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Lembranças que ferem
Lembranças que ferem
Pesquisadores desenvolvem medicamentos que interagem com a memória para aliviar a dor
Malinx/Shutterstock |
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Podemos nos esquecer do que comemos no almoço, mas certamente nos
lembramos de quase tudo o que nos causou dor, pois o nosso sistema
nervoso central armazena traços de memória da experiência desagradável
para nos “avisar” do perigo caso ocorra situação semelhante. Essa é uma
das razões que concorrem para que pessoas com um membro amputado
continuem a sentir dor “fantasma”, como se o pé ou braço extirpado, por
exemplo, ainda continuasse ali. Mas e se fosse possível apagar essa
memória? Uma equipe da Universidade McGill, no Canadá, mostra que o que
sempre foi terreno da ficção científica pode, de fato, se tornar
realidade algum dia. Pesquisadores da instituição descobriram que os
níveis de uma proteína – a quinase PKMzeta, que atua fortalecendo as
sinapses (conexões entre os neurônios) – aumentam no sistema nervoso
central quando o organismo passa por uma estimulação dolorosa. A
hipersensibilidade à dor é neutralizada quando a atividade dessa
proteína é bloqueada.
“Muitos medicamentos que têm a dor como
alvo agem no nível periférico, reduzindo a inflamação ou ativando os
sistemas de analgesia no cérebro para reduzir a sensação de dor”,
explica Terence Coderre, coordenador do grupo de pesquisa. “Essa é a
primeira vez que podemos pensar em medicamentos que terão como alvo um
traço estabelecido de memória como caminho para a redução da
hipersensibilidade à dor”, comemora.
Do site: www.mentecerebro.com.br
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