domingo, 3 de abril de 2011

A PSICOLOGIA DO SUCESSO 07/12



O EU E O NÓS

Uma resposta possível é que, fundamentalmente, a ameaça dos estereótipos não é tanto uma questão de cognição, mas de self e identidade. Isso foi considerado por vários pesquisadores. Em uma grande revisão feita há pouco tempo sobre essa área, eles, Steele, Arnson e o psicólogo social Steven Spencer, da Universidade de Waterloo em Ontário, argumentaram que a ameaça dos estereótipos pode ser entendida como um fenômeno centrado na identidade social de cada um. Ou seja, os efeitos da ameaça (e da
alavanca) dos estereótipos acontecem porque as pessoas são estimuladas a pensar em si como integrantes de determinados grupos (como asiáticos, mulheres, brancos, homens).

A teoria da identidade social de Henri Taifel e John Turner, desenvolvida na Universidade de Bristol, na Inglaterra, ressalta que quando as pessoas se definem como integrantes de um grupo (como "nós" em vez de "eu"), o comportamento é moldado por normas estereotipadas. Em geral, somos motivados para perseguir os interesses do grupo e ver isso de forma positiva. Somos, por exemplo, mais inclinados a concordar com estereótipos que sugerem "somos bons" do que com os que dizem "somos maus". Porém, sob condições nas quais há amplo consenso sobre o baixo status de um endogrupo e no qual esse desempenho parece estável e legítimo (ou seja, incontestável), os integrantes normalmente aceitam e internalizam a inferioridade ("somos fracos em matemática...") e buscam uma identidade endogrupal positiva em outras áreass ("mas falamos melhor, somos mais sociáveis e criativos).

Da revista Mente & Cérebro nº 218, março/2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário