quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Pinturas do inconsciente


Obras do artista plástico baiano Valdney Suzart mesclam imagens oníricas e referências regionais

Divulgação
O grito e o silêncio 

A mãe do pintor Valdney Suzart foi a inspiração de Primavera, a imagem de uma idosa com flores brotando de suas veias: vitalidade onde aparentemente há sequidão. A tela é umas das 15 obras da mostra Sonhos e recôncavo, em cartaz na Caixa Cultural, em São Paulo.

A seleção traz pinturas que são realistas a ponto de lembrar montagens com fotografias, mas que também evocam o surrealismo, movimento artístico que, influenciado pelas teorias de Sigmund Freud, enfatiza o papel do inconsciente na criação artística – imagens oníricas, aliás, como o nome da exposição deixa entrever, são uma das fontes de inspiração de Suzart, bem como o sincretismo característico da região do Recôncavo Baiano, onde ele nasceu e vive, na cidade de Muritiba, como se vê na obra O grito e o silêncio.

SONHOS E RECÔNCAVO. Caixa Cultural São Paulo. Praça da Sé, 111, Centro, São Paulo. Terça a domingo, das 9 às 21h. (11) 3321-4400. Grátis. Até 24 de fevereiro.


Do site: www.mentecerebro.com.br

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A pedra da exclusão


O crack provoca a liberação de grandes quantidades de dopamina no cérebro, o que causa efeitos mais intensos que a cocaína
 

Fernanda Ribeiro
 


Christy Thompson/Shutterstock

  Hoje deparei com algo novo. Na avenida Tigertale, em Miami, há uma garagem onde uns sujeitos com alguns trocados no bolso estão experimentando um tipo diferente de ‘viagem’. Estão fumando cocaína. Chamam essa versão de ‘base’. Tenho de perguntar ao traficante o que é isso”, anotou o sociólogo americano James Inciardi, ex-diretor do Centro de Estudos em Álcool e Drogas da Universidade de Delaware, sobre uma pesquisa de campo em 1973. Ele menciona um dos produtos feitos do extrato da planta Erythroxylon coca, que menos de dez anos depois seria batizado por usuários e meios de comunicação de “crack” – uma mistura caseira de pasta básica de cocaína, obtida pela maceração ou pulverização das folhas de coca com solvente (como querosene, parafina e álcool), ácido sulfúrico e bicarbonato de sódio. O nome da droga faz referência aos locais onde era comercializada e fumada: casas abandonadas (crack houses) de bairros pobres de Miami, Los Angeles e Nova York, onde usuários se reuniam em grupo para fumar a droga, vendida em “pedras”, em cachimbos improvisados com materiais como latas e copos de plástico. O fogo fazia os cristais estralar, produzindo o som descrito como cracking.

Quando inalada, essa mistura de cocaína penetra na corrente sanguínea através dos pulmões e é rapidamente metabolizada, chegando ao cérebro em menos de 20 segundos. A droga estimula a liberação de grandes quantidades do neurotransmissor dopamina, associado à sensação de prazer e de motivação. Esse componente químico age na fenda sináptica, o espaço entre os neurônios, para levar essa informação de uma célula neural a outra se ligando a receptores nas extremidades dos neurônios pós-sinápticos, isto é, aqueles que recebem o estímulo. O resultado é a sensação de bem-estar. Normalmente, a dopamina que sobra na sinapse é reabsorvida pela membrana dos neurônios pré-sinápticos e a sensação é regulada de forma natural. As substâncias presentes no crack agem diretamente sobre esses receptores, bloqueando-os temporariamente. Assim, a dopamina permanece na fenda sináptica, o que aumenta e prolonga o prazer. Por isso, os efeitos mais característicos da droga são euforia e percepção de que se tem confiança e poder – semelhantes aos da cocaína em pó, mas pelo menos dez vezes mais intensos –, além de constrição das artérias cerebrais, o que aumenta o risco de desenvolver doenças cardiovasculares.

O uso contínuo leva à diminuição progressiva da dopamina na sinapse, o que pode causar ansiedade, irritabilidade, sintomas depressivos e desejo de consumir a droga novamente. A absorção da substância pelo organismo vai se alterando, e ele se “habitua” a ela, dando origem à tolerância, fenômeno toxicológico que induz o dependente a aumentar a quantidade de droga para atingir o mesmo efeito inicial ou a buscar outros tipos de substância, como maconha, nicotina e principalmente álcool, para atenuar a “fissura” e os efeitos indesejáveis do consumo.

FATORES DE RISCO

“Basta experimentar uma única vez para ficar preso ao vício. Ele deixa as pessoas agressivas, causa depressão, perda da capacidade de raciocínio e leva ao crime”, diz o cartaz de uma campanha veiculada pelo governo do Distrito Federal, no qual a palavra “crack” aparece entre duas algemas. Especialistas, no entanto, discordam das abordagens que invariavelmente vinculam drogas à dependência e à criminalidade. “Não é só a droga que causa dependência. O processo é mais complexo, pois depende  de como cada pessoa reage a ela. Isso envolve mais de um determinante, causas conjuntas, como propensão genética, facilidade de acesso à substância, frequência de uso, presença anterior de transtornos mentais, familiares, entre outros aspectos”, diz a psiquiatra Ana Cecília Marques, da Associação Brasileira do Estudo de Álcool e Drogas (Abead).

Em outras palavras, desemprego e situação de rua podem ser considerados fatores que aumentam a vulnerabilidade, pois um dos efeitos do crack é a redução das sensações de fome e sono. Além disso, ele é mais acessível que os opioides e a cocaína em pó, por exemplo. O preço de uma pedra pode variar entre R$ 5 e R$ 10, enquanto um papelote de cocaína custa pelo menos R$ 20. O senso comum também acredita que a miséria é consequência da adição – sendo o inverso mais provável. “Dos usuários de crack, cerca de 80% são recreacionais: pessoas que têm família, trabalham e são produtivas, o que também não significa que o risco não é alto”, diz o psiquiatra Dartiu Xavier, coordenador do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “A ideia de que uma única dose é suficiente para causar dependência não se aplica a nenhuma droga. A noção é distorcida e pode ter resultado contrário ao desejado, principalmente entre os mais jovens, que podem experimentar o crack e, diante dos efeitos, desacreditarem as campanhas e achar que as consequências relatadas não são reais”, diz Ana Cecília.

Além disso, a relação entre consumo de cocaína e comportamentos impulsivos e violentos, sugerida por estudos mais antigos, é reducionista. O mais adequado para medir a possibilidade de dependência seria o que a Organização das Nações Unidas (ONU) define como “fatores de risco”, tanto individuais como sociais, como autoestima baixa, predisposição genética, dificuldade de interação social, ambiente familiar instável, falta de acesso a moradia, saúde e educação. “Até para drogas ‘pesadas’ existem usuários ocasionais. Por que alguns conseguem cheirar cocaína esporadicamente e outros são dependentes? O que basicamente os diferencia são outros fatores – se a pessoa tem algum transtorno psíquico associado, como depressão e ansiedade, ou se começa a usar o álcool e a cocaína para resolver problemas”, explica Xavier.

AMOSTRA DA “CRACOLÂNDIA”

Segundo pesquisa da Confederação Nacional de Municípios (CNM), divulgada em novembro de 2011, 98% das 4 mil cidades que ofereceram dados para o estudo enfrentam problemas com o consumo da droga, até mesmo as com menos de 20 mil habitantes. Pesquisadores do Instituto Nacional de Políticas Públicas de Álcool e Drogas (Inpad) e da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (Uniad) da Unifesp analisaram em dezembro de 2011 o padrão de consumo de frequentadores da “Cracolândia” – como é conhecida a região do centro de São Paulo onde traficantes e usuários comercializam a droga a qualquer hora do dia.

A maioria dos 170 entrevistados tornou-se usuária antes dos 18 anos. Um em cada dez faz sexo em troca de dinheiro para sustentar a dependência e 25% fumam mais de 20 pedras por dia, ou seja, passam grande parte do tempo entre os efeitos alucinatórios e o desejo incontrolável de consumir a substância novamente. Quase metade acredita que não conseguiria enfrentar o tratamento para parar de usar a droga sem internação. O risco é maior entre os mais jovens, com menos de 21 anos, pois o cérebro está em formação.

Em 1999, um dos autores da pesquisa, o psiquiatra Marcelo Ribeiro, relatou um estudo em que acompanhou 131 usuários da droga durante cinco anos. O dado mais expressivo foi a alta taxa de mortalidade, quase 20%. As causas mais frequentes são complicações decorrentes da infecção pelo vírus da aids e homicídio. “Há duas décadas, o crack se popularizou como uma opção à cocaína injetável diante do enorme crescimento do contágio de HIV por essa maneira. Hoje, sob o efeito da droga ou na ‘fissura’, o usuário fica mais vulnerável à violência e ao sexo desprotegido”, diz Ribeiro. A prostituição, aliás, é uma forma comum de financiar a dependência, principalmente entre as mulheres. Muitas delas mantêm relações sexuais completamente destituídas de poder para negociar o preço do programa e o sexo seguro – usam a droga para conseguir fazer sexo com os “clientes” e garantir meios de sobrevivência nas ruas. Dessa forma, expõem-se a doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez indesejada para prover a dependência.

EQUIPE MULTIDISCIPLINAR

Em dezembro de 2011 o governo federal anunciou o “Plano de enfrentamento ao crack e outras drogas”, que prevê o investimento de R$ 4 bilhões no combate ao tráfico, no tratamento de usuários e em estratégias de prevenção até 2014. Uma das medidas previstas é a internação compulsória, ou seja, definida pelo médico e a Justiça e com tempo determinado. É comumente confundida com a involuntária, em que um profissional de saúde reconhece risco de morte no paciente e entra em consenso com seus parentes sobre a internação. No entanto, a eficácia da internação compulsória é baixa. “É malsucedida em 98% dos casos. A pessoa internada deixa de ter acesso à substância porque está em isolamento social. No entanto, no momento em que sai do hospital e depara com os mesmos problemas de antes, recai”, diz Xavier.

A maioria dos especialistas concorda que a estratégia mais eficiente seria a ação de uma equipe multidisciplinar, formada por agentes sociais e profissionais, preparados para atender dependentes químicos. Com esse trabalho, é possível identificar, caso a caso, problemas diretamente relacionados à busca pela droga. Muitas vezes os agentes mediam a relação do usuário com a família. Isso não significa, obviamente, que a intervenção médica não seja necessária para algumas pessoas. “Ela pode ser feita de forma ambulatorial, nos Centros de Atendimento Psicossocial (Caps). Nesse modelo, o dependente segue um tratamento sem deixar de viver em sociedade. Mas faltam profissionais bem treinados para atender a essa demanda”, diz o psiquiatra.

Em 2010 o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) avaliou o atendimento psiquiátrico de 230 Caps do estado. Constatou que faltam médicos, leitos de retaguarda e capacitação de pessoal – dos dez Caps de Álcool e Drogas analisados, apenas um tinha psiquiatra disponível.

VACINA DE COCAÍNA

Apesar de não “diagnosticarem” a dependência de substâncias psicoativas, os exames de neuroima-gem podem mostrar a extensão dos danos causados pela cocaína e seus derivados. Em pessoas que consomem a droga com frequência, há diminuição do fluxo sanguíneo em áreas relacionadas a comportamentos de dependência, como o córtex pré-frontal, envolvido no planejamento de ações e movimento, e os núcleos da base, associados à cognição, às emoções e ao aprendizado. Também há diminuição da integridade da substância branca na região do córtex frontal, relacionada por alguns estudos ao aumento da impulsividade nos usuários.

A intensidade dos efeitos de euforia é proporcional ao bloqueio da reabsorção de dopamina. Ele ainda é mais intenso no caso do crack, ou seja, da droga fumada, o que explica, em parte, a capacidade dessa versão da cocaína de causar maior dependência. Pesquisadores têm estudado o uso de medicamentos que agem sobre as proteínas transportadoras de dopamina, como o modafinil, para tentar reduzir o desejo incontrolável de usar a droga. Em um experimento com 62 dependentes, cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade da Pensilvânia observaram que a taxa de abstinência foi maior entre os que usaram o remédio (prescrito em vários países para o tratamento de sintomas da narcolepsia) do que entre os que tomaram placebo.

Pesquisadores da Faculdade Médica Weill Cornell, em Nova York, desenvolveram em animais de laboratório uma vacina que estimula a produção de anticorpos capazes de se conectar e neutralizar as moléculas de cocaína antes que elas cheguem ao cérebro, impedindo a hiperatividade cerebral. A vacina combina o vírus da gripe comum com uma substância que imita a cocaína, de forma que o corpo “interpreta” a cocaína como algo a ser combatido. Ela vem sendo testada em humanos, mas ainda está longe de ser comercializada. O maior desafio é produzir um volume mínimo suficiente de anticorpos e em manter seu efeito ao longo do tempo – o bloqueio dura apenas 2 meses.

Diferentemente da heroína, não há drogas da mesma classe da cocaína que possam ser usadas como estratégia de redução de danos. Entretanto, um estudo observacional com 50 usuários de crack, conduzido por Xavier, apontou que 68% deles conseguiram resistir à abstinência com o uso de maconha. A descoberta mostra que estudar os canabinoides e como eles agem no cérebro pode ajudar a desenvolver tratamentos mais eficazes para a dependência química.

Especialistas concordam que a abordagem, não só para o crack como para outros psicoativos, deve considerar a presença de problemas psíquicos, principalmente depressão e ansiedade, identificadas em mais da metade dos casos. “Esses transtornos devem ser tratados junto à dependência física, como se existissem sozinhos”, diz Ribeiro.


Do site: www.mentecerebro.com.br

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Estudo mostra como nascem os neurônios


Cientistas esperam ser capazes de induzir o cérebro a se autorreparar

Mopic / Shutterstock

Células-tronco neurais são fonte de novas células no cérebro. Elas se dividem periodicamente em duas áreas principais: os ventrículos, que contêm fluido cérebroespinhal para nutrir o sistema nervoso central, e o hipocampo, estrutura crucial para o aprendizado e a memória. Ao proliferarem, as células-tronco neurais originam outras células-tronco e precursores neurais que, ao se desenvolver, podem tornar-se tanto neurônios como células de apoio, denominadas células gliais (astrócitos e oligodendrócitos).

No entanto, essas células-tronco neurais recém--formadas precisam afastar-se de suas progenitoras antes de se diferenciarem. Apenas 50%, em média, migram com sucesso, enquanto as outras morrem. No cérebro adulto, neurônios recém-formados foram encontrados no hipocampo e nos bulbos olfatórios, onde o olfato é processado. Pesquisadores esperam ser capazes de induzir o cérebro a se autorreparar estimulando as células-tronco neurais a se dividir e se desenvolver onde forem necessárias.


Do site: www.mentecerebro.com.br

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Postura encurvada piora o humor

Andar de cabeça baixa favorece produção de hormônio relacionado ao estresse

Yuri Arcurs/Shutterstock

Endireitar os ombros e buscar uma posição que não torture tanto a coluna pode, além de evitar dores no futuro, ajudar a combater o mau humor. É o  que revela uma pesquisa da Universidade Estadual de São Francisco. O professor de educação física Erik Peper dividiu 110 voluntários em dois grupos: em um, todos deviam andar de cabeça baixa e ombros caídos por um corredor; no outro, os participantes deviam fazer o mesmo, mas com as costas eretas. Após a pesquisa, todos responderam a perguntas que avaliavam seu humor e satisfação com a vida. Segundo Peper, as pessoas que atravessaram o corredor com postura relaxada relataram mais cansaço, “falta de energia” e tristeza.

“Basta imaginar como nossos hábitos mudaram ao longo dos últimos 100 anos: passamos mais tempo sentados, e a maioria das pessoas se encurva ou afunda na cadeira em algum momento do dia, seja na mesa de trabalho ou vendo TV”, diz o pesquisador. Os resultados reforçam estudos anteriores que mostram que a postura encurvada está relacionada à maior produção de cortisol, o hormônio do estresse.


Do site: www.mentecerebro.com.br

domingo, 27 de janeiro de 2013

Uma Palavra Convence... Um Exemplo Arrasta Multidões!


  
Quando escrevi o livro “No Topo do Mundo – Motivados para Vencer” e fiz essa frase “uma palavra convence, mas um exemplo arrasta multidões” foi observando muitas coisas que acontecem no dia-a-dia do mercado.

Vejo palestrantes  que chegam bem humorados na hora da palestra e cumprimentam todo mundo, mas na hora de ir embora, se as pessoas pedem uma foto, um autógrafo ou um abraço, parece que se negam ou fazem de má vontade.

Um deles  falava que as pessoas não podiam desistir nunca de seus sonhos e naquele instante “ralhou” com o fotógrafo que tirava fotos. Este respondeu que aquele era o seu sonho,  tirar fotografias e saiu do ambiente... O público aplaudiu e muitos saíram em represália.

Vejo pessoas que nunca falam “eu te amo”, mas dizem sempre “eu também”. Não percebem que o outro também precisa de sua iniciativa. Amor louco dura pouco, amor verdadeiro dura para sempre.

O que cria fidelidade na cabeça dos clientes é o exemplo. Não adianta prometer se na prática não se faz. De que vale investir no horário nobre da TV prometendo o melhor atendimento se na realidade oferece um atendimento medíocre, sem nenhum treinamento?

De que vale oferecer a melhor qualidade do seu serviço e na prática oferecer um serviço que deixa a desejar? Mas ainda existem outros que fecham um contrato e depois do serviço bem feito procuram buscar subterfúgios para não honrar os seus compromissos. Isso não é ético!

Conheço pintor de paredes que tem remuneração de profissional qualificado, quem sabe um bom médico ou um bom advogado. Sabe por quê? Porque criou valor agregado ao seu serviço. Aprendeu a regra nº 1 do sucesso, ou seja: “Faça mais daquilo para ao qual você foi contratado”.

Tem muita gente que se coloca como cristão, vai à TV, faz programa falando do bem, fala de motivação, de liderança, fala de Cristo e depois por trás, no dia-a-dia amaldiçoa seus concorrentes, acusa injustamente, faz conluio para atrapalhar o adversário, joga sujo.

Estou escrevendo um novo livro que irá falar sobre os Dez Mandamentos e o Mundo Empresarial, como base, uma pesquisa com 450 executivos que fariam de tudo para destruir os seus concorrentes, isto é, matar. Não há mais ética, existe muito falso moralismo.  Falam do bem, mas não praticam o bem.

Como você pode abençoar o seu filho se você odeia o seu próximo? Existem pessoas que não sabem e não perguntam, outras sabem e não ensinam e as piores são as que ensinam e não fazem. Penso que ninguém pode ensinar aquilo que não faz. Uma palavra convence, um exemplo arrasta multidões.

