quinta-feira, 31 de maio de 2012

Um pouco de cor para alegrar a vida

Do site: www.mentecerebro.com.br, em 09 de maio de 2012

Muito antes do surgimento da linguagem, as formas coloridas no corpo exprimiam desejos, crenças, conceitos e registrava a própria história
 
A DANÇA DOS ÍNDIOS DA MISSÃO DE S. JOSÉ, LITOGRAFIA, JEAN BAPTISTE DEBRET, 1834, BIBLIOTHÈQUE SAINTE-GENEVIÈVE, PARIS

É provável que a pele tenha sido a primeira “tela” de nossos ancestrais – antes mesmo que as paredes das cavernas fossem decoradas com cenas de caçadas, já que a ornamentação do corpo parece ter sido usada muito antes de qualquer outra forma de expressão gráfica. Bem antes do surgimento da linguagem era nas formas coloridas no corpo que se exprimiam desejos, crenças, conceitos, e era impressa a própria história. Usava-se a pintura em diversas ocasiões como a guerra, a caça e os rituais religiosos. Os índios brasileiros, séculos depois, adotaram práticas semelhantes, e continuamos fazendo isso ainda hoje, como expressão de arte ou como uma manifestação cultural.

Entre os indígenas, a pintura corporal tem sentidos diversos, não somente como expressão da vaidade, mas também para ressaltar valores e transmiti-los. É usada na preparação para a guerra e como forma de afastar os maus espíritos. Em muitas etnias indica a distinção e divisão hierárquica social – embora haja registros de grupos que a usam apenas segundo suas preferências. Para os povos primitivos há também a busca pela estética perfeita, daí a pintura ser tão presente em rituais de embelezamento e cerimônias que marcavam a formação de casais – nada muito diferente do que acontece hoje nas festas de casamento ou mesmo quando as mulheres se arrumam para agradar aos pretendentes. O mais interessante é que nos últimos anos a ciência tenha buscado comprovar o que nossos ascendentes sabiam há muito tempo: um pouco de cor pode  deixar a vida mais interessante.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

O mito da frigidez

Do site: www.mentecerebro.com.br, em 07 de maio de 2012

Estudo mostra que a maioria dos casos de disfunção sexual feminina está relacionada a insatisfação com o relacionamento
 
© DMITRY SHIRONOSOV/SHUTTERSTOCK

Mulheres podem ter prazer por meio de grande variedade de estímulos, mas muitas delas têm dificuldade de se excitar e de experimentar o orgasmo. Conhecida como “frigidez”, a disfunção sexual feminina (DSF) é um diagnóstico controverso, pois se refere a bloqueios psíquicos e fisiológicos que interferem no desejo, na excitação e no orgasmo. E os fatores de risco mais frequentes são a insatisfação com o relacionamento afetivo e o desempenho do parceiro, aponta um estudo da King’s College de Londres com 1.500 britânicas, publicado na Journal of Sexual Medicine. Os resultados questionam a concepção de que a ausência de prazer é causada pela falta de resposta do corpo feminino a estímulos sexuais.

“O termo frigidez sugere que a sexualidade naturalmente variável das mulheres é uma patologia. Mas a maioria dos problemas sexuais está relacionada a crenças pessoais, aspectos culturais ou simplesmente à falta de intimidade e confiança no parceiro”, diz a sexóloga Andrea Burri, uma das autoras da pesquisa. Segundo ela, 5,8% das entrevistadas, que tinham entre 18 e 85 anos, relataram problemas recentes. O mais comum deles é a falta de desejo. Em geral, essas mulheres se consideravam insatisfeitas em seus relacionamentos. Mais de 15% disseram que sempre tiveram dificuldades para sentir prazer. De acordo com Andrea, os casos de DSF contínua não raro estão associados a experiências de abuso sexual, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e distúrbios de ansiedade. “Tratamento psíquico e melhora da comunicação com o parceiro podem ajudar mais que intervenções focadas na ‘mecânica’ do sexo”, diz.

Outra pesquisa publicada no ano passado, da Universidade de Deakin, na Austrália, aponta o descontentamento com a relação amorosa como fator de risco para a DSF, assim como a ejaculação precoce masculina. “Em um casal, a disfunção de um interfere na do outro. Por isso é complicado diagnosticar ‘frigidez’”, observa a psicóloga Marita McCabe, da mesma universidade. Segundo ela, cientistas têm considerado a “angústia pessoal” como critério diagnóstico. Ou seja, dor durante o ato sexual e falta de desejo ou orgasmo não são indicativos de transtorno, a menos que incomodem a própria mulher.

Andrea, porém, adverte que esse critério pode ser falho. “Um número considerável de mulheres que não têm problemas sexuais relata, por exemplo, que entra em conflito com o parceiro por causa da frequência de atividade sexual. Apesar de não afetar o ato em si, isso aflige a mulher”, diz ela, ressaltando que as expectativas sobre um bom relacionamento sexual muitas vezes não correspondem à realidade. As duas pesquisadoras, no entanto, concordam que a psicoterapia pode ajudar de forma significativa no tratamento da DSF. “É uma forma de as pacientes se sentirem mais confortáveis com o próprio corpo e incentivá-las a se comunicar com o parceiro”, comenta Marita.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Quando pensar demais atrapalha

Do site: www.mentecerebro.com.br, em 07 de maio de 2012

Distrair-se antes de tomar uma decisão importante ajuda o cérebro a fazer a escolha mais vantajosa
 
© GONÇALO VIANA

Do raiar do dia ao anoitecer, a vida é feita de decisões. Basta haver alternativas. Algumas decisões são simples, pois envolvem poucos fatores a considerar, e são resolvidas facilmente com um pouco de atenção e memória de trabalho, essa capacidade do cérebro de manter girando, para acesso imediato, umas três ou quatro informações, como bolas de malabarismo no ar. Por exemplo, ao decidir o que vestir para sair de casa, você leva em conta algumas questões: está calor? Há algum encontro importante previsto? Vai andar muito ou passará o dia na frente de um computador? Ao considerar essas informações, uma consulta rápida dos itens disponíveis no armário leva a uma decisão racional e, geralmente, acertada.

Quando há mais fatores envolvidos, contudo, tomar uma decisão ponderando conscientemente todas as alternativas pode ser um problema. Se você vai comprar um carro, por exemplo: você quer um novo ou usado? De qual marca? Qual cor? Por qual preço? Movido a álcool, gasolina, ou os dois? Motor 1.0, 1.2, 1.4, 1.6, 1.8 ou 2.0? Com ar-condicionado e direção hidráulica? Freios ABS? Com dezenas de informações a considerar atentamente, a memória de trabalho pede socorro: malabarista-mor das habilidades mentais, ela somente consegue lidar atentamente com até umas sete ou oito informações de cada vez. As demais escapam à atenção. Se você tentar decidir conscientemente nessa hora, julgando todas as combinações de todos os itens de todos os carros disponíveis e sua conta bancária, a chance de a melhor delas escapar à sua atenção e você se tornar mais um consumidor insatisfeito é muito grande.

O que fazer, então? Segundo psicólogos da Universidade de Amsterdã, na Holanda, tudo muda se, antes de tomar uma decisão complexa (mas depois de se informar a respeito!), você for passear, se ocupar com outra coisa; talvez dormir, como recomendam os americanos (“Sleep on it!”). Até para resolver problemas de matemática funciona: fazer antes qualquer coisa que desvie sua atenção da escolha a ser feita. Após a distração, as chances de uma boa opção, e de ficar contente com ela, são muito maiores do que se você tivesse ficado repassando conscientemente todas as alternativas.

