáveis pelo reconhecimento e interpretação da linguagem. Em compensação, seu cérebro revelou atividade mais intensa em regiões responsáveis pela atenção, como o córtex cingulado posterior. “O cérebro não é, portanto, um órgão estático; de acordo com a idade ele desempenha as mesmas tarefas de forma diferente”, enfatiza o pesquisador Darten Gitelman, responsável pelo estudo.

Experimentos com animais comprovam a espantosa flexibilidade do cérebro. Células neurais em perfeito estado são capazes de assumir as funções de neurônios vizinhos, inutilizados em consequência de acidente ou derrame. Ademais, novas sinapses podem se formar. O cérebro, portanto, se mantém e se conserta sozinho, logrando assim preservar o próprio desempenho – ou mesmo incrementá-lo: quem aprende algo novo estimula sua rede neuronal a formar novas conexões e, ao fazê-lo, retarda o processo de envelhecimento.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Café paulista com sorriso baiano




Jovem, vivia em uma pequena e pacata cidade na chapada diamantina.
Tarefas muitas, empregos poucos, e a vida seguia, um dia após o outro, sem grandes mudanças.
 
Depois de um dia de labuta, gostava de sentar com os pais na pequena varanda, e ali, enquanto os corpos estirados se livravam do cansaço, entre um assunto e outro, falados sem pressa, admiravam o céu. Cada jóia, cada ponto brilhante, colocados ali por Deus, como de propósito, Sabedor que haveria diariamente um ponto de encontro e contemplação.
 
Ah, as cidades mais ao sul, as capitais, cheias de gente, modas e oportunidades!
Cada imagem na televisão, nas revistas, nas conversas dos amigos faziam com que perdesse o sono, imaginando meios e maneiras de poder conhecer aquele pedaço de mundo.
 
Assim, a jovem não perdia a oportunidade de guardar cada centavo que pudesse e enviar cartas aos parentes e amigos para, quem sabe um dia, ir ver de perto e desfrutar um pouco da abundância, tão comentada nas correspondências que recebia das pessoas e parentes que lá viviam.
 
Quem procura sempre encontra e quando já pensava em desistir, ali estava. Uma oportunidade de trabalho, um local para morar, junto aos seus, que haviam há alguns anos deixado também aquela terra, da qual diziam morrer de saudades, mas que dificilmente voltariam.
 
Assustada e preocupada fez as malas, incentivada pelos pais: - Vai minha filha, isto não é vida para você. Esta terra é linda, mas viver dela é sofrido! Sempre haverá tempo para visitas e quem sabe um dia para a volta. Com juízo, vá sim. Faça seu destino. Não a criamos para nós, mas para o mundo!
 
E lá se foi ela, horas de ônibus, que mais aumentavam seu medo e expectativa, sem saber o que realmente encontraria.
Recebida pelos parentes, que há muito não a viam, foi abraçada com ternura e demoradamente, como se pudessem daquela forma se livrar rapidamente da doída saudade.
 
No dia seguinte seria domingo, fariam um almoço chamando amigos para que se enturmasse e pudesse se sentir em casa.
 
Agitada com tudo aquilo e querendo começar a nova vida logo, nem aceitou os conselhos para descansar. Dois dias depois já se apresentava para trabalhar. O patrão, amigo da família, alegre, gentil e brincalhão, a deixava à vontade para que, com calma, pudesse aprender com as outras colegas.
Ela ouvia tudo, quase não falava e muito tímida não gostava de atender o balcão na lanchonete, preferia os trabalhos internos.
 
Com o tempo, apoiada pelas brincadeiras dos amigos e o carinho dos colegas, foi se soltando e, para sua surpresa, se tornou conhecida e admirada por todos que ali faziam suas refeições e tomavam seu café.
A voz era baixa e meiga, o sorriso delicado um presente para quem chegava. Sua atenção era a recompensa para todos que frequentavam o local.
 
Com a sua presença, a boa comida e o atendimento gentil eram sempre acompanhados de uma especialidade da casa:
 
O saboroso café paulista com o doce sorriso baiano!
 

Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
Fones (11) 4526 1197 / (11) 9645 4652
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Twitter: @ivanpostigo
Skype: ivan.postigo

Publicado em 18-Jan-2012, no site: www.gestopole.com.br

sábado, 25 de fevereiro de 2012

A perda da elegância coloca três palavras mágicas sob risco de extinção




Um amigo pernambucano, daqueles que têm sempre uma reposta na medida, costuma dizer: - As relações estão mais difíceis porque o homem anda mais grosso do que papel de embrulhar prego.
 
Eu o ouço, porque é um sábio!
 
