sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Medo de Dentista (3/9)

Do site: www.mentecerebro.com.br
Para alguns a consulta odontológica é um verdadeiro pesadelo, que vai além de um simples desconforto. O profissional também precisa controlar a ansiedade e o estresse despertados pela tensão do paciente
por Massimo Barberi

biblioteca nacional de medicina, bethesda
Até o século 19 o dentista permaneceu à margem da medicina oficial, e muitas vezes se exibia junto com adivinhos e saltibancos
[continuação]

Alguns especialistas consideram específica essa fobia, sem nenhuma relação com eventos traumáticos vividos no passado. Uma interpretação interessante das hipóteses foi feita por Jean Piaget sobre a evolução psicossocial da criança. De acordo com a teoria, na primeira fase do desenvolvimento, a oral, apontada por Sigmund Freud, a criança se comunica e sobrevive pela boca. “Por esse motivo, qualquer ato realizado no interior da cavidade oral pode ser interpretado como uma ameaça ao próprio equilíbrio; para as mulheres, os procedimentos odontológicos podem ser vivenciados como uma violência sexual, enquanto para os homens a perda dos dentes frontais representa uma castração”, observa Antonio Carrassi.


Segundo o psicólogo e dentista alemão Hermann Strobel, autor de Psicanálise da dor de dente, a boca, principal via de acesso ao interior do organismo, ocupa um espaço relevante no imaginário das pessoas: “Representa a ‘porta’ – que separa o dentro e o fora”, acredita. Para demonstrar a relação entre os dentes e alguns tipos de comportamento, Strobel chama a atenção para as expressões idiomáticas, que carregam simbologias curiosas. “Agarrar com unhas e dentes” significa não desistir facilmente; “dar com a língua nos dentes” é falar mais do que devia; “mostrar os dentes” equivale a demonstrar agressividade; “olho por olho, dente por dente” faz alusão a pagar com a mesma moeda o mal sofrido.


Do ponto de vista neurológico a importância da área orofacial em relação a outras áreas do corpo é justificada, já que o córtex cerebral oferece representação superdimensionada. Na prática, equivale a dizer que somos extremamente sensíveis a tudo o que diga respeito aos estímulos nessa região. Um pequeno corte na língua ou na gengiva, que em outra parte seria pouco notado, parece imenso na boca.

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