Se isso soa irresponsável, lembre que deixar seu cérebro se virar sozinho, sem tentar prestar atenção em seus processos, é bem diferente de tomar decisões impulsivas. Deliberar sem prestar atenção consiste em deixar o cérebro rodar todas as informações adquiridas previamente sobre as alternativas, mas sem a limitação da supervisão atenta. O resultado da deliberação-sem-atenção, assim, é uma resposta não apenas de um raciocínio sobre quatro ou cinco informações, mas de todo um cérebro com acesso a todas as informações disponíveis, novas e antigas, suas preferências inatas e aprendidas, e até mesmo aquela lista enorme de itens sobre carros e contas bancárias. Se tem mais areia do que o caminhãozinho cerebral da atenção dá conta, melhor deixar o cérebro resolver o assunto escondido da supervisão atencional.

Para tomar decisões complexas, que envolvem muitos fatores, fica a dica da neurociência: informe-se bem para alimentar seus processos deliberativos e, depois... vá ao cinema, durma, passeie com os amigos: dedique sua atenção limitada a outras coisas menos complexas enquanto seu cérebro delibera, livre de supervisão. Quando ele chegar a um veredicto, você saberá – porque a resposta à pergunta “E aí, qual carro você vai comprar?” sairá naturalmente, como que por mágica...

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Mais ativos e inteligentes

Do site: www.mentecerebro.com.br, em 04 de maio de 2012

Exercícios físicos aumentam o volume do cérebro, estimulam a sensação de bem-estar e alteram, para melhor, o modo como pensamos e sentimos
 
© ELANUR US/SHUTTERSTOCK

por John Ratey e Eric Hagerman

A maioria das pessoas se sente bem depois de correr ou mesmo fazer uma caminhada leve. Há várias hipóteses, levantadas pela ciência e pelo senso comum, que explicam esse fato: o exercício físico ajuda a esquecer pequenas frustrações diárias, reduz a tensão muscular e estimula a produção de endorfinas. Mas talvez a maior razão de nos sentirmos tão bem quando o coração bate mais rapidamente e bombeia sangue por todo o corpo é que isso ativa o cérebro e seus intrincados circuitos – o que, segundo estudos recentes, é o maior benefício do exercício físico. O desenvolvimento de músculos e o condicionamento do coração e dos pulmões podem ser considerados apenas efeitos colaterais diante do potencial que a atividade física tem de nos tornar mais bem humorados e inteligentes.

 Alguns benefícios da atividade física para o cérebro

1. Previne acidente vascular cerebral: o aumento da capacidade cardiorrespiratória reduz a pressão sanguínea do corpo em repouso, o que diminui o risco de acidentes vasculares cerebrais (AVC). A movimentação sintetiza proteínas, como o fator de crescimento endotelial vascular (VEGF, na sigla em inglês), que estimula a produção de células endoteliais, que compõem o revestimento interno de vasos sanguíneos, tornando-os mais resistentes. O exercício desencadeia também a liberação do gás óxido nítrico, que dilata os vasos para permitir a passagem de um maior volume de sangue.

2. Reduz risco de demência: pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, acompanharam 1.173 pessoas com mais de 75 anos por quase uma década. Nenhuma delas tinha diabetes, mas as que possuíam altos níveis de glicose apresentaram uma probabilidade 77% maior de desenvolver Alzheimer. Conforme envelhecemos, os níveis de insulina caem e a glicose tem mais dificuldade para chegar às células e abastecê-las. O excesso de glicose não absorvida cria resíduos nas células, como os radicais livres, que danificam os vasos sanguíneos, colocando-nos em risco de desenvolver Alzheimer. No organismo em equilíbrio, a insulina age contra o acúmulo de placas amiloides, mas seu excesso contribui para o aumento das placas e a inflamação, danificando os neurônios ao  redor.

3. Melhora o humor: a maior produção de neurotransmissores, como a serotonina, e o aumento do número de sinapses previnem a atrofia do hipocampo, associada à depressão e ansiedade. Vários estudos relacionam a prática de atividade física regular à melhora do humor. Além disso, exercícios ao ar livre ou mesmo na academia de ginástica são boa oportunidade para interagir socialmente e fazer novos amigos; as relações sociais são importantes para a manutenção do humor e da autoestima, principalmente depois dos 60 anos.

4. Aumenta a motivação: a atividade física ativa a produção de dopamina, neurotransmissor responsável pelas sensações de prazer e motivação. Iniciar um programa de exercícios, aliás, é um desafio que demanda planejamento e autocontrole.

5. Promove a neuroplasticidade: atividades aeróbicas fortalecem as conexões neuronais e estimulam as células-tronco recém-nascidas a se dividir e se transformar em neurônios funcionais no hipocampo, o que previne o atrofiamento dessa área do cérebro relacionada à memória. Um cérebro ativado pelos exercícios favorece a neuroplascidade e a neurogênese, que é a formação de novos neurônios.

domingo, 27 de maio de 2012

Como as pessoas reconhecem rostos

Do site: www.mentecerebro.com.br, em 03 de maio de 2012

Neurocientistas sugerem que o cérebro escolhe o melhor sistema de identificação de acordo com luz, perspectiva e outras condições do ambiente
 
© BRUCE ROLFF/SHUTTERSTOCK

Ao caminhar em uma rua movimentada, você de repente identifica feições conhecidas e, em milésimos de segundos, está certo de que encontrou um amigo entre dezenas de outras faces. Mecanismos envolvidos na percepção de rostos intrigam cientistas – vários estudos afirmam que ela é feita a partir de traços individuais, isto é, aspectos únicos que diferenciam uma face de outra, como a conformação de olhos, nariz ou boca. Na mesma medida, outras pesquisas sugerem que distinguimos a fisionomia pelo conjunto.

Neurocientistas da Universidade de Glasgow, na Escócia, porém, sugerem que o processo é mais sofisticado e flexível do que se imagina: o cérebro escolhe o melhor sistema de reconhecimento de acordo com luz, perspectiva e outras condições do ambiente. Por meio de um programa de cálculo capaz de elaborar grande quantidade de dados, o iHybrid, os pesquisadores analisaram os movimentos oculares de voluntários enquanto eles observavam, em condições diferentes de luminosidade e perspectiva, imagens de rostos de pessoas famosas alterados em programas de computador. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista Psychological Science.

sábado, 26 de maio de 2012

Exclusão social faz o cérebro adoecer

Do site: www.mentecerebro.com.br, em 03 de maio de 2012

Cientistas brasileiros sugerem que pessoas com baixo nível de instrução e menores recursos financeiros são mais propensas a ter demência

DIVULGAÇÃO

Estudos desenvolvidos em centros de pesquisas de várias partes do mundo apontam o Alzheimer como a principal causa da perda progressiva das capacidades cognitivas entre os idosos, acometendo principalmente as mulheres. Agora, pesquisadores brasileiros do Departamento de Psicopatologia e Neurologia da Faculdade de Medicina de Catanduva realizaram um estudo para obter dados atualizados e mais próximos da realidade do país. Descobriram que por aqui pessoas mais pobres e com baixo nível de instrução têm mais risco de desenvolver a doença. O estudo foi publicado na Revista de Psiquiatria Clínica.

Para chegarem a essa conclusão, o neurologista Emilio Herrera Junior e sua equipe selecionaram aleatoriamente 1660 homens e mulheres, com 65 anos ou mais e aplicaram um questionário de identificação, sobre estado de saúde, memória e classificação socioeconômica. Também foram aplicados o Mini Exame do Estado Mental (MEEM) e o Questionário das Atividades Funcionais de Pfeffer et al. (QPAF).

Depois, os indivíduos selecionados foram submetidos a anamnese, bateria de testes neuropsicológicos e avaliação dos distúrbios comportamentais. Aqueles que tiveram alterações significativas de memória, passaram ainda por exame médico complementar para eliminar outras possíveis causas de declínio cognitivo.