Ele é, como costuma repetir, “uma cabra porreta, feito em pé na rede!”
 
Um sujeito meigo, atencioso, falante, colecionador de amigos, mas de uma “brabeza” insuportável quando não gosta de alguma coisa.
 
Pois é, papel ou não, todo mundo tem a sua grossura!
 
E assim, vamos construindo e destruindo relações.
 
Fazia pouco que havíamos trocado alguns e-mails, fui almoçar com um colega consultor.
 
No caminho para fechar a reunião com um café, ele me disse: - Põe preço, eu compro o seu tempo. Disso você entende, então vem na loja comigo que preciso fazer umas compras.
 
Amizade não tem preço, e fomos! Pesquisa, conversa, especula, pergunta, negocia, pechincha, pronto. Compra feita!
 
Um cliente de pouco mais de dois mil Reais não é de se jogar fora, ta certo? Não foi a vista. Três parcelinhas no cartão, mas diga lá, um belo negócio, heim?
 
O movimento todo nos colocou em contato com três vendedores. Jovens, desinibidos, às vezes perdiam o foco, mas nada atrapalhou a condução do processo.
 
Assim que entramos na loja, sem qualquer motivo, meu subconsciente resgatou uma das lições daquele “filósofo do agreste”, uma das comendas que meu amigo se deu: - O homem está perdendo a elegância como castigo por não usar três palavras mágicas!
 
É verdade, percebi realmente que em nenhum momento, “por favor, com sua licença e obrigado” encontraram abrigo.
 
Para quem quer ou precisa construir relações e quer ou precisa do sucesso, seria bom repetir, pelo menos mentalmente, essas palavras umas cem vezes por dia. Muito? Não, divida em cinco períodos, aproveite e use para exercícios de dicção!
 
Use como mantra na hora da meditação. Acha bobagem usar essas palavras nessa hora? Elas são mágicas e sagradas.
 
Olha só a dica: mantras são sons sagrados que nos ajudam a entrar em estado de meditação. Mantra significa liberação da mente.  Man, em sânscrito, é mente e Tra significa liberação.
 
Dessa forma, resgatamos e liberamos nossa elegância. Não duvide, o mundo ficará melhor.
 
Essas três palavras mágicas têm alguns poderes: abrem portas, derrubam muros, constroem pontes.
 
Entrando no clima, com sua licença, o convidaria para integrar o grupo de resgate dessa preciosidade.
 
Por favor, lembre-se, sempre que puder, de convidar seus amigos.
 
Nós que gostamos da cordialidade, da generosidade, da elegância, ficaremos felizes com a sua participação.
 
Ah, e você vendedor, saiba que essa energia liberada pelas três palavras mágicas provoca tantas motivações nos consumidores para as compras que saem agradecidos.
 
Quando pensar em fazer um curso de “Técnicas de Vendas”, antes faça um cursinho preparatório chamado “Técnicas de Jeito”. Certifique-se, antes da inscrição, de que o tratamento das três palavrinhas está inserido no contexto.  Não custa recordar que “mesmo semente boa produz melhor em terreno fértil!”
 
Inserido no contexto é uma expressão interessante, não? Serve “prum montão de coisas.”
 
Aplaudimos seus esforços para resgate da elegância: Parabéns, obrigado!

Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Articulista, Escritor, Palestrante
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
Fones (11) 4526 1197 / (11) 9645 4652
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Publicado em 20-Jan-2012, no site: www.gestopole.com.br

