quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Conhecimentos que Diferenciam



Quando criança, lembro-me que minhas únicas fontes de informação sobre a Escócia eram o professor de Geografia da 4ª série e duas enciclopédias que possuía em minha casa. Além disto, só alguma matéria casual ou durante uma Copa do Mundo, quando a Escócia conseguia classificação...

Acabo de teclar a palavra Escócia em apenas um dos mais conhecidos sites de busca e ele me indicou 538.000 fontes de pesquisa. São tantas alternativas e tamanha quantidade de informações que realmente ajudam, mas também atrapalham.

Este exemplo é apenas uma das conseqüências da “Globalização do Conhecimento” – o rápido e fácil acesso à informação provocaram uma enxurrada de possibilidades, mas também trouxeram à tona um outro problema ainda pouco analisado: o prazo de validade daquilo que você aprende está ficando cada vez mais curto.

Um acadêmico de Medicina inicia uma faculdade e quando conclui seu curso, muito daquilo que aprendeu nos primeiros meses só existe em seus antigos livros. Assim, ele aprende mas não tem possibilidade de usufruir daquilo que aprendeu; em outras palavras, estudo e dedicação jogados fora.

Não estou dizendo que o conhecimento está perdendo importância no concorrido mercado de trabalho. Pelo contrário, a grande mudança é que atualmente você precisa saber cada vez mais sobre áreas que jamais pensou estudar e compreender a influência deste saber em sua atividade profissional. Um advogado precisa conhecer fundamentos de administração e contabilidade para alcançar êxito, enquanto que se espera de um engenheiro empregável excelentes habilidades como negociador. Analise sua profissão e veja como isto também se encaixa em seu dia-a-dia.

Ao mesmo tempo, em meio ao turbilhão de novas fontes de informação, pesquisa e apreensão de conhecimento, vale ressaltar que a sede pelo saber é saciada mais facilmente por alguns meios.

São eles:


Formação acadêmica

Fazer uma boa faculdade continuará respondendo por uma parcela considerável do sucesso profissional de qualquer acadêmico. Eu sei que chega a ser antiquado dizer que “é imprescindível estudar em boas escolas”, mas taí algo que faz muita diferença naquilo que você é hoje ou será amanhã.


Idiomas

Se você pretende ser referência em sua profissão, procure estudar um segundo e até mesmo um terceiro idioma, pois eles garantirão sua empregabilidade por um bom tempo. Desde a Torre de Babel, é a mesma história!


Informática

Caso não trabalhe na área de informática e tecnologia, você não precisará ficar o dia inteirinho estudando todos os novos produtos e serviços que são lançados no mercado. Entretanto, conheça as ferramentas que têm relação direta com sua profissão ou você estará fadado a trabalhar em um museu. Por exemplo: um arquiteto que não domine o AutoCad não sobrevive (não sou quem digo, são eles mesmos).


Viagens

Uma excelente fonte de saber são as viagens que você realiza tanto dentro quanto fora do país, visto que é muito mais fácil reter aquilo que presenciamos. Nas próximas férias, pense num roteiro também cultural ao invés de praias cheias de gente e pouquíssimas alternativas no campo do saber. Aprender com diversão é muito melhor, e é isto que você consegue com um bom planejamento em suas viagens de lazer.


Leituras especializadas

Estar por dentro de tudo o que ocorre em sua área de atuação é condição sine qua non para que venha a se tornar (ou continue a ser) um profissional competente. O mundo muda cada vez mais rápido e a sua profissão também – cuidado para não dormir no ponto.


Conhecimentos gerais

“Conhecer um pouco de tudo e muito de pouco”, este é o lema do profissional generalista, mas com forte especialização. Esqueça que você não gosta de política e comece a ler este caderno em seu jornal diário, fique por dentro do “economês” e aprofunde seus conhecimentos jurídicos.

Bons estudos!


Wellington Moreira  |  Publicado em: 06/08/2012, no site: www.qualidadebrasil.com.br

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Ler Para Compreender



A Leitura Pode Ajudar as Pessoas a Vencerem na Vida? Como a Leitura Pode Transformação Nossa Realidade? Que Papel Ela Representa Na Transformação Social do Nosso País?

Vivemos numa era em que para nos inserir no mundo profissional devemos possuir boa formação cultural e muita informação. Nada melhor para obtê-las do que sendo leitor assíduo, pois quem pratica a leitura está fazendo o mesmo com a consciência, o raciocínio e a visão crítica.

A leitura tem a capacidade de influenciar nossa maneira de agir, de pensar e até mesmo de falar. Com a prática da leitura tudo isso é expresso de forma clara e objetiva e, certamente, as pessoas que não possuem o hábito de ler ficam presas a gestos e formas rudimentares de comunicação.

Tudo isso é comprovado por meio de pesquisas, as quais revelam que na maioria dos casos, pessoas com ativa participação no mundo das palavras possuem um bom acervo léxico e, por isso mesmo, entram mais fácil no mercado de trabalho, ocupando cargos gerenciais e de diretoria.