Pense nisso, um forte abraço e esteja com Deus!


Gilclér Regina, publicado em 21/11/2012, no site: www.qualidadebrasil.com.br

Gilclér Regina é bacharel em Administração de Empresas e Marketing. Um dos palestrantes mais procurados para convenções de empresas 

sábado, 26 de janeiro de 2013

Sonhar pra quê?


 Muitos dizem que sonhar é para inocentes, para quem não tem metas na vida, para quem acha que a vida é um brinquedo.

Discordo.

Sonhar é para os fortes. Os fracos são aqueles que executam os sonhos daqueles que ousaram dormir, sonhar, planejar e executar.

Sonhar é para encontrar o alento para as dificuldades.

Não devemos fazer do sonho nossos senhores, mas sonhar faz parte da criação de novos produtos e negócios, sonhar recupera as energias para um novo dia produtivo de trabalho, sonhar é o alimento da alma e do coração.

Divido as palavras de Walt Disney sobre sonhar:

    Durmo para…

    “E assim, depois de muito esperar, num dia como outro qualquer, decidi triunfar…

    Decidi não esperar as oportunidades e sim, eu mesmo buscá-las.

    Decidi ver cada problema como uma oportunidade de encontrar uma solução.

    Decidi ver cada deserto como uma possibilidade de encontrar um oásis.

    Decidi ver cada noite como um mistério a resolver.

    Decidi ver cada dia como uma nova oportunidade de ser feliz.

    Naquele dia descobri que meu único rival não era mais que minhas próprias limitações e que enfrentá-las era a única e melhor forma de as superar.

    Naquele dia, descobri que eu não era o melhor e que talvez eu nunca tivesse sido.

    Deixei de me importar com quem ganha ou perde.

    Agora me importa simplesmente saber melhor o que fazer.

    Aprendi que o difícil não é chegar lá em cima, e sim deixar de subir.

    Aprendi que o melhor triunfo é poder chamar alguém de”amigo”.

    Descobri que o amor é mais que um simples estado de enamoramento, “o amor é uma filosofia de vida”.

    Naquele dia, deixei de ser um reflexo dos meus escassos triunfos passados e passei a ser uma tênue luz no presente.

    Aprendi que de nada serve ser luz se não iluminar o caminho dos demais.

    Naquele dia, decidi trocar tantas coisas…

    Naquele dia, aprendi que os sonhos existem para tornar-se realidade.

    E desde aquele dia já não durmo para descansar… simplesmente durmo para sonhar.”

    Walt Disney

Então, sonhar pra quê?

Para se tornar alguém melhor, mais produtivo, uma pessoa que busca os seus objetivos, sejam em sonhos de sono ou acordados, enfim, alguém que não tem medo de ser alguém melhor a cada dia que passa.

    Quais são os seus sonhos?

    Destes sonhos, quais você executou efetivamente?

    Quais ainda planeja executar?

    Algum você desistiu? Porque?

    Algum sonho ficou pela metade me sua execução? Porque?

Parece simples, mas toda a sua vida cada nestas cinco perguntas, pense bem antes de responder….

Sonhar pra quê mesmo?

Você decide.


Gustavo Rocha, publicado em 20/11/2012, no site: www.qualidadebrasil.com.br
Consultor nas áreas de Gestão, Tecnologia e Qualidade. ...

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

SABEDORIA - O início de tudo...


Difícil explicar sobre pessoas: Das que chegam, das que não desistem, das que se aventuram por túneis escuros atrás dos verdadeiros tesouros.

A sabedoria do que procuramos estão nos encontros propícios as inclusões dos conjuntos, dentro dos quais possamos compartilhar fantasias, sonhos e pensamentos criando essências para que as vidas sejam precedidas de construções e prazeres.

É pelo encontrar que acabamos deparando com os gostos que realimentam com novas visões, que complementam e dilatam nossa íris, fazendo-nos o roteiro de filmes que não terminam ou membros dos palcos que mesmo quando parados, estabilizam as atenções diante das mais simples e belas renovações.

Novos espaços são como vozes recebidas em forma de musicas, daquelas que não paramos de querer ouvir e sentir, típico das coisas que escrevemos, mas que fazemos porque de fato sentimos. Típico das poesias que só fazem valor quando vividas, ou mesmo da arte dos apreciadores, do prato certo, com o vinho correto, mas que mesmo quando servidos em qualquer local descoberto, fazem valer pelo lado de quem nos acolhe, de quem nos envolve em meios as magias e encantos.

Se tudo é loucura e talvez seja mesmo, faça da tua vida algo que permita ser possível encontrar reciprocidades para que assim se encontre. Louca loucura talvez? Mas se o tesouro valer, nunca temas pelo medo de enlouquecer, pois insano seria não ser feliz quando da persistência pelo valor da existência.

Se tudo isso foi possível entender, valeu! Mas não me peça por maiores explicações, já que somente palavras não refletiriam os sentimentos ou as formas corretas do como de fato reinventamos o que sentimos.

Assim se um dia alguém pedir sua mão, e mesmo que sem explicação, aceite pela sensação de que um sono só faz bem com um sonho, do tipo que se esquece até do próprio acordar.


Sérgio Dal Sasso, publicado em 06/11/2012, no site: www.qualidadebrasil.com.br

Administrador Empresarial formado pela Universidade de São Paulo – Faculdade de Economia e Administração, Pós Graduado em finanças pela FEA ..

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Neurolinguística - O estudo na prática


  
O estudo da Neurolinguística, bem como suas aplicações, tanto no campo profissional quanto no pessoal , vem se consagrando cada vez mais e ganhando reconhecimento, entre as relações humanas.

No campo profissional, na prática, pode auxiliar bastante em momentos de negociação, e nos relacionamentos interpessoais de um modo geral, tais como, no aperfeiçoamento das apresentações verbal e corporal, melhorando-se a comunicação, sabendo-se utilizá-la de forma mais estratégica, técnica e consciente. Neste contexto, pode facilitar nos relacionamentos com clientes e, tão logo, nos resultados empresariais.

Já, no campo pessoal, é uma ferramenta muito útil para o autoconhecimento e para auto-motivação, e para se reconhecer pessoas e situações. Também nos orienta em processos de mudança, de metas e de objetivos individuais.

Neste caso, para metas e objetivos, é importante ressaltar que o estudo não traz soluções, mas sim, sugestões de caminhos para se obter a mudança desejada. Mas, a mudança sempre começa dentro de cada um, que aceita e se propõe a praticar tais técnicas. Ou seja a Neurolinguística não é um fim, mas sim um meio.

Com base em comprovações cientificas, o estudo tem mostrado sua eficácia, na medida em que os especialistas no assunto conseguem aprimorar e apresentar de forma mais clara e objetiva suas características e benefícios.

Dentro dos tópicos relacionados destacam-se, de forma prática, os seguintes conceitos e definições, tanto para o uso profissional quanto para o pessoal:

    Linguagem verbal:   tom, velocidade e volume de voz; conteúdos e expressões-chaves, emitidos pelo cérebro conscientemente.

    Linguagem corporal: aprimoramento dos sentidos humanos (tato, visão, paladar, audição, olfato) e, ainda, postura, aparência, atitude, dentre outros aspectos expressados pelo corpo que são reflexos, emitidos pelo cérebro, consciente ou inconscientemente.
    Postura congruente:  harmonia entre a linguagem verbal e a corporal, e uma melhor percepção  sobre pessoas e ambientes, ou seja, sobre a postura congruente do receptor e de lugares e situações.

    Rapport ( Relacionamento): forte congruência, verbal e corporal, consciente ou inconscientemente, entre emissor e receptor;
    As 3 ecologias; pessoal, social e ambiental ( harmonia vital);
    Hipnose Erickssoniana (hipnose moderna de Milton Ericksson, auto-hipnose, relaxamento, aprofundamento no inconsciente, tornar o inconsciente consciente).
    Alinhamento dos níveis neurológicos (pilares da mudança para as metas e os objetivos): ambiente, comportamento, capacidade, crença, identidade e espiritualidade.
    Mente consciente:  tudo que pensamos, sentimos e desejamos produz resultados físicos, desde nossas reações corporais até os mais desapercebidos resultados psicossomáticos.

Sobretudo, com base nestas considerações, é importante ressaltar que, em um processo de comunicação, nosso corpo diz mais ao nosso receptor do que nossas palavras.

Por estas e outras razões, a Neurolinguística é uma ferramenta eficaz tanto no processo de autoconhecimento, quanto na identificação de pessoas, nos auxiliando, através de suas técnicas, a reconhecermos sentimentos, desejos, necessidades, ansiedades, pontos fortes e fracos, nossos, de nossos clientes, ou de outros receptores de um modo geral.


Daniel Lascani, publicado em 22/11/2012, no site: www.qualidadebrasil.com.br

Jornalista, publicitário, palestrante, consultor empresarial, apresentador do programa Trabalho em Foco, do canal BusTV.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A Dúvida Traidora e Sinistra!


   
“Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com freqüência, poderíamos ganhar pelo simples medo de arriscar”. (Shakespeare)


Medo de tentar, de arriscar e de construir um caminho ainda não familiar e seguro. O inesperado sabe como ninguém desestabilizar, desconcertar e sacudir o mundo previsível.
É comum no mundo atual as pessoas terem medo de errar e por isso acabam nem tentando...
Arriscar um novo relacionamento, uma nova profissão, mudar radicalmente de carreira, abrir o próprio negócio são algumas situações comuns onde se observa um grande número de pessoas insatisfeitas.
A programação inconsciente parece apontar para a rotina da solidez. Muitos preferem a infelicidade da acomodação ao invés da felicidade de um possível temporal.
Lembremos que tudo que é seguro acalma nosso coração. Mas como nem só de coração vive o ser humano, é bom acionar a razão também. Afinal, é com ela que iremos decifrar os enigmas dos nossos medos.         Exatamente, o medo deve ser enfrentado com a razão. O coração neste caso pode piorar tudo. Ele pode nos levar a acreditar que somos feito bebes no útero, ou seja, totalmente indefesos e sem escolhas.
O medo nos deixa sem escolhas, mas ao olharmos de forma racional para o ele, encontraremos inúmeros argumentos que tornam sem fundamento aquele sentimento paralisante.   
  É extremamente comum a insatisfação nos corações humanos. O levantamento divulgado por um veículo de imprensa nacional, afirma que:
-  84% dos executivos estão insatisfeitos em sua atual atividade.
A insatisfação pessoal é no mínimo uma situação caótica.
Os reflexos são negativos para todos os aspectos da vida, podendo inclusive resultar em sérios problemas de saúde.
A cada ano aumenta mais o número de infartos entre jovens antes dos 40 anos. A cada 10 dias, há pelo menos um paciente nesse perfil. Há 10 anos, era um por mês, aponta a 1ª pesquisa científica realizada no Brasil sobre infarto entre jovens.
A pergunta é:
- O que farei quando a insatisfação bater a minha porta?
Farei de conta que não é comigo, assim consigo fugir da dor do medo ou, apelo para a razão que certamente irá sugerir que devo transformar o velho em um caminho novo?
Seja qual for sua escolha, ambas terão conseqüências.
Sugiro, contudo, a escolha da felicidade, do movimento, do inesperado, do atraente, do cada dia uma grande e nova aventura. Afinal, por que não ser, fazer e ter a imensidão do universo aos nossos pés? 
E para terminar: A insatisfação mata e o medo paralisa!

“Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com freqüência, poderíamos ganhar pelo simples medo de arriscar”. (Shakespeare)

Medo de tentar, de arriscar e de construir um caminho ainda não familiar e seguro. O inesperado sabe como ninguém desestabilizar, desconcertar e sacudir o mundo previsível.

É comum no mundo atual as pessoas terem medo de errar e por isso acabam nem tentando...

Arriscar um novo relacionamento, uma nova profissão, mudar radicalmente de carreira, abrir o próprio negócio são algumas situações comuns onde se observa um grande número de pessoas insatisfeitas.

A programação inconsciente parece apontar para a rotina da solidez. Muitos preferem a infelicidade da acomodação ao invés da felicidade de um possível temporal.

Lembremos que tudo que é seguro acalma nosso coração. Mas como nem só de coração vive o ser humano, é bom acionar a razão também. Afinal, é com ela que iremos decifrar os enigmas dos nossos medos.       

Exatamente, o medo deve ser enfrentado com a razão. O coração neste caso pode piorar tudo. Ele pode nos levar a acreditar que somos feito bebes no útero, ou seja, totalmente indefesos e sem escolhas.

O medo nos deixa sem escolhas, mas ao olharmos de forma racional para o ele, encontraremos inúmeros argumentos que tornam sem fundamento aquele sentimento paralisante.

É extremamente comum a insatisfação nos corações humanos.

O levantamento divulgado por um veículo de imprensa nacional, afirma que:

-  84% dos executivos estão insatisfeitos em sua atual atividade.

A insatisfação pessoal é no mínimo uma situação caótica.

Os reflexos são negativos para todos os aspectos da vida, podendo inclusive resultar em sérios problemas de saúde.

A cada ano aumenta mais o número de infartos entre jovens antes dos 40 anos. A cada 10 dias, há pelo menos um paciente nesse perfil. Há 10 anos, era um por mês, aponta a 1ª pesquisa científica realizada no Brasil sobre infarto entre jovens.

A pergunta é:

- O que farei quando a insatisfação bater a minha porta?

Farei de conta que não é comigo, assim consigo fugir da dor do medo ou, apelo para a razão que certamente irá sugerir que devo transformar o velho em um caminho novo?

Seja qual for sua escolha, ambas terão conseqüências.

Sugiro, contudo, a escolha da felicidade, do movimento, do inesperado, do atraente, do cada dia uma grande e nova aventura. Afinal, por que não ser, fazer e ter a imensidão do universo aos nossos pés?

E para terminar: A insatisfação mata e o medo paralisa!


Irlei Wiesel, publicado em 09/11/2012, no site: www.qualidadebrasil.com.br

Coaching Personal & Professional, Escritora, Conferencista, Empresária no segmento do Agronegócio e Educação Corporativa. Gerente de Negócios

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Lei Muda

* por Tom Coelho

 “Algumas iniciativas são recomendáveis;
outras, necessárias.” (Tom Coelho)


 Reflita por um instante: você já ou quase se envolveu em um acidente de trânsito porque o condutor falava ao telefone enquanto dirigia? Ou era você o motorista a colocar em risco sua própria integridade e a de outras pessoas utilizando o celular enquanto saía de sua garagem, manobrava seu veículo ou fazia uma conversão ou mera mudança de pista?

Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), atingimos a impressionante marca anual de 42 mil óbitos em acidentes de trânsito, uma autêntica guerra civil em nosso país!

 As causas são muitas, passando inclusive pelo crescimento da frota, mas invariavelmente incluem o excesso de velocidade, o desrespeito à sinalização e às normas de segurança, o despreparo dos condutores, o consumo de álcool e, também, a desatenção, não raro provocada pelo uso do telefone celular.

A chamada “Lei Seca”, publicada em junho de 2008, trouxe benefícios imediatos, com redução do índice de acidentes, fatais ou não. E seu endurecimento em fins de 2012 certamente implicará ganhos no médio e longo prazo. Mas é preciso agir de forma ainda mais enérgica, atacando outras fontes de risco.

Por isso, seria muito salutar se algum vereador, em lugar de legislar de forma tola propondo projetos para alteração de nomes de ruas, criação de datas comemorativas, concessão de títulos e homenagens a personalidades ou anônimos (no primeiro semestre de 2012, 80% dos projetos aprovados na Câmara Municipal de São Paulo tinham estas características) dispusesse-se a debater uma “Lei Muda”, proibindo cabalmente o uso do telefone celular pelo motorista em trânsito.

Pode-se alegar que este seria um zelo excessivo, pois as pessoas ouvem músicas e notícias, cantarolam e dialogam enquanto dirigem. Contudo, nenhuma destas ações compromete tanto a atenção quanto falar ao celular ou mesmo fumar quando se está guiando um veículo. E o uso de um sistema de bluetooth, embora amenize os riscos, não pode ser fiscalizado amplamente.

A exemplo do que foi a obrigatoriedade do uso do cinto de segurança, instituída pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) apenas em 1997, é natural uma resistência inicial por parte da população. Porém, não podemos mais aquiescer com vidas abreviadas e famílias fragmentadas. Assim, a solução passa pelo órgão mais sensível do corpo humano, atingido por meio de leis e multas: o bolso.



* Tom Coelho é educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 17 países. É autor de “Somos Maus Amantes – Reflexões sobre carreira, liderança e comportamento” (Flor de Liz, 2011), “Sete Vidas – Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional” (Saraiva, 2008) e coautor de outras cinco obras. Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite: www.tomcoelho.com.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

A culpa não é da internet


Problemas modernos não são responsabilidade da tecnologia, mas do mau uso que fazemos dela

Gonçalo Viana

São várias as queixas: estaríamos ficando superficiais, desatentos, desmemoriados, desinteressados. De quem é a culpa? Dizem que da internet, do mundo moderno, das novas tecnologias, disso tudo junto. Segundo algumas teses publicadas em livro e rapidamente alardeadas pelos jornalistas, falta de atenção é consequência de janelas demais piscando no monitor, a abundância de informação é um convite à superficialidade, falta de memória é o “efeito Google”, falta de tempo é culpa de e-mails demais por responder. Para eles, nosso cérebro é vítima das circunstâncias modernas.

Eu discordo veementemente. Não vejo problema no que o mundo moderno faz com nosso cérebro – pelo contrário, só vejo coisas boas na facilidade de acesso a notícias, na facilidade de contato com amigos e parentes distantes, na profundidade de informação que hoje podemos obter. Para mim, o problema está em nós mesmos: em como nos deixamos sucumbir a tentações e imposições que nos são apresentadas através das novas tecnologias.

Para começar, não vejo como “a internet” poderia reduzir nosso tempo de atenção sustentada e tornar nosso conhecimento superficial. É preciso muita atenção focada para passar horas ininterruptas em frente a videogames, e sites de busca, Wikipédia e jornais internacionais acessíveis às pontas dos seus dedos permitem a qualquer um se tornar um profundo conhecedor de política internacional ou biologia das fossas abissais sem sair de casa. Aprofundar-se ou surfar superficialmente é uma questão do uso que se escolhe fazer de um mundo inteiro agora navegável.

O mesmo se aplica à memória. A tecnologia nos permite terceirizar facilmente nossa memória, delegando-a à agenda do celular, que guarda nossos contatos, endereços e compromissos, e à memória coletiva da Wikipédia e tantos outros sites acessíveis via internet. Quem de fato ainda tenta memorizar números de telefone?

