quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
Os Contrastes Brasileiros
Qual o Tamanho da Economia Brasileira Atualmente? Qual a Nossa Posição em Relação à Qualificação de Nossos Funcionários
Após um inflamado discurso dos governistas no Senado brasileiro exaltando os resultados alcançados recentemente pela Economia – “sétima posição entre as potências econômicas mundiais” – o Senador Cristovam Buarque (PDT – DF) tomou a palavra e, em contrapartida, afirmou:
_ “É, mas em compensação somos o 88° colocado em educação segundo a UNESCO e, além disso, não adiantaria muito estarmos nessa posição se somos o 55° país do mundo no valor de renda per capita” – completou o senador.
Tem toda razão o senador da “oposição”, pois atualmente o Brasil é o 69° na ordem dos países com ética na política em função da corrupção (nossa nota é 3,7 numa escala até 10) e, a conseqüência disso é que nos tornamos o 8° pior país do mundo em termos de concentração de renda – na frente apenas da Guatemala, Suazilândia, República Centro Africana, Serra Leoa, Botsuana, Lesoto e Namíbia.
Em seu artigo (“As Vergonhas Que Temos” – Jornal O Globo – 09/04/2011) Cristovam Buarque aprofunda sua análise no perfil da produção industrial brasileira, demonstrando que há décadas o Brasil exporta quase o mesmo tipo de bens e, o que é pior, continua importando os produtos modernos – da área científica e tecnológica.
Isso ocorre porque produzimos um número insignificante de doutores por ano; ou seja, pouquíssimos brasileiros conseguem completar o curso de doutorado.
Esse é o reflexo de um enorme contraste entre a ponta da Economia (produção de bens de consumo) e sua base de sustentação (escolaridade de seus funcionários), pois ao mesmo tempo em que somos um dos maiores fabricantes mundiais de automóveis e aviões, também temos uma grande população de “flanelinhas” fora da escola.
Segundo a UNESCO, a maioria dos adultos analfabetos vive em apenas 10 países – o Brasil é um deles, com 14 milhões – e, comparando-se com a época da República (1889), temos hoje quase três vezes mais analfabetos do que naquela época, aos quais ainda se somam mais de 40 milhões de “analfabetos funcionais” – não são capazes de interpretar o que escreveram.
Talvez seja por isso que nunca tivemos um Prêmio Nobel.
O senador vai mais longe ao afirmar que existe uma dicotomia entre uma das maiores economias do mundo e um mundo social real entre os mais pobres. Para ele, essa realidade se explica porque nosso projeto de nação é:
A) Sem Lógica: porque não percebemos que um país rico é um país sem pobreza.
B) Sem Previsão: porque não percebemos que nossa grande, mas atrasada Economia é incapaz de concorrer com as “economias do conhecimento” – implantadas em países com menor riqueza, porém com mais futuro.
C) Sem Ética: porque comemoramos nossa posição na Economia, mas esquecemos nossas “vergonhas sociais”.
Julio Cesar S. Santos, publicado em 06/12/2012, no site: www.qualidadebrasil.com.br
Articulista e co-autor do livro: "Trabalho e Vida Pessoal - 50 Contos Selecionados" (Ed. Qualytimark, Rio de Janeiro, 2001).
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