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A PAZ EM RETROCESSO


por Benedicto Ismael C. Dutra
 


Quando a humanidade finalmente procurar soluções duradouras, que se ajustem às leis naturais da Criação que regem a vida, então, paz e harmonia poderão ser alcançadas para o bem dela própria.
Se percorrermos um rápido olhar pela história observaremos que a lógica do ganho tem permanecido acima de qualquer outra consideração. A humanidade de forma egoística sempre se posicionou contrariamente ao reconhecimento das leis da Criação, provocando miséria e sofrimento. Seja no período de exploração colonial de forma direta sobre os recursos e população das Colônias; na Revolução Industrial, impondo condições desumanas aos trabalhadores, seja mais recentemente impondo restrições aos países que afundaram em dívidas pela incapacidade de uma autogestão eficaz. A busca de um melhor futuro para todos não esteve presente nos manuais dos líderes tirânicos.
Agora estamos em outra fase com o despertar dos asiáticos para a economia de mercado promovendo a inclusão de milhões de trabalhadores, mas a forma como isso está ocorrendo coloca em evidência o secular desajuste econômico estrutural, pois a inclusão dos asiáticos com sua forma precária de absorção dos trabalhadores está desarrumando o sistema produtivo do ocidente acostumado a fartura e orçamentos deficitários, sem que tivesse havido previamente um consenso de como isso poderia ser feito sem provocar o retrocesso social e da produção industrial em muitos países.
O consumo do planeta já superou os limites dos recursos naturais disponíveis, mas a população continua aumentando. Estamos nos extremos que fazem da vida uma renhida e caótica luta pela sobrevivência, pois o equilíbrio foi rompido e tudo fica mais difícil. E difícil será manter os ânimos serenos. A China adota ousados sistemas educacionais com a integração dos alunos, seus pais e professores que são submetidos a continuados programas de aperfeiçoamento. Melhorar é muito agradável, mas quando se trata de retroceder nas conquistas, a adaptação é complicada, principalmente se as pessoas não entenderem o que está se passando, sendo forçadas a uma situação que exige sacrifícios com poucas esperanças.
Há também o grave problema cambial com a confrontação das moedas. Desde o término da Segunda Guerra, o dólar administrado pelo FED manteve a posição de moeda mundial, tendo ao seu lado a libra inglesa com menor expressão, mormente depois da flutuação que propiciou polpudos ganhos para o mega investidor George Soros. Em seguida, veio o fortalecimento do yen, mas com a fragilização da economia japonesa, teve a sua expansão limitada. Por fim surgiu o euro, moeda compartilhada entre os países membros da comunidade europeia. No entanto, após dez anos, o euro apresenta nitidamente suas incoerências como moeda de peso internacional. Apesar de depreciado, o dólar permanece no topo como opção prioritária dos investidores, pois a opção é ele ou ele, não há outra. A China tem moeda própria, mas a sua política monetária e cambial segue os passos da moeda americana, favorecedora de incentivar as exportações.
O poder de emitir moeda é muito forte. Emitir moeda de curso mundial é mais ainda pelas possibilidades de interferir amplamente na economia global. No entanto, os países ficaram viciados em dívidas, enquanto surgia no mercado financeiro um poder paralelo desvinculado do sistema de produção e circulação de bens, estabelecendo-se a economia de cassino com circulação financeira virtual, com volume de operações dez vezes superior ao da produção de bens, dando margem a muitos golpes financeiros que também foram arrebentar nas contas dos países semi-falidos. A exacerbação das atividades financeiras se tornou a praga que contamina o futuro da humanidade.
Os sistemas empenhados em produzir bens para exportação, acumulação de reservas, políticas de manipulação das cotações das moedas, e geradoras de dependências de financiamentos, levaram aos protecionismos e conflitos entre os povos. Há muitos países super endividados, em outros, como o Brasil, a dívida não para de crescer gerando intranquilidades. Não basta propor austeridade, há que se coibir o desvio de recursos aplicados em obras desnecessárias ou abandonadas. É assustadora a forma como os gestores das finanças públicas permitiram que o perfil das dívidas assumisse proporções tão insustentáveis, possibilitando que o sacrifício se espalhasse sobre toda a população. Por esse caminho dificilmente alcançaremos a consolidação da paz e o progresso entre as nações.
A miséria e a tristeza existentes no planeta Terra surgiram da influência da vontade humana dirigida para objetivos falsos, e da falta do necessário esforço para reconhecer as leis da Criação. Isto é, a humanidade não se esforçou para encontrar a forma correta de viver, e com ela produzir apenas alegria e beleza em benefício de todos. Como no dizer de Abdruschin: “Falhará e desabará tudo o que não vibrar no sentido e nas leis da Criação, pois então isso não somente perderá todo o apoio como também criará correntes contrárias, que são mais fortes do que qualquer espírito humano e acabam sempre por derrubá-lo, bem como sua obra. Sintonizai-vos, pois finalmente na perfeição da harmonia da Criação, então encontrareis paz e êxito”. 

Publicado em 16-Jan-2012, por Simone Bertelli, no site: www.gestopole.com.br

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Fazendo o cérebro crescer


Pessoas com grande capacidade de concentração têm maior volume cerebral
 
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Pesquisas já comprovaram que a meditação ajuda a diminuir a ansiedade e o limiar da dor – e, em alguns casos, é crucial para atingir esse resultado. E traz ainda duas enormes vantagens: a pessoa ganha autonomia para buscar o próprio bem-estar e não precisa fazer grande investimento financeiro para isso.

Agora, estudiosos da Universidade da Califórnia em Los Angeles descobriram os benefícios da prática para a anatomia cerebral. Eles observaram que áreas como hipocampo, córtex orbitofrontal, tálamo e giro temporal inferior (todas associadas à regulação das emoções) de pessoas que tinham o hábito de meditar entre 10 e 90 minutos por dia há pelo menos quatro anos eram maiores em comparação às mesmas regiões de participantes do grupo-controle que não meditavam.

Imagens obtidas por ressonância magnética funcional (FRM) indicaram que esse volume maior se deve à maior quantidade de substância cinzenta, onde se concentram os corpos celulares dos neurônios (origem dos impulsos nervosos), diferentemente da substância branca, na qual predominam os axônios (os prolongamentos por onde viajam as informações até encontrar outro neurônio). Segundo os autores do estudo, publicado no periódico NeuroImag, esses resultados parecem oferecer uma pista importante sobre a extraordinária capacidade dos adeptos da meditação de controlar as emoções e responder melhor aos estímulos estressores do cotidiano.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O tempo a favor do seu cérebro

Do site: www.mentecerebro.com.br em 09 de janeiro de 2012

Pessoas maduras usam de forma mais freqüente os dois hemisférios cerebrais

Três mulheres de provincetown, óleo sobre tela, Charles Hawthrone, c. 1921, Mead Art Museum, Amherst

A expectativa de vida aumentou significativamente. Há apenas um século a média nos países desenvolvidos era de 47 anos e agora está em 78; dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados no mês passado mostram que em três décadas o tempo médio de vida no país aumentou 11 anos. Por conta dessa mudança, a meia-idade tem sido reconhecida como um período extremamente produtivo. E, ao contrário do que por muito tempo os cientistas (e as pessoas em geral) acreditaram, o envelhecimento não é, necessariamente, sinônimo de decadência.

De fato algumas funções, como a área da memória responsável por recordar nomes, entram em declínio. Mas, ao mesmo tempo, a habilidade de formar juízos mais exatos sobre as pessoas e situações relacionadas a finanças, por exemplo, fica mais aguçada. Com o passar do tempo, as redes neurais constroem padrões de ligação que podem ser pensados como camadas entrelaçadas de conhecimentos que nos permitem reconhecer instantaneamente as semelhanças entre situações e discernir-las provavelmente com mais precisão do que teríamos na juventude.

Descobertas recentes mostram que o cérebro da meia-idade, em vez de desistir e ceder, adapta-se. À medida que envelhecemos, ele se torna mais ativo e áreas maiores são alocadas para solucionar problemas. Nesse momento, as pessoas que mais exercitam as aptidões cognitivas levam vantagem: são elas que melhor conseguem “reaprender” a usar suas habilidades. Em alguns casos, como constataram pesquisadores da Universidade Duke, as pessoas maduras começam a usar de forma mais frequente os dois hemisférios cerebrais, em vez de “privilegiar” um deles – um recurso chamado bilateralização. Especialmente aqueles que recrutam a força do poderoso córtex cerebral frontal desenvolvem o que os cientistas chamam de “reserva cognitiva”, uma proteção contra os efeitos do envelhecimento.

Esse recurso fornece os mais velhos, por exemplo, a chegar mais depressa ao ponto central de uma discussão do que os jovens, ou seja: captar a essência, avaliar a situação, sem agir de maneira precipitada. Essa reserva cerebral também pode afastar os primeiros sintomas externos de doenças como Alzheimer. E há fortes indícios de que algo simples como a educação – ou o trabalho – seria a chave para construir essa proteção cerebral para a vida inteira

Embora certamente tenha seus riscos aumentados com a velhice, a demência é uma doença específica. Se mantivermos um caminho normal de envelhecimento, sem grandes enfermidades, nosso cérebro poderá permanecer em condições relativamente boas. Agora que a ciência sabe que não perdemos milhões dessas células ao envelhecer, de repente parece plausível que, se olharmos com bastante atenção, descubramos maneiras mais fáceis de manter nossos neurônios em boa forma.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Preços altos aguçam o sistema de recompensa



 
Do site: www.mentecerebro.com.br em 09 de janeiro de 2012

Sistema visual favorece estímulos vantajosos para a sobrevivência
 
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“Quanto mais caro, mais bonito”, prega o senso comum. A novidade é que a ideia pode mesmo fazer sentido – pelo menos para nosso sistema visual. Em um estudo publicado na revista Neuron, pesquisadores da Universidade da Califórnia monitoraram a atividade cerebral de voluntários enquanto estes observavam fotografias de um mesmo modelo de carro, mas de cores diferentes, associadas aleatoriamente a preços, exibidos discretamente ao lado do veículo.

As imagens neurais mostraram maior ativação de áreas relacionadas à percepção de formas e cores quando os participantes fixavam o olhar nos automóveis com valor fictício maior. “Objetos percebidos como valiosos ou acessíveis para poucos parecem ativar o sistema de recompensa”, diz o psicólogo John Serences, autor do estudo. Segundo ele, a associação inconsciente entre dinheiro e recompensa influi na elaboração das informações visuais. “É como se, ao olharmos para várias mercadorias, as mais caras fossem percebidas com maior nitidez, como se estivessem iluminadas por um feixe de luz”, exemplifica Serences.

Além disso, a maioria dos voluntários disse preferir esteticamente as cores “mais caras”. “Aparentemente o sistema visual privilegia estímulos vantajosos para a sobrevivência, como o respeito do grupo ou o acúmulo de bens, o que influencia as tomadas de decisão”, observa o psicólogo, que pretende estudar mecanismos cerebrais envolvidos na associação entre beleza e preço em pessoas com compulsão por comprar.

Correlação entre insônia e depressão



Do site: www.mentecerebro.com.br em 04 de janeiro de 2012

Transtornos podem ter causa genética

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Em um estudo com gêmeos, pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, na Filadélfia, descobriram que univitelinos que sofriam de insônia eram significativamente mais propensos que irmãos não idênticos a desenvolver transtornos depressivos. No entanto, não foram identificados genes envolvidos no surgimento dos dois distúrbios.

A pesquisa, no entanto, reforça a hipótese de que ambos têm origem genética. É provável que a resposta esteja nas informações que determinam a produção dos neurotransmissores serotonina e noradrenalina, que agem tanto no ciclo do despertar do sono quanto na regulação do humor.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Capturados pela cleptomania

Do site:www.mentecerebro.com.br em 03 de janeiro de 2012

Distúrbio estimula furto de objetos dos quais a pessoa não tem necessidade

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A cleptomania não é um distúrbio comum. Estimativas como a da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que apenas 5% daqueles que cometem furtos apresentam o problema, enquanto na população em geral o distúrbio atinge cerca de seis pessoas em cada mil. O termo vem do grego – kléptein, roubar, subtrair – e foi usado pela primeira vez em 1836 pelo psiquiatra francês Jean-Etienne Dominique Esquirol para indicar uma irresistível propensão ao furto causada, não por uma falta de senso moral, mas por um distúrbio da mente.

Nas últimas duas décadas foi possível observar o aumento de interesse de médicos e pesquisadores em aspectos psiquiátricos e neurobiológicos do transtorno. Do ponto de vista médico e legal o distúrbio pode ser considerado uma conduta compulsiva que compromete gravemente a possibilidade da pessoa de determinar o próprio comportamento. Os cleptomaníacos roubam sem a ajuda de cúmplices e agem de maneira impulsiva – embora geralmente se sintam culpados, percebam o risco de consequências legais e procurem evitá-lo. Além disso, não tiram proveito dos objetos roubados: na maioria das vezes, os jogam fora ou os oferecem de presente, mas podem também colecioná-los e até devolvê-los às escondidas, o que aumenta o perigo de serem pegos. Em casos em que é realizado de improviso, de maneira quase automática, como em transe, o furto pode ter a função de servir aos pacientes para regular os próprios estados de ânimo e combater sentimentos depressivos: nessas ocasiões pode ser recomendado o uso de medicamentos que reduzam a impulsividade e estabilizem o humor, como os antiepiléticos ou os sais de lítio.

O pesquisador Eric Hollander, da Mount Sinai School of Medicine de Nova York, foi pioneiro no agrupamento de patologias bastante heterogêneas no espectro obsessivocompulsivo. Nos dois extremos estão, de um lado, os sintomas mais claramente ditados pela compulsão, como os rituais e a anorexia nervosa, e, do outro, os dominados pelo impulso, como os jogos de azar patológicos, a dependência de substâncias químicas, a bulimia e a cleptomania. As primeiras são mais frequentemente associadas à depressão, enquanto as segundas ao transtorno bipolar. A semelhança do comportamento dos cleptomaníacos com o dos toxicodependentes, que buscam de modo repetitivo uma recompensa específica apesar dos riscos e das desvantagens para sua vida, levou alguns pesquisadores a usar na cleptomania alguns medicamentos que combatem o efeito dos opioides endógenos, com resultados aparentemente encorajantes. O pesquisador do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Minnesota John Grant, um dos maiores especialistas mundiais em cleptomania, ressalta que existem vários subtipos do distúrbio que podem fazê-lo se parecer mais com uma patologia obsessivo-compulsiva, um transtorno do humor ou uma dependência: por isso a escolha do tratamento deve ser precedida, para não se tornar ineficaz, por uma avaliação cuidadosa e individualizada do paciente. Mas em qualquer situação, com ou sem o uso de medicamentos, o acompanhamento psicoterápico é fundamental.

