sexta-feira, 1 de abril de 2011

A PSICOLOGIA DO SUCESSO 06/12



Uma meta-análise de estudos similares publicados em 2003 pelos psicólogos sociais Gregory Walton e Geoffrey Cohen, então na Universidade Yale, mostrou que se as pessoas são expostas a informações sobre a inferioridade de um exogrupo (que não fazem parte do grupo do indivíduo) em determinado domínio, sua performance é em geral elevada - fenômeno referido por eles como alavanca do estereótipo (stereotype lif, em inglês). Dessa forma, assim como a percepção de inferioridade do qual fazemos parte pode atrapalhar o desempenho, uma ideologia de superioridade costuma favorecer a performance.

O bom desempenho não pode ser explicado com facilidade em termos de carga cognitiva - porque é difícil perceber como a ênfase de um estereótipo positivo do endogrugo (como em "nós somos bons") poderia aumentaros recursos de memória disponíveis aos participantes. De forma ideal, uma explicação
parcimoniosa sobre os efeitos daquilo que acreditamos sobre nós mesmos (ainda que não seja verdade) deveria ser capaz de dar conta tanto de mudanças para melhor quanto para pior. Também deveria ser cpaz de explicar uma série de outros efeitos relatados na literatura - incluindo evidência de que tais efeitos são aparentes em domínios nos quais a capacidade cognitiva não é essencial (digamos golfe ou basquete); são reduzidos se as pessoas são expostas a estereótipos sobre gruos múltiplos; são mais fracos se o grupo não está exposto à hostilidade generalizada (por exemplo, se alguém é homem e branco); e variam se os participantes são estimulados a se concentrar na promoção de resultados positivos ou a evitar os negativos. Porém, certamente nem todos os membros de determinado grupo sucumbem ao peso das crenças e preconceitos.

Os efeitos são restritos a indivíduos que dão valor ao domínio em questão e têm altos níveis de competência básica (por exemplo, os que, em tese, teriam menos com que se preocupar). Para a seleção do primeiro estudo de Beilock, por exemplo, as mulheres tinham de acertar ao menos 75% de uma tarefa básica e
concoerdar com as afirmações "Sou boa em matemática" e "É importante para mim que eu seja boa em matemática". Por que essas coisas importam?

Da revista Mente & Cérebro nº 218, março/2011

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