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Evocar momentos felizes pode agravar o distúrbio | ||||||
Pesquisadores da Universidade Cardiff , no País de Gales, desenvolveram recentemente um sistema para explicar essa descoberta: o modelo de congruência de humor em comparação temporal. Segundo ele, as pessoas depressivas notam pouca identificação entre características pessoais positivas do “eu” de suas lembranças e a percepção de si mesmas no presente. Essa discrepância é acompanhada do sentimento de que o “eu positivo” está em um passado infinitamente longínquo. E concluem: “Em comparação com a pessoa que eu era naquele tempo, hoje sou um fracassado”. Assim, pensamentos nostálgicos poderiam agravar o estado de pessoas com distúrbios depressivos. Na opinião dos psicólogos Constantine Sedikides e Jochen Gebauer, entretanto, a nostalgia também poderia melhorar o estado de espírito de pessoas que sofrem de depressão. Eles ressaltam que a “saudade de antigamente” se diferencia de memórias felizes em três pontos essenciais: 1. Lembranças nostálgicas são mais multifacetadas e complexas do que as recordações positivas. Além disso, frequentemente incluem uma sequência de superação, o que poderia animar as pessoas. E se uma vez algo já terminou bem, isso pode acontecer de novo; 2. Memórias que despertam saudade são percebidas de forma especialmente nítida, afetiva e rica em detalhes. Revividas com frequência, em comparação com outras memórias, são mais vívidas, fazendo com que o episódio seja sentido como temporalmente muito próximo, o que o torna mais “real”; 3. Como a nostalgia forma uma espécie de ponte entre o passado e o presente, gera sentimento de autocontinuidade. Assim, a maioria dos participantes dos estudos de nostalgia de 2008 concordou com avaliações como: “tenho a sensação de que o ontem e o hoje se misturam”, ou “mantenho várias das minhas antigas características positivas”. Uma identificação tão intensa superaria em nossa percepção a distância temporal entre a lembrança e o momento atual, abrindo perspectivas para tirar a pessoa depressiva da apatia e imobilidade emocional. Para comprovar as impressões de Sedikides e Gebauer, entretanto, são necessárias mais pesquisas. |
domingo, 22 de janeiro de 2012
Nostalgia e depressão
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