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Dois olhos, dois ouvidos!
Não é nada fácil controlar as emoções, os sentimentos, principalmente, a vontade de mostrar que os outros estão errados.
Mas, Deus é tão sábio que nos deu dois ouvidos, dois olhos e apenas uma boca. Por qual motivo será?
Claro que para vermos e ouvirmos mais antes de falar.
Normalmente cometemos grandes besteiras por falar antes de abrir bem os ouvidos e os olhos.
Julgamos, condenamos, ofendemos, e, depois, por vezes, quando nos damos conta, estávamos julgando, condenando, ofendendo a pessoa errada.
E, por mais que peçamos desculpas e perdão, as ofensas são como pregos na madeira: mesmo que os tiremos, sempre deixam marcas!
Por isso, uma das melhores maneiras de viver a vida é abrindo bem os dois ouvidos e os dois olhos que temos.
Quando for falar, e perceber que na sua fala existe julgamento, analise se não é precipitado. Se chegar a conclusão de que não é, pense mais um pouco e espere para falar. Antes de falar, escreva para a pessoa que pretende ofender, mas, sem entregar a ela o que escreveu. Depois de algumas horas, dias, leia e veja se ainda tem coragem de dizer o que pretendia.
Frequentemente vejo pessoas que se amam se ofendendo. E o amor não é um sentimento que combine com insultos, por isso, às vezes a outra parte pensa que não é amada, quando, na verdade, a boca do outro se adiantou à reflexão e aos demais sentidos.
Arrefeça sua mente quando perceber que o que irá falar fará mal a alguém. Mesmo uma verdade que precisa ser dita não é necessário que seja em forma de ofensa, de sermão coletivo. Sermão coletivo já recebemos na igreja, e, por sorte, os padres e pastores não podem citar nomes!
Um dia desses deixei meu carro para fazer a revisão dos 10 mil km. O mecânico me disse o que seria feito e que o valor seria de 570,00. Quando fui buscar o carro revisado ele me recebe com uma cara meio esquisita e diz: “Tudo pronto seu Paulo, mas, tivemos uma pequena alteração no valor”. Na minha cabeça passou o seguinte: “Você tá de brincadeira comigo? (claro que não foi bem isso)”. Me deu uma vontade de falar algumas verdades para o pobre do mecânico, que, provavelmente, lendo na minha cara que eu não estava nada satisfeito, disse: “Mas é para menos seu Paulo. Notei que não era necessário trocar o filtro do ar-condicionado”.
Quase que eu saio xingando o mecânico. Imagine se eu tivesse mandado ele para onde pensei?
Não xingue seus filhos, seus pais, seus colegas de trabalho, seus amigos, seu chefe. Não há motivo nenhum para ofender ninguém (nem seu mecânico), muito menos pessoas tão importantes para nós. Eu sei que há momentos em que acreditamos ter razão, ou, que temos certeza de que a outra pessoa merece ouvir umas verdades. Contudo, se falarmos mais do que devíamos nós perdemos toda a razão que imaginávamos ter.
Tem gente que pensa que vários pedidos de desculpas apagam as imagens e os sons das ofensas. Por mais amável que sejamos, se, constantemente somos maltratados, ofendidos, hora ou outra o prego atravessa a madeira, e aí o buraco fica praticamente sem conserto.
De coração, peço: por mais difícil que seja, antes de falar qualquer coisa que não gostaria que falassem a você e a quem você ama, escancare os sentidos mais belos com os quais o Criador nos presenteou: ouvir e ver.
Se fizer isso, provavelmente sua fala terá a trilha sonora de um romance, de uma comédia, e não de um filme de terror!
Grande abraço, fique com Deus, sucesso e felicidades sempre!
Paulo Sérgio Buhrer, publicado em 30/11/2012, no site: www.qualidadebrasil.com.brPalestrante, Consultor e Escritor. Pós-Graduado em Gestão Empresarial e com Pessoas, Coach formado pela CORPORATE COACH U
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