Os pesquisadores descobriram que 7,1% das pessoas analisadas tinham algum tipo de demência, metade delas sofria de Alzheimer. Além disso, verificaram que pessoas analfabetas mostraram maior probabilidade de desenvolver a patologia, cerca de 11,8%, contra apenas 2% entre aquelas com oito ou mais anos de escolaridade. Também o nível socioeconômico parece influenciar: os participantes de classe social mais baixa mostraram 10,9% a mais de risco de desenvolver a síndrome demencial do que as mais favorecidas economicamente.

Esse e outros trabalhos científicos estão sendo apresentados em São Paulo no 8º Congresso Brasileiro de Cérebro, Comportamento e Emoções.

8º Congresso Brasileiro de Cérebro, Comportamento e Emoções: de 2 a 5 de maio. Centro de Convenções Frei Caneca, rua Frei Caneca, 569, Consolação, São Paulo, SP. Informações pelo site www.cbcce.com.br.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Rapoort, ligados na mesma frequência



Falar sobre rapport é muito fácil, difícil é praticá-lo!
 
Vamos tratar rapport como a situação em que duas ou mais pessoas estão em sincronia. Agem na mesma frequência.
 
Não há dúvidas de que se estas atingem esse estado, fica muito mais fácil o entendimento para tratar qualquer questão.
 
Um exemplo vigoroso encontramos em shows, onde o cantor ou a banda embala o público de milhares e porque não milhões de pessoas, que cantam e imitam gestos.
 
Rapport, como técnica, é indicado para construção de todo tipo de relacionamento, aplicado, inclusive, na psicoterapia.
 
Os métodos para alcançar o sincronismo mencionam espelhamento de gestos – não imitação jocosa -, igualar tom de voz, oferecimento de presentes e ajuda, encontrar algo em comum, usar palavras-chave da conversa, enfim, recursos que permitam estabelecer sintonia com os interlocutores.
 
Duas palavras são importantes neste contexto: harmonia e respeito mútuo.
 
Gente! Não há nada mais complexo do que lidar com gente...
 
Pense em uma transação comercial, onde um quer vender e o outro não quer comprar. Ainda que o comprador tenha disposição, há uma série de fatores que podem levar ao descompasso, começando pelo modelo do produto, terminando pelo preço.
 
Em determinadas situações o comprador é empurrado pelo desejo de compra e é puxado de volta pela prevenção quanto à dificuldade de revenda futura.  Quem sabe a casa na praia ou o sítio, que podem ficar abandonados assim que as crianças crescerem, ou as ferramentas que a esposa insiste que não compre, porque sabe que o marido não vai usar e ainda ficarão espalhadas pela casa.
 
Compras batizadas de duas alegrias: Uma na compra, outra na venda!
 
Nesse caso, o vendedor terá que entender as motivações do comprador. Colocar-se em seu lugar e ser solidário com seus interesses e preocupações.
 
Lembra do velho e sempre presente comercial “sua satisfação ou seu dinheiro de volta”?
 
Exatamente neste ponto é que reside a busca pela harmonia e respeito. Aqui temos um exercício de rapport.
 
A certeza do interesse também ocorre quando, depois de ouvirmos uma pessoa, dizemos: deixe-me ver se entendi bem seu ponto de vista – repetindo suas palavras!
 
Você já deve ter visto inúmeros filmes e situações onde anciãos e sábios conseguem entrar na mesma frequência de seus entrevistadores, ainda que muito jovens e rebeldes. Quando pensar em rapport é importante lembrar que as portas psicológicas só abrem por dentro.
 
Então, o que esses magos fazem para ter sucesso?
 
A vida vivida, que traz conhecimento e consolida a experiência, solidifica no comportamento dois fatores: simpatia e empatia.
 
Simpatia significa estar ao lado, ouvir, dar atenção, abrir as portas para a compreensão. Contudo, a simpatia nem sempre traz a solução. Não adianta só dizer à criança que embaixo na cama não há monstro ou ao colaborador que a planilha não é tão complicada de usar.
 
O passo determinante é a empatia: colocar-se no lugar da pessoa. Ir com a criança espiar embaixo da cama, sentar com o colaborador, enquanto este se esforça no uso da planilha e entendimento do problema, trocando de cadeira se necessário.
 
É o corretor que coloca as chaves nas mãos dos compradores para que abram a casa que visitam, a concessionária que permite o teste-drive para que os interessados sintam-se proprietários, o restaurante que assegura a mesa do cliente.
 
Ao dizer “sei como você se sente, façamos juntos”, giramos os botões que ajustam as nossas freqüências.
 
No rapport, vale a lei da paternidade: não basta ser, tem que participar.
 
Na construção dessa malha, temos que ser um dos fios.
 
 
Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Articulista, Escritor, Palestrante
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
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quinta-feira, 24 de maio de 2012

Profissionalidade Docente


          A profissionalidade docente dentro da pratica pedagógica, autonomia e identidade do profissional educador, tem como característica principal a atitude do professor dentro do seu campo de trabalho, ou seja, a questão toda está na disponibilidade do professor educador em buscar novos rumos, se adequando e se adaptando as variáveis que vão passando pelo seu caminho dentro de uma postura de humildade de não saber tudo e estar aberto a novas experiências de formação.

           Apesar das restrições impostas pelo sistema educacional atual com base numa visão neoliberal dos órgãos de controle, o professor tem a possibilidade de expandir sua formação através do uso de novos recursos midiáticos concretizando novos conhecimentos com ajuda da tecnologia. Na eventualidade de poder “passear” em diferentes campos do conhecimento com a ajuda de tais recursos, com certeza o professor estará, dentro de uma visão multidisciplinar, agregando valores para uma atuação mais rica dentro do processo de ensino aprendizagem. Desta forma, a articulação dos saberes como meio de instauração de uma prática compatível com uma visão de construção e colaboração do conhecimento docente, deverá ser feita a promover cada vez mais o professor, para que o mesmo tenha uma amplitude reflexiva de suas ações e que esteja inclinado a buscar o seu próprio desenvolvimento profissional. Logo, o professor deverá ser o protagonista de suas ações educativas contextualizadas na própria política educacional que está inserida dentro do sistema com base em uma formação continuada para fortalecimento da prática docente dentro da sala de aula.

          Contudo, a questão da profissionalidade do professor docente é um assunto que vem crescendo nas pautas de rodas educativas em diferentes níveis de ensino, no intuito de conhecer melhor essa prática socioeducacional importante com visão direta na dificuldade apresentada pelo assunto com vistas a uma intervenção reflexiva de uma proposta de produção social pautada na qualidade aplicativa do processo de ensino e aprendizagem.

           É extremamente interessante salientar, dentro dos chamados universais da situação de ensino, que Charlot (1997), propaga em seus escritos, de que ninguém aprende no lugar do outro e que a dependência do aluno em relação ao mestre responde a contradependência do mestre em relação ao aluno, portanto, segundo o mesmo autor, o professor deve ter em sua consciência de prática que é o aluno que detém a chave do sucesso ou do fracasso do ato pedagógico. Logo, Charlot (1997), preconiza que devido a tal questionamento e falta de consciência do profissional docente, o mesmo promove atitudes onde se torna vítima do processo e a culpa é toda do aluno que não se dedica a cumprir a sua obrigação dentro da prática do processo de ensino aprendizagem. Atitudes assim, só promovem a perda de prestígio do professor dentro da sua comunidade intraescolar e extraescolar, inclusive a questão do respeito ao profissional e sua insatisfação do exercício do magistério.

          É muito comum dentro da área pedagógica, visualizar um possível declínio de valor do professor como profissional quando levamos em consideração também a falta de reconhecimento do poder público e privado com relação ao fator econômico que está assentado no magistério hoje em dia. A questão econômica, portanto, é outro fator relevante que se encontra no processo de decadência da profissão docente e explica muitos fenômenos de baixa produtividade dentro das unidades escolares na atualidade.

