segunda-feira, 16 de abril de 2012

Inconsistências na Gestão Escolar

O neoliberalismo sempre privilegiou os princípios mercadológicos de produtividade e rentabilidade na educação. No entanto, introduziu nas escolas a lógica da concorrência, ou seja, quanto mais termos “produtivos e inovadores” se aplicam à educação, mais “produtivo e inovador” se torna o sistema educacional.

 As palavras de ordem passam a ser: qualidade total, modernização da escola, adequação do ensino a competitividade do mercado, nova linha vocacional, incorporação das técnicas e linguagem da informática e da comunicação, abertura da universidade aos financiamentos empresariais, pesquisas práticas utilitárias e a produtividade.

Os governos brasileiros na tentativa de garantir os direitos sociais redimensionam seu papel, traçando os seguintes eixos na política educacional:

a -   Redução do analfabetismo

b -   Ênfase na educação básica (nove anos de escolarização)

c -   Descentralização das ações administrativas

d -   Incentivo as parcerias do setor público com o setor privado.

Porém, a realidade das escolas públicas é totalmente antagônica ao discurso apresentado. O que tem ocorrido de fato é uma má aplicação dos recursos financeiros e logísticas sem grandes resultados. As inovações e reformas são jogadas da cúpula para os setores educacionais que as recebem sem saber exatamente como administrá-la com eficiência. Os resultados apresentados são altos índices de aprovação e maior nível de escolarização na educação básica, mas não revelam que a progressão continuada e o supletivo são os grandes responsáveis por tais resultados. As produções mascaram o fato que os educandos passam pela escola sem adquirirem o conhecimento básico como leitura, escrita e cálculos.

Os equipamentos tecnológicos são enviados para as escolas, mas na sua grande maioria não são utilizados ou são utilizados com ineficiência por ausência de profissionais preparados e falta de estrutura física e administrativa. Os resultados são mínimos e sem grande representatividade conceitual de qualidade.

O que continua ocorrendo é que a igualdade de direitos permanece perante a lei, mas na realidade concreta, a perpetuação das desigualdades sociais continua crescendo. Escolas de qualidade no ensino público são raras e os educandos estão à mercê de seus próprios méritos individuais. Na vida competem com alunos bem preparados das escolas particulares sem uma base formativa e informativa adequada.

A análise dessas práticas traz de volta, na maior parte das vezes, uma leitura que oscila entre o voluntarismo de um lado e a diferença e a subestimação do outro, o que pouco contribuirá para problematizar os complexos e diversificados processos em curso.

O desafio, portanto é analisar, de um lado, os impactos de práticas participativas que apontam a partir da manifestação do coletivo, para uma nova qualidade de cidadania que institui o cidadão como criador de direitos, o que permite abrir novos espaços de participação sociopolítica, e de outro, os aspectos que configuram as barreiras que precisam ser superadas para multiplicar iniciativas de gestão que articula eficazmente a complexidade com a democracia. 

O governo continua ditando as regras e mantendo a mesma política neoliberal, cabe aos profissionais da educação a conscientização de que a mudança tem que partir dos educadores, sempre com uma visão democrática ou democratizada com fins objetivados unicamente na formação do aluno (SILVA, M. F., 2012). 

 Publicado em 11-Mar-2012, por Marte Ferreira Da Silva, no site: www.gestopole.com.br

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