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Em Luto e melancolia (1917), o
psicanalista Sigmund Freud apontou como um dos traços mentais da
“melancolia” – como se referia aos transtornos depressivos – a presença
de sentimentos exagerados de culpa. Agora, cinco neurocientistas, entre
eles o brasileiro Jorge Moll, registraram imagens do cérebro de pessoas
com histórico de depressão e descobriram que a “troca de informações”
entre regiões envolvidas na autorrecriminação e na percepção de
comportamentos socialmente aceitos é deficiente.
Os pesquisadores
usaram ressonância magnética funcional (fMRI) para examinar o cérebro
de pessoas que se recuperaram dos sintomas da depressão havia mais de um
ano e de outras que nunca tiveram o transtorno enquanto elas relatavam
como se sentiram em situações como trair a confiança de um amigo ou se
recusar a ajudálo. Os resultados, publicados na Archives of General Psychiatry,
mostram pela primeira vez a interação entre o lobo temporal, associado
ao julgamento de comportamentos, e a região subgenual, área do córtex
pré-frontal relacionada ao processamento de emoções e a circuitos
neurais responsáveis pela regulação de neurotransmissores como
serotonina e dopamina. Segundo os neurocientistas, a conexão entre essas
partes é menor em pessoas com histórico de depressão.
Curiosamente,
a interação entre essas áreas revelou-se menor apenas quando os
voluntários foram induzidos a se culpar – ao desaprovarem a conduta de
outras pessoas, não foram detectadas alterações significativas. Estudos
complementares já foram iniciados na Inglaterra para avaliar se
dissociação entre regiões neurais pode representar risco de desenvolver
depressão ou de retorno dos sintomas depois do tratamento. |
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