          Outro problema de grande importância dentro do magistério é a formação do futuro professor dentro das instituições superiores, ou seja, o chamado profissional docente que vem para a prática escolar com uma base fraca e sem perspectivas de crescimento e capacitação de trabalho dentro do setor educativo por conta da falta de políticas públicas que não promovem intervenções nesse sentido.

          A verdade é que a profissionalidade docente é um fato circunstanciado de difícil avaliação e conceituação comparado a outras profissões bem mais reconhecidas e devidamente regulamentadas, pois a condição do professor é pautada numa diminuição da autonomia de trabalho e expressão, remuneração abaixo da qualificação profissional, variação de níveis de formação e de experiência. Contudo, o aspecto da valorização social prejudicado e a iminente falta de representatividade sindical tem provocado perdas gradativas e irreparáveis a esta importante profissão humana que tem a finalidade grata de formar e informar cidadãos atuantes dentro da sociedade de qualquer época (Silva, M. F., 2012).


Publicado em 7-Apr-2012, por Marte Ferreira Da Silva, no site: www.gestopole.com.br

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Professor reflexivo



          Nos dias atuais, dentro do cotidiano das escolas de uma forma geral, podemos observar que mudanças estão acontecendo a cada momento e, sendo assim, existe a necessidade de uma reformulação de posturas e adequação de ações para que o processo de ensino aprendizagem continue acontecendo, os agentes educadores inseridos no processo educativo, em vista disso, devem repensar suas práticas e reavaliar suas atitudes constantemente.

          O principal agente educador dentro das unidades escolares é o professor, como tal, a sua responsabilidade reflete nas ações desenvolvidas junto aos alunos dentro da sala de aula, portanto, este docente, deve repensar sempre, durante a sua prática educacional de ensinamento e depois dela, pois a sua reflexão, norteada de valores e conceitos educacionais, não pode ser orientada somente pela produção em sala de aula, mas de forma globalizada e integrada a sua formação de base com questionamentos que confrontam a prática com os conhecimentos adquiridos na universidade e na preparação do dia a dia, segundo a visão de Schön (2000).

          É importante, que esse processo reflexivo aconteça, pois quando falamos em escola, a primeira figura que aparece na mente das pessoas é a figura do professor educador, portanto, devido a tal representatividade que o professor possui dentro da escola, é importante que o mesmo cuide, de forma adequada, dos procedimentos inerentes a sua função, adequando-se de forma consistente a realidade que o cerca dentro da unidade escolar e fora dela.

          O professor, nos dias atuais, não apresenta o mesmo reconhecimento que possuía antigamente, o conceito apresentou mudanças, pois hoje é chamado de educador, não sendo simplesmente o centro das atenções ou o único detentor dos conhecimentos e fonte principal das informações acadêmicas, mas um elemento importante dentro do processo de formação, pois tem a responsabilidade de mediação e auxílio na construção do conhecimento pelo aluno.

          Todavia, o professor deve sempre tentar fugir da rotina diária, procurando momentos específicos para “falar” consigo mesmo, como forma de buscar o ato de reflexão das suas ações cotidianas antes de agir, quando estiver agindo e depois do processo ser finalizado. Essa postura possibilitará ao profissional educador, momentos importantes durante a sua vida profissional, munindo-o de ferramentas conceituais que refletirão sobre a problemática da sua prática educacional.

          Quando um professor abre a possibilidade de repensar a sua formação e, desta forma, compatibilizar com a prática associando aos seus saberes de fato, o mesmo estará abrindo portas para ampliar sua visão sobre o cotidiano escolar e contribuindo para a melhoria da qualidade de ensino de seus alunos.

          Atualmente, o que podemos observar é que o professor não possui uma cultura de reflexão do seu trabalho, colocando em pauta questionamentos sobre a sua disciplina curricular, as propostas curriculares e sua experiência atitudinal dentro da sala de aula. Logo, isso se torna um problema, que somado a outros fatores de ordem social, política e econômica do nosso país, acaba desqualificando o trabalho educativo do profissional docente e refletindo em péssimos resultados inclusive nas avaliações institucionais como o SARESP, IDESP, IDEB, PROVA BRASIL, entre outros.

          Contudo, as chamadas competências e habilidades do professor, se forem contextualizadas numa cruzada de ações planejadas dentro de uma reflexividade voltada para suas ações na prática do ensino de forma direta, pode minimizar conflitos de ordem pessoal e social acerca da proposta de trabalho do próprio professor enquanto cidadão, pessoa, profissional, educador, capacitador e agente multiplicador de conceitos e atitudes que promove intervenções importantes e pertinentes no desenvolvimento de toda uma sociedade emergente e em constante processo de mudança, avaliação, reprodução e desenvolvimento (SILVA, M. F., 2012).  

 
Publicado em 7-Apr-2012, por Marte Ferreira Da Silva
, no site: www.gestopole.com.br

terça-feira, 22 de maio de 2012

O que é Arrogância



Há poucos dias recebi e-mail de um leitor, em meio a muitos outros que recebo toda semana. Depois de ler alguns dos meus artigos, ele leitor sentiu-se habilitado para definir a minha postura ou personalidade como arrogante e moralista.

Pensei muito, antes de responder, se aquelas palavras valiam a réplica ou mesmo uma tréplica. Contudo, em respeito ao leitor que, afinal, investiu o seu precioso tempo para escrever aquela longa mensagem sobre o meu trabalho, teci algumas considerações a respeito.

Isso não foi suficiente para convencê-lo nem era esse o meu propósito, afinal, como ele mesmo disse no e-mail, cada um tem a sua própria filosofia de vida e não existe o certo nem o errado.

Concordo parcialmente, afinal, se não existisse o certo nem o errado, mediante um código de conduta universalmente reconhecido, o mundo seria pura sacanagem em forma de violência, cinismo e o mais absoluto desrespeito. Estaríamos ainda na Idade Média brigando por um pouco de dignidade.

Em meio aos adjetivos nada simpáticos que recebi, eu procurei manter a minha postura amigável e receptiva. O contraditório de tudo isso é que eu fui condenado, sem direito a defesa, por um conjunto de palavras e não de atitudes.

Apesar de não concordar com o leitor, isso faz a gente pensar. Onde estaria essa tal arrogância? Como se pode dizer que uma pessoa é arrogante ou não com base num único contexto? O fato de você não concordar com o que eu digo ou penso lhe dá o direito de me chamar de arrogante ou moralista?

Ao fim do duelo, ainda fiquei na dúvida. De que lado estaria a arrogância? De quem escreveu ou de quem replicou? Expressar sentimentos e defender suas convicções soa arrogância? Moralismo é uma forma de arrogância?

Segundo o Aurélio, arrogância é o orgulho que se manifesta por altitudes altivas e desdenhosas; diz respeito também à soberba, insolência e atrevimento. Portanto, arrogante é aquele que tem ou revela arrogância.

Não me lembro de ter escrito algo parecido com isso, porém, mantenho profundo respeito pelo ponto de vista alheio ainda que não concorde com ele. Afinal, não preciso ser amigo de uma pessoa para conviver em harmonia com ela.

Na prática, somos todos arrogantes quando sustentamos nossas convicções e somos incapazes de respeitar o ponto de vista de alheio; quando nos sentimos no direito de julgar ou preconceber com base em valores unilaterais; quando desprezamos a biologia, a linguagem, a cultura e a história pessoal diferente da nossa.

Expressar um ponto de vista pessoal, mesmo equivocado, é um direito de qualquer cidadão. Discordar do ponto de vista alheio também é, porém, tentar combatê-lo sem propósito específico nem fundamento, é o princípio da arrogância.

Pense nisso e seja feliz!

Publicado em 4-Apr-2012, por Jerônimo Mendes, no site: www.gestopole.com.br

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Normose na Política



Normose é um neologismo criado por Jean Yves Leloup, um dos pioneiros da psicologia transpessoal, e significa "a perigosa realidade em que o hábito nocivo torna-se a norma de consenso". É a patologia de uma normalidade indesejada.
Funciona assim: Quando uma maioria de pessoas que compõem uma organização ou segmento da sociedade concorda em relação a uma opinião ou ação forma-se uma espécie de consenso que dita uma norma. Quando a norma é adotada, forma-se um hábito.
Há vinte ou mais anos atrás fumar não só era normal, como era chique. Comportamento aceito e estimulado pela sociedade. Demorou, mas descobriu-se ser uma patologia. O mesmo acontece com alguns outros hábitos.
Grande parte dos nossos hábitos são construídos a partir de normas que adotamos, de forma mais ou menos consciente, seja por imitação, por um processo de introjeção, por investir no sentimento de pertencer, ou mesmo por temer rejeições.
A normose impede que você veja as coisas como elas verdadeiramente são. Normose é também o que vem acontecendo nos últimos meses na ambiência política da Paraíba.
Uma instigante conversa com caminheiros sobre a ferrenha e infindável disputa pelo poder entre grupos políticos locais inspirou reflexões em torno de conotações normóticas, observadas em posturas e comportamentos de políticos envolvidos nas últimas eleições.
É inegável que o confronto de idéias é salutar e tem a serventia de educar, se a direção é na busca de caminhos para o atendimento dos anseios e aspirações da sociedade.
E essa é, sem dúvida, uma imensa responsabilidade dos cidadãos que hoje não demonstram ter visibilidade política no Estado - não são modelos a inspirar os homens públicos do futuro.
O que inquieta é quando começamos a considerar que os acontecimentos envolvendo o confronto de grupos, e não de idéias e propostas, é normal e natural. É preciso cuidar e nos acautelarmos para não sermos fisgados pela normose.
Habituamo-nos a ouvir acusações, denúncias e desmentidos tendências à desqualificação de posturas e comportamentos de adversários políticos.
Na verdade, e a rigor, assiste-se a uma desqualificação da população que fez suas opções na eleição, e que, certamente, está ansiosa por mudanças que reflitam em suas vidas.
O povo tem bom senso para saber o que quer, e é sempre detentor do largo sentimento de pertencer a uma sociedade esperançosa e desejosa de mudanças. As proposições têm extrema convergência e sintonia.
Assim, fica difícil aceitar que as divergências decorrem de diferenciações de propostas. Elas são de outro quilate. Estão relacionadas com a disputa pelo poder. E não é esse o desejo da sociedade. Não é alimentar a disputa pelo poder. E, sim, pelo atendimento aos anseios da sociedade.
Hoje, só acredito em mudanças sérias, consistentes e responsáveis com lideranças novas. As que estão ai já passaram pelo poder e não fizeram o prometido. No mínimo, não sentimos mudanças na qualidade de vida da população. Adote como missão buscar lideranças novas para cuidar dos nossos projetos. Ela está bem perto de você!!!
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Por Mauro Nunes
Palestrante e Consultor Especializado em Planejamento e Gestão Estratégica. Autor do PROJETO EMPREENDER - Microcrédito Administrado pelo Município que vem fazendo sucesso em boa parte do país e de um Plano de Gestão, simplificado, contudo eficaz e efetivo, para aplicação imediata em organizações públicas ou privadas. Já vem sendo adotado, com sucesso!

Publicado em 6-Apr-2012, por Mauro Nunes, no site: www.gestopole.com.br

domingo, 20 de maio de 2012

Feito é melhor que perfeito!



Tentar ser perfeito consome muita energia. Em certos aspectos, ajuda. Em outros, atrapalha. Não estou desprezando a qualidade necessária para atingir a perfeição, mas a qualidade também tem seus defeitos, por isso, ela é um processo, sem ponto final.

A natureza tem seus defeitos, portanto, ninguém é perfeito, afinal, somos feitos da mesma matéria da qual a natureza é composta. Isso nos coloca em condições de igualdade, nem melhores nem piores do que qualquer criatura na Terra. Nossos defeitos são nossas maiores virtudes.

O que diferencia os perfeitos dos imperfeitos? Os perfeitos são mais detalhistas, mais tecnicistas, mais preocupados com os milímetros e, por isso, na maioria das vezes, podem atrasar projetos, perder prazos e desperdiçar oportunidades.

Os imperfeitos são realizadores, por vezes, inconsequentes, mas não descansam enquanto não atingem o seu objetivo. Você pode vê-los o tempo todo produzindo, testando, inovando, concebendo negócios e ideias que não fazem o menor sentido para alguns, mas todo sentido para eles.

Thomas Edison era um desses imperfeitos. Steve Jobs também. Dois obstinados em busca de uma solução, quase sempre imperfeita, mas o que importava não era a perfeição e sim a realização, o bem comum, ou você considera o i-Phone e o i-Pad perfeitos?

O perfeito consome mais tempo do que o necessário. O imperfeito consome menos tempo e realiza mais. O primeiro mistura obsessão e ciência. O segundo, realização e eficiência. Ambos são realizadores. A diferença está no tempo que cada um leva para colocar uma ideia em prática.

Qual deles tem mais valor no mundo? Depende do setor. Na aviação, por exemplo, nenhuma empresa aceita pilotos com apenas 90% de voos bem-sucedidos. Por outro lado, empreendedores com mais de 50% de tentativas bem-sucedidas nos negócios são exemplos a serem seguidos.
Por tudo isso, deixe de ser perfeito e comece a ser notável, como diria Seth Godin, o grande guru do marketing. Ser notável é não ter medo de se destacar, de dizer a verdade, de arriscar uma ideia, por mais maluca que possa parecer. Ser notável é defender uma causa e ser um realizador por natureza.

Feito é melhor que perfeito, diz o ditado, portanto, produza mais e planeje menos, tente agir mais e espere menos, sonhe mais e durma menos. É bem melhor ter uma centena de ideias boas e arriscar algumas do que ter apenas uma e não arriscar nada.

Pense nisso e seja feliz!

Publicado em 9-Apr-2012, por Jerônimo Mendes, no site: www.gestopole.com.br

sábado, 19 de maio de 2012

Como é bom sonhar com um novo amanhã!




Se você está passando por um momento muito difícil de saúde, não desista continue sonhando com dias melhores...
 
Reaja!
 
Nosso corpo é frágil, ele grita as nossas tristezas, o nosso desânimo, as mágoas guardadas...
 
queridos leitores...esta é a chance do repensar...
 
Se o problema surgiu, a dor chegou, o que a vida quer nos dizer?
 
Vamos colocar em nossos corações luz, amor, boas energias, essa será a chance de nossa cura interior.
 
Pensar em dias melhores...
 
Vamos viver com mais intensidade...
 
sem preconceitos, simplesmente viver a vida como ela, na sua simplicidade e acima de tudo na sua magia.
 
Vamos sonhar o sonho da infância, vamos lembrar de histórias que marcaram época e precisam retornar para nos deixar mais felizes...
 
Vamos sonhar com a beleza da vida, com a simplicidade e generosidade!!!!
 
Vamos Sonhar com um novo amor, novas esperanças de um mundo mais digno, mais amoroso, mais sensível, enfim, mais tudo...
 
Vamos viver, intensamente, viver...
 
somente assim perceberemos o tesouro maior da existência, os valores, ideais ....
 
É proibido desperdiçar a chance do viver e sonhar com sabedoria!

 
Não tenha medo de viver, sonhe!