Onde procurar ajuda

Várias instituições – em geral universidades onde há cursos de psicologia e centros de formação nessa área – oferecem atendimento gratuito ou a preços reduzidos para quem deseja ajuda profissional. Em São Paulo, o Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso (Amiti), que funciona no Hospital das Clínicas (HC), acompanha pessoas com cleptomania (informações pelo e-mail contato@amiti.com.br ou site http://www.amiti.com.br). A Clínica Psicológica da Universidade Presbiteriana Mackenzie atende gratuitamente (as consultas são marcadas das 8h às 20h, pelo tel. 11 3256-6827). Já Centro de Estudos Psicanalíticos (CEP), também em São Paulo, encaminha os interessados em atendimento para profissional credenciado (contatos pelo telefone 11 3865-0017). A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) recebe as inscrições para psicoterapia a partir de fevereiro (tels. 21 2295-8113/3873-5326 ou pelo site www.psicologia.efrj.br). Em Recife, a Universidade Católica de Pernambuco mantém plantão psicológico às segundas e quartas durante todo o dia; as duas primeiras sessões são gratuitas e pelas demais é cobrado valor simbólico (mais informações pelo telefone (81) 2119-4115 ou pelo site www.unicap.br).

domingo, 19 de fevereiro de 2012

A resistência herdada

Do site: www.mentecerebro.com.br em 03 de janeiro de 2012

Aptidão para superar desafios tem contribuição genética
 
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Especialistas ressaltam que ser resiliente não é negar o sofrimento e a decepção, emendando um relacionamento amoroso em outro, por exemplo, sem viver o luto da separação –, pois isso pode trazer outros problemas como repetição de padrões destrutivos e aparecimento de sintomas físicos. Pessoas resilientes entram em contato com a frustração, mas não permanecem na bipolaridade do “tudo ou nada”, buscam reparações sem perder a essência da experiência vivida. Ou seja: aceitam o aprendizado e a frustração mas não se prendem à limitação, procuram possibilidades.

Grandes vencedores – como o ciclista Lance Armstrong, que se recuperou de um câncer de testículo e venceu o circuito da França sete vezes – são psiquicamente mais capazes de suportar dificuldades. A novidade é que essa habilidade necessária para lutar contra doenças graves, recuperar-se de desilusão amorosa, vencer nos esportes, ser aprovado no vestibular ou em uma entrevista de emprego pode, em grande parte, ser herdada. É o que sugere um estudo desenvolvido pelo pesquisador Tony Vernon, da Universidade de Western Ontário, no Canadá, que trabalhou com 219 pares de gêmeos. Os voluntários preencheram questionários para que o pesquisador investigasse as contribuições genéticas e ambientais de quatro fatores associados à resistência mental: controle sobre a própria vida; comprometimento com projetos pessoais; confiança; disposição para encarar desafios. Vernon concluiu que 52% da variável “resistência mental” é hereditária.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Mais parecidos do que gostaríamos

Do site: www.mentecerebro.com.br em 23 de dezembro de 2011

Comportamento de pessoas e animais é afetado pelas vitórias e derrotas do passado
 
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A forma como encaramos vitórias e derrotas moldam a sociedade, de forma muito parecida com o que ocorre entre os bichos. Na opinião de alguns pesquisadores, inclusive, seria importante aprendermos como nós mesmos nos comportamos. Afinal, ninguém duvida que por baixo do fino verniz da civilização, a vida do Homo sapiens é um vale-tudo, similar a uma selva. Assim como eles, estamos em competição permanente por sexo, alimento e proteção do território. Há, inevitavelmente, vencedores e perdedores. E, embora não possamos dizer que os bichos entram nas disputas em busca de prazer, certamente há satisfação em obter o objeto pelo qual se empenhou, muitas vezes, a própria vida.

Assim como acontece com as pessoas, o resultado de uma disputa também é influenciado por fatores psicológicos sutis em alguns animais. As experiências passadas são importantes e o comportamento dos membros de determinada espécie é afetado de modo característico pelas vitórias e derrotas do passado, ou pelo simples fato de terem assistido a uma luta. Mais que isso: esses fatores psicológicos parecem ter drástico efeito em sociedades animais e nos seus níveis de agressão. Já é possível prever, por exemplo, se a interação dos membros do grupo será autocrática ou meritocrática e se haverá pacificadores para separar as brigas antes que saiam de controle. Essas mesmas regras podem explicar a dinâmica das sociedades humanas. O pesquisador Gordon Schuett, da Universidade do Arizona, por exemplo, analisa os efeitos de vitória, de derrota e de espectador. Ele estuda a mortífera víbora Agkistrodon contortrix. A maior parte das agressões dessas serpentes ocorre entre machos que disputam a fêmea. Para descobrir se o fato de ganhar ou perder afeta o desempenho do animal em lutas posteriores, Schuett colocou uma fêmea no centro de uma arena e posicionou um macho em cada extremidade. Os machos estavam “virgens” em termos dos efeitos de vitória ou derrota, sem ter se envolvido em disputas entre seis e 12 meses antes do estudo.

