quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Por que o ócio faz bem ao cérebro

Desfrutar o tempo livre favorece a criatividade e a capacidade de resolver problemas

© Masson/Shutterstock



Reservar algumas horas ou minutos do dia para simplesmente fazer nada é um verdadeiro presente para o cérebro, segundo artigo publicado na Perspectives on Psychological Science. A psicóloga e educadora Mary Helen Immordino-Yang, da Universidade do Sul da Califórnia, relata os resultados de pesquisas recentes, que mostram que o descanso da mente, seja fazendo uma caminhada sem horário definido para terminar ou espreguiçando-se no sofá, sonhando acordado, favorece a criatividade e a capacidade de resolver problemas.

Quando a mente se dispersa, a rede neural de modo padrão (DMN, na sigla em inglês), isto é, os circuitos cerebrais que se “desligam” durante tarefas que exigem foco no ambiente externo, se torna mais ativa. Estudos relacionam a DMN à introspecção, a pensamentos internos, à imaginação do futuro, à recuperação espontânea de memórias, à divagação e ao surgimento de soluções criativas. Segundo Mary Helen, a noção de “preencher o tempo” com tarefas de todo tipo – como navegar na internet ou ver TV por horas a fio – atrapalha a dispersão natural do cérebro.


A cultura “antiócio” pode prejudicar principalmente os mais jovens, afirma. “A reflexão, o hábito de olhar para dentro, não é incentivada no ensino tradicional. Ela é essencial para construir memórias e conferir sentido aos acontecimentos, assimilar valores morais e digerir o que foi aprendido”, diz, apontando pesquisas que mostram que crianças motivadas a desfrutar o tempo livre têm menos problemas de ansiedade, melhor desempenho escolar e demonstram mais capacidade de planejar o futuro. “Em vez de ser visto como perda de produtividade, o tempo livre pode ser encarado como oportunidade de reflexão construtiva, o que é essencial para retirar aprendizado de experiências vivenciadas”, diz a psicóloga.


Do site: www.mentecerebro.com.br

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