segunda-feira, 30 de abril de 2012

O tormento da enxaqueca

Do site: www.mentecerebro.com.br, em 12 de abril de 2012

Novos medicamentos ajudam a atenuar o desconforto porém, se não forem tratadas, as crises podem aumentar a propensão a sérios problemas de saúde
por Selma Corrêa

© CHRISTOS GEORGHIOU/SHUTTERSTOCK

Dor de cabeça já se tornou sinônimo de mau humor e até desculpa para a falta de desejo sexual. Há mais de 150 tipos, com diferentes causas e variações. Mas o que mais preocupa os médicos é a enxaqueca – um estado que pode indicar propensão a graves problemas de saúde. Os números chamam a atenção. Estimativas mostram que esse tormento faz parte da vida de uma em cada cinco mulheres – as principais vítimas do problema. Em quantidade menor, homens e crianças também são afetados. Para fugirem das crises, muitos evitam a privação de sono, o jejum prolongado e o consumo de soja, bebidas alcoólicas ou produtos coloridos artificialmente. Por causa desses cuidados, leigos e mesmo alguns especialistas chegaram a cogitar que pessoas que sofriam dessas dores intensas deveriam adotar um estilo de vida mais saudável, com menos excessos.

Porém, um estudo publicado na edição on-line da Neurology, periódico oficial da Academia Americana de Neurologia, revelou que pacientes com enxaqueca correm maior risco de apresentar hipertensão arterial, diabetes e colesterol alto – considerados fatores de risco vascular. E, embora esses distúrbios tenham explicações genéticas, aparecem vinculados também com hábitos de vida. O estudo, realizado nos Estados Unidos, com 11 mil pessoas, mostrou que aqueles que sofrem de enxaqueca apresentam maior probabilidade de ter infarto, desenvolver doença arterial periférica e derrame cerebral – daí a imensa importância de controlar o problema. No caso de derrame, o perigo parece maior para aqueles com enxaqueca com aura, precedida ou acompanhada de sintomas neurológicos como visão de flashes ou alteração da sensibilidade de um lado do corpo.

Portanto, é fundamental prevenir. E a primeira providência é ter hábitos saudáveis e evitar excessos – ainda que só isso não seja suficiente e em certos casos o paciente precise recorrer à ajuda profissional. Ao lado de aspectos genéticos, aparecem entre os fatores de risco para a enxaqueca os estímulos ambientais – como barulho, mudanças climáticas bruscas, fumaça de cigarro ou ainda sobrecargas físicas ou psíquicas. Para desencadear uma crise de enxaqueca, às vezes basta uma alteração no ritmo de sono e vigília – o sono prolongado do fim de semana, por exemplo. Em outros pacientes, o risco de uma forte dor de cabeça eleva-se com o consumo de certos alimentos ou bebidas, como vinho tinto, queijos, especialmente os amarelos, ou mesmo doces.

Quanto mais estressada fica a pessoa, mais frequentes costumam ser as crises. Por isso, conhecer o próprio corpo e seus limites é fundamental. Nesse sentido, o exercício físico prazeroso, o uso de técnicas de meditação e relaxamento e até a psicoterapia, que ajuda a pessoa lidar com os seus conflitos, podem ser determinantes na melhoria da qualidade de vida.
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Selma Corrêa É jornalista.

domingo, 29 de abril de 2012

Resistência a mudanças



Do site: www.mentecerebro.com.br, em 09 de abril de 2012

Em algumas pessoas, a resposta do sistema cerebral que gera angústia frente ao desconhecido é mais intensa, o que inibe a atração natural pelo novo

© GONÇALO VIANA

Casa nova, escola nova, outra empresa, às vezes outra cidade ou até país. Abraçar o novo implica, por um lado, abandonar o familiar, a rotina confortável e as expectativas usuais e, por outro, lançar-se ao desconhecido. Não é à toa que pessoas diferentes têm respostas diversas a mudanças. Para começar, o valor do ambiente que se tornou familiar é extremamente pessoal: depende da sua história particular naquele contexto, das suas experiências, das memórias formadas ali, enfim, do valor associado ao que se está deixando. Para uns, deixar para trás uma escola onde se era oprimido pode ser um alívio; para outros, que conviviam bem, pode ser um abandono forçado do que foi a segunda casa. Se as lembranças despertarão saudade ou, ao contrário, a sensação de “já vai tarde”, é simplesmente reflexo das experiências pessoais de cada um.

Mas a resposta ao novo também depende do que temos por trás de uma faceta do nosso temperamento: a maneira automática como o cérebro reage ao novo e desconhecido. Curiosamente, embora novo e desconhecido sejam virtualmente sinônimos, o cérebro tem dois sistemas separados de resposta a eles. Um, centrado na amígdala (não, não é a da garganta...), organiza uma reação de ansiedade e temor que leva a um distanciamento do desconhecido (e a protestos generalizados de “Não quero ir para uma escola nova!!!”). O outro, centrado no estriado ventral, gera, ao contrário, desejo, motivação e expectativas positivas sobre o que é novo. (“Hmmm, garotas novas...”) Em algumas pessoas, o sistema que gera angústia frente ao desconhecido é mais forte do que em outras – e também mais forte do que o outro sistema que simultaneamente nos atrai ao desconhecido.

Por tudo isso também é possível ter sentimentos aparentemente contraditórios em relação a uma mudança para um novo emprego, por exemplo: sentir-se ao mesmo tempo angustiado, empolgado e aliviado, ou destemido, mas saudoso.

Toda mudança é, contudo, um estresse, ou seja, um problema que o cérebro acha que precisa resolver. E, como todo estresse, a resposta depende de o problema ser voluntário ou não: você desejou mudar decasa, trabalho ou cidade, ou a mudança foi imposta? Estresses voluntaries – a sarna que a gente mesmo arranja para se coçar, de um simples quebra-cabeça a um projeto de pesquisa, da reorganização do armário à mudança para outro continente – ativam o estriado ventral e são portanto altamente prazerosos e motivadores. Mas se o relatório ou a transferência caem de paraquedas no seu colo, de maneira totalmente involuntária, o estresse tem tudo para ser simplesmente... estressante.

Mas ainda há salvação. Mais importante do que ter o controle de fato sobre a situação é sentir-se em seu controle: abraçar a mudança jogada em seu colo como algo que você, afinal, considera bom e, se possível... francamente desejável, algo que você mesmo teria escolhido. Aqui ajuda muito ter o que se chama um “estilo cognitivo positivo”: ser capaz de uma abordagem otimista, proativa, da situação. Isso vem naturalmente para alguns, que sempre conseguem enxergar o melhor e transformar limões azedos em limonadas refrescantes. Mas também os que têm tendências naturalmente pessimistas podem praticar atitudes positivas e buscar conscientemente enxergar as vantagens do novo. O primeiro requisito é tornar-se ciente dos seus sentimentos, para então poder agir sobre eles.

sábado, 28 de abril de 2012

Filhos? Não, obrigada

Do site: www.mentecerebro.com.brf, em 09 de abril de 2012

A ciência mostrou que o chamado “instinto materno” não é inato e pode ser vivido de diversos modos. Ainda assim, prevalece uma sutil pressão social que cobra a maternidade
por Paola Emilia Cicerone

© LUNA VANDOORNE/SHUTTERSTOCK

É raro alguém perguntar o que levou um homem ou uma mulher a ter filhos. Em contrapartida, é comum escutar: “Não tem filhos? Por quê?”. E, em geral, o principal alvo das indagações são as mulheres. Talvez algo como “não tive tempo”, “não sou casada” ou “não encontrei o homem certo, no momento certo” fossem boas respostas, mas há algo mais em jogo. É como se – ainda hoje, apesar de todas as transformações sociais dos últimos anos – continuasse necessário explicar à sociedade essa escolha (às vezes mais, às vezes menos consciente). Ao serem questionadas, as mulheres percebem na curiosidade alheia a pressão e as críticas disfarçadas, como se a opção de não terem sido mães as fizesse pessoas especialmente egoístas ou fosse sinal de algum “grande problema” em relação à sua feminilidade.

“Em nossas pesquisas promovemos a discussão do tema em grupos de mulheres sem filhos, em diversas cidades italianas, e muitas das participantes admitiram que se sentiam julgadas, às vezes até severamente, por parentes ou conhecidos, estigmatizadas como se fossem cidadãs de segunda categoria”, conta Maria Letizia Tanturri, professora de demografia da Universidade de Pavia, que participou de um importante projeto de pesquisa coordenado por várias universidades. “É como se, de certa forma, a maternidade fosse a garantia de nos tornarmos pessoas melhores, mais sensíveis”, observa. Ela lembra que, em 2007, uma senadora democrata da Califórnia, Barbara Boxer, atacou a secretária de Estado Condoleezza Rice: “Como não tem filhos nem família, a senhora não pagará nenhum preço pessoal pelo envio de mais 20 mil soldados americanos ao Iraque”. As palavras podem ser entendidas como uma variante de algo como: “Quem não tem filhos não pode entender o que só nós, seres humanos privilegiados pela graça de ter filhos, conseguimos compreender”.

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Michigan com 6 mil mulheres com idade entre 50 e 60 anos revelou que ter ou não ter filhos não tem efeito relevante no bem-estar psicológico nessa faixa etária – o que, de certa forma, contradiz a ideia de que é preciso criar os filhos para ter com quem contar no futuro. “Os aspectos mais importantes para uma maturidade feliz são a presença de um companheiro e de um círculo de relações sociais significativas”, salienta a socióloga Amy Pienta, coautora da pesquisa publicada no periódico científico International Journal of Aging and Human Development. Assim – e considerando todo o risco, trabalho e preocupação que significa ter filhos –, seria melhor não tê-los? Depende. O único dado certo é que hoje existe uma liberdade maior de escolha: é possível ser mulher de forma plena e prescindir da maternidade.
Paola Emilia Cicerone é jornalista científica.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Bichos com o rabinho entre as pernas

Do site: www.mentecerebro.com.br, em 05 de abril de 2012

Assim como os humanos, outros primatas ficam corados quando se sentem intimidados
 
© ECLIPTIC BLUE/SHUTTERSTOCK

As expressões de constrangimento manifestadas pelos seres humanos revelam impressionantes semelhanças com os gestos de pacificação que se observam em muitas outras espécies quando querem mostrar submissão para evitar agressões de outros animais dominantes. Desviar o olhar, mostrar o peito reclinando a cabeça, encolher-se para parecer fisicamente menor e, em muitos casos, catar pulgas ou se tocar são gestos de pacificação. Surgem quase sempre ao sentirem-se observados, o que provoca desconforto também entre os homens. Muitos primatas não humanos mostram até mesmo uma careta semelhante ao sorriso humano, e na proposta de pacificação a pele de alguns fica avermelhada.

O cientista Mark A. Changizi, estudioso da cognição, lançou a provocadora hipótese de que corar e empalidecer são fenômenos ligados ao desenvolvimento da visão das cores. A argumentação seria que o intervalo entre os três diferentes pigmentos dos cones destinados à visão da cor parece particularmente adaptado a distinguir as mudanças de tonalidade do rosto causadas pelas diferenças de fluxo sanguíneo nos capilares da face. Changizi observa também que nos primatas que têm três pigmentos em vez de dois a pele do rosto é normalmente bem lisa, deixando visíveis as mudanças de coloração.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

A ciência do autocontrole

Do site: www.mentecerebro.com.br, em 04 de abril de 2012

Sem dominar nossos impulsos não poderíamos conviver de forma civilizada. Segundo neurocientistas, a capacidade de autocontrole social pode ser compreendida por meio de marcas neurobiológicas
 
©Yellowj/Shutterstock

Quem nunca teve muita vontade de dizer poucas e boas ao chefe, a um amigo ou parente mas na hora h usou toda a energia para evitar fazer isso? Ou então cedeu ao ímpeto e perdeu algo importante – talvez um relacionamento ou o emprego? Agora, imagine se você sempre fizesse tudo que passasse pela cabeça. Talvez a possibilidade seja tentadora, mas provavelmente você já teria tido problemas profissionais, dificilmente manteria um relacionamento afetivo estável ou amizades e com certeza se envolveria muitas vezes em brigas de todo tipo – o que seria um risco até para sua integridade física. Afinal, não por acaso a capacidade de autocontrole em situações sociais é essencial para um convívio razoavelmente harmônico.

O fato é que quase sempre precisamos refrear nossos impulsos para que, por exemplo, um pequeno desentendimento entre colegas ou na família não se torne algo enorme, que cause ruptura permanente. Da mesma forma, também deveríamos resistir a certas tentações se um relacionamento estável for importante. E quem sempre diz o que pensa não raro coloca pedras no próprio caminho – por exemplo, em uma entrevista de emprego.

Em todas essas situações utilizamos o autocontrole para seguir as normas sociais. Mas nem sempre é fácil manter o domínio de nossas reações. E como acontece com a maioria das características humanas, há grandes diferenças individuais no que se refere à capacidade de filtrar comportamentos para não deixar que a exaltação tome conta de nós. Em nossa sociedade, quem tem bom domínio de si mesmo é em geral mais respeitado por outros do que pessoas consideradas imprevisíveis e explosivas – o que certamente traz inúmeras vantagens.

Pessoas com bom autocontrole são, em geral, mais bem-sucedidas no trabalho e mantêm relacionamentos estáveis, como comprovam estudos do psicólogo social Roy Baumeister e de seus colegas da Universidade Estadual da Flórida em Tallahassee, nos Estados Unidos. Ele reconhece que, apesar de a autonomia emocional ser tão importante para o convívio, durante muito tempo seus fundamentos neurobiológicos foram ignorados. Hoje, os pesquisadores que se dedicam a esse estudo investigam principalmente duas questões: 1. Os processos cerebrais responsáveis por nossa capacidade de autocontrole social; 2. As características neurobiológicas que possam esclarecer as diferenças individuais relacionadas a essa capacidade.

Alguma vez um bom amigo traiu sua confiança? É provável que você tenha exposto a ele claramente sua opinião ou talvez tenha até terminado a amizade. Ou você se irritou ultimamente com uma multa por ter dirigido rápido demais na estrada? De fato, quando desrespeitamos regras, podemos ser punidos pelas pessoas à nossa volta ou por instituições públicas. Por esse motivo, quase sempre respeitamos as normas e controlamos impulsos egoístas para evitar as sanções.

Sabendo disso, neurocientistas aproveitam o fato de as reações serem mais fortes quando somos ameaçados com punição por desrespeito ao que está estabelecido ou em situações nas quais somos observados por outras pessoas e reproduzem essas condições nos experimentos. Uma equipe de pesquisadores coordenada pelo cientista econômico Ernst Fehr, da Universidade de Zurique, e pelo psiquiatra Manfred Spitzer, da Universidade de Ulm, estudou recentemente o que acontece no cérebro nessas ocasiões. Eles compararam o comportamento e a atividade cerebral de adultos saudáveis em duas situações: na primeira, o participante recebia 1 euro por rodada e deveria decidir a cada vez que porcentagem queria ceder para outro participante. No Segundo cenário a pessoa devia tomar a mesma decisão, sabendo, porém, que o recebedor poderia considerar a oferta injusta e punir com pontos negativos aquele que a propunha.

Conforme esperado, os voluntários se mostraram muito mais generosos diante da possibilidade de punição. Enquanto no primeiro caso quase ninguém optou por doar mais de 20 centavos, a maioria dos participantes do outro grupo dividiu pela metade a quantia que lhe coube.

Como revelou a tomografia por ressonância magnética funcional (TRMf), as áreas pré-frontais foram mais intensamente ativadas quando havia a possibilidade de castigo. Quanto mais divergente o comportamento do participante sob as duas condições, maior se mostrava a diferença no cérebro. Aqueles que responderam mais intensamente à punição por uma oferta muito sovina, cedendo muito mais dinheiro, apresentaram intensa ativação do lobo frontal.

Os pesquisadores acreditam que isso ocorre porque os participantes precisam exercer maior controle sobre seus impulsos egoístas para ceder uma quantia mais elevada do que gostariam. O córtex pré-frontal desempenha aqui um papel claramente importante.

O resultado é também interessante se considerarmos estudos que mostraram uma ativação reduzida de áreas pré-frontais em criminosos psicopatas. Sua pouca capacidade de controlar o próprio comportamento apesar da ameaça de sanções pode estar associada a déficits nessas áreas.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Lítio para prevenir Alzheimer

Do site: www.mentecerebro.com.br, em 04 de abril de 2012

Pesquisadores da Universidade de São Paulo acreditam que o sal possa ser utilizado na prevenção da doença neurodegenerativa

© GMVozd / Istockphoto

Pacientes com Alzheimer que ainda não atingiram a fase demencial tiveram menor deterioração da memória e funcões cognitivas após receberam baixas doses de lítio. A descoberta, divulgada pela revista British Journal of Psychiatry, pode ajudar a reduzir os danos causados pela perda progressiva de neurônios. Os resultados fazem parte de um experimento coordenado pelo psiquiatra Orestes Forlenza do Laboratório de Neurociências do Instituto de Psiquiatria (Ipq) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Há muitos anos, a ciência vem acumulando, por meio de exames de neuroimagem, evidências de que o lítio exerce funções neuroprotetoras em modelos animais, mas não havia identificado quais eram os efeitos em seres humanos. A comprovação de sua eficácia no tratamento da patologia neurodegenerativa começou a ganhar força quando Forlenza notou que pacientes idosos que receberam lítio para tratar transtorno bipolar, tiveram como efeito colateral a diminuição dos danos neurológicos causados pelo Alzheimer, em comparação com pessoas que foram tratadas com outro tipo de terapia.

Com base nesses indícios, o psiquiatra coordenou o Projeto Temático Neurobiologia da doença de Alzheimer: marcadores de risco, prognóstico e resposta terapêutica”, iniciado em 2010 e financiado pela FAPESP, a partir do qual administrou baixas doses de lítio em 61 pacientes com comprometimento cognitivo leve. Ele e sua equipe puderam notar que a substância inibiu a ação da enzima GSK 3-Beta, responsável pela hiperfosforilação da proteína TAU (processo que destrói o esqueleto das células, levando a morte de neurônios) e levou a regressão dos processos patogênicos Para o pesquisador, os resultados reforçam a hipótese de que o medicamento possa ser utilizado na prevenção do problema.

“Várias análises ainda precisam ser feitas, ou completadas, com variações de biomarcadores e de tempos de seguimento, por exemplo. Queremos também iniciar um estudo semelhante, não mais em pacientes com comprometimento cognitivo leve, mas em pacientes com doença de Alzheimer familiar de início precoce, que talvez seja o modelo ideal para se testar essa modificação de patogenia”, acrescenta Forleza.

terça-feira, 24 de abril de 2012

O espetáculo da histeria

Do site: www.mentecerebro.com.br, em 03 de abril de 2012

Adaptação do livro A lição de Charcot remonta às primeiras elaborações de Sigmund Freud sobre o inconsciente

Divulgação

As aulas do professor de medicina Jean-Martin Charcot eram as mais concorridas do hospital La Salpêtrière, em Paris. Não apenas por médicos recém-formados, mas por funcionários da instituição e um ou outro leigo, curiosos em presenciar os “espetáculos” protagonizados pelas pacientes estudadas. Eram geralmente mulheres jovens que, em uma espécie de estado hipnótico induzido por Charcot, retesavam o corpo, contorciam-se, diziam palavras sem sentido. A hysteria (tida desde a Antiguidade como uma inflação do útero) era um quadro de sintomas que intrigava pela ausência de causas orgânicas aparentes e pela estreita relação com o sobrenatural – as manifestações do distúrbio alimentavam o imaginário da população, que as associava a possessões demoníacas e feitiçarias.

Um dos alunos que compareciam às demonstrações de Charcot era Sigmund Freud, um jovem medico austríaco particularmente interessado nos delírios das pacientes durante as crises histéricas. Ele foi o primeiro a cogitar que os sintomas físicos refletiam dores psíquicas e faziam parte de uma “teatralização” originada da repressão de desejos.

Abram-se os histéricos, montagem da Cia. Inconsciente em Cena, retrata o olhar da medicina e da sociedade europeia do final do século 19 sobre o distúrbio que inspirou as primeiras ideias a respeito da existência do inconsciente. Baseada no livro A lição de Charcot (Zahar, 2005), do psicanalista Antônio Quinet, autor também do texto teatral, a peça retrata diferentes visões sobre os sintomas, como a teoria do pitiatismo, defendida pelo neurologista Joseph Babinsky, que acreditava que o histérico era um farsante, e a “outra cena”, como Freud denominava conflitos do passado e dores psíquicas que emergiam no corpo.

Augustine, Blanche e outras internas do La Salpêtrière têm suas célebres crises revividas na linguagem do “teatro coreográfico”, que retrata com intensidade a teoria freudiana de que “o corpo é o palco onde o inconsciente se manifesta”. Cada crise histérica é encenada simultaneamente à “outra cena” subjacente a ela, isto é, fantasia criada por causa de um drama do passado. “A peça reproduz o contexto da descoberta do desejo inconsciente na histeria, mesclando-o com elementos contemporâneos para mostrar que ela ainda contamina as artes, as relações sociais e nossos gestos cotidianos”, diz Quinet.

Abram-se os histéricos. Centro Cultura Justiça Federal (CCJF). Avenida Rio Branco, 241, Centro, Rio de Janeiro. Informações: (21) 3261-2550. Quartas e quintas, às 19 h. R$ 30. De 12 de abril a 19 de maio.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Sair do armário não é garantia de felicidade

Do site: www.mentecerebro.com.br, em 02 de abril de 2012

O bem-estar em afirmar a própria sexualidade depende do contexto social

©William Perugini / Shutterstock

Pesquisas recentes apontam que pessoas que assumem sua orientação sexual publicamente apresentam aumento da autoestima e redução do risco de depressão e de suicídio. Mas nem sempre é o que acontece, segundo estudo publicado na Social Psychology and Personality Science. Psicólogos da Universidade de Essex constataram que o bem-estar em afirmar a própria sexualidade depende do contexto social em que a pessoa está inserida.

Os pesquisadores entrevistaram 161 homossexuais de ambos os sexos e bissexuais com idade entre 18 e 65 anos sobre o nível de bemestar que sentiram ao afirmar sua orientação em cinco círculos sociais: amigos, parentes, colegas, companheiros de escola e comunidades religiosas. Os participantes, recrutados em debates públicos pelos direitos dos homossexuais, em redes sociais e em listas de e-mails de estudantes universitários, responderam aos pesquisadores por meio da internet e de forma anônima.

Foram observados, em média, maior desconforto e, não raro, sintomas associados à ansiedade e depressão quando os voluntários se referiram à experiência de assumir sua orientação em comunidades religiosas (69%), escola (50%) e trabalho (45%). Mais de 35% dos participantes relataram sentir hostilidade por parte da família e apenas 13% disseram ter constrangimento em se abrir com os amigos. Os pesquisadores concluem que, independentemente do sexo e da idade, cada pessoa faz um balanço inconsciente entre a possível resistência que poderá enfrentar em alguns de seus círculos sociais e o apoio que encontrará em outros.

domingo, 22 de abril de 2012

Sondando o inconsciente

Do site: www.mentecerebro.com.br, em 16 de abril de 2012

Um século depois de Freud apresentar a ideia de que habita em nós uma instância sobre a qual não temos controle, a ciência busca estudá-la em laboratório
por Christof Koch

© VLADGRIN /SHUTTERSTOCK

Há mais de 100 anos o criador da psicanálise, Sigmund Freud, popularizou a ideia do inconsciente. Esse aspecto da mente abriga pensamentos, desejos e lembranças que, por seu teor excessivo, sexual ou violento, não suportamos manter por perto – e, por isso, são removidos para uma espécie de “porão” psíquico para que não tenhamos de lidar com eles a cada instante. Apesar de nossos esforços para manter esses conteúdos recalcados, eles continuam vívidos e vez por outra retornam mais ou menos disfarçados. Como esse aspecto não é, por definição, facilmente acessível, não é simples estudá-lo – embora se apresente inúmeras vezes por meio de atos falhos e no conteúdo dos sonhos, por exemplo. Depois de muitas abordagens psicológicas buscarem negar ou ignorar essa instância – o que, aliás, é compreensível, visto que parece realmente desconfortável ter um “estranho morando dentro de nós” –, a ciência tem se rendido e procurado compreendê-la melhor.

Atualmente o domínio da inconsciência, descrito mais genericamente no âmbito da neurociência cognitiva como qualquer processo que não permita a ativação da consciência, é rotineiramente estudado em centenas de laboratórios que usam técnicas psicológicas objetivas baseadas em análises estatísticas. Dentre tantos, dois experimentos revelam algumas capacidades da mente inconsciente. Ambos dependem do “mascaramento”, a ocultação de objetos da cena apresentada. Ou seja: as pessoas que participam dos estudos olham, mas simplesmente não veem o que seus olhos captam.

O primeiro experimento resultou de uma colaboração entre os pesquisadores Filip van Opstal, da Universidade Ghent, na Bélgica, Floris P. de Lange, da Universidade Radboud Nijmegen, na Holanda, e Stanislas Dehaene, do Collège de France, em Paris. Dehaene, diretor da Unidade de Neuroimageologia Cognitiva (Inserm-CEA, na sigla em francês), é mais conhecido por suas investigações sobre mecanismos cerebrais responsáveis por contas e números. Ele explora até que ponto uma simples adição ou uma média podem ser calculadas de forma automática – o que ele acredita que ultrapasse os limites da consciência. Somar 7, 3, 5 e 8 geralmente é considerado um processo cognitivo consciente e sofisticado. Porém, Van Opstal e seus colegas provaram o oposto de forma indireta, mas inteligente e bastante convincente.

Durante o experimento, a imagem de um conjunto de quatro números arábicos com um único dígito (1 a 9, excluindo o 5) era projetada rapidamente numa tela. Voluntários tinham de indicar, o mais rápido possível, se a média dos quatro números era maior ou menor que 5. Cada rodada era precedida por uma pista oculta que podia ser válida ou inválida. A pista consistia num flash mostrando outro conjunto de quatro números cuja média era menor ou maior que 5). Estes eram precedidos e seguidos por marcas hastag ou jogo da velha (#) no lugar dos números visualizados de relance durante o flash. As marcas efetivamente escondiam as pistas de modo que, conscientemente, não era possível ver esse conjunto de números. Convidar os participantes a adivinhar se a média dos quatro números escondidos era menor ou maior que 5 também não funcionou: ela era aleatória.

No entanto, a pista ainda influenciava a reação dos participantes. Quando a dica implícita era válida, a resposta final era conscientemente mais rápida que quando a pista era inválida. Na ilustração, a média dos quatro indícios invisíveis (3,75) é menor que 5, enquanto a média dos números-alvo visíveis é maior que 5. Resolver esse conflito requer mais tempo de processamento (cerca de 1/40 de segundo). Isso significa que a pista aciona a atividade neural representada pela declaração “menor que 5” que, por sua vez, interfere no estabelecimento imediato de uma associação de neurônios representando “maior que 5”. Essas pistas invisíveis e indetectáveis influenciam no comportamento e sugerem que “saber sem se dar conta disso” pode, de alguma forma, ajudar a estimar a média dos quatro números de um dígito. É pouco provável que nesses casos as pessoas ajam seguindo as regras algébricas precisas que as crianças aprendem na escola. Mas o processo pode basear-se na heurística (método para fazer descobertas). Por exemplo, para cada número maior que 5, realmente aumenta a probabilidade de o voluntário apertar o botão “maior que 5”.

Este é apenas o último de uma batelada de experimentos que demonstram a capacidade de “codificação do conjunto”, uma habilidade da mente de estimar, em poucos segundos, a expressão emocional dominante de uma multidão de rostos ou das dimensões aproximadas de pontos agrupados, mesmo que as faces ou os pontos isoladamente não sejam conscientemente identificados.

A possibilidade que temos de agrupar rapidamente todos os diferentes elementos contidos numa cena e colocá-los no mesmo contexto é uma das principais características da consciência. A forma como a mente conduz esse processo é muito intrigante. Talvez porque as vastas e intrincadas redes neurais do córtex cerebral que codificam as imagens tenham aprendido que certos objetos combinam, outros não (como os bots– programas que executam automaticamente tarefas repetitivas – que o Google e outros mecanismos de busca usam para vasculhar a internet e listar todas as ocorrências da web para disponibilizá-las prontamente na próxima busca). Considerando o número quase infinito de combinações de objetos e contextos, é possível que essa solução seja realizada pelo cérebro? Ou será que as técnicas de ocultação suprimem a visibilidade da imagem mas não impedem completamente o acesso consciente a elas? Somente mais pesquisas poderão responder a essas perguntas. Assim, talvez no futuro possamos finalmente conhecer a capacidade da inconsciência cognitiva e ter mais informações sobre o papel fundamental desempenhado pela consciência.
Christof Koch CHRISTOF KOCH é professor de biologia cognitiva e comportamental do Instituto de Tecnologia da Califórnia, onde ensina e faz pesquisas sobre a base neuronal da atenção visual e consciência há mais de duas décadas.

sábado, 21 de abril de 2012

O que é personalidade?

Você se julga um especialista em análise de personalidade? Consegue identificar ou definir a personalidade de alguém com apenas algumas horas de convivência? Já tentou entender a própria personalidade? Sabe o que a maioria das pessoas pensa a respeito da sua personalidade?

De acordo com Randhy Di Stéfano, especialista em Coaching e autor de O Líder Coach, personalidade é o conjunto de hábitos que você criou para sobreviver. Com base nesse pressuposto, é possível imaginar que não existe personalidade ideal. No máximo, poderão existir determinados padrões de comportamento.
 
Personalidade é uma palavra controversa. Na maioria dos casos, quando você tenta avaliar a personalidade de alguém, dificilmente consegue chegar a uma conclusão. Em primeiro lugar, pelo fato de não ter formação específica para isso; em segundo, porque não existe definição exata do termo.

Antes de afirmar que uma pessoa tem uma personalidade difícil, faz-se necessário entender o que isso significa. Considerando a tendência natural do ser humano para o prejulgamento e a preconcepção, a análise pode estar equivocada. Além do mais, senso comum não é sinônimo de justiça.

Imagine que você convive ou trabalha com uma pessoa cujo relacionamento é mais difícil do que poderia ser. Apesar do seu esforço para o convívio amigável, ou seja, da sua personalidade agradável, não existe a mínima abertura para a aproximação nem a menor tendência da outra parte para a mudança de postura.


A partir desse momento, você começa a definir a personalidade da pessoa. Como seus valores não coincidem, qual é a tendência predominante? Existe uma grande possibilidade de você começar a rotular a pessoa. Cara difícil, sem noção, sujeito arrogante. Como é que pode trabalhar numa empresa como essa?

Como as demais pessoas com as quais você convive tem uma percepção parecida, o rótulo espalha-se feito praga. De agora em diante, todo mundo acredita que aquela pessoa, cujo relacionamento é mais complicado contigo, tem uma personalidade difícil. Um verdadeiro “mala”, por assim dizer.

Onde está o problema? Vejamos: 1) a personalidade de uma pessoa não pode ser definida sob um único ângulo de percepção; 2) um único não evento não representa a totalidade de uma pessoa; 3) nenhum rótulo pode ser atribuído nem sustentado se a outra pessoa não tiver a possibilidade de se defender.

De maneira geral, prejulgamento e preconcepção são extremamente prejudiciais para os relacionamentos. Difícil por difícil, todas as pessoas são em algum aspecto, portanto, rotular a personalidade alheia sem conhecer a si mesmo é, no mínimo, deselegante e contraproducente.

Em sínteses, não existe personalidade difícil nem fácil, boa ou ruim. O que existe são pessoas com linguagens, culturas e histórias pessoais diferentes, as quais, na maioria das vezes, não fazemos o mínimo esforço para compreender.

Pense nisso e seja feliz!


Publicado em 12-Mar-2012, por Jerônimo Mendes, no site: www.gestopole.com.br

sexta-feira, 20 de abril de 2012

O menino que queria conversar com Deus

O homem vive entre o desejo e a fé, ainda que este desejo, para o desconfiado, seja a esperança de um dia poder crer efetivamente em algo.
Uns dizem que crer é poder, para outros o milagre está em poder crer.

Disse Anatole France: "Não tenho fé, mas quisera tê-la. Considero a fé o bem mais precioso deste mundo."

A fé não elimina o medo, mas nos fortalece para enfrentá-lo, e assim Blaise Pascal ratifica: "O temor saudável provem da fé - o temor errôneo provem da dúvida."

Na nossa existência vivemos pulando da mente ao coração, e deste à mente.

Uma mente que muitas vezes pensamos que tudo sabe e um coração que criticamos porque nada vê.

Procuramos a fé nos caminhos da mente e não conseguimos entendê-la para atraí-la. Tempo perdido, a fé faz morada no coração e não atraída, senão atrai!

A fé não é um encontro, mas uma descoberta, e assim seguia O menino que queria conversar com Deus

Esta é uma das histórias que integram nossa Coleção de Vídeos: Só Conto Pra você

http://www.youtube.com/watch?v=4YrVTG2epQg&feature=youtu.be

Só Conto Pra Você é uma coleção de vídeos produzida pela Professora Rosangela Maria Eneas e por Ivan Postigo com gotas de conhecimentos para a vida e para gestão das empresas.

Sabedoria é como os grandes castelos construídos com pequenas pedras que resistiram ao tempo.

Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão

do site: www.administradores.com.br

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quinta-feira, 19 de abril de 2012

O paradoxo moral do batalhador brasileiro

Do site: www.mentecerebro.com.br, em 30 de março de 2012

Mudanças na forma de viver sempre trazem consigo novas maneiras de sofrer; algumas situações são especialmente férteis para novos arranjos psíquicos
 
© Gonçalo Viana

O Brasil pós-inflacionário viu nascer uma classe social que emerge junto com um novo tipo de economia. Oficinas de fundo de quintal, operadores de telemarketing, feirantes bem-sucedidos e negócios familiares geridos por pequenos empresários são estimulados pelo microcrédito e pelo auxílio estatal. O sociólogo Jessé de Souza, autor de Os batalhadores brasileiros – Nova classe média ou nova classe trabalhadora (Humanitas UFMG, 2010), estudou as adaptações às exigências de desenraizamento, ausência de identidade de classe e vínculos de pertencimento trabalhista, que nosso capitalismo flexível e expressivo tornou compulsório. Aceitando a superexploração da jornada de trabalho e estudo, o adiamento do consumo imediato e grande dose de crença em si mesma, a classe emergente formou um admirável senso de disciplina, autocontrole e pensamento prospectivo. Diferentemente da chamada ralé, da qual muitos faziam parte até pouco tempo atrás, a nova classe trabalhadora conseguiu criar para si um senso de futuro. Em sintonia com a tese globalizada de que todos agora somos empresários e patrões de nós mesmos, saímos diretamente da periferia do mundo para a vanguarda do capitalismo brasilianizado.

Um movimento desse tipo pede uma justificativa moral que explique o próprio sucesso de uns e o fracasso de outros tantos. Situações como essas são férteis para novos arranjos entre exigências superegoicas e disponibilidades de ideais. Transformações das formas de viver sempre trazem consigo novas maneiras de sofrer. Exemplos: a classe média americana dos anos 50 está ligada à aparição das patologias narcísicas, assim como a crença neoliberal dos anos 90 está em sintonia com a popularização da depressão e das patologias do consumo. A tese remonta à ideia, posta em circulação por Jacques Lacan, de que na primeira década do século passado, na sociedade europeia, as neuroses clássicas (histeria, neurose obsessiva, fobia) dependiam de um enfraquecimento da imagem do pai. O aprofundamento deste declínio redundou, já na psicopatologia dos anos 30, nas patologias de caráter.

No caso dos batalhadores brasileiros a religião e os laços familiars parecem ter papel importante na formação deste espírito de resiliência, que aumenta a capacidade de absorver sucessivos fracassos, sacrifícios e riscos envolvidos na empreitada de ascensão social. Ao contrário do imigrante, que se separa de seus laços comunitários iniciando uma aventura individual de conquista, os batalhadores mantêm uma dívida simbólica com o passado e com a comunidade de origem. Se para o imigrante o passado renegado vem bater à porta, como sintoma de que algo de importante foi deixado para trás, para o batalhador é o futuro que assombra como indeterminação e incerteza: “será que trouxe tudo o que precisava na mala?” ou ainda “como posso ser feliz sem para de ser um sofredor”. Os batalhadores não querem mudar de bairro, mas permanecer junto de suas origens. Paradoxo: teria sido o infortúnio original a causa da felicidade posterior? Se essa for a pergunta teremos deentender muito melhor o sentido clínico do masoquismo.

Bronca para viver melhor!

Muitas vezes o que resolve a nossa vida é uma boa bronca, alguém que nos diga o que realmente precisamos escutar, sinceramente e na lata!

Pare de sentir pena de si mesmo e comece a sentir pena dos outros, em especial daqueles que convivem com alguém que utiliza da auto-piedade como plataforma para apoiar as suas necessidades e posições, rejeite pensamentos e arquivos interiores que dizem que você está sofrendo, decida também parar de sofrer, sim, isso mesmo, sofrimento é questão de opinião, uns sofrem porque perderam e outros se alegram porque podem aprender na perda, quem é você que se comporta como seu próprio algoz? Liberte-se, resolva, decida que já é feliz e mantenha a posição, pare de fazer as pessoas sentirem culpa por você ser tão infeliz.

Saia da posição de pedinte, aprenda que ninguém deve nada a ninguém, que cada um deve conquistar a vida por conta própria, quem veio ao mundo com a missão de dar é você, então comece a distribuir o que você tem e pare de pedir, dê uma olhada em seu interior, procure seus melhores sentimentos, desejos, impressões e dê às pessoas, tem muita gente precisando de você, mude a posição de suas mãos, ao invés de espalmadas e esticadas a frente, aprenda a apontá-las pra baixo e na posição de pegar e não de receber;

Pare de criticar, isso é ridículo, quem consegue perceber tantos defeitos nos outros só pode estar cego sobre si mesmo, aprenda a ver as pessoas com mais leveza, com graça, com bondade, entendendo que cada um tem sua origem, seu aprendizado, sua visão e perspectiva de vida, sua condição emocional, as pessoas são diferentes mas são únicas e especiais. Pare de ser crítico, as pessoas irão se afastar de você, ninguém gosta disso, é difícil ficar perto de você com tanto negativismo, o negativo repele, afasta e aos poucos você não será lembrado nem para aniversário de sobrinho; O que? Já esta acontecendo? Então mude rapidinho meu amigo!

Pare de se auto-sabotar, de dizer que não pode, não sabe, não consegue, não quer, cresça, seja maduro emocionalmente, sua fase de criança já passou, as crianças podem se comportar dessa forma, salvo se você quiser se manter na infância, ai tudo bem, meninão pra sempre! Um adulto deveria saber que limites são para serem superados e você nem atingiu o seu mínimo, o desconhecido é para ser explorado, o difícil é apenas uma indicação para o nível de esforço, só isso, deixe a infantilidade e cresça de repente, as pessoas irão gostar demais, sabe de uma coisa? Conviver com uma criança grande é muito difícil, pare com isso, as pessoas não te agüentam mais, cresça, cresça, cresça!

Pare de usar o tempo como desculpa, "eu preciso de tempo para..." Que tal descobrir que você só tem o agora, nada mais. Pare de dizer que o tempo vai te mudar, que com o tempo as coisas irão melhorar, que o tempo vai te amadurecer, que você precisa ir devagar, isso só te faz perder tempo e manter a sua mediocridade por mais tempo na sua vida e incomodando as pessoas, o tempo é agora, resolva, não seja fraco, decida e faça o que é necessário. Se não souber o que fazer, pergunte, deixe de ser orgulhoso e aprenda a ser humilde, simplesmente pergunte!

Múcio Morais – Palestrante Motivacional – www.muciomorais.com – Tel. 31 3082-7271 palestras voltadas para motivação, comportamento, ambiente, empreendedorismo, vendas, liderança, gestão RH e temas relacionados ao desenvolvimento humano.



Múcio Morais – Palestrante Motivacional – www.muciomorais.com – Tel. 31 3082-7271 palestras voltadas para motivação, comportamento, ambiente, empreendedorismo, vendas, liderança, gestão RH e temas relacionados ao desenvolvimento humano.

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terça-feira, 17 de abril de 2012

Nem anjos nem demônios

Você é uma boa pessoa?

Por favor, não ceda à tentação de responder "sim" tão prontamente.
Antes, avalie: suas intenções e seus atos costumam ser generosos e altruístas ou pautados pela competição desenfreada e pelo egoísmo?
Não estamos falando de grandes crueldades (maltratar covardemente seres indefesos como animais, crianças e idosos, por exemplo) nem de ações heróicas de extremo despreendimento e amor incondicional à humanidade.
Proponho considerar os pequenos gestos de todo dia que, somados, traduzem formas de se relacionar consigo mesmo e com os outros.
Por um lado, podemos levar em conta a gentileza "corriqueira" de deixar outro motorista passar à frente no trãnsito sem que isso seja um problema; a paciência com a lentidão do outro; o respeito por uma opinião divergente e a honestidade de não "desperdiçar" o tempo pelo qual somos pagos para trabalhar.
Por outro, é possível nos lembrarmos das respostas desnecessariamente ríspidas, do desejo de se beneficiar a despeito do prejuízo alheio, do veneno que transparece de certos comentários ou do regozijo com a má sorte de quem não gostamos.
Afinal, mesmo sem cair em extremos  é difícil - se não impossível - praticar o tempo todo atos dos quais realmente nos orgulhamos, da mesma forma que não se pode fugir dos eventuais deslizes.
Mas a verdade é que essas duas formas de comportamento estão mais mescladas em nossa personalidade do que costumamos perceber. Talvez você não se pergunte de maneira clara se está sendo "bom" ou "mau", nem trate a questão de forma tão maniqueista. Mas é bem provável que goste de ter o reconhecimento das pessoas por suas boas ações, se sinta bem quando consegue fazer algo em que acredita e envergonhado ao ser flagrado em atitudes de egocentrismo ou decontrole e se veja forçado a justificá-las.
Alguns psicólogos acreditam que, mesmo sem nos darmos conta, passamos o tempo todo fazendo uma espécie de "balanço moral" de nossas ações e até de nossos pensamentos. O mais curioso é que, nessa contabilidade mental, sermos tolerantese e pensarmos na coletividade (doar sangue, reciclar o lixo e economizar água são formas de fazer isso) pode abrir espaço para o egoísmo. Vale também o oposto: fazer boas ações "compensam" pequenas maldades.
Estudos revelam, por exemplo, que voluntários que acabam de fazer oferta para alguma causa humanitária, em seguida tendem a agir de forma menos altruísta que de costume. Não é todo mundo, não é sempre. Mas vale ficar atento, até para poder escolher como de fato queremos agir conosoco e com os outros.

Gláucia Leal, editora da revista Mente & Cérebro - Março/2012

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Inconsistências na Gestão Escolar

O neoliberalismo sempre privilegiou os princípios mercadológicos de produtividade e rentabilidade na educação. No entanto, introduziu nas escolas a lógica da concorrência, ou seja, quanto mais termos “produtivos e inovadores” se aplicam à educação, mais “produtivo e inovador” se torna o sistema educacional.

 As palavras de ordem passam a ser: qualidade total, modernização da escola, adequação do ensino a competitividade do mercado, nova linha vocacional, incorporação das técnicas e linguagem da informática e da comunicação, abertura da universidade aos financiamentos empresariais, pesquisas práticas utilitárias e a produtividade.

Os governos brasileiros na tentativa de garantir os direitos sociais redimensionam seu papel, traçando os seguintes eixos na política educacional:

a -   Redução do analfabetismo

b -   Ênfase na educação básica (nove anos de escolarização)

c -   Descentralização das ações administrativas

d -   Incentivo as parcerias do setor público com o setor privado.

Porém, a realidade das escolas públicas é totalmente antagônica ao discurso apresentado. O que tem ocorrido de fato é uma má aplicação dos recursos financeiros e logísticas sem grandes resultados. As inovações e reformas são jogadas da cúpula para os setores educacionais que as recebem sem saber exatamente como administrá-la com eficiência. Os resultados apresentados são altos índices de aprovação e maior nível de escolarização na educação básica, mas não revelam que a progressão continuada e o supletivo são os grandes responsáveis por tais resultados. As produções mascaram o fato que os educandos passam pela escola sem adquirirem o conhecimento básico como leitura, escrita e cálculos.

Os equipamentos tecnológicos são enviados para as escolas, mas na sua grande maioria não são utilizados ou são utilizados com ineficiência por ausência de profissionais preparados e falta de estrutura física e administrativa. Os resultados são mínimos e sem grande representatividade conceitual de qualidade.

O que continua ocorrendo é que a igualdade de direitos permanece perante a lei, mas na realidade concreta, a perpetuação das desigualdades sociais continua crescendo. Escolas de qualidade no ensino público são raras e os educandos estão à mercê de seus próprios méritos individuais. Na vida competem com alunos bem preparados das escolas particulares sem uma base formativa e informativa adequada.

A análise dessas práticas traz de volta, na maior parte das vezes, uma leitura que oscila entre o voluntarismo de um lado e a diferença e a subestimação do outro, o que pouco contribuirá para problematizar os complexos e diversificados processos em curso.

O desafio, portanto é analisar, de um lado, os impactos de práticas participativas que apontam a partir da manifestação do coletivo, para uma nova qualidade de cidadania que institui o cidadão como criador de direitos, o que permite abrir novos espaços de participação sociopolítica, e de outro, os aspectos que configuram as barreiras que precisam ser superadas para multiplicar iniciativas de gestão que articula eficazmente a complexidade com a democracia. 

O governo continua ditando as regras e mantendo a mesma política neoliberal, cabe aos profissionais da educação a conscientização de que a mudança tem que partir dos educadores, sempre com uma visão democrática ou democratizada com fins objetivados unicamente na formação do aluno (SILVA, M. F., 2012). 

 Publicado em 11-Mar-2012, por Marte Ferreira Da Silva, no site: www.gestopole.com.br

domingo, 15 de abril de 2012

O trânsito e as novas relações de trabalho

"Não importa onde você trabalha, há mais de uma forma de criar um projeto,
onde o entusiasmo é palpável, onde algo que possa fazer a diferença esteja
ao virar a esquina."

(Marcelo Costa)


Mobilidade. Este é um dos maiores desafios de um mundo com sete bilhões de
pessoas. E não apenas para as grandes cidades.

Não é o direito, mas a capacidade de ir e vir que está comprometida. Dia
destes, devido a uma chuva intensa e prolongada, levei quase duas horas para
percorrer seis quilômetros.

A questão ambiental está em voga. Porém, poucos percebem que um carro
trafegando a uma velocidade média de pedestre consome mais pneus e pastilhas
de freio, aumenta sua depreciação e eleva o consumo de combustível às
alturas, despejando mais gases de efeito estufa e poluindo ainda mais o ar.

A falta de transporte coletivo em quantidade e de qualidade impede a
integração do automóvel com as redes de ônibus, trem e metrô. E mesmo as
estações inauguradas recentemente não dispõem de edifício-garagem para
estimular o motorista a rodar menos com seu carro.

A mobilidade não é apenas um problema de infraestrutura viária, mas de saúde
pública. Afora a perda material, há efeitos intangíveis e de difícil
mensuração. Primeiro, o tempo das pessoas, que deixam de cumprir
compromissos e realizar tarefas diversas porque estão presas no trânsito.
Reuniões canceladas, clientes e pacientes não atendidos, produção que deixa
de ser gerada.

Segundo, o estresse. A paciência, a tolerância e o equilíbrio emocional são
colocados à prova ao extremo, trazendo à tona o que há de pior nas pessoas.
Motoristas que não dão passagem a pedestres e a outros veículos,
motociclistas que trafegam irresponsavelmente em alta velocidade pelo
corredor formado entre as faixas de rolagem, gente que ocupa assentos
preferenciais no transporte coletivo e não os cedem a quem de direito.

Aliás, são os mais pobres os que mais sofrem. O desenvolvimento econômico
empurrou os trabalhadores para a periferia das cidades, exigindo-lhes
despertar no final da madrugada para se dirigirem ao trabalho, desperdiçando
até seis horas diárias para ir e voltar.

Nossa sociedade está privando as pessoas do convívio familiar e minando a
saúde de seus trabalhadores. Aumentam os acidentes de trabalho, em
decorrência do cansaço e da desatenção durante a atividade laboral, bem como
os acidentes de trajeto. Crescem o absenteísmo, o presenteísmo, as doenças
profissionais e psicossomáticas.

Enquanto os governos não fazem sua parte, mitigando os já mencionados
problemas de infraestrutura, é premente repensar as relações de trabalho,
incentivando o trabalho à distância, mediante uma gestão por confiança capaz
de prescindir da presença física dos colaboradores na sede da empresa.
Precisamos avançar na qualidade da conexão de banda larga para estimular as
videoconferências. São muitas as questões que podem e devem ser resolvidas
on-line ou por telefone. O trabalho SOHO (small office, home office) é uma
necessidade hoje e não do futuro.

É evidente que temos uma legião de trabalhadores operacionais que jamais
poderão ser incluídos neste sistema. Ainda nos anos de 1990 eu pretendia
implantar uma jornada flexível, mas era impraticável dentro de uma atividade
industrial na qual o processo produtivo é sequencial. Se o responsável pelo
corte do aço decidisse chegar mais tarde, os soldadores não teriam
matéria-prima para trabalhar, comprometendo todo o sistema...

Por fim, cabe também um alerta aos profissionais. Conheço uma empresa que
oferece café e pão com manteiga às oito horas da manhã aos seus vendedores
apenas para exigir-lhes a presença no escritório antes de saírem à rua para
as visitas agendadas, impedindo que alguns resolvam simplesmente dormir até
depois das dez, expondo mais do que sua falta de profissionalismo, a
ausência de comprometimento.

