quarta-feira, 19 de maio de 2010

A ética do cachorro II


Quando eles se comportam mal ou acidentalmente machucam um companheiro de brincadeiras, logo procuram se desculpar, exatamente como faria um ser humano bem-educado

© SHARON MONTROSE/THE IMAGE BANK /GETTY IMAGES

[continuação]
A brincadeira também tem a função de ajudar a construir a relação de confiança entre os membros da matilha, permitindo divisões de trabalho, hierarquias de domínio e cooperação na caça, na criação dos mais novos e na defesa de comida e de território. Essa estrutura lembra muito a dos homens primitivos, e a observação de suas brincadeiras pode oferecer um vislumbre do código moral que permitiu o desenvolvimento das sociedades ancestrais.
Quando os canídeos e os outros animais se divertem juntos adotam comportamentos como morder com força, montar em cima do outro, chocar os corpos – ações que podem ser facilmente interpretadas de forma equivocada pelos participantes. Porém, anos de análises feitas por um de nós (Bekoff) mostraram que esses indivíduos negociam cuidadosamente a brincadeira, seguindo quatro regras gerais para impedir que a atividade lúdica se transforme em briga.

Da revista Mente & Cérebro n° 208, de maio/2010

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