Porém, conter um bom vocabulário não é a única maneira de “vencer na vida”, pois é preciso ler e compreender para poder opinar, criticar e modificar situações.

Diante de tudo isso, sabe-se que o mundo da leitura pode transformar, enriquecer culturalmente e socialmente o ser humano. Não podemos compreender e sermos compreendidos sem sabermos utilizar a comunicação de forma correta e, portanto, torna-se indispensável a intimidade com a leitura.

Benefícios da Leitura

A leitura é extremamente importante para todos nós, não apenas por ser fundamental em nossa formação intelectual, mas também por permitir a todos nós um acesso ao mundo das informações, das idéias e dos sonhos. Sim, pois ler é ampliar horizontes e deixar que a imaginação desenhe situações e lugares desconhecidos e isto é um direito de todos.

A leitura permite ao homem se comunicar, aprender e até mesmo desenvolver, trabalhar suas dificuldades. Em reportagem recente, uma grande revista de circulação nacional atribuiu à leitura, a importância de agente fundamental para a transformação social do nosso país. Através do conhecimento da língua, todos têm acesso à informação e são capazes de emitir uma opinião sobre os acontecimentos. Ter opinião é cidadania e essa parte pode ser a grande transformação social do Brasil.

Os benefícios da leitura são cientificamente comprovados. Pesquisas indicam que crianças que têm o hábito da leitura incentivado durante toda a vida escolar desenvolvem seu senso crítico e mantém seu rendimento escolar em um nível alto. O analfabetismo, um dos grandes obstáculos da educação no Brasil está sendo combatido com a educação de jovens e adultos, mas a tecnologia está afastando nossas crianças dos livros.

Permitir a uma criança sonhar com uma aventura pela selva ou imaginar uma incrível viagem espacial são algumas das mágicas da leitura. Ler amplia nosso conhecimento, desenvolve a nossa criatividade e nos desperta para um mundo de palavras e com elas construímos o que gostamos, o que queremos e o que sonhamos.

Portanto, garantir a todos o acesso à leitura deve ser uma política de Estado, mas cabe – principalmente – a nós dedicar um tempo do nosso dia a um bom livro, incentivar nossos amigos, filhos ou irmãos a se apegarem à leitura e acima de tudo utilizar nosso conhecimento para fazer de nossa cidade, estado ou país, um lugar melhor para se viver.


Julio Cesar S. Santos  |  Publicado em: 13/08/201, no site: www.qualidadebrasil.com.br

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Estamos nos tornando invisiveis


Somos invisíveis?

É bem possível que a maioria de nós já tenha sentindo essa sensação de invisibilidade em algum momento.

Recentemente escrevi um artigo sobre invisibilidade social e descobri que no mundo corporativo existem diversas variantes deste fenômeno então resolvi falar sobre elas.

Mas antes tenho que lhes esclarecer o que é invisibilidade social, este fenômeno ocorre quando, conscientemente ou não, as pessoas deixam de perceber a existência de outras pessoas no seu dia a dia, enfim aquele que sofre com essa atitude se sente invisível.

A maioria das vezes a insensibilidade social tem raízes no preconceito.

Quem sofre perde a auto-estima e a identidade já que o ser humano é um animal social, ou seja, relacionamento é tudo e tudo é relacionamento, a pessoa sente como se vivesse em um mundo paralelo.

Alguns sociólogos chamam da síndrome do uniforme, basta a pessoas vestir um uniforme de gari, segurança, garçom, manobrista, ascensorista para se tornar invisível.

Mas não se engane a insensibilidade social está ao nosso redor, basta assistir nos telejornais como as pessoas são tratadas diariamente na rede de saúde ou quando alguma intempérie como a seca ou a chuva atinge a sua região.

Ver uma única criança vivendo nas ruas já deveria ser suficiente pra fazer qualquer um chorar, pra fazer qualquer se mobilizar para tomar uma atitude.

Mas como vemos isso todo o dia acabamos nos acostumando e banalizando o sofrimento alheio.

Nas empresas isso ocorre de uma forma velada e mais sutil, mas o principio é o mesmo ignorar as necessidades das pessoas e dos clientes.

Isso ocorre á todo o momento, por exemplo, quando você entra em uma loja e o atendente o ignora ou num restaurante quando ficamos sentando sem ninguém nos dar atenção.

Outro dia ao terminar de fazer compras em uma grande rede de supermercado à caixa não conseguia passar meu cartão e chamou insistentemente sua supervisora enquanto eu aguardava, ao lado a outra caixa sugeriu que ela me encaminhasse ao atendimento para assim passar o cartão e agilizar meu atendimento, a minha caixa fingiu que não ouviu e insistiu em chamar a supervisora que demorou uns 5-10 min., me surpreendeu que nenhuma delas falou comigo ou explicou algo , começaram a mexer nos equipamentos como se eu não existisse.

