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Mais que piada ou inocente jogo de palavras, o sarcasmo pode ser compreendido como um recurso para substituir a agressão física | ||||||
Há alguns anos, Henry Cheang e Marc Pell, da Universidade McGill de Montreal, no Canadá, fizeram uma análise acústica e vocal de vozes gravadas durante discursos sinceros e sarcásticos. Eles constataram que nestes últimos se notam redução da velocidade do falar e presença de esquemas prosódicos peculiares (como o aumento de tempo para pronunciar algumas sílabas). Por exemplo, uma coisa é dizer “desculpa”, outra é pronunciar “descuuuulpa”, acentuando a letra “u”. Com a palavra “querida”, a extensão da letra “i” também é indicativa de algum exagero que pode beirar a falsidade. Mas não são apenas o tom e o volume da voz que ajudam a identificar uma piada sarcástica. Segundo Haiman, que estudou o assunto a fundo, a expressão facial também pode ser reveladora. Muitas vezes a frase cortante é acompanhada por uma expressão de repulsa, um sinal primitivo de que as palavras ditas são falsas. A careta mostra que elas parecem ter “gosto ruim”. O mesmo vale para a expressão dos olhos e das sobrancelhas, que fazem movimentos típicos quando a pessoa usa o sarcasmo. Uma pesquisa da Universidade Politécnica da Califórnia demonstrou que quando alguém conta uma piada ou faz uma tirada com forte toque de ironia em geral evita olhar nos olhos de sua “vítima”. |
domingo, 1 de julho de 2012
Palavras cáusticas
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