| ||||||||
Montagem de ballet aborda a transitoriedade dos laços afetivos e do corpo, remetendo à fragilidade dos vínculos | ||||||||
A montagem é inspirada no poema A morte, de Cruz e Souza, sobre a angústia diante dos “vagos momentos trêmulos que decorrem”, como descreve o poeta. A coreografia remete à fragilidade dos laços afetivos à qual se refere o sociólogo polonês Zygmunt Bauman em Amor líquido, lançado no Brasil em 2004 pela Zahar. Outros livros do autor, hoje com 86 anos, tratam do tema. Há alguns anos, em uma entrevista publicada no volume 16 do periódico Tempo Social, o sociólogo comentou: “Apesar de ser muito curta, abominavelmente curta, a vida humana é a única entidade da sociedade de agora que tem sua longevidade aumentada. Sim, somente a vida humana individual vê crescer sua durabilidade, enquanto a vida de todas as outras entidades sociais que a rodeiam – instituições, ideias, movimentos políticos – é cada vez mais curta. Assim, o único sentido duradouro, o único significado que tem chance de deixar traços, rastos no mundo, de acrescentar algo ao exterior, deve ser fruto de seu próprio esforço e trabalho. Os jovens podem contar unicamente com eles próprios e só haverá em sua vida o sentido e a relevância que forem capazes de lhe dar”. No espetáculo, a troca de estímulos entre os bailarinos em dado momento parece se esgotar e a separação é inevitável. As relações aparentemente profundas, expressas em movimentos mais fluidos e tranqüilos, no entanto, emergem ocasionalmente em algumas passagens. |
domingo, 29 de janeiro de 2012
Relações passageiras
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário