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Estudo aponta novas possibilidades no tratamento de doenças neurológicas como Parkinson, esquizofrenia e Alzheimer | ||||||
Ao submeterem alguns voluntários a um exame de ressonância magnética funcional (fRMI), os pesquisadores puderam analisar como funciona o mesencéfalo, encarregado da produção de dopamina e da sinalização de eventos imprevistos. Foi mostrado aos participantes do estudo um filme com situações cotidianas e em seguida as cenas foram bruscamente interrompidas. A tarefa era tentar “prever” o que aconteceria logo depois, enquanto a atividade cerebral dos voluntários era acompanhada. O resultado foi extraordinário: 90% das pessoas imaginavam o desfecho das cenas sem dificuldade. Em contrapartida, os que não conseguiam pareciam sofrer uma espécie de curto-circuito no fluxo da consciência. A descoberta oferece novas esperanças para a melhor compreensão de doenças neurológicas como Parkinson, esquizofrenia e Alzheimer, o que pode levar os pesquisadores a desenvolver medicamentos mais eficazes. | ||||||
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Como o cérebro antecipa o futuro
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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
Compulsão por compras pode estar associada à lesão cerebral
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Pessoas com dano no córtex pré-frontal têm mais dificuldade para controlar o orçamento | ||||||||
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domingo, 29 de janeiro de 2012
Relações passageiras
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Montagem de ballet aborda a transitoriedade dos laços afetivos e do corpo, remetendo à fragilidade dos vínculos | ||||||||
A montagem é inspirada no poema A morte, de Cruz e Souza, sobre a angústia diante dos “vagos momentos trêmulos que decorrem”, como descreve o poeta. A coreografia remete à fragilidade dos laços afetivos à qual se refere o sociólogo polonês Zygmunt Bauman em Amor líquido, lançado no Brasil em 2004 pela Zahar. Outros livros do autor, hoje com 86 anos, tratam do tema. Há alguns anos, em uma entrevista publicada no volume 16 do periódico Tempo Social, o sociólogo comentou: “Apesar de ser muito curta, abominavelmente curta, a vida humana é a única entidade da sociedade de agora que tem sua longevidade aumentada. Sim, somente a vida humana individual vê crescer sua durabilidade, enquanto a vida de todas as outras entidades sociais que a rodeiam – instituições, ideias, movimentos políticos – é cada vez mais curta. Assim, o único sentido duradouro, o único significado que tem chance de deixar traços, rastos no mundo, de acrescentar algo ao exterior, deve ser fruto de seu próprio esforço e trabalho. Os jovens podem contar unicamente com eles próprios e só haverá em sua vida o sentido e a relevância que forem capazes de lhe dar”. No espetáculo, a troca de estímulos entre os bailarinos em dado momento parece se esgotar e a separação é inevitável. As relações aparentemente profundas, expressas em movimentos mais fluidos e tranqüilos, no entanto, emergem ocasionalmente em algumas passagens. |
sábado, 28 de janeiro de 2012
Depressão em números
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Transtornos depressivos lideram as causas de internações psiquiátricas em São Paulo, à frente de dependência química e surtos psicóticos | ||||||||
Para a gerente médica do PAI, Célia Gallo, o alto nível de estímulos estressores recebidos em uma metrópole como São Paulo estão diretamente relacionados à alta incidência de quadros de depressão e ansiedade, mas não podem ser tratados como causa principal, pois índices semelhantes são encontrados também no meio rural. Ela também ressalta que os dados do levantamento são apenas preliminares e que o uso de drogas pode ter influência indireta sobre um número muito maior de emergências. “Os números referem-se apenas às causas que levaram os pacientes ao pronto-socorro. Mas é provável que haja comorbidade dos sintomas depressivos e de ansiedade com o uso de substâncias químicas”, diz Célia. Dos 20,7 mil pacientes atendidos pelo PAI em 2010, 51% estavam em idade produtiva e tinham entre 19 e 40 anos. | ||||||||
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Personalidade
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O idioma influencia o modo como agimos | ||||||
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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
Efeitos da sedução
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Olhar fotos de mulheres atraentes aumenta agressividade masculina | ||||||
Em outro experimento, 23 voluntários do sexo masculino viram oito imagens com a bandeira da China e oito com pernas femininas antes de participarem de um teste de computador no qual deveriam identificar a palavra “guerra” o mais rápido que conseguissem. Se fossem motivados por patriotismo, era esperado que os participantes do estudo se saíssem melhor após verem a bandeira de seu país. Mas, na verdade, os mais ágeis foram os que observaram fotografias de pernas de mulheres. Uma possível explicação é que talvez os homens acreditem, mesmo que inconscientemente, que garotas preferem parceiros fortes, capazes de derrotar possíveis “concorrentes”, como acontece em outras espécies. | ||||||
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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
O poder da amizade
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Laços afetivos ajudam a superar o desconforto em uma sociedade cada vez mais individualista e solitária | ||||||
por Maria Consuêlo Passos | ||||||
Além disso, verificamos uma crescente reabilitação das possibilidades de fazer amizades, incentivadas pela variedade de contextos que favorecem o encontro, com distintas finalidades, seja para o lazer, a prática de esportes e da religião ou mesmo na militância em diferentes associações de defesa dos direitos civis e da cidadania. Entretanto, mesmo com o incremento desses espaços de convivência, a vida continua cada vez mais solitária, e as relações, mais efêmeras nos grandes centros urbanos. Tais evidências são reveladas não só nas pesquisas, mas também na clínica, onde os sofrimentos psíquicos advindos da solidão, da violência relacional e das autodestruições continuam em escala ascendente. Por mais que as descobertas técnico-científicas favoreçam a manutenção da vida, continuamos vulneráveis aos perigos do contato humano. O individualismo e a solidão têm se tornado características muito fortes da vida nas sociedades ocidentais, obrigando os cidadãos a buscar novas experiências que pudessem sustentar o desconforto e o sofrimento advindos dessas imposições sociais. Analisando esse contexto, a amizade seria uma opção às imposições da sociedade e representa uma saída para a fragilidade das relações surgidas com as exigências da modernização que produziram uma vida solitária e ameaçadora. Entretanto, esse aspecto compensatório da amizade não é o que mais interessa ao filósofo Michel Foucault, um estudioso do tema, e sim o seu caráter transgressivo e de resistência, na medida em que este impulsiona a invenção de formas de vida capazes de implementar uma existência libertadora. Afinal, ele via na amizade a possibilidade de transpor as amarras institucionais das relações, de romper com as formas preestabelecidas e criar novas maneiras de estar criativamente com o outro. Ao tentar decifrar os sentidos da amizade, Foucault imprime à discussão uma dimensão ética por meio da qual os sujeitos são capazes de romper com os padrões de moralidade vigentes e redimensionar sua vida, criando um estilo próprio de existência. Esse estilo poderá ser recriado permanentemente na presença do outro, o que nos permite pensar em uma sociabilidade que foge ao caráter burocrático e institucionalizado, duas facetas execradas pelo pensamento foucaultiano, que pretendia, acima de qualquer coisa, evidenciar dois aspectos: reinventar a vida por meio de suas relações e barrar o poder inerente à dominação de um sujeito sobre o outro. É preciso reconhecer que algumas dessas evidências trazidas por Foucault se tornaram realidade. Embora a vida solitária e a vulnerabilidade dos laços de afeto venham revelando um efeito nefasto, adoecendo pessoas e levando-as a diferentes tipos de sofrimento psíquico, é necessário reconhecer que nas últimas décadas têm surgido várias formas de convívio: a família vem sendo reinventada, dando lugar a deslocamentos e transformações nas suas funções e papéis. Hoje é possível verificar, por exemplo, fortes laços e amizade em casais que procuram ajuda de outros para uma procriação assistida. É o caso, por exemplo, de dois homens que buscam uma amiga para receber o sêmen de um deles e conceber uma criança. Algumas vezes forma-se aí uma relação consistente, um misto de amizade e de família, fruto de uma operação não só biológica mas também simbólica, já que um dos parceiros se mantém ausente da procriação de uma criança com a qual poderá, mais tarde, constituir uma relação parental. Há ainda duas outras manifestações interessantes de amizade: a trazida por casais que se separam e, ao constituir novas relações amorosas, mantêm os antigos parceiros no rol dos amigos; e as relações amistosas criadas pelos filhos dos diferentes casamentos de seus pais. Enfim, se de um lado as relações humanas permanecem frágeis, tensas e em muitos sentidos desestimuladas pelo cotidiano massacrante do trabalho e pelas imposições do mundo fragmentado em que vivemos, de outro, elas têm atualmente maior amplitude de possibilidades de criar e recriar experiências, tanto na vida privada como na pública. Além disso, nos últimos anos as sociedades têm se tornado mais libertárias, e, em consequência, os sujeitos adquirem mais recursos para reconhecer e lutar por seus direitos civis. Gilles Lipovetsky talvez tenha razão ao escrever: “Quanto mais frustrante é a sociedade, mais ela promove as condições necessárias para uma reoxigenação da vida | ||||||
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terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Um mundo doente
"A educação é um processo social, é desenvolvimento.
Não é a preparação para a vida, é a própria vida."
(John Dewey)
Crise na Europa e nos Estados Unidos, queda de governos árabes, discussões
sobre o aquecimento global. As doenças que acometem o mundo não são de ordem
econômica, política ou ambiental. Nossas mazelas são de caráter social. A
sociedade está enferma.
As pessoas estão fisicamente doentes. Caminhe por uma praia e observe a
condição dos banhistas para constatar a falta de cuidados com o próprio
corpo, fruto de vida sedentária, alimentação desregrada, ausência de
atividade física. Não é à toa que obesidade, hipertensão arterial e doenças
coronarianas crescem vertiginosamente.
As pessoas estão mentalmente doentes. Ansiedade, angústia, transtornos de
humor. Como prova do que digo, observe a proliferação de drogarias por todo
o país. E mais do que o número de novos estabelecimentos, a frequência
maciça de consumidores. Não importam dia e horário, invariavelmente você
encontrará filas nos caixas. Gente comprando de medicamentos para as dores
do corpo, a ansiolíticos e antidepressivos.
As relações sociais estão doentes. Temos cada vez mais amigos virtuais, mas
continuamos sem conhecer o vizinho que reside há anos na porta ao lado.
Familiares não comungam de uma mesma refeição, pais e filhos pouco
conversam, casais de amigos em um encontro pessoal trocam a autenticidade de
um diálogo pela efemeridade de tuitadas em seus smartphones.
As empresas estão doentes. Mesmo quando lucrativas, sofrem com crises de
liderança, dificuldades para engajar seus funcionários e reter talentos,
dilemas morais para alinhar discursos institucionais às práticas
corporativas.
Valores e virtudes estão doentes. Intolerância, egoísmo e cupidez suplantam
condescendência, generosidade e gentileza. Prevalece a ética do interesse
pessoal em detrimento do coletivo.
No dia seguinte ao réveillon, na praia, no campo ou nas ruas das cidades, o
cenário era de guerra. Lixo por todos os lados. Garrafas despedaçadas,
deixando cacos de vidros infiltrados na mesma areia onde crianças
inocentemente iriam brincar ao raiar do dia.
Nossos problemas não são conjunturais, mas estruturais. E a solução passa
por reflexão, educação e cultura.
* Tom Coelho é educador, conferencista e escritor com artigos publicados em
17 países. É autor de "Somos Maus Amantes - Reflexões sobre carreira,
liderança e comportamento" (Flor de Liz, 2011), "Sete Vidas - Lições para
construir seu equilíbrio pessoal e profissional" (Saraiva, 2008) e coautor
de outros cinco livros. Contatos através do e-mail
Recebido do autor por e-mail
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Homossexualidade
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Do pecado à legalização da união civil. Veja como a orientação sexual foi abordada ao longo do tempo | ||||||||
Foram os próprios gays que, cansados de ser taxados de aberrações, começaram a defender a ideia de que sua orientação não era patológica. Um momento histórico na transformação dessa forma de pensar ocorreu após uma violenta ação policial no Stonewall Inn, bar gay no Greenwich Village, em Nova York, em 28 de junho de 1969. Nos cinco dias seguintes, uma multidão continuou a se reunir no local, protestando contra a discriminação e exigindo direitos iguais para homossexuais. Conhecido como rebelião de Stonewall, o evento é considerado a marca inicial para a maior aceitação cultural da homossexualidade no mundo todo. Quatro anos mais tarde, a Associação Americana de Psiquiatria (AAP) começou a reavaliar essa questão. Uma comissão liderada pelo médico Robert L. Spitzer, da Universidade de Colúmbia, recomendou que o termo “homossexualidade” fosse retirado da edição seguinte do DSM, mas a sugestão não surtiu efeitos práticos. Pouco depois de os dirigentes da AAP votarem a favor da alteração, 37% dos psiquiatras consultados sobre o tema disseram ser contrários à mudança. Alguns chegaram a acusar a associação de “sacrificar princípios científicos em nome dos direitos civis”. Nos anos 90, grande parte dos psicólogos ainda argumentava que a homossexualidade era um distúrbio psíquico. Para defender esse ponto de vista, muitos se apoiavam na penúltima edição da Classificação internacional de doenças (CID-9), de 1985, que considerava essa orientação formalmente patológica. Atualmente, porém, os conselhos regionais de psicologia (CRPs) são claros em orientar os profissionais da área para que não tratem a homossexualidade como distúrbio, a manifestação de preconceitos pode deflagrar processos e punições. O preconceito em relação à homossexualidade muitas vezes é dissimulado e, apesar das transformações culturais, em certos meios persiste a ideia de que essa orientação é uma doença que precisa ser “curada”. Alguns defensores de terapias que se propõem a isso buscam respaldo na teoria de Sigmund Freud (1856-1939), cujas palavras foram tantas vezes descontextualizadas e interpretadas de maneira tendenciosa. As formulações do autor passaram por diferentes momentos e sofreram acréscimos significativos ao longo de sua obra, o que permite variadas interpretações, dependendo do texto que for tomado como referência. Em artigo de 1930 no qual discute o caso de uma moça que se apaixona por uma jovem senhora da sociedade, por exemplo, Freud considera que, quando uma mulher escolhe outra como objeto de amor, revela uma fixação infantil – não necessariamente decepção com o pai. Fixações, entretanto, não são exclusividade dos homossexuais – nem podemos procurar “culpados” por elas. As diferentes preferências – e consequentes escolhas ou negações – revelam singularidades e fatores inconscientes de cada pessoa. |
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domingo, 22 de janeiro de 2012
Nostalgia e depressão
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Evocar momentos felizes pode agravar o distúrbio | ||||||
Pesquisadores da Universidade Cardiff , no País de Gales, desenvolveram recentemente um sistema para explicar essa descoberta: o modelo de congruência de humor em comparação temporal. Segundo ele, as pessoas depressivas notam pouca identificação entre características pessoais positivas do “eu” de suas lembranças e a percepção de si mesmas no presente. Essa discrepância é acompanhada do sentimento de que o “eu positivo” está em um passado infinitamente longínquo. E concluem: “Em comparação com a pessoa que eu era naquele tempo, hoje sou um fracassado”. Assim, pensamentos nostálgicos poderiam agravar o estado de pessoas com distúrbios depressivos. Na opinião dos psicólogos Constantine Sedikides e Jochen Gebauer, entretanto, a nostalgia também poderia melhorar o estado de espírito de pessoas que sofrem de depressão. Eles ressaltam que a “saudade de antigamente” se diferencia de memórias felizes em três pontos essenciais: 1. Lembranças nostálgicas são mais multifacetadas e complexas do que as recordações positivas. Além disso, frequentemente incluem uma sequência de superação, o que poderia animar as pessoas. E se uma vez algo já terminou bem, isso pode acontecer de novo; 2. Memórias que despertam saudade são percebidas de forma especialmente nítida, afetiva e rica em detalhes. Revividas com frequência, em comparação com outras memórias, são mais vívidas, fazendo com que o episódio seja sentido como temporalmente muito próximo, o que o torna mais “real”; 3. Como a nostalgia forma uma espécie de ponte entre o passado e o presente, gera sentimento de autocontinuidade. Assim, a maioria dos participantes dos estudos de nostalgia de 2008 concordou com avaliações como: “tenho a sensação de que o ontem e o hoje se misturam”, ou “mantenho várias das minhas antigas características positivas”. Uma identificação tão intensa superaria em nossa percepção a distância temporal entre a lembrança e o momento atual, abrindo perspectivas para tirar a pessoa depressiva da apatia e imobilidade emocional. Para comprovar as impressões de Sedikides e Gebauer, entretanto, são necessárias mais pesquisas. |
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sábado, 21 de janeiro de 2012
História dos antidepressivos
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No decorrer dos séculos, médicos já receitaram ópio, anfetaminas e cocaína para tratar transtornos do humor | ||||||||
Com o álcool ocorreu algo semelhante. Em 1802, um médico londrino recomendava um pesado Borgonha, um bom vinho branco ou mesmo brandy contra a melancolia. A Cannabis e a cocaína também eram comumente utilizadas no século 19 como medicamento. A melancólica escritora britânica Virginia Woolf (1882-1941) usava o sonífero e calmante Veronal, um barbitúrico. Nos anos 50, entraram em voga as anfetaminas estimulantes. Em todas essas substâncias, o potencial viciante é extremamente alto. Em 1953, causou sensação uma notícia que dizia que o medicamento utilizado para tuberculose, a iproniazida, também tinha efeito antidepressivo. Alguns anos mais tarde, porém, ele foi tirado do mercado, pois pode causar icterícia. Substâncias bastante semelhantes, denominadas inibidores MAO, até hoje fazem parte do arsenal terapêutico contra a depressão. Eles inibem uma oxidase (daí vem o “O”) – uma enzima que decompõe diversos mensageiros do cérebro do grupo da monoamina (daí o “MA”). Entre eles, encontram-se os transmissores serotonina, dopamina e noradrenalina. Inibidores MAO fazem com que os neurotransmissores fiquem disponíveis por mais tempo nas sinapses das células nervosas. Infelizmente, eles também cruzam o caminho de outras oxidases, que, por exemplo, decompõem componentes nutricionais. As consequências podem ser dores de cabeça ou pressão sanguínea extremamente alta. Por isso, o consumo de queijo é tabu para pacientes tratados com inibidores MAO. Ainda nos anos 50, a indústria farmacêutica suíça Geigy sintetizou uma série de substâncias semelhantes à clorpromazina, o primeiro medicamento contra esquizofrenia, e pediu a clínicos que as testassem. O médico Roland Kuhn experimentou a variante G22355 em 150 pacientes com diferentes doenças mentais. Por fim, ele obteve sucesso com depressivos em 1957. A Geigy denominou a substância de imipramina e a ofereceu ainda no mesmo ano sob o nome comercial de trofanil. Esse foi o nascimento dos tricíclicos, que têm esse nome porque possuem três anéis de carbono. Eles representam, ao lado dos SSRIs, até hoje os antidepressivos mais importantes. Tricíclicos são eficazes, mas têm efeitos colaterais relevantes como obstipação e ressecamento das mucosas. A mais nova geração de antidepressivos, os SSRIs, prometem principalmente menos efeitos colaterais. No entanto, segundo o farmacêutico Gerd Glaeske, ele apenas tem outros efeitos – por exemplo, problemas estomacais, falta de apetite ou perda da libido. Em 2008, um anúncio de que os SSRIs poderiam estimular o suicídio em crianças e jovens causou grande comoção. Desde então, há avisos a esse respeito nas embalagens dos remédios. |
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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Alfabetização tardia
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Aprender a ler provoca mudanças neurais profundas, mesmo em adultos | ||||||
Em crianças em processo de alfabetização, o imageamento cerebral durante a exposição a estímulos ortográficos revela a ativação de uma região cortical específica denominada área de formas visuais de palavras (AFVP). Curiosamente, ela se encontra em uma região altamente responsiva a faces. Qual o papel dessa área na alfabetização de crianças e adultos? Ensinar a ler e escrever melhora o desempenho neural em geral, ou existe competição entre funções, por exemplo, entre leitura e reconhecimento de faces? Algumas respostas foram recentemente publicadas na revista Science por uma equipe de cientistas europeus de diversas instituições, bem como brasileiros do Instituto Internacional de Neurociências e Reabilitação da Rede Sarah. Por meio de comparação entre analfabetos, alfabetizados na infância e ex-analfabetos, os pesquisadores dissecaram os efeitos da escolaridade e da alfabetização no estudo da ativação da AFVP e de outras áreas corticais. Foram medidas as respostas cerebrais à linguagem falada e escrita, faces, casas, ferramentas e padronagens visuais em adultos com diferentes níveis de alfabetização. Verificou-se que a alfabetização incrementou respostas visuais e fonológicas, aumentou a ativação pela escrita do giro fusiforme esquerdo e induziu uma competição com a representação de faces nessa região. O estudo trouxe ainda um achado inspirador: boa parte das mudanças neurais relacionadas à alfabetização ocorreu mesmo em adultos ensinados tardiamente. | ||||||
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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Briga de criança
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Durante um conflito meninos tendem a apoiar os fortes; meninas costumam socorrer os frágeis | ||||||||
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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
A sedução das vitrines
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Curiosidade que nos leva a andar pelas lojas está ligada a instintos de caçadores e coletores | ||||||
Segundo Pani, as compras ajudam a construir uma imagem melhor de nós mesmos. “Gostamos de bens que nos auxiliam a projetar o perfil desejado.” Vanni Codeluppi acrescenta que as pessoas não compram apenas objetos, mas símbolos capazes de transmitir informações sobre sua identidade ou sobre o grupo ao qual desejam pertencer. “Quando escolhemos uma bolsa ou uma bebida, buscamos algo que represente a imagem com a qual nos identificamos.” Entre mulheres, por exemplo, prevalece o consumo de roupas e produtos de beleza. Os homens, segundo Giovanni Siri, desejam carros e aparelhos tecnológicos, equipamentos que ampliam sua capacidade cognitiva e a possibilidade de exercer controle sobre as máquinas. Codeluppi vê nesse comportamento o risco de obsessão. Para ele, embora os homens pareçam mais racionais, muitas vezes compram por impulso, enquanto as mulheres avaliam e tendem a escolhas mais ponderadas. Segundo ele, estatísticas demonstram que as pessoas menos interessadas pelo consumo são aquelas que fundamentam a própria identidade em outros valores, como os ambientalistas ou os participantes de movimentos religiosos. |
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