segunda-feira, 25 de junho de 2012

Falta de seriedade


Por Benedicto Ismael C. Dutra
 No Brasil, os governantes não deram a devida atenção ao preparo da população. Em decorrência, estamos atrasados em muitos itens do chamado desenvolvimento humano e econômico. As administrações municipais não se preocuparam com a ocupação clandestina de áreas de proteção aos mananciais e encostas de morros. Conclusão: cidades como São Paulo e sua região  metropolitana ficaram saturadas de favelas desalinhadas, sem arruamento e infraestrutura, o que, obviamente, tinha de gerar consequências negativas para o progresso e o aumento da violência, roubos e crimes de variada natureza.

No final do mês de março, a cidade de Francisco Morato foi palco de uma explosão de vandalismo em decorrência de pane elétrica na linha 7 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, afetando 90 mil passageiros. O secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos disse acreditar em motivação política para o tumulto e a depredação da estação. O delegado titular da Delegacia de Francisco Morato, Aloysio Salotti, disse que foi uma ação de momento, sem premeditação. Mas de um jeito ou de outro, não deixa de ser uma atitude condenável e reveladora do despreparo da população, pois a estação e os trens são para seu próprio uso. Com certeza, outras formas de protesto devem ser postas em prática para assegurar a melhora do transporte das pessoas que ajudam a produzir a riqueza do país.

Se desejarmos aumento de produtividade e qualidade, temos de atentar também para os aspectos ligados ao transporte daqueles que trabalham e gastam muitas horas estressantes no percurso para ir e voltar do local de trabalho. O mesmo se aplica ao transporte de mercadorias. São muitos os acidentes envolvendo caminhões. As estradas se acham em péssimas condições e sem conservação, e os motoristas pressionados pelos prazos das entregas.

O imediatismo e a sede de poder e ganhos levaram a uma generalizada falta de governança séria. Faltam planos visando a melhora das condições de vida criando-se instabilidades pelo mundo inteiro. As populações ingênuas continuaram a ser manipuladas como nos tempos do colonialismo, quando os países atrasados eram explicitamente considerados como reserva dos mais adiantados. O sistema descambou para os individualismos e defesa de interesses pessoais. Políticos e grupos econômicos se associaram para defesa de interesses próprios. No Brasil, se associam até a grupos do crime organizado. Onde vai parar o País?

Em artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo de 1º de abril, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso declarou: “Haverá quem diga que sempre houve corrupção no País e pelo mundo afora, o que provavelmente é certo, mas a partir de certo nível de sua existência e, pior, da aceitação tácita de suas práticas como "fatos da vida", se ela não acaba com o País, deforma-o de modo inaceitável. Estamo-nos aproximando desse limiar”.

As coisas precisam ser planejadas com seriedade e responsabilidade, com olhar atento nos resultados, mas em nossas casas legislativas, em todos os níveis, os homens públicos têm agido como se fossem os donos deste país, exigindo que todos se curvem de forma subserviente com beija- mãos e bajulações. Os administradores indicados pelo povo devem se preocupar com a eficiência dos dispêndios do dinheiro público e com a melhora efetiva da qualidade de vida da população. Só assim que os estados democráticos podem prosperar.

Publicado em 26-Apr-2012, 6:08 PM por Simone Bertelli, no site: www.gestopole.com.br

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