 | © MANSUROVA YULIA/Shuterstock |
 |
|
 |
Durante muito tempo linguistas acreditaram que as palavras eram apenas coleções de sons – uma representação acústica que, em geral, tem pouco a ver com o seu significado concreto. No entanto, estudos recentes desafiam essa ideia: muitos sons parecem suscitar imagens em nossa mente, o que faz estudiosos acreditarem que, muitas vezes, associamos certos estímulos auditivos a percepções sensoriais. Seria o que o pesquisador Kita Sotaro, da Universidade de Birmingham, Reino Unido, chama de “simbolismo dos sons”. Ele acredita que alguns vocábulos evocam a ideia de beleza e maciez, por exemplo, enquanto outros despertam a ideia de aparência espinhosa, de gosto amargo ou de rapidez. Em todos esses casos, a “forma” do som está ligada aos nossos sentidos.
No século passado, um estudo realizado psicólogo alemão Wolfgang Kohler tornou-se clássico: ele apresentou a várias pessoas desenhos de duas formas sem sentido – uma, porém, tinha formas pontiagudas, e outra, linhas curvas – e pediu a voluntários que nomeassem as imagens de “takete” ou “baluba”. A maioria escolheu a primeira palavra para a forma “espetada” e a segunda para a curvilínea. O resultado sugere que alguns vocábulos “combinam” com aquilo que descrevem. A tese da existência de um simbolismo sonoro foi reforçada em uma série de estudos com crianças realizados por Susan Parault, então da Universidade de Maryland em College Park. Os neurocientistas Vilayanur S. Ramachandran e Edward Hubbard, ambos da Universidade da Califórnia, acreditam que a sinestesia (uma condição na qual as pessoas “misturam” estímulos sensoriais, como sons e imagens, tendo a impressão, por exemplo, de que certas palavras estão vinculadas a cores) pode ajudar a explicar por que muitos vocábulos se parecem (ou não) com aquilo que designam. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário