
Como nenhum outro estudo confirma esse efeito benéfico, os cientistas tentam encontrar explicação por meio de outras análises, incorporados os resultados de vários trabalhos. O mais novo estudo comparativo desse tipo foi publicado por especialistas em saúde coordenados por Gillian Mead, da Universidade de Edimburgo, em 2009. Após a avaliação de 25 estudos com mais de 900 participantes, os pesquisadores perceberam o alto potencial antidepressivo nos exercícios de resistência. No entanto, se forem utilizados padrões metódicos muito severos, o efeito desaparecerá. Assim, seria necessário que os participantes não soubessem se pertenciam ao grupo de controle ou ao de tratamento. Naturalmente, esse tipo de teste cego é praticamente impossível em programas esportivos. Não se sabe também qual o papel desempenhado pelo apoio social mútuo, já que quanto a pessoa corre, faz exercícios ou anda de bicicleta em grupo termina por desenvolver laços que podem influir em seu humor.
De maneira geral, a atividade física parece bastante adequada no caso de uma leve tendência à depressão ou de uma inquietação ansiosa. Mas quando há sintomas graves e causas profundas, como um trauma, somente o exercício não é suficiente. O estudo já citado desenvolvido por Karen Petty com jovens com sobrepeso nos leva a supor a mesma coisa. A "porção extra de esporte" fortaleceu autoestima de participantes brancos - mas o mesmo não ocorreu com os de origem afro-emericana! Nesses últimos, o desânimo aparentemente não apenas tinha raízes na insatisfação com a própria aparência, mas estava ligado a questõs mais amplas, como a discriminação e marginalização social.
Da revista Mente & Cérebro n° 211, de agosto/2010
Nenhum comentário:
Postar um comentário