Estados Unidos, Europa e China representam 50% da emissão de Carbono.
São países que colocam o crescimento do PIB em primeiro lugar. O Brasil emite 1,3%, um terço do que emite o setor de aviação.
O problema são as políticas de maximização do PIB, que tomaram conta da maioria dos países, inclusive o Brasil.
A política atual é produzir a maior quantidade de produtos e bugigangas possível, algo que os chineses seguiram à risca.
Países que colocam o crescimento do Patrimônio Nacional em primeiro
lugar, se preocupam em fazer menos produtos, mas com maior durabilidade.
Carros que duram 20 anos fazem mais sentido para a população como um todo, do que carros que duram cinco anos.
Dilma acaba de dar incentivos fiscais para produzirem mais
eletrodomésticos e mais carros, e não para produzirem carros e
eletrodomésticos mais duráveis, que não precisem ser trocados a cada
cinco anos.
Maximizar o PIB maximiza também os impostos, mas não diminui a pobreza quanto maximizar o Patrimônio Nacional.
O maior impecilho para o desaquecimento global é a enorme dependência do Estado nos impostos gerados pelo PIB.
Empresas podem lucrar o mesmo valor vendendo produtos que duram mais,
simplesmente cobrando mais, não necessariamente 5 x mais, mas 15% mais,
se a margem de lucro for de 4%, por exemplo.
Poderíamos reduzir a emissão em 75% se produzíssemos produtos que durassem 20 anos, em vez de cinco anos.
Os ricos continuariam a comprar as últimas inovações tecnológicas,
mas em vez de jogar tudo no lixo venderiam o produto usado para as
classes mais pobres.
Estes pagariam a metade do preço de um novo, por um produto funcional, mas de uma tecnologia anterior. Qual o problema?
Eu quando era pobre, comprava carro usado.
Carro que não entrava no cálculo do PIB, apesar de eu ter aumentado meu padrão de vida, e bem.
E por não entrar no cálculo do PIB, usados nunca foram tema de política econômica em nenhum país.
Apesar de ganhar quatro salários mínimos na época, meu padrão de vida
era o dobro, porque muita coisa que eu comprava era usada e custava a
metade do preço.
Toda a indústria de genéricos fabrica remédios cujas patentes já caducaram, e portanto mais baratos.
Mas por isto mesmo são de uma tecnologia anterior, e agora acessíveis para pessoas mais pobres.
Preferível o remédio antigo e menos eficaz, do que nada.
Nós que somos adeptos a maximizar o Patrimônio Nacional não estamos
preocupados com a "distribuição da renda", e sim com a "distribuição da
produção".
Queremos que produtos durem e troquem de mãos, das classes mais ricas para as classes mais pobres.
Obrigaríamos as empresas a suprir com peças sobrassalentes, 10 anos
depois do fim da produção, para incentivar justamente o mercado de
usados.
Os adeptos de Adam Smith odeiam o mercado de usados. Apesar de
aumentar o bem estar das classes mais pobres, ele não aumenta o PIB e
muito menos os impostos.
Financiar casa usada, carro usado, televisão usada, nem pensar.
Tudo tem que ser novo, de última geração.
Pobre tem que pagar o dobro, neste modelo econômico elitista e excludente.
Para incentivar os adeptos de Adam Smith a mudar de filosofia, eu
proporia a criação de Imposto de Circulação sobre Produtos Usados, com
uma alíquota de 5%, mas o suficiente para chamar a atenção do governo.
Quem compra um carro usado, por exemplo, precisa das mesma estradas,
guardas e faróis, e seria justo que pagassem por este custo do Estado,
algo que não ocorre hoje.
O que não podemos é ter países como os Estados Unidos, os países
europeus e a China, glorificando o consumo, a maximização do PIB, o
endividamento absurdo das famílias, a emissão de 10 cartões de crédito
para uma única família, para comprar produtos descartáveis.
O sonho dos adeptos de Adam Smith e dos maximizadores do Produto Interno Bruto. Do blog do Stephen Kanitz, recebido por e-mail do autor
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