A tensão causada pela ansiedade está
longe de ser um sinal de hipervigilância e de maior sensibilidade a
possíveis ameaças. Pelo menos é o que revela uma pesquisa divulgada pela
Biological Psychology. O psicólogo Tahl Frenkel, da
Universidade de Tel Aviv, pediu a 17 universitários que manifestavam
sintomas de transtorno de ansiedade e a outros 22, sem sinais do
distúrbio, que identificassem medo em uma série de rostos cada vez mais
assustados.
Como esperado, pessoas do primeiro grupo detectaram a
emoção antes que as do segundo. A surpresa veio, no entanto, quando os
pesquisadores analisaram imagens neurais dos voluntários, captadas
durante o experimento. O cérebro dos ansiosos não reagiu a expressões
sutis de medo, apenas às óbvias. A atividade cerebral dos mais calmos
manifestou-se diante de imagens mais neutras e aumentou à medida que a
expressão de pavor se tornava mais nítida – embora sua resposta
comportamental tenha sido mais lenta, a atividade cerebral sugere que o
segundo grupo captou diferenças sutis mais rapidamente.
O
resultado mostra que os preocupados estão mais vulneráveis a ignorar
possíveis ameaças – o que desafia a hipótese, aceita por muitos, de que
indivíduos ansiosos são hipervigilantes. Frenkel acredita que pessoas
excessivamente preocupadas permanecem em um estado de estresse crônico,
ou seja, por considerarem uma enorme quantidade de estímulos como
ameaçadores, têm maiores chances de descartar os que apresentam perigo
real. Segundo Frenkel, nosso “mecanismo de aviso subconsciente” é
prejudicado pela ansiedade. |
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