* Tom Coelho é educador, conferencista e escritor com artigos publicados em
17 países. É autor de "Somos Maus Amantes - Reflexões sobre carreira,
liderança e comportamento" (Flor de Liz, 2011), "Sete Vidas - Lições para
construir seu equilíbrio pessoal e profissional" (Saraiva, 2008) e coautor
de outras cinco obras. Contatos através do e-mail
<mailto:tomcoelho@tomcoelho.com.br> tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite:
<http://www.tomcoelho.com.br/> www.tomcoelho.com.br e
<http://www.setevidas.com.br> www.setevidas.com.br.

sábado, 14 de abril de 2012

A ECONOMIA VERDE PODE SALVAR O MUNDO E OS EMPREGOS

Pelo Economista e Palestrante Welinton dos Santos

          Há vários anos escrevo sobre a economia verde, afirmando que ela pode auxiliar as economias mundiais, criar milhões de empregos e ainda de quebra salvar o mundo, amenizando os efeitos climáticos provocados pelo descaso e mau uso dos recursos naturais no planeta.

           A sustentabilidade passa a ser regra de sobrevivência no mundo dos negócios, em países desenvolvidos e em evolução, nas grandes organizações e nos governos sérios do planeta.

          Vários exemplos espalham-se pelo mundo em projetos inusitados de vários seguimentos dentre eles destaco produtos de uma empresa como o ecotelhado - ecoparede (marcas registradas), que utilizam 95% de material reciclado, podendo ser utilizado sobre lajes e telhados, ou mesmo nas paredes, dentre as vantagens, transformam ambientes inóspitos em áreas devolvidas à natureza; aumento do senso de comunidade (verde x cinza); conforto térmico; empregos; diminui as ilhas de calor urbano e o efeito estufa; benefícios econômicos com a diminuição do uso de energia como utilização de ar condicionado e muitas outras vantagens. Como podem observar comentei apenas de um único produto que está disponível no mercado e sendo utilizado já em indústrias, passarelas, shopping centers, casas, comércios, sobre telhados inclinados, em paredes de bancos, em paredes com brisa vegetal, aproveitando a água de chuvas com cisternas e pisos ecológicos, em sistemas modulares ou de outras formas, em fábricas verdes, com ecopavimento, com ecodrenos que abastecem: o jardim da chuva, o lago subterrâneo, a bacia de infiltração, etc. (www.ecotelhado.com.br)

               Outros exemplos: energia solar térmica e fotovoltaica no mesmo projeto, ou seja, telhado vivo cobrindo piscinas e vestiários, com conceitos arquitetônicos modernos e ao mesmo tempo sustentáveis que demandam um volume considerável de mão-de-obra.

               Arquitetura Bioclimática que conta com 6 princípios: preservar energia; usar estratégias passivas; usar sistema híbrido sempre que possível; usar estratégias ativas na proporção necessária; usar energia renovável; usar energia na rede na menor proporção possível. Através de projetos bioclimáticos é possível criar fachadas Bioclimáticas que permitem: melhorar a saúde, aperfeiçoar a energia natural, melhorar a produtividade pela melhoria do conforto no ambiente natural, racionalizar e economizar energia, ampliação da iluminação; estas fachadas são como filtros que extraem o melhor do clima externo para criar o melhor clima interno. Os custos destes novos projetos são cada vez mais viáveis quando analisados as questões custos-benefícios pela economia gerada, portanto as construções inteligentes e ecologicamente corretas passam a ser uma realidade, com empreendimentos espalhados pelos quatro cantos do mundo obtendo selos verdes da construção, a eco- eficiência e o crescimento verde transformam mercados, hoje é possível obter energia até pelos passos dos usuários de uma estação de metro, ondas de calor do trânsito urbano entre outros.

               Bioeletricidade, Bio-etileno (Alcoolquímica – Bioplásticos), Bio-hidrocarbonetos (diesel de cana-de-açúcar, combustível de aviação), Reuso de Água, Biogás, Biomassa.....

              Veículos 100% elétricos e híbridos, com plug-in como carregar uma bateria, energia eólica, logística reversa (compromisso de retorno e destino correto de embalagens e produtos pelos fabricantes).

              Uma iniciativa de peso foi a criação da 1ª Bolsa Internacional de Negócios de Economia  Verde – BINEV em 2010, pelo Governo do Estado de São Paulo, no Brasil, baseado na Política Estadual de Mudanças Climáticas, dentre eles ações como PIF Brasil (Produção Integrada de Frutas), que é baseado em um sistema integrado na sustentabilidade, com aplicação de recursos naturais e de regulação de mecanismos para substituição de insumos poluentes, utilizando instrumentos adequados de monitoramento dos procedimentos e a rastreabilidade de todo o processo, tornando-se economicamente viável, ambientalmente corretos e socialmente justos. Além de uma bolsa de produtos, serviços, empresas, negócios e oportunidades de desenvolvimento tecnológico e ambiental com representantes de vários países. Hoje, existem milhares de projetos e produtos verdes espalhados pelo mundo.

              A economia verde é um mercado de trilhões de dólares que podem gerar riquezas em todos os países, cabendo a cada nação buscar iniciativas que possibilitem a recuperação ambiental, o aproveitamento energético, turismo responsável, educação criativa eco-cultural, a sinergia de troca de conhecimentos científicos e populares em prol de um mundo mais saudável, com a criação de novas riquezas e oportunidades justas de trabalho. Vamos defender esta causa. Viva! A Construção do Novo Mundo Verde!



Publicado no Jornal Pravda da Rússia e espalhado por mídias do mundo todo.

Publicado em 10.03.2012, no site: www.gestopole.com.br

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Vale a pena ser persistente?



Para responder esta pergunta utilizarei parte de um discurso de John Calvin Coolidge Jr presidente dos Estados Unidos da América entre 1923 e 1929. 'Nada no mundo consegue tomar o lugar da persistência. O talento não consegue; nada é mais comum que homens fracassados com talento. A genialidade não consegue; gênios não recompensados são quase um provérbio. A educação não consegue; o mundo é cheio de errantes educados. A persistência e determinação sozinhas são onipotentes'.

Dentre as dezenas de competências e talentos necessários para atingir o almejado sucesso pessoal, sem duvida a persistência está no topo da lista. Mas ela sozinha não faz nada, pelo contrario se transforma em teimosia ou insistência o outro lado da moeda.

Persistência somente ajuda se estiver ao lado de outras competências, como um coringa no baralho, ela dá força aos demais talentos.

A persistência é como o espinafre no desenho do marinheiro Popeye. Surgido nas tiras de E. C. Segar seu criador em 1929 sempre tentando proteger sua namorada, Olívia Palito, das garras de seu eterno inimigo, Brutus. Quando está em apuros Popeye come espinafre, fica muito mais forte e confiante, podendo vencer qualquer desafio.

A persistência é o combustível dos demais talentos, para a maratona da vida, sem ela todos os talentos acabam sendo subaproveitados. Sem persistência não vencemos.

Não se aprende sem persistir, não se edifica algo sólido sem persistir, não se supera obstáculos sem persistir, não se faz uma carreira vitoriosa sem persistir, não se transforma a sociedade sem persistir.Não se faz nada na vida sem persistir.

Se você não tivesse persistido em continuar tentando aprender a andar, estaria até hoje se arrastando pelo  chão. Você deve ter caído e talvez até se machucado centenas de vezes, mas não desistiu.

Quando ingressou na escola e começou a decifrar aqueles símbolos estranhos e aos poucos aprendeu a ler e escrever. Relembre como sua letra era um garrancho e agora, a não ser que seja um medico, ela ficou legível e para alguns até bonita. Como sua leitura deixou de ser um soluço de palavras entre cortadas e se tornou uniforme.

Gostaria de lhe dar quatro dicas relativamente simples que irá ajudá-lo a transformar persistência em um hábito.

Tenha um objetivo bem definido. Coloque todas as suas forças nele. Acorde e durma pensando em como atingi-lo.

Se você não sabe para onde está indo então qualquer lugar serve, por isso é importante definir objetivos. Não importa o tamanho, divida-o em metas, estabeleça a estratégia e coloque prazos. Por exemplo, se o seu objetivo é ter um iate daqui á 20 anos, o que você fará daqui a 15 anos, 10, 5, 1 ano, daqui seis meses, dois meses, uma semana, o que você fará amanhã de manhã para que daqui a vinte anos você esteja com o seu iate ancorado nas docas.Não adianta sonhar e ficar esperando. Sonhar é à parte fácil, realizar é que dá trabalho.

Estabeleça metas curtas, seja mensal, semanal e às vezes até diária. Imagine um grande salame hamburguês, você não consegue come-lo colocando-o inteiro na boca, mas se fatia-lo, escolher uma bebida ao seu gosto, com certeza voce conseguirá consumir boa parte dele. Assim como os objetivos você tem que ir por partes, e mesurar sempre onde você está em relação ao seu objetivo final.

Defina o seu objetivo, o que você quer fazer. Depois pense em como vai fazer.

Elabore um plano de ação para começar agora.Dê o primeiro passo, e vá adequando-o com o tempo.Não espere as condições ideais para começar.

Agora que você já definiu o seu objetivo, está na hora de elaborar um plano de ação de como atingi-lo.

Ao contrario do que muitas pessoas pensam, não há necessidade de ter um plano completo nos mínimos detalhes, senão você corre o risco de passar mais tempo planejando do que realizando. Então do mesmo modo que dividiu seus objetivos em metas, divida seu plano em etapas. Faça um esboço do plano geral e se concentre em colocar em pratica pelo menos a primeira etapa.

Saia da inércia, o difícil é começar. Mesmo uma obra suntuosa começa com um simples tijolo, e com o tempo vai tomando forma. Mas não descuide, siga o seu plano.

Coloque prazos e tarefas a serem realizadas em cada etapa, e revise o plano periodicamente, assim você poderá visualizar seu avanço e adequar o ritmo e recursos necessários a ser aplicados.

O importante é começar.

Acredite. Não permita que ninguém lhe diga que é impossível.

Acreditar é essencial, é esta crença que possibilita que você atinja seus objetivos é de onde se retira a força para enfrentar todos os obstáculos e desafios.

Acreditar não só na realização de seus objetivos, mas principalmente em si mesmo.

Precisamos ter sonhos grandes e pequenos, os pequenos, são as felicidades mais rápidas, os grandes, dão-nos força para suportar o fracasso dos sonhos pequenos.

Enquanto acreditarmos, podemos sonhar! Quando deixarmos de acreditar os sonhos deixam de fazer entido!

O sonho só acaba quando você desiste.

Seja tolerante com aqueles que não acreditam, mas não lhes dê ouvidos.

Não fique parado aguardando que outro faça algo. Ao contrário, busque desenvolver um forte senso de responsabilidade que o faça levantar mesmo em meio as mais turbulentas tempestades e confiantemente proclame: "Eu o farei. Somente observe-me". Enfrente com sabedoria, força e coragem a realidade face-a-face. Desafie as circunstâncias que estão a sua frente e realize seus sonhos e realize os seus sonhos.

Acredite. Seja persistente.

Conheça e reúna pessoas que possam te estimular, apoiar e ajudá-lo sempre que possível.

Una-se a pessoas que possam incentivá-lo e catapulta-lo em direção aos seus sonhos e objetivos.A vida está repleta de pessoas do contra que estão dispostas a arrumar desculpas pra tudo. Elas se intitulam realistas, mas na verdade são pessimistas especialistas em destruir sonhos.Afaste-se delas.

Como disse sabiamente Helen Keller "Nenhum pessimista jamais descobriu o segredo das estrelas, ou navegou até uma terra desconhecida, ou abriu uma nova porta para o espírito humano".

Ande com pessoas que incorporaram o espírito do vilão de desenho animado. Sabe qual é?

Conquistar o mundo.

Você já percebeu que todo o vilão de desenho animado tem como objetivo final o de conquistar o mundo, ele não se contenta com uma cidade, pais ou continente, tem que ser o mundo.

Quando invoco as pessoas a conquistarem o mundo, digo isso metaforicamente, o mundo que devemos conquistar é o nosso próprio mundo.

E para isso devemos nos cercar de pessoas ilimitadas.

Lembre-se que a vida é simples nós que a complicamos.
 
Mas há dias que tudo parece estar em câmera lenta, nada acontece, temos a impressão que não estamos evoluindo e às vezes até que regredimos, nestes momentos pare, relaxe contemple os acontecimentos ao seu redor seguindo o conselho do Jornalista e fotografo Dinamarquês Jacob Riis,

"Quando nada parece dar certo, vou ver o cortador de pedras martelando sua rocha talvez 100 vezes, sem que uma única rachadura apareça. Mas na centésima primeira martelada a pedra se abre em duas, e eu sei que não foi àquela última que conseguiu isso, mas todas as que vieram antes".

Isso é persistência.

Publicado em 4-Mar-2012, por Roberto Recinella, no site: www.gestopole.com.br

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Rejeição fecha portas, mas abre a mente

Vai lá, me ajuda, dá um exemplo de situação dolorosa!
 
Eu poderia imaginar um tombo, injeção, limão no corte do dedo, uma bolada... hum, deixa pra lá...
 
Na verdade tava mesmo pensado em pé na bunda!
 
Oh, dorzinha “maledeta”!
 
Você tá pensando naquele que a namorada dá?
 
Pode ser, que tal levar em conta todos?
 
Mandado embora do time, espantado de casa, demitido da empresa, a fila segue...
 
Enquanto a fumaça gerada pelo efeito do atrito não se dissipar, a gente não vai enxergar nada, mas depois que as coisas ficam claras... nossa, como os sentimentos mudam!
 
Um fato não podemos negar: pé na bunda faz dar uns passos para frente. Dependendo da potência, muitos!
 
Alguns nos farão refletir e chegar à conclusão que merecíamos. Outros que realmente precisávamos. E nessa categoria, muitos serão uma benção que nos impedirão de definhar por falta de iniciativa e ajudarão a promover a acabativa.
 
Claro, sempre temos desculpas, algumas do tipo: não sentia que era a hora, sou um ignorante nesse assunto, e por ai vai...
 
Para complicar há uma regrinha que nos confunde a mente: “Não perca tempo com os despreparados e com quem não vale à pena”.
 
É verdade que as pessoas foram ensinadas que experiência é fundamental, mas vou contar um segredinho sobre a santa ignorância.
 
A ignorância associada à má vontade é desastre garantido, mas quando esta encontra a determinação, é impressionante seu efeito.
 
Você em relação a uma criança de cinco anos tem um conhecimento incomparável, concorda?
 
Ok, passe dias com ela e veja se consegue responder todas as perguntas que lhe faz, sem enrolação, corretamente!
 
Digo que se for atrás de todas as respostas, em pouco tempo verá que fará incríveis descobertas.
 
Ignorância e determinação são poderosos agentes de inovação, renovação e revolução. O bom senso e a segurança devem prevalecer para que não salte em um precipício apenas com um guarda-chuva, acreditando que é possível, porque o pinguim, inimigo do Batman, também o faz!
 
Cuidado com a fantasia, afinal ninguém aguenta um milésimo dos acidentes que o Coyote sofre caçando o Papa-Léguas.
 
É interessante e surpreendente, considerando a educação que recebemos, descobrir que a revolução não é encontrada nas respostas dos sábios, mas nas perguntas dos ignorantes.
 
O sábio não é sábio porque sabe tudo, mas porque sabe muito. Tudo é muito, mas muito não é tudo.
 
Caramba! Agora me enrolei, isso é um paradoxo ou um paradigma?
 
Pronto, ai está uma ponta da minha ignorância. Socorro, preciso de um sábio!
 
Algumas respostas não encontramos porque não refletimos; outras não nos sentimos confortáveis a dar, justamente porque refletimos.
 
Isso me leva a concluir que quem se acha o máximo, no mínimo é um tolo! Sei não, pensando agora, será que isso não foi o motivo do pé na bunda?
 
O que aprendi nesta vida como gestor e consultor é que todo conhecimento como solução é frágil.
 
Revirando a memória e a história, percebo que muitos que “já foram”, se foram! De alguns restaram vagas lembranças, da maioria o total esquecimento.
 
Na estrada da sabedoria há uma placa pouco lida pelos transeuntes: “A arrogância estraga a técnica, que estragada, estraga o homem!”
 
Quando um objetivo na sua vida não o faz feliz pare para avaliar.
 
Persistência é diferente de teimosia. Tentar vencer uma luta de boxe batendo o queixo no punho do oponente até que ele desista por causa da dor, ultrapassa a valentia e encontra a estupidez.
 
Por essa razão, não importa de onde venha, saiba que rejeição fecha portas, mas abre a mente.
 
 
Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Free e-book: Prospecção de clientes e de oportunidades de negócios
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Publicado em 4-Mar-2012, no site www.gestopole.com.br