Por Ana Maria Ramos Sanchez Varella
 
Autora das obras: Envelhecer com desenvolvimento pessoal; Encontros e desencontros, nada é por acaso! A Comunicação Interdisciplinar na Educação e Quinta série, um bicho de sete cabeças? Líder do grupo de pesquisa: FIQUE (Física Quântica e Espiritualidade- Grupo de Estudos e Pesquisa do Centro Universitário Ítalo Brasileiro- UniÍtalo)

Fonte: www.saesp.com.br

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Apesar de vocês


"Quem tem um porquê suporta qualquer como."

(Viktor Frankl)

Emmanuelle Garrido tem formação em Direito e ocupa cargo de chefia. Apesar
de ser deficiente visual desde os seis meses de idade.

Monique Romano é gerente comercial e conseguiu superar uma grave crise
financeira em sua empresa. Apesar da queda expressiva nas vendas ocorrida em
determinado período.

Giselle Dellatorre trabalha para melhorar a qualidade de vida de crianças
com doenças reumáticas. Apesar da falta de incentivo governamental.

Rodney Santos celebra todos os anos sua maior conquista pessoal: a vitória
pela vida, após superar um câncer. Apesar do pessimismo de muitos, anos
atrás.

Todos os nomes mencionados são de leitores, hoje amigos, com os quais me
correspondo. Não são celebridades, participantes de reality shows ou
receberam heranças ou facilidades. São pessoas diferentes porque decidiram
enfrentar a mediocridade, o pessimismo, a negligência.

É comum nos abatermos diante das dificuldades. E superdimensioná-las. Nossos
problemas são sempre mais relevantes do que os dos outros. Contratempos
revestem-se de tragédias. Sentimo-nos incapazes, impotentes, injustiçados.

A frase que introduz este texto é do psiquiatra e psicólogo austríaco Viktor
Frankl, criador da logoterapia, segundo a qual o desejo de encontrar um
significado para a vida é a motivação básica do comportamento de um
indivíduo. Estabelecer e perseguir um objetivo trilhando o próprio destino é
aspecto mais relevante do que satisfazer instintos e aliviar tensões, como
sustenta a psicanálise convencional.

Frankl pertencia à corrente judaica socialista marxista, a classe de judeus
mais odiados por Hitler. Passando por quatro campos de concentração entre
1942 e 1945, perdeu os pais, a esposa e um irmão, sofrendo com os maus
tratos e a fome. Mas sobreviveu, por seus princípios e por seus propósitos.

Teorizando a partir de suas observações e sua própria experiência, Frankl
observou que um indivíduo pode encontrar um sentido para sua vida a partir
de três vias (com base nos escritos do filósofo Rubem Queiroz Cobra):

1.    Criando um trabalho, realizando um feito notável ou sentindo-se
responsável por terminar um trabalho que depende fundamentalmente de seus
conhecimentos ou de sua ação. Aqui poderíamos relacionar as contribuições de
personalidades como Pasteur, Einstein e Bohr, entre outros.

2.    Experimentando um valor, algo novo, ou estabelecendo um novo
relacionamento pessoal. Esse é o caso de uma pessoa que está consciente da
responsabilidade que tem em relação a alguém que a ama e espera por ela. O
amor incondicional de uma mãe por um filho exemplifica essa tese.

3.    Pelo sofrimento, suportando as amarguras inevitáveis diante da
consciência de que a vida ainda espera muito de sua contribuição em relação
às demais pessoas, como aconteceu com o próprio Frankl.

Nestes três casos, a resposta do indivíduo deixa de ser a perda de tempo em
conversas e meditação, e se torna a ação correta e a conduta moral objetiva.

Tenho visto empresas que produzem e geram empregos, apesar dos juros
elevados, da carga tributária indecente, da carestia das linhas de crédito.

Tenho visto profissionais que são promovidos, apesar de uma formação
acadêmica deficitária, da ausência de um MBA ou da fluência em outro idioma.

Tenho visto pessoas que praticam ações filantrópicas, levando consigo o
carinho do olhar, o calor do abraço e o conforto da palavra, apesar de
pessoalmente não necessitarem disso.

Tenho visto casais que se reconciliam e amantes que se saciam, apesar das
divergências e da eventual discórdia.

Aprecio muito o conceito de resiliência, a capacidade de superar
adversidades. E meu amigo Roberto Ambrósio presenteou-me com uma metáfora
sobre o boxe, um esporte duro e violento que nos lega de forma muito
especial o conceito de assimilação.

Um boxeador toma um direto de direita e assimila, bem ou mal, o choque
sofrido. Assimilar é tornar-se semelhante a. Como se o golpe passasse a ser
uma parte da própria pessoa, modificando-a externa e internamente. O
boxeador sofre, baqueia, devolve a energia potencial em forma de
persistência (permanecer em pé), ou em forma de  contragolpes defensivos,
mas acima de tudo aprende enquanto assimila. Aprende que a guarda deveria
estar mais alta, que a esquiva deveria ocorrer um décimo de segundo antes.
Aprende com a dor e aprende sozinho.

Também tenho aprendido a oferecer menos resistência aos sacrifícios
impostos, a suportar melhor as dificuldades, a ser mais tolerante. E a
encontrar um sentido para a vida. Apesar dos que a tudo isso se opõem.


Autor: Tom Coelho:


<mailto:tomcoelho@tomcoelho.com.br> tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite:
<http://www.tomcoelho.com.br/> www.tomcoelho.com.br e
<http://www.setevidas.com.br> www.setevidas.com.br.

Recebido do autor, por e-mail

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Animais pensam? Quem come carne acha que não

Do site: www.mentecerebro.com.br, em 02 de maio de 2012

Psicólogo australiano sugere que alinhamos nossa moral aos hábitos alimentares
 
© DUDAREV MIKHAIL/SHUTTERSTOCK

Na selva, um leão abate sua presa sem hesitar. Mas, para muitos humanos, imaginar que animais sentem dor, prazer ou medo é suficiente para abrir mão de saborear carne. Uma pesquisa divulgada pelo Personality and Social Psychology Bulletin mostra que a maioria das pessoas que come carne reluta em acreditar que os animais tenham habilidades mentais capaz de fazê-los pensar e sofrer antes da morte.

“A negação parece uma tentativa de se justificar moralmente”, diz o psicólogo Brock Bastian, da Universidade de Queensland, na Austrália. O pesquisador e seus colegas questionaram os participantes se queriam comer fatias de carne ou de maçã depois que fizessem uma tarefa. Em seguida, pediu que descrevessem, em um texto breve, como imaginavam o ciclo de vida completo de um animal abatido e como avaliavam as faculdades mentais de um bovino. Os voluntários que escolheram comer carne depois do teste tinham ideias mais “conservadoras” sobre a mente dos animais. A maioria negou que pudessem pensar e ter sentimentos.

“A empatia, que é a capacidade de reconhecer e até mesmo experimentar as emoções dos outros, nem sempre é útil. Pessoas que vivem em sociedades que se alimentam de carne recorrem à negação para alinhar sua moral às tradições e comer sem culpa”, diz Bastian.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Beleza e amor

Do site: www.mentecerebro.com.br, em 27 de abril de 2012

Apreciar uma obra de arte e admirar a pessoa amada estimulam as mesmas áreas neurais
 
©MEDVEDKA/SHUTTERSTOCK

Pessoas apaixonadas tendem a considerar sua cara-metade bonita, ainda que ela esteja longe de se encaixar nos padrões vigentes. Essa percepção ocorre porque amor e beleza ativam as mesmas regiões do cérebro. É o que sugere um estudo publicado na revista PLoS ONE – obras de arte estimulam áreas ligadas ao desejo e à sensação de euforia e bem-estar.

O neurobiólogo Semir Zeki e seus colegas do Laboratório de Neurobiologia da College London, na Inglaterra, exibiram a 21 pessoas de diferentes culturas mais de100 pinturas e composições musicais. Elas deveriam dizer se achavam as obras bonitas, feias ou indiferentes. Em seguida, os cientistas mostraram novamenteas produções aos voluntários, dessa vez monitorando sua atividade cerebral. Constataram que o cérebro dos participantes do estudo não apresentou reação significativa quando olhavam ou ouviam obras que não achavam bonitas nem feias.

As imagens que eles acharam belas ativaram intensamente o córtex medial orbitofrontal, considerado por muitos pesquisadores uma parte do sistema límbico, responsável por processos relacionados ao desejo e à avaliação de valor e beleza. Para Zeki, quando algo nos agrada esteticamente, há maior chance de desejá-lo. No experimento, foi observado principalmente o caso da arte visual: diante das obras preferidas, havia maior ativação do núcleo caudado, parte do cérebro que, como mostram pesquisas anteriores, reage quando olhamos para fotografias da pessoa amada.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Dinheiro e felicidade

Do site: www.mentecerebro.com.br, em 27 de abril de 2012

Contrariando o ditado popular, pesquisas mostram que pelo menos algumas satisfações podem ser "compradas"

© ANDREY BURMAKIN/SHUTTERSTOCK

Parece que as “verdinhas” podem comprar felicidade, sim! Mas talvez não da forma como muita gente imagina. Em 2010 o psicólogo Ed Diener constatou que dinheiro não melhora o humor direta ou seriamente – mas pode melhorar a satisfação em relação à vida. Usando uma amostra da Pesquisa Mundial Gallup, o pesquisador coordenou uma equipe de cientistas que solicitaram a 136 mil pessoas de 132 países, participantes do estudo, que classificassem sua vida numa escala de 0 a 10 e respondessem a perguntas, revelando se tinham vivenciado uma série de emoções positivas e negativas no dia anterior.

Além do rendimento anual familiar, a equipe avaliou os artigos de luxo que os participantes possuíam. Também foram medidos fatores sociais e psicológicos, partindo de indagações como: Você foi tratado com respeito ontem? Você tem amigos ou parentes com quem pode contar numa emergência? Você aprendeu alguma coisa nova hoje? Você está apto a fazer o que faz melhor? Você pode escolher como passar seu tempo?

Os pesquisadores descobriram que o padrão de vida projetado sobre a avaliação geral da vida foi melhor que a previsão do balanço de emoções positivas e negativas. Por outro lado, ter as necessidades psicológicas atendidas produziu mais sentimentos agradáveis no dia avaliado. Assim, os artigos caros podem deixá-lo mais satisfeito, é verdade, mas não tornam a vida mais feliz. A empolgação de comprar um carro esportivo novo ou uma TV de plasma de 50 polegadas desaparece rapidamente, mesmo que você se orgulhe de ter um desses itens. A ciência comprova, assim, o que muita gente já desconfiava (ou tinha certeza): ter dinheiro ajuda, mas não basta.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Por que nem todos aprendem com os erros

Do site: www.mentecerebro.com.br, em 27 de abril de 2012

Pessoas que acreditam que a inteligência é flexível são mais propensas a refletir sobre como melhorar seu desempenho e, assim, errar menos no futuro
 
© GUALTIERO BOFFI/SHUTTERSTOCK

A inteligência pode aumentar com a vontade de aprender? Sua resposta a essa pergunta pode dizer muito sobre como você percebe seus erros e, consequentemente, como os transforma em conhecimento. Um estudo publicado na Psychological Science mostra que pessoas que acreditam que a inteligência é flexível são mais propensas a refletir sobre como melhorar seu desempenho e, assim, errar menos no futuro.

Pesquisadores da Universidade do Estado de Michigan instruíram 25 alunos de pós graduação sobre uma tarefa simples e repetitiva no computador: deviam observar sequências de letras que se sucediam na tela e apertar o botão sempre que vissem determinado padrão, definido antes do exercício. Cada vez que erravam, aparecia uma mensagem de erro na tela. Eles tiveram o cérebro monitorado durante o experimento, e os pesquisadores observaram que, quando erravam, as imagens sinalizavam duas tênues respostas elétricas. A primeira reação é a percepção do equívoco, e a segunda é o desejo de consertar esse deslize.

Esse conceito surgiu quando os alunos foram questionados sobre o que pensavam a respeito da flexibilidade da inteligência. Os “inclinados ao crescimento”, segundo os pesquisadores, eram os mesmos que apresentaram respostas cerebrais mais intensas. Esses voluntários também erraram menos em seguida. “Todos perceberam que tinham de prestar mais atenção e seguir mais devagar na tarefa, mas apenas os inclinados ao crescimento de fato fizeram algo com essa informação e progrediram, certamente porque se concentraram na experiência e não apenas no resultado”, explica o psicólogo clínico Jason Moser, autor do estudo.

domingo, 13 de maio de 2012

César Ades, um visionário da psicologia



Do site: www.mentecerebro.com.br, em 27 de abril de 2012

Professor insistia na importância da atitude humilde e curiosa porém de amplo alcance; era “unanimidade inteligente” entre seus pares
 
© Gonçalo Viana

Morreu em março um dos maiores pesquisadores em psicologia que o Brasil já conheceu. César Ades, nascido no Cairo, em 1943, contribuiu decisivamente para a formação de uma atitude científica nessa área no Brasil. Seus estudos etológicos sobre o comportamento animal são pioneiros, suas teses sobre o funcionamento da memória antecipam alguns dos grandes desenvolvimentos das neurociências, os trabalhos a respeito do “método” empregado pelas aranhas na construção de suas teias se tornaram uma referência na área.

Quando se fala em psicologia experimental – nome do departamento que César ajudou a constituir nos porões da alameda Glete, no centro, em São Paulo – geralmente se pensa na análise experimental do comportamento, com suas caixas de Skinner, métodos de condicionamento e de reforço. Contudo, há outra maneira de fazer ciência do comportamento, baseada na observação em ambiente natural, na perspectiva evolutiva da espécie, na leitura de nossa anatomia e fisiologia, inclusive em nossa compleição cerebral e genética, como uma história. É neste sentido que César nos ensinava a fazer ciência do Real. Sem ceder ao “metodologismo” – segundo o qual a ciência é apenas aquilo que se desenvolve por meio de métodos científicos e que tais métodos convergem para uma unidade normativa – a disciplina que esse professor nos impunha começava por uma atitude humilde e curiosa, porém, de amplo alcance prospectivo.

Foi essa atitude prática e ao mesmo tempo amorosa, marcada pelo rigor intransigente com as ideias, que levou César a se tornar uma “unanimidade inteligente” entre seus pares. Um exemplo concreto. Quando ainda estava no mestrado fui seu monitor em uma disciplina sobre pesquisa básica que envolvia estudos comparativos do funcionamento da memória em seres humanos e animais. Movido pelo espírito de abertura que ele estimulava propus, de forma provocativa, que estudássemos a Carta 52 de Sigmund Freud a Wilhelm Fliess, na qual este último desenvolvia uma teoria da memória baseada na transcrição articulada e temporal de sistemas compostos por diferentes tipos de signos.

Foi aí que César retrucou de forma amigável, mas não sem alguma ironia, que ele estava completamente de acordo, mas desde que se levasse em conta também a teoria intuitiva da memória, desenvolvida por Marcel Proust em Em busca do tempo perdido, obra da qual ele começou a citar longos trechos, de cabeça... em francês.

Mas a graça da história é que isso não se reduziu a uma troca retórica de gentilezas. Tive de “pagar minha língua” lendo Freud e Proust, junto com neuroetologia da memória. Um trabalho que, para minha absoluta surpresa, soube mais tarde, foi publicado. Ou seja, ele havia transformado o ringue narcísico das disputas insalubres por territórios falsamente delimitados em um rinque de patinação, no qual todos nós nos equilibrávamos para não cair, contando apenas com um tanto de saber e outro tanto de respeito pela dignidade do objeto.

Porém, a prova maior de que é exatamente desse tipo de cientista que precisamos, e não de mais tecnocientistas que saíram do ringue dos territórios para o ranking das avaliações, é que César Ades conseguiu passar na prova de ouro da atitude crítica que se espera da ciência: que ela resista ao poder constituído. E quando diretor do Instituto de Psicologia da USP ele conseguiu sair do cargo ainda amado e respeitado por todos com e contra os quais lutou. E presidiu o Instituto de Estudos Avançados da USP (IEA) – homenagem justa a quem representava esta espécie em extinção do intelectual e cientista, público e universalista.

sábado, 12 de maio de 2012

Bastava o olhar do pai

Do site: www.mentecerebro.com.br, em 26 de abril de 2012

Mudanças na forma de lidar com os filhos, na tentativa de não impor limites muito rígidos e diminuir o conflito de gerações, trouxeram consigo a banalização da autoridade em relação as figuras paternas

© KRUCHANKOVA MAYA/SHUTTERSTOCK

por Ana Elizabeth CavalcantiNós, que vivemos nossa infância e adolescência nas décadas de 50 ou 60, já dissemos e ouvimos muitas vezes a frase: “Bastava o olhar de meu pai...”. Ou ainda: “Meu pai não precisava nem falar!...” Nessa época, a autoridade paterna e o respeito que os pais impunham aos filhos nem de longe podiam ser questionados. Mesmo aqueles pais identificados como amorosos e próximos impunham um limite que muito dificilmente seria ultrapassado ou sequer questionado pelos filhos.

De lá para cá muitas águas rolaram. As mulheres foram à luta, conquistaram um lugar ao sol e, mais do que isso, mudaram a configuração da família na atualidade. Com os conhecidos acontecimentos das décadas de 60 e 70, os valores da família patriarcal foram, em sua maioria, colocados em cheque. Tudo que lembrasse uma relação de autoridade vertical passou a ser emblema de autoritarismo, portanto, alvo de veemente contestação.

Os jovens que fizeram as “revoluções” de 60 e 70 inauguraram uma geração de pais e mães que se propunham a construir novas relações com seus filhos, estabelecendo-as em outras bases. Idealizaram: “Seremos para nossos filhos o que nossos pais não foram para nós. Mais próximos e mais amigos. Não vamos lhes impor limites muito rígidos. Desta maneira, descobrirão o que é melhor para eles. Diminuiremos os conflitos de gerações e poderemos continuar conversando com nossos filhos aos 40, 50, 60 anos”. Mas, a maioria, empurrados pelos “ïmperativos” de modernização e de consumo, só puderam perseguir esse ideal como prescrição, ao pé da letra.

Substituíram a angústia da construção de um “novo modelo de ser pai e mãe” pela posição confortável de não serem pais, mas amigos. Vestiram-se e dançaram como os filhos, trocaram confidências sobre sexo e compartilharam drogas. Compactuaram com suas pequenas e grandes violências e transgressões. Acreditaram, assim, estar produzindo uma geração livre e responsável e não perceberam que ao se retirarem do lugar de pais, ao se colocarem no lugar de “amigos dos filhos”, não estavam construindo para eles uma alternativa. Ou seja, não construíram novas referências de pais, apenas fizeram com os filhos uma espécie de aliança para contestarem um modelo de pais. Daí os discursos, tão frequentes na atualidade, de que é difícil ser pai e mãe hoje em dia. Não se sabe como cuidar dos filhos. Não se sabe o que fazer com eles.

E assim assistimos perplexos ao surgimento de pais, ora impotentes e descabelados, ora extremamente violentos e desmedidos, buscando nas soluções mais radicais a forma de se relacionarem com os filhos. Quem lida hoje com crianças e adolescentes de todas as classes sociais – nas escolas, consultórios ou outras instituições – sabe que eles estão sendo estuprados, espancados e expulsos de casa.

Está na hora, portanto, de repensar nosso lugar de pais e de adultos responsáveis pelos cuidados e formação de novas gerações, para que não nos reste apenas o ideal impossível de resgatar os encantos, as doçuras e as amarras do “porto seguro” de um pai que bastava olhar. Afinal, não seria justo, nem com nossa geração nem com as gerações futuras, atirar no lixo as conquistas e os ideais de liberdade e de uma sociedade melhor.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Ioga para a vida

Do site: www.mentecerebro.com.br, em 23 de abril de 2012

Resultados de pesquisa coordenada por brasileiros, recém-publicados no periódico científico Consciousness and Cognition, comprovam benefícios da prática
por Sidarta Ribeiro

© TAN, KIM PIN/SHUTTERSTOCK

De todas as cartografias da mente desenvolvidas pela espécie humana, o ioga é uma das mais sagradas, antigas e complexas. Por meio de exercícios de respiração, postura, vocalização, meditação e outros mistérios, o ioga construiu uma reputação milenar como prática saudável. Segundo os upanixades, escrituras hindus cujas origens datam dos tempos do Buda (cerca de 400 a.C), “não conhece doença, velhice nem sofrimento aquele que forja seu corpo no fogo do ioga. Atividade, saúde, libertação dos condicionamentos, circunspecção, eloquência, cheiro agradável e pouca secreção são os sinais pelos quais o ioga manifesta seu poder”.

Entre os adeptos, acredita-se que a atividade proporciona melhoria da memória e redução da tensão emocional. Os efeitos benéficos sobre a cognição podem derivar dos exercícios de atenção ativa sobre a respiração e os músculos. Por outro lado, o favorecimento do intelecto talvez seja indiretamente obtido pela atenuação de condições psicologicamente debilitantes associadas com déficits, como a depressão. Estudos científicos apoiam a ideia de que os benefícios do ioga decorrem da regulação do eixo hipotálamo-pituitária- adrenal e do sistema nervoso autônomo. Entretanto, diversos fatores prejudicam a interpretação dos resultados. Em primeiro lugar, os estudos não controlaram os efeitos intrínsecos ao exercício físico, utilizando como grupo controle pessoas que não fazem a atividade física regularmente. Além disso, a maioria dos estudos investigou os efeitos do ioga associada com medicação, dietas e outras terapias. Finalmente, a maioria dessas pesquisas foi realizada em populações orientais culturalmente predispostas a essa prática.

Buscando a resolução dessas dúvidas, a neurocientista Regina Silva e seu doutorando Kliger Rocha, do Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (FRN), lideraram uma equipe de investigação sobre os efeitos do ioga na memória, medidas psicológicas e níveis de cortisol em brasileiros adultos. Trinta e seis homens sem conhecimento prévio do ioga, integrantes do Exército Brasileiro, fora submetidos ao experimento por um período de seis meses. Um grupo participou de duas aulas de ioga por semana, mais duas aulas de  exercícios físicos convencionais. Outro grupo (controle) participou apenas de exercícios físicos (quatro aulas por semana). Verificou-se ao final do experimento que o ioga promoveu uma diminuição dos parâmetros psicológicos relacionados à depressão, estressee ansiedade, bem como uma melhoria do desempenho mnemônico em uma tarefa de reconhecimento de palavras, tanto no curto quanto no longo prazo.

Houve também uma significativa redução dos níveis de cortisol, hormônio diretamente envolvido na resposta ao estresse. Os efeitos nessa população ocidental não exposta a outras terapias adjuvantes superaram os efeitos simplesmente relacionados à prática física convencional.

Os resultados, recém-publicados no periódico científico Consciousness and Cognition, generalizam e corroboram os benefícios específicos da prática. Com certeza há muitas outras fronteiras científicas a explorar nos arcanos segredos do ioga, herança poderosa a iluminar a autodescoberta humana. Mapa da mina da vida, o ioga pede passagem.

Sidarta Ribeiro é neurobiólogo, diretor do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e professor titular da UFRN.