Quantas vezes somos esquecidos em filas intermináveis ou em telefonemas á callcentrs?

Este comportamento também é muito comum em aeroportos quando estamos frente ao balcão de uma companhia aérea, tentando saber alguma informação sobre o nosso vôo.

Ou, mesmo em hospitais e repartições públicas, onde às pessoas simplesmente ignoram nossa indagação e presença.

Diariamente somos atropelados por pessoas apressadas que não percebem a presença alheia ao seu redor mantêm seu passo firme em frente, ao encalço do seu objetivo, sem parar sequer para pedir desculpas. Como tratoristas derrubam sacolas, compras, livros que porventura estejam em seu caminho.

Para a maioria das pessoas no século XXI, não existe ninguém mais do que elas mesmas com seus próprios problemas e necessidades.

Esta invisibilidade leva ao desprezo e à humilhação e esses sentimentos, levam as pessoas a processos depressivos.

Essa me parece à origem do mau atendimento para com os clientes nos mais diversos mercados, atualmente profissionalismo e bom atendimento são exceções.

Dentro das empresas colegas e chefes menosprezam as necessidades dos demais colaboradores, as pessoas ao seu redor são apenas instrumentos para alcançar seus próprios objetivos.

A Cultura do Consumo gera uma imposição de que “você é o que consome” com isso estabelecendo padrões de consumo que ofuscam as individualidades de cada um.

Observe, por exemplo, como os planos de marketing da maioria das empresas de bens de consumo apregoam que o único meio de se construir uma identidade é através de consumo de bens materiais.

Este exemplo demonstra como a cultura do “ter” acima do “ser” está se disseminando.

Existem campanhas muito curiosas como aquela que sugere que você deve atear fogo em seu veiculo devido à inveja com o veiculo do seu vizinho ou aquelas que insinuam que se não beber ou consumir tal produto você não será aceito pela turma “descolada”

A mídia está repleta de estereótipos gordo x magro, alto x baixo, bonito x feio.

Enfim criamos um circulo vicioso de consumo e insensibilidade, já ultrapassamos os 7 bilhões de habitantes, todos sabem que existem povos inteiros passando fome e sofrendo abusos , talvez um vizinho ,parente ou colaborador esteja agora neste exato momento passando por uma dificuldade e você está alheio e algumas vezes até insensível a isso.

Cabe a cada um de nós mudar a si mesmo e assim mudar o mundo ao nosso redor.


Roberto Recinella  |  Publicado em: 10/08/2012, no site: www.qualidadebrasil.com.br





domingo, 28 de outubro de 2012

A Sincronia da vida



Foi noticiado pelos jornais o caso de uma menina de cinco anos que caiu do 3º andar de um prédio em Guarapuava, estado do Paraná. O surpreendente é que a menina teve apenas um corte no queixo, a sua queda amortecida por carrinho de reciclagem de um catador de papel, que estava bem embaixo da janela.

Qual a explicação que podemos dar para esse acaso do destino? Como podemos explicar também aquele encontro com uma pessoa conhecida que não vemos há muito tempo? Ou aquela pessoa que embarca no último momento em um voo que sofre um acidente horas depois?

Carl Jung, psiquiatra suíço, criou o termo Sincronicidade para definir momentos como esse que segundo o autor possuem uma ligação não causal. No caso da menina que caiu do terceiro andar, podemos constatar que o carrinho de reciclagem pertence a um morador do prédio que por um acaso deixou o carrinho embaixo da janela da menina, e chegamos à conclusão que ambos os fatos tem uma ligação, pois existia a probabilidade de que o carrinho estivesse no lugar naquele momento.

Algumas vezes pensamos que o mundo conspira contra a gente, tudo sai errado e todos estão contra nós, chegamos até pensar que uma coisa simples como perder um ônibus ou um sinal aberto seja o universo conspirando contra. Outras vezes notamos que tudo parece dar certo e em vez de agradecer e viver o momento, dizemos que estamos em uma “maré de sorte”, não acreditando que somos capazes de ter sucesso e alegria, essa atitude nos leva a falta de autoestima.

As pequenas coincidências cruzam o nosso caminho e nos coloca no rumo certo como, por exemplo, um sinal de transito ou um congestionamento que podem nos livrar de um grave acidente ou uma rua interditada simplesmente pode fazer com que encontremos pessoas que gostaríamos de rever há tempos.

Tudo é uma questão de percepção. Observe que quando estamos querendo comprar um carro verde passamos a notar que existe uma grande quantidade de carro dessa cor nas ruas, tudo é uma questão de observar o que esta ao nosso redor.

O maior obstáculo para que tenhamos pensamentos positivos é voltar à atenção apenas para os sinais negativos, esquecemos que funcionamos como imãs, atraindo tudo àquilo que pensamos ou queremos, sejam coisas ruins ou boas. Lembre-se o que parece uma adversidade agora pode se transformar em fato favorável um segundo depois, tudo depende do jeito que você encara vida.

Vamos refletir sobre isso!


Pedro Paulo Morales  |  Publicado em: 09/08/2012, no site: www.qualidadebrasil.com.br

sábado, 27 de outubro de 2012

Por que dizemos palavrões


Aprendemos a associar alguns sons a emoções fortes específicas

Por Suzana Herculano-Houzel
© Olly/Shutterstock

 
Eles existem aparentemente em todos os idiomas e são sons a princípio como quaisquer outros, representados por sequências de letras simples. Mas seu significado é inconfundível: palavrões são os itens do vernáculo reservados para comunicar injúrias, insultos e demais conteúdos emocionalmente carregados ou ofensivos.

O que torna palavrões tão distintos das outras palavras? Seu significado, seu som, as associações que construímos a seu redor, tudo isso junto? Não deveria ser seu significado, ou eufemismos seriam sempre inúteis. Mas não são: embora o conteúdo da expressão seja claro, “número dois” é socialmente preferível a “cocô” (também substituível em frases mais formais por um elegante “fezes”), e “meee...leca” soa bem menos ofensivo do que o sonoro “meeerda” que ele substitui.

O uso de eufemismos tem um valor social importante, claro, ao demonstrar que o locutor fez o esforço de poupar seus vizinhos do som de um palavrão. Mas isso não responde à pergunta: o que torna algumas palavras especiais, se o conteúdo transmitido é o mesmo?

Foi pensando nisso que dois pesquisadores na Inglaterra pediram a voluntários (devidamente informados) para ler em voz alta os dois palavrões mais ofensivos da língua inglesa, “fuck” e “cunt”, e seus eufemismos “f-word” e “c-word”, enquanto a reação emocional de cada voluntário era medida por um aparelho semelhante a um polígrafo.

O resultado não foi surpresa nenhuma: se pronunciar palavras neutras ou seus “eufemismos” (como “door” e “d-word”) produz uma resposta emocional apenas modesta, a leitura de palavrões em voz alta causa uma reação quatro vezes mais forte. E eufemismos cumprem sua função, provocando uma resposta que é apenas a metade da causada pelo palavrão correspondente – mas, ainda assim, duas vezes maior do que termos neutros.

Palavrões, portanto, são provocativos por causa de sua associação emocional, que desperta reações automáticas mesmo fora de contexto: são aqueles sons que aprendemos a associar a emoções fortes específicas. Há evidências, inclusive, de que xingamentos são produzidos pelo córtex cingulado, um córtex “motor emocional”, e não pelo córtex pré-motor que articula todo o resto da linguagem – o que explica por que algumas vítimas de derrame perdem a fala, mas não seus palavrões.

O valor emocional das palavras, aprendido por associação, fica evidente também em comparação com outras línguas. Palavrões estrangeiros incomodam bem menos, prova de que o impacto não vem do significado, mas do condicionamento emocional ao som ou forma visual dessas palavras. Aliás, justamente por ter menos associações emocionais, é bem mais confortável fazer confissões embaraçosas em outro idioma.

Por causa da resposta emocional desencadeada automaticamente, palavrões têm grande impacto social, tanto para o bem quanto para o mal. Mas também têm grande utilidade quando se está sozinho. Prenda o dedo na porta, sem qualquer audiência, e você dificilmente ficará quieto ou gritará “malvada!”; é muito mais provável que nessa hora você descubra a extensão do seu acervo de expletivos escabrosos. De fato, recorremos a esses termos especiais para “colocar para fora” dor, tanto física quanto emocional, mesmo quando não há plateia. E com resultados: há inclusive especialistas que recomendam o uso terapêutico de palavrões para aliviar a dor. Eufemismos, nessa hora, são inúteis...


Do site: www.mentecerebro.com.br

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

É bom ser bom


Pessoas gentis têm maior satisfação com a própria vida

© Jcpgraphic/Shutterstock

Vários estudos sugerem que ser simpático traz benefícios profissionais e pessoais. Num nível mais básico, por exemplo, pode ajudar a pessoa a conseguir um emprego. Em um estudo de 2011, o professor de administração Michael Tews e seus colegas da Universidade Estadual da Pensilvânia pesquisaram como gerentes avaliam capacidade e personalidade ao contratar um funcionário. A equipe criou e apresentou falsos perfis de candidatos, com personalidade e grau de inteligência variados. Em seguida, perguntou aos gestores quais candidatos tinham maior probabilidade de ser aceitos. Os gerentes, na maioria, preferiram os que tinham pontuação mais alta no quesito “gentileza”. Na verdade, eles escolheram esses candidatos até mesmo em detrimento dos mais inteligentes, mas aparentemente menos agradáveis.

Ser bom também pode ajudar o profissional a manter o emprego. Em um estudo publicado em 2011, o psicólogo organizacional Timothy Judge e seus colegas da Universidade de Notre Dame, em Indiana, Estados Unidos, descobriram que a demissão de pessoas bem relacionadas era menos provável que a das consideradas desagradáveis por muita gente. Uma razão possível seria os chefes verem os funcionários simpáticos como mais eficientes no trabalho – ainda que não o fossem. Em um estudo de 2002, o psicólogo Lawrence A. Witt, agora da Universidade de Houston, investigou o impacto da personalidade nas avaliações de desempenho em diversas profissões. Não foi surpresa para ele descobrir que funcionários comprometidos com suas tarefas receberam melhores avaliações quando também eram corteses. Profissionais esforçados e confiáveis, mas não muito agradáveis, receberam avaliações mais baixas que os aplicados e gentis.

A simpatia também traz benefícios pessoais. Estudos mostram que pessoas gentis mantêm casamentos mais longos, melhor relacionamento com os filhos e alegam ser, de forma geral, bastante satisfeitas com a própria vida – resta saber, porém, se, por serem tão acostumadas a tentar agradar aos outros, não passam por cima dos próprios sentimentos para não se desentender com o parceiro e a família, ou procuram responder exatamente o que imaginam que o pesquisador quer ouvir.

Em 2010, cientistas do Instituto Nacional do Envelhecimento relataram que as pacientes com baixa pontuação em gentileza eram mais propensos a ter espessamento das artérias carótidas, fator de risco importante para ataque cardíaco. Além disso, a equipe documentou que indivíduos com notas altas em afabilidade disseram sentir menos estresse, algo que poderia beneficiar tanto os relacionamentos quanto a saúde.

Apesar dessas vantagens, os bondosos podem perder de outras formas. Por exemplo, o excelente desempenho no serviço nem sempre se traduz em maior remuneração. Em seu estudo, o psicólogo Timothy Judge e seus colegas descobriram que as pessoas com pontuação alta em afabilidade tendem a ter salários mais baixos que as menos simpáticas. É pouco provável que a grosseria aumente a renda, no entanto, os bons (e também os preocupados em passar essa imagem) podem hesitar em pedir aumento e arriscar provocar a discórdia; ou ainda, os realmente desapegados dos bens materiais podem estar satisfeitos com o que ganham.


Do site: www.mentecerebro.com.br

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Politicamente corretos podem ser mais egoístas

Estudo mostra que pequenas ofertas altruístas “autorizam” algumas atitudes menos nobres

© Glenda M. Powers/Shutterstock

Estudos recentes sugerem que, mesmo sem perceber, passamos o tempo todo fazendo uma espécie de “balanço moral” de nossas ações e até de nossos pensamentos. Por exemplo, uma pequena oferta para uma causa humanitária, como doar sangue ou reciclar lixo, nos autoriza algumas atitudes menos nobres, como fazer uma fofoca. Agora, um experimento da Universidade Loyola, em Nova Orleans, reforça a teoria: a mera visão de produtos orgânicos foi suficiente para que voluntários se comportassem de forma mais egoísta.

O psicólogo Kendall Eskine mostrou a voluntários fotos de três tipos de comida: alimentos certificados como orgânicos (ou seja, produzidos sem agrotóxicos e com menos impacto ambiental), guloseimas industrializadas e produtos “neutros”, como arroz e feijão. Em seguida, os participantes leram histórias de pessoas que se comportaram imoralmente – um assaltante de loja, por exemplo – e avaliaram, seguindo uma escala, quão reprovável era, em sua opinião, a ação do protagonista.

Por fim, Eskine perguntou aos voluntários, aparentemente de forma casual, se teriam tempo para participar de outra pesquisa, dessa vez sem remuneração. O psicólogo considerou as reações espontâneas para medir a “disposição em ajudar” dos participantes e, como esperava, os que viram imagens de produtos ecologicamente corretos se mostraram menos dispostos a sacrificar seu tempo.  De maneira similar, seus julgamentos a respeito do personagem que agia imoralmente também foram mais severos. A mera contemplação de produtos orgânicos fez com que as pessoas se sentissem mais íntegras – e diminuiu sua propensão a um comportamento altruísta, de acordo com Eskine. “Uma boa ação produz na ‘conta moral interna’ um saldo positivo e justifica, assim, um subsequente egoísmo”, diz.


Do site: www.mentecerebro.com.br

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Um divã para dois


Trama de David Frankel toca questões delicadas e dolorosas da vida de casal e desperta identificações

© Divulgação

por Pedro L. Ribeiro De Santi

Uma mulher de 60 e poucos anos chega à sessão comigo e comenta ter visto o filme Um divã para dois, que a perturbou muito. Em análise há pouco tempo, o que mais a ocupa é a dor pelo fim do casamento, ocorrido há algum tempo. Depois de décadas de união, ela descobriu que o marido a traía regularmente. Por dois anos tentou superar a dor e recompor a relação, mas não foi possível. Mesmo que pudesse deixa de lado a traição, não a percepção de que não era mais amada.

Em especial, chamou sua atenção a cena na qual a mulher de um casal mergulhado em tédio anseia por recuperar sua vida amorosa e propõe um tratamento intensivo para eles em outra cidade. Ante a resistência do marido, ela toma uma atitude inédita e inesperada: anuncia que vai sozinha. Já no avião, triste, vê o marido que chega, acomoda a bagagem de mão e se senta a seu lado. Alívio. Esta foi a cena que impactou a analisanda: era por um gesto como este – a comprovação de que ainda havia investimento, interesse ou ao menos medo de perder a companheira – que minha paciente esperara ao longo dos dois anos da crise que passou em seu casamento. Esse gesto nunca veio – ao menos não num formato que ela pudesse reconhecer. Ela tomou a iniciativa de se separar e segue sofrendo e tentando elaborar a experiência.

Outro analisando, um homem de aproximadamente 30 anos, também se mostrou impressionado com o mesmo filme. Ele ficou arrasado ao reconhecer na trama os mesmos impasses que já encontra em seu casamento de apenas dois anos. Assim, como acontece tantas vezes, vamos tomando conhecimento de cenas e passagens de filmes apropriados pela narrativa das pessoas que atendemos – uma apropriação, aliás, com efeitos catárticos e, mesmo, produção eventual de insights.

O filme é extremamente eficaz em produzir efeitos de identificação nos espectadores. Inúmeras situações cotidianas envolvendo distanciamento, solidão, esperança e reencontro são encenadas por dois atores maduros, Meryl Streep e Tommy Lee Jones. As interpretações, delicadas, são marcadas por expressões faciais mínimas. É muito fácil se deixar capturar em um momento ou outro do filme. A classificação “comédia romântica” não chega a ser inexata, mas não permite supor o quanto ele toca questões delicadas e dolorosas da vida de casal. O humor e a solução feliz da narrativa parecem ser uma indulgência do roteiro. Sem algum alívio desta espécie, talvez os espectadores que se identificassem com a trama sairiam se arrastando e o filme acabaria sendo um fracasso comercial.

Num primeiro plano, assistimos um casal que dorme em quartos separados. O marido vaga hipnoticamente pela rotina e a mulher busca reencontrar a intimidade. Num segundo plano, já em terapia, surge a história da perspectiva do marido; quando a casca de resistência se abre, surge seu ressentimento antigo e a ênfase no quanto ele acredita ter tentado muito antes de ter desistido e se fechado.

Cada um a seu modo se sente solitário, injustiçado, infeliz. E atribui sua infelicidade ao outro. Ele desistiu e se deprimiu, considera que a vida de casado é “assim mesmo” depois de tanto tempo. Mas a mudança de atitude dela o move e vemos o casal tentando se reencontrar. Ora espontaneamente, ora de forma forçada e sem jeito.

O terapeuta é diretivo, parece ter saído de um livro de autoajuda e tem a cara de bobo do bom ator que o interpreta. Mesmo assim, ao longo do tratamento, de fato acaba por se reabrir uma via de contato e novas possibilidades de erotização do casal. Mas então vêm as sequências pesadas em seu realismo, como a tentativa de encenar uma noite romântica que acaba em fiasco.

Após a viagem e o momento de reencontro, o casal volta para casa. Imediatamente a rotina se reinstala, poderosa. Ele volta à indiferença e ela, a sofrer por isso. Se o filme acabasse por aí, provavelmente corresponderia a um número maior de desfechos vividos pelos espectadores. Mas ele fornece um final esperançoso e catártico. Ao longo dos créditos finais, descamba para o inverossímil. Ainda bem, senão seria duro sair da cadeira e voltar para casa. 

UM DIVÃ PARA DOIS. 100 min – Estados Unidos, 2012. Direção: David Frankel. Elenco: Meryl Streep, Tommy Lee Jones, Steve Carell, Elisabeth Shue, Jean Smart, Susan Misner, Marin Ireland, Ben Rappaport, Brett Rice, Daniel Flaherty, Kayla Ruhl, Jamie Christopher White. 

PEDRO L.RIBEIRO DE SANTI é psicanalista, doutor em psicologia, professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

Do site: www.mentecerebro.com.br

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Lembrar da infância estimula comportamento ético


Pesquisa recente mostra que recordar das primeiras experiências de vida instiga valores pessoais

© Mangostock/Shutterstock

Evocar experiências dos primeiros anos de vida aguça o senso de moral, revela um estudo da Universidade Harvard.  Em uma série de experimentos, as pesquisadoras Francesca Gino e Sreedhari Desai observaram que voluntários que se lembraram da infância antes dos testes se mostraram mais inclinados a participar gratuitamente de outra pesquisa, a julgar pessoas desonestas com mais rigidez e a doar dinheiro. O efeito foi independente do conteúdo das recordações, isto é, se as vivências eram positivas ou negativas.

“Esse tipo de memória parece instigar a pureza moral e valores pessoais”, observam as pesquisadoras em artigo publicado no Journal of Personality and Social Psychology, ressaltando que, em outras pesquisas, voluntários que se lembraram da adolescência se mostraram mais flexíveis com os erros alheios e menos dispostos a ajudar. Elas sugerem que distribuir cartazes que estimulam a lembrar da infância em espaços de grande circulação, como metrô,  ou decorar ambientes com objetos que lembram esse período, pode incentivar as pessoas a agir de forma mais respeitosa consigo mesmas e com os outros.


Do site: www.mentecerebro.com.br

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Mudança e tolerância


* por Tom Coelho

Nada é permanente, exceto a mudança.”
(Heráclito de Éfeso)


As pessoas não resistem às mudanças, resistem a ser mudadas. É um mecanismo legítimo e natural de defesa. Insistimos em tentar impor mudanças, quando o que precisamos é cultivar mudanças. Porém, mudar e mudar para melhor são coisas diferentes.

O dinheiro, por exemplo, muda as pessoas com a mesma frequência com que muda de mãos. Mas, na verdade, ele não muda o homem: apenas o desmascara. Esta é uma das mais importantes constatações já realizadas, pois auxilia-nos a identificar quem nos cerca: se um amigo, um colega ou um adversário. Esta observação costuma dar-se tardiamente, quando danos foram causados, frustrações foram contabilizadas, amizades foram combalidas. Mas antes tarde, do que mais tarde. 

Os homens são sempre sinceros. Mudam de sinceridade, nada mais. Somos o que fazemos e o que fazemos para mudar o que somos. Nos dias em que fazemos, existimos de fato; nos outros, apenas duramos.

Segundo William James, a maior descoberta da humanidade é que qualquer pessoa pode mudar de vida, mudando de atitude. Talvez por isso a famosa “Prece da serenidade” seja tão dogmática: mudar as coisas que podem ser mudadas, aceitar as que não podem, e ter a sabedoria para reconhecer a diferença entre as duas.


Tolerância

Cada vida são muitos dias, dias após dias. Caminhamos pela vida cruzando com ladrões, fantasmas, gigantes, velhos e moços, mestres e aprendizes. Mas sempre encontrando a nós mesmos.  Na medida em que os anos passam tenho aprendido a me tornar um pouco pluma: ofereço menos resistência aos sacrifícios que a vida impõe e suporto melhor as dificuldades. Aprendi a descansar em lugares tranquilos e a deixar para trás as coisas que não preciso carregar, como ressentimentos, mágoas e decepções. Aprendi a valorizar não o olhar, mas a coisa olhada; não o pensar, mas o sentir. Aprendi que as pessoas, em regra, não estão contra mim, mas a favor delas. 

Por isso, deixei de nutrir expectativas de qualquer ordem a respeito das pessoas e me surpreender com atitudes insensatas. Seria desejável que todos agissem com bom senso, vendo as coisas como são e fazendo-as como deveriam ser feitas. Mas no mundo real, o bom senso é a única coisa bem distribuída: todos garantem possuir o suficiente...

Somos responsáveis por aquilo que fazemos, o que não fazemos e o que impedimos de fazer. Pouco aprendemos com nossa experiência; muito aprendemos refletindo sobre nossa experiência. Temos nossas fraquezas e necessidades, impostas ou autoimpostas. “Conheço muitos que não puderam quando deviam, porque não quiseram quando podiam”, disse François Rabelais.

Por tudo isso, é preciso tolerância. É preciso também flexibilidade. Mas é preciso policiar-se. Num mundo dinâmico, é plausível rever valores, adequar comportamentos, ajustar atitudes. Mantendo-se a integridade.


PS: O texto utiliza frases de Albert Camus, Descartes, James Joyce, Melody Arnett, Padre Antônio Vieira, Peter Senge, Robert Sinclair e Tristan Bernard.

* Tom Coelho é educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 17 países. É autor de “Somos Maus Amantes – Reflexões sobre carreira, liderança e comportamento” (Flor de Liz, 2011), “Sete Vidas – Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional” (Saraiva, 2008) e coautor de outras cinco obras. Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite: www.tomcoelho.com.

Texto recebido do autor por e-mail

domingo, 21 de outubro de 2012

QUANDO O ESTRESSE PENETRA NA PELE (5/5)



 = Final =

Atenção e cuidado

É importante que pacientes com alergias, irritação e coceira aprendam procedimentos que ajudam a reduzir o desconforto. Veja algumas dicas:

Limpe a pele de forma suave e delicada
Evite, principalmente em situações de sobrecarga psíquica, a exposição da agentes como calor, fio e substâncias tóxicas.
Em vez de coçar, assopre, use loções refrescantes, massageie ou faça pressão sobre o lugar sensível
Combata tensões com a prática regular de esportes e passeios ao ar livre
Reserve todos os das pelo menos alguns minutos só para desenvolver atividade algo que lhe faça bem.
Incorpore técnicas de relaxamento em sua rotina e pratique meditação

Da revista Mente & Cérebro n° 235, setembro/2012

sábado, 20 de outubro de 2012

QUANDO O ESTRESSE PENETRA NA PELE (4/5)



= continuação =

Inflamação e coceira

A neurodermite (ou dermatite atópica) é uma das doenças da pele mais frequentes. Segundo dados do Censo Dermatológico da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBFD), é a 11ª doença, entre 25 patologias da pele, que mais atinge 2,4% dos brasileiros. Quando se trata de crianças e jovens até 14 anos o percentual sobre para 13,7%, ocupando o segundo lugar, atrás somente da acne (14%). Os principais sintomas são pele muito seca sensível, eczemas inflamatórios e forte coceira. As crises costumam  ser desencadeadas pelo contato com produtos químicos (usados para limpeza, por exemplo), com superfícies e roupas ásperas, calor ou frio. Infecções, tensão e sobrecarga emocional podem deflagrar o problema. A dermatologista Sílvia Roberta Tirelli Rocha, membro a Sociedade Brasileira de Dermatologia, também enfatiza o estresse com um fator importante no agravamento da dermatite atópica. Portanto, aprestar atenção nos momentos me que a manifestação alérgica se apresenta pode ajudar a direcionar o rumo do tratamento.

As marcas do vitiligo

A palavra latina, da qual deriva “vitiligo” significa “mancha branca na pele”, a palavra vitium,  defeito físico ou “falta “ – aliás, do ponto de vista psicológico, esta última associação é bastante compatível com os sentidos dessa doença autoimune. Afinal é consenso que os sintomas aparecem vinculados a situações de estresse, ligadas a vivências de ameaça ou perda de algo ou alguém muito querido.
A alteração na pigmentação da pele é clinicamente caracterizada pela acromia (aparecimento de pontas claras). Segundo a dermatologista americana Caroline Koblenzer, experiências estressantes, que parecem excessivas para o psiquismo, aniquilam as defesas orgânicas, fazendo com que apareça uma espécie de falha do mecanismo de enfrentamento. Esse processo ativa “medias de emergência”, transmitidas neurologicamente, que alteram o equilíbrio biológico, fazendo com que a surja doença de pele.
Para controle do vitiligo são utilizados atualmente tratamentos à base  de laser combinados com técnicas de relaxamento e acompanhamento psicológico (que ajuda a pessoa a lidar não apenas com a patologia em si, mas com fatores que possam ter construído para o seu aparecimento).  

Da revista Mente & Cérebro n° 235, setembro/2012

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

QUANDO O ESTRESSE PENETRA NA PELE (3/5)



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O problema é que nem sempre apenas medicamentos são suficientes para reverter processos orgânicos complexos. Hoje, médicos e psicólogos utilizam cada vez mais técnicas de relaxamento e psicoterapia para complementar os procedimentos de tratamento dermatológico ”.  Parece inegável que doenças crônicas de pele estão, na maioria dos casos, associadas a doenças psíquicas como ansiedade de depressão”, afirma Uwer Gieler, da Clínica de Psicossomática e Psicoterapia da Universidade de Giessen, na Alemanha. 

Muitas vezes, os problemas físicos e psíquicos entram em um ciclo vicioso: o estresse estimula as reações inflamatórias da pele e a coceira aumenta. Os pacientes se coçam , o que piora ainda mais a inflamação. Assim, principalmente as noites se tornam uma tortura. Instaura-se então um círculo viçoso: as pessoas dormem mal, sua disposição e desempenho durante o dia diminuem e elas tendem a sentir o estresse “normal” de forma especialmente pronunciada, o que prejudica ainda mais os sintomas. Além disso, devido às alterações visíveis da pele, frequentemente se sentem estigmatizados e emocionalmente fragilizadas.
Alguns programas de acompanhamento têm ajudado crianças, jovens e seus pais a lidar com a patologia.

Na Alemanha foi desenvolvido o Consórcio para Treinamento para Conviver com Neurodemite (Agnes, na sigla alemã), com base na psicologia comportamental. Durante as reuniões, médicos e psicólogos oferecem informações sobre a a doença; ensinam, por exemplo, com agem os desencadeadores típicos das crises e como evitá-los. Os pacientes aprendem como cuidar corretamente da pele e o que podem fazer contra a coceira. Administração do estresse e técnicas de relaxamento estão também entre os temas abordados. Além disso, os participantes têm a oportunidade de trocar experiências e buscar os possíveis sentidos que os sintomas ocupam em sua história de vida. 

Ouro programa, Estudo Alemão sobre Intervenções em Dermatite, Atópica (Gadis, na sigla em inglês), realizado com mais de 800 crianças e adolescentes que sofriam de neurodermite, mostrou que um treinamento de seis semanas pode favorecer sensivelmente o estado da pele. Tanto as crianças quanto adultos que cuidavam delas passaram a lidar melhor com a doença e sua qualidade devida melhorou muito. Um  anos após o treinamento os efeitos ainda permaneciam.
Atualmente, especialista concordam que aprender como superar o estresse psíquico, todos os dias, é essencial para nos sentirmos bem na própria pele.

Da revista Mente & Cerebro n° 235, setembro/2012