No início, o tamanho falou mais alto: em cada uma das 32 lutas, o macho maior saiu vencedor e ganhou a fêmea. Mas Schuett estava mais interessado no que aconteceria depois. Terminadas as batalhas iniciais, ele pegou dez vencedores e dez perdedores e os colocou diante de um novo macho do mesmo tamanho, mas sem experiência anterior. Observou então que os vencedores da primeira rodada não eram mais propensos a vencer se comparados a seus adversários – em outras palavras, não havia um efeito de vitória. Mas os machos que haviam sido derrotados tinham grande tendência a perder de novo. E, quando aqueles que tinham perdido duas vezes tiveram uma última chance, os resultados foram ainda mais desanimadores – nenhum deles venceu. Schuett havia descoberto um caso evidente da ação do efeito de derrota.

Muitos animais, incluindo peixe-espada, grilo e rato, apresentam os efeitos de vitória e derrota. Vários outros, como a cobra do estudo e o peixe-paraíso só são afetados pela derrota. Ainda não encontramos espécies em que somente o efeito de vitória esteja presente, mas isso só o tempo dirá. O pesquisador Lee Alan Dugatkin, professor associado da Universidade de Louisville, em Kentucky, autor de vários livros sobre comportamento animal e um grupo de colegas usaram simulações no computador para observar como os efeitos de vitória e de derrota influenciam a formação e a estabilidade de hierarquias sociais. “Em nossa arena digital, começamos com quatro participantes. Cada um tem uma força determinada e dispõe de duas informações sobre si mesmo: capacidade de combate aparente (baseada em seus atributos físicos como tamanho e velocidade) e sua habilidade real de combate, na qual interfere também o fator psicológico ligado ao histórico de vitórias e derrotas, o chamado fator de influência na auto-confiança”, conta Dugatkin. E cada participante conhece a força aparente de luta de seu adversário – mas não a força real.

Quando dois adversários se encaram, há algumas possibilidades. “Se ambos decidem não lutar, cada um vai para um canto, o que costuma acontecer quando os dois têm estimativas baixas de sua própria capacidade de luta, um tipo de postura muitas vezes observado entre animais selvagens (ou em seres humanos). Se um participante decide atacar (porque acredita ser superior ao oponente), mas o outro não age da mesma forma, observa-se uma seqüência de 'ataque-recuo.” Ou seja: segundo o pesquisador, a luta só pode ocorre se ambos acreditarem que têm chance de ganhar, apostando na inferioridade do adversário. “Neste caso, o vencedor é aquele com maior força de combate”, explica Dugatkin. Os efeitos de vitória e de derrota produzem hierarquias muito diferentes nos grupos de animais. Quando o primeiro está ativo, aparece uma organização linear, com uma clara ordem de importância. A domina B, que domina C, que domina D, por exemplo. É o tipo de hierarquia encontrado entre pombos, em várias espécies de insetos e nos canídeos que vivem em grupo, como lobos e hienas. Esses animais estão cientes de sua própria posição no ranking e da de cada indivíduo do grupo.

Se o efeito de derrota predomina, surge uma hierarquia muito mais autocrática, como as observadas entre gorilas e muitas espécies de peixes e insetos. Nesses grupos sociais, o animal mais importante, ou “alfa”, é evidente, mas o lugar dos outros membros é difícil de decifrar, já que há pouca interação. Esse tipo de hierarquia também aparece quando o efeito de vitória e o de derrota estão atuantes. Ainda mais intrigante é a descoberta de que há grandes diferenças entre os tipos de interação social nessas duas categorias de sociedade. Disputas são tudo que interessa quando só o efeito de vitória predomina. O ataque-recuo, por outro lado, tem mais chance de acontecer quando o efeito de derrota está em ação ou quando os dois efeitos agem simultaneamente. Assim, muitos têm estimativas baixas de sua capacidade de luta, por isso são propensos a evitar interações agressivas.

Dugatkin ampliou sua pesquisa para incluir o efeito de observação e notou que os animais alteram sua avaliação sobre a habilidade de luta dos outros depois de observá-los em ação. Se A eleva sua estimativa da habilidade de B quando B vence, isso se chama efeito de observação de vitória. Se A reduz sua avaliação de B quando B perde, trata-se de um efeito de observação de derrota. Quando acabam de perder uma disputa, algumas aves são muitas vezes atacadas pelos espectadores, o que raramente acontece com as que acabaram de ganhar.

Um estudo recente do pesquisador Rui Oliveira, da Universidade de Lisboa, lançou luz sobre a questão de como o fato de ter vencido, perdido ou observado uma luta afeta o desempenho posterior de um animal. A equipe coordenada por Oliveira descobriu que, quando um peixe ciclídeo adulto assiste a uma briga, seus níveis de androgênio se elevam. Os cientistas acreditam que isso possa instigar os observadores a atacar os perdedores – e aumentar suas chances de derrotá-los. Em outras palavras, esses peixes experimentam uma elevação em seus hormônios sexuais bem parecida com a descarga de testosterona que muitos humanos costumavam sentir ao assistir a uma partida de futebol.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Enxaqueca pode explicar dificuldade de aprender

Do site: www.mentecerebro.com.br, em 03 de janeiro de 2012

Dores de cabeça estão associadas a problemas de concentração



Mais de 60 milhões de brasileiros sofrem de dores de cabeça com frequência – cerca de 2 milhões deles são crianças ou adolescentes, segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe). Um dos tipos mais comuns da dor, a enxaqueca – sensação de pressão no crânio acompanhada de náuseas e de aversão à luz e ao barulho –, considerada por muitos uma “doença de adultos”, pode prejudicar o desempenho escolar e interferir no diagnóstico de transtornos de aprendizagem, como mostra um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) concluído em novembro do ano passado.

A neurologista Thaís Villa e a psicóloga Andrea Moutran, do Setor de Investigação e Tratamento das Cefaleias (SITC), avaliaram as funções cognitivas, como capacidade de concentração e de memorização, de 60 crianças de 8 a 12 anos, metade delas diagnosticada com enxaqueca. Por meio de testes aplicados individualmente, ao longo de dois anos e a cada dois meses, as pesquisadoras constataram que as que tinham crises de cefaleia se revelaram mais dispersas e com dificuldade de processar e reter informações.

Na infância, as crises de enxaqueca se manifestam em episódios curtos, de cerca de duas horas. Elas costumam aparecer por volta dos 5 anos e não raro são motivo de faltas à escola. “O que não significa que as dores persistirão ao longo da vida – elas desaparecem espontaneamente até o final da adolescência em mais de 40% dos casos”, diz Thaís. Os resultados mostram que o diagnóstico de transtornos de aprendizagem deve levar em conta se a criança sofre de enxaqueca ou de outro tipo de cefaleia, o que pode direcionar as intervenções.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Encantos da música



Do site: www.e]mentecerebro.com.br em 23 de dezembro de 2011

Sons melódicos influem no bem-estar físico e mental

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A música nos consola, anima, marca momentos especiais e favorece a criação de laços, mesmo não sendo necessária para a sobrevivência ou a reprodução. Cientistas já concluíram que sua influência pode ser um evento casual, que surge de sua capacidade de mobilizar sistemas do cérebro constituídos com outros objetivos – como dar conta da linguagem, da emoção e do movimento. Em seu livro “Como a mente funciona”, o psicólogo Steven Pinker, da Universidade Harvard, compara a música a uma “guloseima auditiva”, feita para “pinicar” áreas cerebrais envolvidas em funções importantes. Mas, como resultado desse acaso, os sons harmoniosos oferecem um novo sistema de comunicação, com base mais em percepções sutis que em significados. Pesquisas recentes mostram, por exemplo, que a música conduz certas emoções de forma consistente: o que sentimos ao ouvir algumas canções e melodias é bastante similar ao que todas as outras pessoas na mesma sala sentem.

Evidências também indicam que a música faz aflorar respostas previsíveis em pessoas de culturas diversas, com capacidades intelectuais e sensoriais variadas. Até mesmo recém-nascidos e adultos com cognição prejudicada apreciam a musicalidade. “A música parece ser a forma mais direta de comunicação emocional, uma parte importante da vida humana, como a linguagem e os gestos”, afirma o neurologista Oliver Sacks, da Universidade Columbia, autor de “Alucinações musicais – Relatos sobre a música e o cérebro” e “Musicofilia”. Tais comunicações fornecem um meio para as pessoas se conectar emocionalmente e, assim, reforçar os vínculos que são a base da formação das sociedades humanas – o que certamente favorece a sobrevivência. Ritmos podem facilitar interações sociais, como marchar ou dançar juntos, solidificando relações. Além disso, os tons nos afetam individualmente manipulando nosso humor e, até mesmo, a psicologia humana de forma mais efetiva do que palavras – para excitar, energizar, acalmar ou promover a boa forma física.

Por Karen Schrock