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A DANÇA DOS ÍNDIOS DA MISSÃO DE S. JOSÉ, LITOGRAFIA, JEAN BAPTISTE DEBRET, 1834, BIBLIOTHÈQUE SAINTE-GENEVIÈVE, PARIS |
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É provável que a pele tenha sido a
primeira “tela” de nossos ancestrais – antes mesmo que as paredes das
cavernas fossem decoradas com cenas de caçadas, já que a ornamentação do
corpo parece ter sido usada muito antes de qualquer outra forma de
expressão gráfica. Bem antes do surgimento da linguagem era nas formas
coloridas no corpo que se exprimiam desejos, crenças, conceitos, e era
impressa a própria história. Usava-se a pintura em diversas ocasiões
como a guerra, a caça e os rituais religiosos. Os índios brasileiros,
séculos depois, adotaram práticas semelhantes, e continuamos fazendo
isso ainda hoje, como expressão de arte ou como uma manifestação
cultural.
Entre os indígenas, a pintura corporal tem sentidos
diversos, não somente como expressão da vaidade, mas também para
ressaltar valores e transmiti-los. É usada na preparação para a guerra e
como forma de afastar os maus espíritos. Em muitas etnias indica a
distinção e divisão hierárquica social – embora haja registros de grupos
que a usam apenas segundo suas preferências. Para os povos primitivos
há também a busca pela estética perfeita, daí a pintura ser tão presente
em rituais de embelezamento e cerimônias que marcavam a formação de
casais – nada muito diferente do que acontece hoje nas festas de
casamento ou mesmo quando as mulheres se arrumam para agradar aos
pretendentes. O mais interessante é que nos últimos anos a ciência tenha
buscado comprovar o que nossos ascendentes sabiam há muito tempo: um
pouco de cor pode deixar a vida mais interessante. |
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