segunda-feira, 21 de maio de 2012

Normose na Política



Normose é um neologismo criado por Jean Yves Leloup, um dos pioneiros da psicologia transpessoal, e significa "a perigosa realidade em que o hábito nocivo torna-se a norma de consenso". É a patologia de uma normalidade indesejada.
Funciona assim: Quando uma maioria de pessoas que compõem uma organização ou segmento da sociedade concorda em relação a uma opinião ou ação forma-se uma espécie de consenso que dita uma norma. Quando a norma é adotada, forma-se um hábito.
Há vinte ou mais anos atrás fumar não só era normal, como era chique. Comportamento aceito e estimulado pela sociedade. Demorou, mas descobriu-se ser uma patologia. O mesmo acontece com alguns outros hábitos.
Grande parte dos nossos hábitos são construídos a partir de normas que adotamos, de forma mais ou menos consciente, seja por imitação, por um processo de introjeção, por investir no sentimento de pertencer, ou mesmo por temer rejeições.
A normose impede que você veja as coisas como elas verdadeiramente são. Normose é também o que vem acontecendo nos últimos meses na ambiência política da Paraíba.
Uma instigante conversa com caminheiros sobre a ferrenha e infindável disputa pelo poder entre grupos políticos locais inspirou reflexões em torno de conotações normóticas, observadas em posturas e comportamentos de políticos envolvidos nas últimas eleições.
É inegável que o confronto de idéias é salutar e tem a serventia de educar, se a direção é na busca de caminhos para o atendimento dos anseios e aspirações da sociedade.
E essa é, sem dúvida, uma imensa responsabilidade dos cidadãos que hoje não demonstram ter visibilidade política no Estado - não são modelos a inspirar os homens públicos do futuro.
O que inquieta é quando começamos a considerar que os acontecimentos envolvendo o confronto de grupos, e não de idéias e propostas, é normal e natural. É preciso cuidar e nos acautelarmos para não sermos fisgados pela normose.
Habituamo-nos a ouvir acusações, denúncias e desmentidos tendências à desqualificação de posturas e comportamentos de adversários políticos.
Na verdade, e a rigor, assiste-se a uma desqualificação da população que fez suas opções na eleição, e que, certamente, está ansiosa por mudanças que reflitam em suas vidas.
O povo tem bom senso para saber o que quer, e é sempre detentor do largo sentimento de pertencer a uma sociedade esperançosa e desejosa de mudanças. As proposições têm extrema convergência e sintonia.
Assim, fica difícil aceitar que as divergências decorrem de diferenciações de propostas. Elas são de outro quilate. Estão relacionadas com a disputa pelo poder. E não é esse o desejo da sociedade. Não é alimentar a disputa pelo poder. E, sim, pelo atendimento aos anseios da sociedade.
Hoje, só acredito em mudanças sérias, consistentes e responsáveis com lideranças novas. As que estão ai já passaram pelo poder e não fizeram o prometido. No mínimo, não sentimos mudanças na qualidade de vida da população. Adote como missão buscar lideranças novas para cuidar dos nossos projetos. Ela está bem perto de você!!!
________________________________________________________________________
Por Mauro Nunes
Palestrante e Consultor Especializado em Planejamento e Gestão Estratégica. Autor do PROJETO EMPREENDER - Microcrédito Administrado pelo Município que vem fazendo sucesso em boa parte do país e de um Plano de Gestão, simplificado, contudo eficaz e efetivo, para aplicação imediata em organizações públicas ou privadas. Já vem sendo adotado, com sucesso!

Publicado em 6-Apr-2012, por Mauro Nunes, no site: www.gestopole.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário