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Para algumas pessoas números e letras
representam mais que símbolos aritméticos ou tipográficos – um 6 ou um
“a” podem evocar texturas, cores e até mesmo sabores. É o fenômeno da
sinestesia, que consiste numa espécie de cruzamento de sentidos. Agora,
um estudo publicado na PLoS Biology sugere que ele pode ser
resultado da evolução, pois está relacionado a habilidades cognitivas
mais aprimoradas, como memória e criatividade.
Os neurocientistas
Vilayanur Ramachandran e David Brang, do Centro do Cérebro e da
Cognição da Universidade da Califórnia, observaram que os sinestésicos
têm resultados acima da média em testes de memória e que o fenômeno é
consideravelmente mais comum entre artistas, o que sugere possível
relação com a criatividade. “Há evidências de que a sinestesia é
hereditária. Ela pode ser evolutiva, pois está relacionada ao melhor
desempenho de algumas faculdades”, dizem os neurocientistas. Outro
estudo, divulgado pelo Current Biology, mostra que pessoas com um tipo
específico de sinestesia, a de cor grafema – isto é, letras ou números
são associados a tonalidades –, apresentam hipersensibilidade do córtex
visual primário. Através de um experimento de estimulação magnética
transcraniana, pesquisadores da Universidade de Oxford verificaram que
elas percebem estímulos visuais, como flashes ou pontos luminosos, três
vezes mais facilmente que voluntários não sinestésicos. Mas os autores
deixam claro que ainda são necessários mais estudos para comprovar se o
fenômeno é realmente uma “vantagem” cognitiva. |
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