O problema é que, sem tentar, não há como memorizar o que quer que seja – e, sem exigir da sua memória, não há como mantê-la tinindo. A memória não depende de simples exposição à informação, e sim do processamento ativo dela, que precisa receber atenção, ser associada a outras informações, e ainda ser considerada importante pelo cérebro. Se não for importante, não entra para a memória. Portanto, não há como se lembrar de um número de telefone que você apenas o digitou em seu celular!

Também não é verdade que a internet nos deixe desatentos ao fornecer “informação demais”. Nossa atenção já é limitada – e pelo próprio cérebro: só conseguimos nos concentrar em uma coisa de cada vez. Por causa dessa limitação, sempre há mais informação disponível do que conseguimos processar – e isso não é culpa da internet. Por outro lado, conhecendo essa limitação, quem tem problemas para se manter focado pode se ajudar reduzindo o número de tarefas disputando sua atenção a cada instante, por exemplo, reduzindo o número de janelas abertas em seu computador.

O mesmo vale para o e-mail, que acelerou a velocidade das trocas por escrito – e, ao contrário das predições catastróficas da época em que surgiu, hoje nos faz escrever mais do que anteriormente. Recebemos e-mails às dúzias por dia, muitos deles nos cobrando respostas imediatas. E aqui está mais um mau uso da tecnologia, culpa nossa: poder responder imediatamente a e-mails não significa ter de fazê-lo na hora, encorajando a cobrança alheia. Nossos problemas modernos não são culpa da tecnologia, mas do (mau) uso que fazemos dela.


Do site: www.mentecerebro.com.br

domingo, 20 de janeiro de 2013

Maioria acha que mulheres bonitas são do bem

Tendemos a atribuir valores morais mais positivos às pessoas que achamos atraentes

Deborah Kolb/Shutterstock

Na maior parte dos contos clássicos, as heroínas são cheias de virtudes e, principalmente, jovens e atraentes, perfeitas para seduzir príncipes e despertar a inveja em bruxas e madrastas. Amplamente divulgado pela indústria cultural, o estereótipo de que “o que é bonito é bom” está arraigado em nosso inconsciente e influencia nossos julgamentos. Pelo menos é o que afirma um estudo da Universidade Hebraica de Jerusalém: depois de ver vídeos nos quais mulheres desconhecidas liam a previsão do tempo, voluntários tenderam a atribuir traços de personalidade e valores morais mais positivos às que achavam mais atraentes.

A pesquisadora Lihi Segal-Caspi e seus colegas recrutaram 118 universitários e os dividiram como “alvos” e “juízes”. O primeiro grupo respondeu a um questionário que avaliava sua personalidade e, em seguida, cada um deles gravou um vídeo no qual entrava em uma sala, olhando para a câmera, e lia em voz alta um texto sobre o clima. Depois, o segundo grupo assistiu às cenas e opinou sobre as pessoas que viu. De acordo com Lihi, os homens “juízes” conferiram às mulheres “alvo” características consideradas mais desejáveis, como sociabilidade, amabilidade e responsabilidade. “O mais interessante é que também as consideraram mais propensas a apresentar valores morais, como tolerância, independência e respeito”, diz Lihi. No entanto, como a pesquisadora relatou na Psychological Science, o julgamento não correspondeu à realidade: as respostas dos questionários mostraram que voluntárias consideradas belas tendiam mais ao egoísmo, à autopromoção e à conformidade.


Do site: www.mentecerebro.com.br

sábado, 19 de janeiro de 2013

Perigos da Desmotivação!


   
Quanto maior a desmotivação, maior o desespero do ser humano. Você pode estar pensando: “Você não têm ideia de como minha vida tem sido dura e meu trabalho difícil”. É você está certo, e eu não tenho ideia mesmo.

No entanto, tenho uma ideia clara de quão miserável será o seu futuro se continuar pensando assim... A menos que você mude a maneira de pensar e trate da sua desmotivação.

Faça uma radiografia... Ela vai identificar que esse desânimo é uma doença amarga, ameaçadora de sua alegria de viver e da qualidade e resultados de sua vida e seu trabalho.

Você não pode mudar o passado, mas pode reagir a ele. Você não pode alterar o dia de ontem, mas pode mudar sua reação a ele.  Você pode criar um futuro diferente.

Não importa o que aconteceu com você... Importa como você reagiu ao fato. É aí que você começa a construir uma vida nova. E a escolha entre o Sul e o Norte, o positivo e o negativo é exclusivamente sua.

Fé e crença andam juntas... É uma escolha acreditar. Quanto mais escuro o aposento, maior a necessidade de luz. A escolha dessa luz é a escolha da motivação, do despertar desse gigante interior  que pode estar amarrado dentro do seu coração.

É hora de dar liberdade a sua motivação. Lance seu coração em direção de uma vida com propósitos e você irá trilhar caminhos até então inatingíveis! Tenha atitude para mudar. Se você mudar... O mundo muda com você!

Pense comigo: Deslealdade é errado. Vingança é ruim. Mas a pior parte de tudo é que, sem perdão, amargura é tudo o que resta.

Não importa quem está certo ou errado... Estenda a mão você! Quando você faz isso certamente entenderá que quem perdoa deixa de sofrer, é motivado pela vida, faz o outro muito mais feliz e mais ainda, muito simples, a pessoa que perdoa é o mais feliz de todos.

Você pode estar pensando aí com seus botões: “Eu é que não vou falar com aquela pessoa”. Se você perdoou de coração, nem isso precisa fazer... O universo sempre dá um jeito de colocar essa pessoa na sua frente.

Uma cena se repete todos os dias no Brasil. O filho sai para a escola e diz: “Benção, pai”. O pai lhe diz: “Deus te abençoe, meu filho”. Um gesto de fé, de busca de proteção para o dia, de quem acredita na vida. Como abençoar o filho e odiar o seu próximo? Como motivar e ser desmotivado?

Ninguém pode ensinar aquilo que não sabe fazer!

Pense nisso, um forte abraço e esteja com Deus!


Gilclér Regina, publicado em 27/11/2012, no site: www.qualidadebrasil.com.br

Gilclér Regina é bacharel em Administração de Empresas e Marketing. Um dos palestrantes mais procurados para convenções de empresas.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O que é mais importante, ser inteligente ou ser esforçado?


Um professor submeteu os mesmos alunos, de quinta série, a outro teste elaborado para ser extremamente difícil, o qual havia sido preparado originalmente para alunos do oitavo ano, mas que ele queria ver como as crianças reagiriam ao desafio.

Os alunos que haviam sido elogiados pelo esforço no teste inicial, esforçaram-se muito para decifrar os quebra-cabeças. As crianças que haviam sido elogiadas pela inteligência, por outro lado, logo ficavam desestimuladas.

Seus erros inevitáveis eram vistos como sinais de fracasso: talvez não fossem tão inteligentes assim, afinal de contas.

Depois de fazer o teste difícil, os dois grupos de estudantes precisavam escolher entre ver os testes de crianças que haviam se saído pior do que elas ou os de quem se saíra melhor. Os estudantes elogiados pela inteligência quase sempre escolhiam aumentar a autoestima, se comparando com alunos que haviam obtido um resultado pior no teste.

Em contraste, crianças elogiadas pelo trabalho duro demonstraram mais interesse pelos testes com pontuações superiores às que tinham obtido.

Elas queriam compreender os próprios erros, aprender com eles, entender como se sair melhor.

O problema é que quando elogiamos pela inteligência não estimulamos a evitar o tipo mais útil de atividade de aprendizado, que é aprender a partir dos erros. Se não experimentarmos os sintomas desagradáveis de estar errado, o cérebro jamais revisará os próprios modelos.

Antes dos neurônios acertarem eles têm que errar repetidas vezes. E pode ter certeza, não há atalhos para esse processo árduo. E isso não se aplica somente a crianças, aplica-se a todo mundo.


Prof. Menegatti, publicado em 09/01/2013, no site: www.qualidadebrasil.com.br

Prof. Menegatti é considerado um dos maiores conferencistas no desenvolvimento do potencial humano e um expert em desempenho de alto nível.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Felicidade – Os Desafios... A Viagem... O Destino!


Eu penso que a felicidade  não é somente o destino, é a viagem também. Você não pode esperar crescer para ser feliz, ou se formar, se casar, ter filhos, se aposentar...

Muita gente acaba morrendo sem ser feliz por ficar esperando a felicidade bater à sua porta... Mas é preciso ir buscá-la.

Aristóteles postulou que a fórmula da felicidade e também do sucesso é:

Primeiro:  Ter um ideal, um alvo, um objetivo bem definido, claro e prático.


Segundo:  Ter os meios necessários para alcançar os fins, isto é, sabedoria, dinheiro, bens materiais e ainda métodos.


Terceiro: Ajustar todos os seus meios a esse fim.

Nos ditados populares dizem que o dinheiro não traz felicidade e outros ainda vão adiante, dizem que com o dinheiro mandam buscá-la.

Contrariando isso, em novas descobertas científicas por psicólogos norte-americanos eles dizem que a felicidade é 50% genética, 10% a circunstância como dinheiro, ambiente em que se se vive e 40% atitudes, decisões, comportamentos, busca...

Isso nos leva a reflexão que o grande desafio é entender melhor essa questão e ter o nosso foco voltado para estes 40%, ou seja, o desafio de mudar aquilo que visivelmente podemos, ou seja, melhores atitudes, melhores decisões, novas posturas e comportamentos diante do mundo e que nos ajudem a construir uma vida melhor.

Pense nisso, um forte abraço e esteja com Deus!


Gilclér Regina, publicado em 19/12/2012, no site: www.qualidadebrasil.com.br

Gilclér Regina é bacharel em Administração de Empresas e Marketing. Um dos palestrantes mais procurados para convenções de empresas.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Em busca da felicidade: Dinheiro não é tudo, mas é muita coisa!


Dinheiro não compra felicidade, afirmam os estudos. Mas, será que é apenas isso? Precisamos refletir mais sobre o assunto. 

A OECED, organização para cooperação e desenvolvimento econômico que elabora critérios e recomendações para promover a qualidade de vida no mundo inteiro acaba de apresentar o resultado de um trabalho que mede a felicidade dos cidadãos no índice para viver melhor. E que, pela primeira vez, inclui o Brasil.

Em uma relação de onze aspectos (moradia, salário, emprego, comunidade, educação, ambiente, engajamento cívico, equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho, saúde, satisfação e segurança), os brasileiros não apresentaram o salário como uma das suas prioridades para gerar felicidade. Para nós, educação e segurança são mais importantes.

Se você ficou surpreso com o resultado deste trabalho, saiba que esta constatação não é recente. Em 1974, Richard Easterlin, economista que então lecionava na Universidade da Pensilvânia, realizou um estudo cuja conclusão ficou conhecida como o “Paradoxo de Easterlin”. A sua constatação: a felicidade não costuma estar vinculada com a riqueza.

Em 1995 e em 2001, Easterlin replicou o estudo e constatou que o aumento da renda em vários países evoluiu drasticamente, mas não houve qualquer alteração na felicidade das suas populações.

Ao analisar esses resultados, constato que eles apresentam apenas um lado da moeda. Tudo bem: dinheiro não trás felicidade, mas e a falta dele, o que trás? Quais as consequências?

Na organização, sabemos que altos salários não servem de satisfação para os colaboradores, pois, como é inerente ao ser humano, somos eternamente insatisfeitos: sempre vamos querer mais. Ou seja: o nosso salário nunca será suficiente para nós. Ao recebermos um aumento salarial, no primeiro momento ficamos felizes, mas, em pouco tempo, essa alteração passará a ser insuficiente. E destaco que isso não é errado. Se não tivermos ambição (de forma controlada, claro), não vamos querer evoluir, produzir mais, receber mais pelo nosso trabalho. E isso não pode acontecer.

Entretanto, se por um lado, o dinheiro não traz felicidade, a sua falta causa impactos negativos no comportamento humano e, consequentemente, na qualidade do seu trabalho e na sua produtividade.

Como tudo muda, o entendimento sobre essa situação também mudou. Ou melhor, ampliou. Vejamos: os teóricos modernos afirmam que baixos índices salariais geram desmotivação. Não concordo com essa visão simplificada. Se analisarmos com mais atenção, chegaremos à conclusão que, se por um lado o trabalhador não se sente motivado para trabalhar, por outro lado se sente motivado, algumas vezes em excesso, para realizar ações que comprometem a imagem da empresa e geram transtornos para os clientes e usuários, em busca dos seus objetivos. Situação que ninguém (incluindo todas as categorias: empregadores, trabalhadores e usuários) deseja.

Se analisarmos, em praticamente todos os movimentos grevistas, uma das reivindicações estará ligada aos índices de reajuste salarial.

Assim, reflito sobre quais os fatores que podem ter gerado tais resultados, pois os estudos citados foram realizados por instituições de credibilidade inquestionável. O próprio foco da pesquisa? A cultura que impede de assumir publicamente algumas opiniões? O medo do respondente de comprometer a sua imagem, mesmo que momentaneamente? Não tenho a resposta.

Independentemente do que foi dito aqui, é importante que o líder saiba que o seu colaborador (assim como ele mesmo), independentemente da sua função, busca a felicidade, em todas as ocasiões, inclusive no trabalho. Para que isso aconteça, além do cuidado com os aspectos materiais, outros não materiais de bem-estar humano, tais como as relações interpessoais, as diferenças individuais, a autonomia, a qualidade de vida no trabalho, entre outros, precisam bem administrados.

Vivemos um momento de apagão de profissionais e de preocupação com os bons colabores que não permanecem nas empresas. Então, leitores e principalmente os líderes, saibam que proporcionar a felicidade é um instrumento de retenção de talentos.

Assim, busque a sua felicidade de forma ampla, geral e irrestrita, encontre-a e seja feliz. Que assim, seja!

 
Odilon Medeiros, publicado em 28/12/2012, no site: www.qualidadebrasil.com.br

Mestre em Administração, Especialista em Psicologia Organizacional, Pós-graduado em Gestão de Equipes, MBA em Vendas e em gestão de negócios.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

As ondas da sabedoria nas areias do coração


Um dia você se levanta bem, sem euforia, sem qualquer problema que lhe tire a paz e sai de casa para tratar de algum assunto.

Despreocupado, vai às compras, ao trabalho ou tratar de algum detalhe em uma repartição pública ou banco. Ao iniciar o contato encontra aquela que, durante muito tempo, você considerará a pessoa mais desagradável do mundo.

Sem motivo, na sua visão injustificável, você uma pessoa que procura ser cordial e compreensiva, acaba sendo maltratada.

Durante semanas carregará aquele gosto amargo na boca, imaginando mil artimanhas para mandá-la para as profundezas e sente o coração apertado.

Como esquecer? Que tal deixar a cargo do tempo?

O tempo é um remédio interessante, pois ajuda a fazer com que não nos lembremos de muitos dissabores.

Ah, mas há algumas situações que nem o tempo ajuda a apagar, principalmente se o desejo de um dia dar o troco ficar vivo, alimentando aquela lembrança.

Qualquer fato que traga à tona o momento gera desconforto e um aperto no coração.

Esse é um órgão, poucos sabem, cheio de areia, onde palavras sobre alegrias e dissabores são escritas.

Gravamos os fatos na mente e as sensações no coração, que podem nos fazer bem ou mal.

O tempo apenas faz soprar o vento que pode cobrir algumas marcas, mas não as mais profundas. Por essa razão devemos, ao máximo, evitar que sejam escritas com profundidade.

Ah, mas o perdão pode resolver essa questão!

Perdão é uma palavra bonita, mas de difícil entendimento e aceitação.

O perdão, muitas vezes, se torna tão pesado que o vento que o tempo faz soprar não permite que este alcance e apague as marcas no coração, lançando-o no mar das amarguras.

Ainda que as pessoas tentem não conseguem trazê-lo onde se faz necessário!

Evitar confrontos e dissabores é bom, mas nem sempre possível. Ora, então o homem nasceu com a sina de carregar marcas por toda a vida?

Você já se deu conta de que alguns acontecimentos apenas deixaram registros na memória e não chegaram ao coração?

Outros, ainda que tenham feito marcas profundas, hoje não mais vistas, mal podem ser lembrados?

Todos nós, sem exceção, podemos contar inúmeros casos que vivenciamos e também de pessoas que superaram situações difíceis sem carregar marcas.

Com certeza, algumas manhãs você teria preferido não ter se levantado, ficando na cama até que a turbulência e a raiva passassem, ainda que viesse a descobrir mais tarde que o assunto não era para tanto.

Ocorre que na hora dos acontecimentos lhe faltou calma para refletir um pouco antes de gravar as palavras.

Ah, o tempo, o vento e a sabedoria!

Um sopro do vento, que o tempo traz, provocando as ondas da sabedoria que deslizam nas areias do coração, faz milagres.

Quer sejam mansas ou bravias, apagam todas as marcas, ainda que profundas sejam e tempo leve.

Lembranças ficarão, mas sem marcas no coração.


Ivan Postigo, publicado em 09/11/2012, no site: www.qualidadebrasil.com.br
Diretor de gestão empresarial da Postigo Consultoria Comunicação e Gestão. Economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Síndrome do Peter Pan



Tomando emprestado do meu amigo, e um dos maiores escritores e palestrantes do mundo, Roberto Shinyashiki, o capítulo do seu livro Sempre em Frente, no qual ele comenta sobre os Peter Pan do mundo moderno, faço também minhas contribuições.

O Peter Pan não queria crescer e você já conhece essa história. Por quê? Provavelmente por medo de assumir as responsabilidades da vida adulta. É uma delícia ser criança e sabemos disso, mas, não dá para ser infantil pelo resto da vida. Há muita coisa boa, maravilhas ao passarmos as fases da nossa existência. Quando estacionamos numa delas, ficamos igual aos carros apreendidos no pátio da polícia rodoviária: mofando!

Por mais que os caminhos sejam cheios de problemas, crises, dificuldades, também existem recompensas que só teremos se entrarmos nessa jornada de crescimento de peito e coração abertos, sem medo de ser feliz.

Hoje, há muitos Peter Pan nas empresas, que não querem crescer. Eles perpetuam comportamentos infantis, como a birra, o choro, os berros. É o caso do gerente que só resolve as coisas com seus funcionários como quando chorava para ganhar mamadeira, ou quando um coleguinha de sala lhe roubava o apontador. É o caso do office-boy que faz“beicinho” porque o supervisor lhe deu uma dura merecida.

Na verdade, são pessoas que não querem crescer e continuam agindo de maneira tão infantil que só falta quererem que troquemos suas fraldas. Na verdade, não sujam fraldas, mas, muitos, sujam os ambientes com seus comportamentos birrentos.

Em casa, são adultos de 25, 30 anos ou mais que vivem debaixo da saia da mãe, do pai, como os pintinhos debaixo das asas da galinha. Não se dão conta de que quanto mais demorarem a assumir o compromisso de gerenciar a própria vida, mais ficam suscetíveis aos voos rasantes dos gaviões.

O Peter Pan do mundo moderno é o colaborador que não quer se comprometer, porque acha que ganha pouco, na verdade, é igual ao filho que não quer obedecer porque acha que sua mesada é pequena, ou pelo fato do pai não ter comprado a chuteira nova do Neymar.

É o namorado ou namorada que quer que o outro lhe dê tudo o que os pais davam, que lave sua roupa, lhe sirva a refeição no pratinho de plástico do Homem-Aranha. É o filho ou filha que ainda insiste em que os pais paguem suas contas, mesmo não se dando conta de que já se passaram 10, 15, 20 anos que saíram de casa e, talvez, por não quererem assumir o comprometimento de cuidar da própria vida, é que não ganham o suficiente para manter o próprio sustento. Como foram buscar no parceiro ou parceira a manutenção do que os pais lhe davam, e não deu certo, vivem se comportando como crianças para que os pais continuem dando mesada.

Mas, o maior problema que os Peter Pan vão enfrentar: a Terra do Nunca:

    Nunca crescer;
    Nunca ganhar bem;
    Nunca ter um relacionamento firme;
    Nunca aproveitar as oportunidades;
    Nunca aguardar o tempo certo das coisas;
    Nunca ser feliz de verdade...

Aparentemente, o Peter Pan pode se sentir feliz com esse comportamento no início, mas, vai se dar conta de que as empresas não aceitam crianças trabalhando; os namorados, namoradas querem um homem, uma mulher de verdade, e não alguém para balançar no berço. E, quando se derem conta, pode ser que o tempo já tenha passado depressa demais e eles ainda não aprenderam a se levantar sem se agarrar na perna da cadeira.

Vale a pena crescer, cada tempo tem suas contribuições e evoluir traz muitas vantagens. Não nascemos para sermos eternas crianças, a não ser na capacidade de sorrir, de se alegrar com a mosca presa no vidro, com o cachorro lambendo nossa cara, e o gato sendo carregado de qualquer jeito.

Vamos crescer, só assim podemos viver de verdade, fora da Terra do Nunca.

E você, conhece algum Peter Pan?

Grande abraço, fique com Deus, sucesso e felicidades sempre!



Paulo Sérgio Buhrer, em 01/11/2012, no site: www.qualidadebrasil.com.br

Palestrante, Consultor e Escritor. Pós-Graduado em Gestão Empresarial e com Pessoas, Coach formado pela CORPORATE COACH U, com várias certificações nas áreas de Vendas, Negócios e Liderança.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Pensamentos Disfarçados de Sentimentos


   
Pensamentos são baseados em experiências anteriores e na experiência observada de outras pessoas.

Sentimentos são a sua verdade.

Pensamentos não são sentimentos, mas idéia de como você deveria se sentir. Quando os sentimentos e pensamentos se confundem é difícil enxergar a verdade.

As experiências anteriores não são indicadores de verdade, porque a verdade pura é criada aqui e agora, não representada.

O passado e o futuro só podem existir no pensamento.

Os sentimentos existem no agora...

Por exemplo: Você irá conhecer alguém, mas antes uma pessoa lhe diz que este alguém não é bom, que teve uma experiência ruim com esta pessoa e que você deve tomar cuidado com ela.

 Quando esta pessoa aparece em sua frente... você já está com o pensamento baseado no que a outra pessoa pensa ou sente, não na realidade que você sente naquele exato momento.

Você poderá olhar para a pessoa e acha-la boa, pode conversar com ela durante horas e acha-la inteligente, maravilhosa e sentir que gosta dela. Mas sempre algo lá no fundo irá lhe dizer... não pode confiar nesta pessoa, ela fez algo que desagradou a outra pessoa, poderá fazer comigo também...  na realidade não deixa o seu verdadeiro sentimento fluir e sim um pensamento do que você acha que deve sentir.

Quando alguém que você confia lhe narra um fato... com os pensamentos dela, sentimentos baseados em uma experiência desagradável a qual ela vivenciou. Acreditamos fielmente no que a pessoa está nos narrando. Então esta pessoa é mentirosa? Claro que não, ela apenas está te demonstrando os pensamentos e sentimentos dela em relação ao fato, isso não significa que seja o que você realmente sente pelo ocorrido. O desconforto, tristeza ou seja lá o que for que você sentir está baseado no pensamento e não no sentimento verdadeiro.

Darei um exemplo que aconteceu comigo. Ouvi durante três anos falar de uma pessoa maravilhosa, feliz, um espírito de luz, uma pessoa com dádivas divinas.

Mesmo sem a conhecê-la eu gostava imensamente desta pessoa... sentia por ela um grande carinho e tinha a certeza em meu coração que quando eu a visse pessoalmente o sentimento continuaria, porque eu realmente acreditava naquele pensamento.

Enfim, chegou o grande dia de conhecer pessoalmente esta pessoa maravilhosa... ao nos cumprimentarmos, senti que era um presente estar ao lado finalmente daquela pessoa.

Conversamos durante alguns minutos... percebi que ela não me dizia nada em especial, que não fazia minha alma vibrar quando a encontrei novamente,  mas continuei a acreditar que gostava dela, afinal todos sem exceção afirmavam que ela era maravilhosa e que eles eram privilegiados por terem a amizade dela e até então ela não provara ao contrário, nada havia feito de grave, então eu ainda acreditava que realmente gostava dela, mesmo porque se dissesse as outras pessoas o que eu estava sentindo, poderiam me interpretar mal ou mesmo achar que eu estava com inveja ou sei lá mais o que.

Então me calei, guardei o sentimento de que na realidade eu não gostava dela.

E jamais me atreveria a dizer as outras pessoas que convivem conosco (eu e ela) que eu não tinha o mesmo sentimento por ela.

Tudo isso foi baseado em pensamento e não em sentimento.

Se você realmente quer saber alguma coisa sobre alguém, procure sentir e não pensar.

O cérebro trabalha por repetição, por crenças anteriores, o sentimento flui da alma... e não adianta tentar enganar a alma.

Como sabem, enganamos o cérebro facilmente (através das ondas eletromagnéticas), mas a alma, essa não há como enganar.


Sandra Regina da L. Inácio, em 28/11/2011, no site: www.qualidadebrasil.com.br

PhD em Administração de Empresas pela Flórida Christian University (EUA) PhD em Psicologia Clínica pela Flórida Christian Univers

sábado, 12 de janeiro de 2013

Papa-léguas ou coiote?



Quando o assunto é motivação, todo mundo responda em coro comigo: devo ser igual ao...?

Isso mesmo, igual ao coiote. Embora todos admirem mais o Papa-Léguas, é o coiote que é mais motivado. Por isso, precisamos ter a motivação dele.

Eu disse a motivação do coiote, e não os resultados que ele obtém.

Poxa, o cara vive levando pancada, erra, cai, se arrebenta, morre, ressuscita, cai de novo, morre de novo, e nunca desiste. Isso sim é motivação.

E veja, além de motivado, ele é, de certo modo, inteligente. Ele traça planos mirabolantes, e até tem ideias boas.

Dentro dessa analogia, o que podemos aprender na nossa carreira, empresa, e em nossa vida com o coiote?

    Motivação não basta: sim, motivação é vital, mas, muita motivação empregada no lugar errado, e nas mãos erradas, pode trazer resultados piores do que para quem não é lá tão motivado. Sabia que há algo pior do que ir por um caminho errado? É ir para ele muito motivado!
    Propósito errado: veja, o coiote parece ser inteligente, então, ele deveria usar essa competência em elaborar ideias e projetos numa causa justa, honesta, mas, infelizmente, tudo o que ele quer é destruir o papa-léguas, provavelmente por inveja. Dê uma olhada à sua volta e veja quantos coiotes estão ao seu lado, pessoas competentes, inteligentes, motivadas, mas, cujos propósitos são o de acabar com o seu negócio, sua carreira ou relacionamento. Pessoas que você mesmo colocou e vivem arquitetando planos por detrás das cortinas.
    Nunca desista: nesse aspecto o coiote também é incrível. Por mais sofrimento que tenha, ele jamais desiste, sempre está articulando novas formas de exterminar seu inimigo. Novamente, a questão é o propósito. Quando a gente tem ideias ruins, que fazem mal aos outros e ao mundo, não percebemos que, na verdade, o maior mal que fazemos é a nós mesmos. Por sorte, a vida não é como nos desenhos, onde “gente” ruim vive ressuscitando!

E o que podemos aprender com o Papa-léguas? A ser mais esperto, rápido e honesto que os coiotes. A fugir de gente coiote, afinal, o próprio Salomão já disse em Provérbios: “Não fales ao ouvido do tolo, porque desprezará a sabedoria das tuas palavras”. Possivelmente, se o Papa-léguas fosse aconselhar o coiote, seria nesse momento que este acabaria com sua vida.

Se agirmos como o Papa-léguas o coiote nunca nos alcançará.

Grande abraço, fique com Deus, sucesso e felicidades sempre!


Paulo Sérgio Buhrer, em 25/10/2012, no site: www.qualidadebrasil.com.br

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Orar por Facilidades ou por Desenvolvimento?




Havia um médico cujo hobbie era plantar árvores no enorme quintal de sua casa. Ele fazia um esforço, plantava árvores e mais árvores, todos os dias. O que mais chamava a atenção, entretanto, era o fato de que ele jamais regava as mudas que plantava.

O tempo foi passando e suas árvores demorando muito para crescer, então, seu vizinho aproximou-se e perguntou se ele não tinha receio de que as árvores não crescessem, pois percebia que ele nunca as regava. Foi quando, com num ar orgulhoso, ele descreveu sua fantástica teoria.

Disse que, se regasse suas plantas, as raízes se acomodariam na superfície e ficariam sempre esperando pela água mais fácil, vinda de cima. Como ele não as regava, as árvores demorariam mais para crescer, mas suas raízes tenderiam a migrar para o fundo, em busca da água e das várias fontes de nutrientes encontradas nas camadas mais inferiores do solo.

Assim, segundo ele, as árvores teriam raízes profundas e seriam mais resistentes às intempéries. Essa foi a única conversa que ele teve com aquele seu vizinho.

Logo depois seu vizinho foi morar em outro país, e nunca mais o encontrou. Vários anos depois, retornando do exterior, o vizinho foi dar uma olhada na sua antiga residência. Ao aproximar-se, notou um bosque que não existia antes. O médico havia realizado seu sonho!

O curioso é que aquele era um dia de um vento muito forte e gelado, em que as árvores da rua estavam arqueadas, como se não estivessem resistindo ao rigor do inverno, entretanto, ao aproximar-se do quintal do médico, notou como estavam sólidas as suas árvores: praticamente não se moviam, resistindo implacavelmente àquela ventania toda.

Que efeito curioso, ele pensou. As adversidades pelas quais aquelas árvores tinham passado, tendo sido privadas de água, pareciam tê-las beneficiado de modo que o conforto e o tratamento mais fácil jamais conseguiriam.

Todas as vezes que oramos para as pessoas próximas, nossos filhos, cônjuges, pais, irmãos, equipe de trabalho, normalmente pedimos para que suas vidas sejam fáceis, sem problemas.

Refletindo sobre isto, a mudança tem a ver com o fato de que é inevitável que as tempestades, os ventos gelados e fortes nos atinjam. As pessoas que amamos encontrarão inúmeros problemas e nossas orações para que as dificuldades não ocorram são até ingênuas demais.

Sempre haverá uma tempestade ocorrendo em algum lugar, portanto, pretendo mudar minhas orações.

Farei isso porque, querendo ou não, a vida não é muito fácil. Ao contrário do que tenho feito, passarei a orar para que meus filhos cresçam com raízes profundas, de tal forma que possam retirar energia das melhores fontes, das mais divinas, que se encontram nos locais mais remotos.

O problema nunca é o problema, mas a atitude que temos diante deles. O ouro é fundido a mil graus.

Oramos demais para termos facilidades, mas na verdade o que precisamos fazer é pedir para desenvolver raízes mais fortes e profundas, de tal modo que quando as tempestades chegarem, resistiremos bravamente, ao invés de sermos varridos para longe.

Pense nisso, um forte abraço e esteja com Deus!


Gilclér Regina, em 17/10/2012, no site: www.qualidadebrasil.com.br

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

O tempo e as jaboticabas


(Foto do blogueiro = a foto e o pé de jaboticaba também!!!)

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.

Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de confrontação, onde tiramos fatos a limpo. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.

Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa... Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado do que é justo.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.

O essencial faz a vida valer a pena.

Autor: Pedro L Ribeiro, extraído do livro Eu creio mas tenho dúvidas, página 107.

Novamente: O que é essencial para você?

Tantas coisas... Justamente por isto, devemos ter foco, devemos priorizar, devemos buscar aquilo que queremos. Aliás, como bem diz Wayne Dyer: mantenha seu foco naquilo que você quer, jamais no que você não quer, ou não tem.

Perder tempo em reuniões intermináveis? Pra que? Ou fazemos pauta, controlamos tempo, organizamos, ou não vale a pena.

Perder tempo com pessoas que querem apenas desculpas? Quem quer, vai lá e faz. Quem não quer, arruma desculpas.

Perder tempo com ego das pessoas? Pra que? Precisamos de pessoas que entendam o foco da empresa e lutem por ela, jamais o contrário.

Em resumo, perder tempo pra que? Aproveite o seu tempo para produzir o melhor e depois curtir o que a vida tem de melhor, que é aquilo que você considera realmente essencial...

Pense nisto.


Gustavo Rocha, em 26/10/201, no site: www.qualidadebrasil.com.br

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Felicidade é construída no dia a dia


Cultivar a gentileza aumenta e perpetua a sensação de bem-estar

KonstantinChristian/Shutterstock

Exceto para alguns poucos privilegiados, a felicidade raramente vem “pronta”. Em geral, ela é “artesanal” – construída dia a dia, a partir de uma escolha constantemente renovada – e compreende duas possibilidades complementares: o bem-estar atual, imediato, ligado ao momento presente; e o habitual, de longo prazo, que permeia várias instâncias da vida. A primeira forma pode ser descrita como uma experiência intensa de alegria. Inclui o desejo sexual, assim como todos os outros tipos de satisfações sensuais e vivências flow – ou seja, o mergulho intenso e a entrega a uma atividade prazerosa. A sensação de relaxamento quando nos sentamos na varanda, na hora do pôr do sol, após um dia duro e produtivo de trabalho, ao lado da pessoa que amamos, e colocamos as pernas para cima ou o frescor estimulante que experimentamos durante um banho em uma cachoeira são exemplos de felicidade atual. Nesses casos, surge uma sensação agradável que alguns psicólogos chamam de “afeto positivo”. Muitas pessoas já descobriram que conseguem se motivar para realizar tarefas desagradáveis ao antecipar em sua mente a sensação boa que as preencherá após o término bem-sucedido da atividade.

Embora muita gente subestime sistematicamente os detalhes e as pequenas gentilezas tanto na vida privada quanto na profissional, um meio bastante eficiente para ampliar o próprio bem-estar é investir em afetos positivos no convívio social, expressos por meio de um sorriso, um elogio sincero ou palavras gentis. O problema é que muitos aprenderam a se relacionar segundo princípios que lhes parecem lógicos: “Se eu gosto de você, não preciso lhe dizer; quando não gostar mais, então eu lhe digo” ou “Não reclamar é o mesmo que elogiar”. Será mesmo?


Do site: www.mentecerebro.com.br

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

A ciência e o medo


Informações distorcidas pela mídia alimentam o pânico moral a respeito de temas polêmicos, como a maconha

Gonçalo Viana

A maior dádiva da ciência para a humanidade é a libertação do medo. Imagine por um instante nosso passado neolítico. Todos os dias era preciso conviver com medos terríveis: predadores letais, conflitos tribais, frio e calor, fome e sede, seca e enchente, sem falar do mítico medo da noite eterna, tão bem documentado entre o povo maia: o temor de que o sol um dia partisse e nunca mais regressasse. A ciência nasceu como técnica de controle da realidade e de seus inúmeros perigos, muitas vezes transformando a dificuldade em ferramenta. Pense no fogo, na fermentação dos alimentos e no uso medicinal de substâncias. Com a ciência veio a esperança de um futuro cada vez melhor, com mais conforto e segurança, menos sofrimento e medo.

Há cerca de 30 anos, surgiu um temor novo que ceifou milhões de vidas e instalou pânico moral na sociedade, conspurcando a beleza do sexo com a fobia de uma contaminação fatal. É o vírus HIV, capaz de deflagrar a pane imunológica que chamamos de aids. Estima-se que existam no planeta mais de 33 milhões de portadores de HIV, chegando a 25% dos cidadãos de certos países africanos. Na ausência de cura, grande esforço foi feito para informar a população mundial sobre os modos de prevenir a infecção. Também houve avanço no desenvolvimento de drogas antivirais capazes de estancar o curso da doença. Infelizmente tais drogas podem causar sérios efeitos colaterais, precisam ser tomadas ininterruptamente por toda a vida, e apresentam custo proibitivo para a maior parte dos pacientes.

Por essa razão, causa muita esperança e orgulho a descoberta de que anticorpos monoclonais podem ser usados para debelar o HIV. Realizado pelo grupo do brasileiro Michel Nussenzweig na Universidade Rockefeller (EUA), o estudo publicado na revista Nature aponta o caminho para uma terapia de aids mais segura, barata e duradoura. Permite também vislumbrar o dia histórico em que será anunciada uma vacina anti-HIV.

Medo e desesperança, por outro lado, emanam do artigo de capa da revista Veja de 26 de outubro. Alegando refletir as mais recentes descobertas científicas sobre a maconha, o artigo esforça-se por insuflar ao máximo o receio em relação à planta. Cita seletivamente a bibliografia especializada, simplifica e omite resultados, distorce e exagera sem constrangimentos para afinal concluir, nas palavras do psiquiatra Valentim Gentil, que “se fosse para escolher uma única droga a ser banida, seria a maconha”.

Em tempos de crack na esquina e cachaça a 3 reais o litro, não é preciso ser médico para perceber o equívoco da afirmação. O destaque dado à matéria contrasta com seu parco embasamento empírico, que ignora fartas evidências sobre o uso medicinal da maconha, a segurança de seu consumo não abusivo, a existência de alternativas não tabagistas e as consequências nefastas do proibicionismo. O bom nome da ciência não pode ser usado ideologicamente para propagar preconceitos e fomentar pânico moral. A ciência deve sempre ser usada em prol do gênero humano, para arrefecer seus medos e não suscitá-los.


Do site: www.mentecerebro.com.br