terça-feira, 21 de agosto de 2012

Sanguessugas e Parasitas



Assim como eu, até há pouco tempo, muitas pessoas imaginavam que parasitas e sanguessugas humanos haviam sido extintos da face da Terra. Em pleno século 21, eles continuam mais vivos do que nunca. Acredite nisso. A competitividade no mercado trabalho conseguiu reduzi-los, mas não eliminá-los por completo.
 
 Parasitas ou parasitos, segundo o Aurélio, são organismos que, pelo menos em uma fase do seu desenvolvimento, encontram-se ligados à superfície ou ao interior de outro organismo, do qual obtém a totalidade ou parte dos seus nutrientes. Refere-se também ao indivíduo que não trabalha, habituado a viver à custa alheia.

Sanguessugas, por sua vez, são vermes que habitam as águas doces e tem ventosas com as quais se liga aos animais com o propósito de sugar-lhes o sangue. Refere-se também aos indivíduos que exploram outras pessoas pedindo constantemente bens ou dinheiro, sem nada lhes oferecer em troca.

Diferente dos seres humanos, parasitas e sanguessugas expressam sua natureza de maneira espontânea. Eles são o que são, portanto, fazem o que fazem de maneira inconsciente há milhões de anos. Se fosse possível dizer a eles que isso é antiético, deselegante ou imoral, nada mudaria.

Diferente dos parasitas e sanguessugas, os seres humanos expressam sua natureza de maneira espontânea e consciente. Obviamente, alguns são mais caras-de-pau e o fazem com certa naturalidade, a ponto de simpatizarmos com eles. Outros vão descobrindo aos poucos que riqueza e fraqueza, quando associadas, são fontes inesgotáveis de recursos, portanto, um excelente hospedeiro.

Ninguém está livre de parasitas e sanguessugas. Em geral, são pessoas simpáticas, sempre dispostas a ajudar, prontas para qualquer tipo de serviço ainda que isso possa lhes custar a reputação, mas nunca a do seu fiel hospedeiro, afinal, não se pode esvair a fonte de onde extraem seus recursos.

Por um lado, eles se valem da força, do dinheiro, da posição ou do status do seu hospedeiro na sociedade para influenciar, obter vantagens, expropriar alguém, negociar favores ou até mesmo para esconder as bobagens e fragilidades de si mesmo e de quem lhe provém o sustento, quando necessário.

Por outro, eles também se valem da fraqueza, da inconstância, da incapacidade de reação e da triste dependência da opinião alheia para conduzir o hospedeiro aonde quiserem. É lamentável, porém, um prato cheio para eles, afinal, são incapazes de sobreviver por conta própria e risco.

Parasitas e sanguessugas naturais destroem seus hospedeiros em pouco tempo com a mesma facilidade com que se instalam neles. Parasitas e sanguessugas humanos destroem fortunas, amizades, carreiras, famílias inteiras, sem se dar conta de que bens e dinheiro são finitos. Isso pouco importa, pois, quando acontece, é possível que consigam migrar com facilidade para hospedeiros mais frágeis, disponíveis aos milhares na face da Terra.

É difícil livrar-se deles, principalmente, quando se tem bens e dinheiro, mas não opinião própria. Posses mascaram a fragilidade do espírito, pelo menos enquanto existirem a ponto de não colocarem o a sobrevivência do hospedeiro em risco.

Por essas e outras razões, parasitas e sanguessugas sobrevivem por anos a fio na mesma condição, em todos os lugares da nossa sociedade: sindicatos, empresas de natureza pública e privada, ONGs e instituições políticas de qualquer natureza.

Eles são incorrigíveis, capazes de levantar uma bandeira e ostentar uma posição da qual não são merecedores apenas para não perder a condição de sobrevivência que jamais conseguiriam sustentar se tivessem de fazê-lo por conta própria.

Por fim, lembre-se, é bem mais fácil e mais seguro mantê-los à distância do que livrar-se deles quando estiverem instalados confortavelmente na sua vida. Estou certo de você tem amor próprio, orgulho e força suficiente para seguir andando com suas próprias pernas.

Pense nisso e seja feliz!

Jerônimo Mendes  |  Publicado em: 23/07/2012, no site: www.qualidadebrasil.com.br

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