sexta-feira, 19 de outubro de 2012

QUANDO O ESTRESSE PENETRA NA PELE (3/5)



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O problema é que nem sempre apenas medicamentos são suficientes para reverter processos orgânicos complexos. Hoje, médicos e psicólogos utilizam cada vez mais técnicas de relaxamento e psicoterapia para complementar os procedimentos de tratamento dermatológico ”.  Parece inegável que doenças crônicas de pele estão, na maioria dos casos, associadas a doenças psíquicas como ansiedade de depressão”, afirma Uwer Gieler, da Clínica de Psicossomática e Psicoterapia da Universidade de Giessen, na Alemanha. 

Muitas vezes, os problemas físicos e psíquicos entram em um ciclo vicioso: o estresse estimula as reações inflamatórias da pele e a coceira aumenta. Os pacientes se coçam , o que piora ainda mais a inflamação. Assim, principalmente as noites se tornam uma tortura. Instaura-se então um círculo viçoso: as pessoas dormem mal, sua disposição e desempenho durante o dia diminuem e elas tendem a sentir o estresse “normal” de forma especialmente pronunciada, o que prejudica ainda mais os sintomas. Além disso, devido às alterações visíveis da pele, frequentemente se sentem estigmatizados e emocionalmente fragilizadas.
Alguns programas de acompanhamento têm ajudado crianças, jovens e seus pais a lidar com a patologia.

Na Alemanha foi desenvolvido o Consórcio para Treinamento para Conviver com Neurodemite (Agnes, na sigla alemã), com base na psicologia comportamental. Durante as reuniões, médicos e psicólogos oferecem informações sobre a a doença; ensinam, por exemplo, com agem os desencadeadores típicos das crises e como evitá-los. Os pacientes aprendem como cuidar corretamente da pele e o que podem fazer contra a coceira. Administração do estresse e técnicas de relaxamento estão também entre os temas abordados. Além disso, os participantes têm a oportunidade de trocar experiências e buscar os possíveis sentidos que os sintomas ocupam em sua história de vida. 

Ouro programa, Estudo Alemão sobre Intervenções em Dermatite, Atópica (Gadis, na sigla em inglês), realizado com mais de 800 crianças e adolescentes que sofriam de neurodermite, mostrou que um treinamento de seis semanas pode favorecer sensivelmente o estado da pele. Tanto as crianças quanto adultos que cuidavam delas passaram a lidar melhor com a doença e sua qualidade devida melhorou muito. Um  anos após o treinamento os efeitos ainda permaneciam.
Atualmente, especialista concordam que aprender como superar o estresse psíquico, todos os dias, é essencial para nos sentirmos bem na própria pele.

Da revista Mente & Cerebro n° 235, setembro/2012

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