Uma garotinha melancólica e solitária descobre, em seu quarto sombrio, um minúsculo broto. A mudinha se transforma, repentinamente, em um pomar surrealista, que a transporta para um mundo de possibilidades e encontros. Repleto de metáforas, A árvore vermelha, do escritor australiano Shaun Tan, é um dos livros que inspiram o contador de histórias Marcelo Cândido no trabalho que leva apoio psicológico para pacientes e acompanhantes nas salas de espera do Instituto do Câncer de São Paulo (Icesp). Duas vezes por semana, funcionários do Serviço de Hotelaria e Hospitalidade da instituição contam histórias antes do atendimento feito pelos psicólogos. Segundo Cândido, que trabalha como concierge no hospital, a intenção é facilitar a abordagem da equipe de psicologia: as narrativas são criadas pelo próprio grupo e tratam de temas como amizade, relações familiares e amor. Os contos são escolhidos pelo profissional, com o objetivo de incentivar os ouvintes a comentar a história e a compartilhar as próprias experiências. “Muitos se identificam com o conteúdo dos contos, se descontraem e ficam mais à vontade para falar sobre o câncer e o tratamento”, diz. São baseados em obras como A flor do lado de lá, de Roger Mello, ou A moça tecelã, de Marina Colasanti. Cada apresentação é acompanhada pelo ritmo de um tambor, simulando batidas do coração, o que confere emoção à narrativa. “É uma forma de acolhermos o paciente e de mostrar que nos preocupamos com ele”, diz a gerente do setor de hospitalidade do instituto, Vânia Pereira. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário