quarta-feira, 4 de maio de 2011

O sentido do tempo (1/2)



   
edição 220 - Maio 2011 da Revista Mente & Cérebro

Nosso cérebro recebe e interpreta informações com um ritmo particular, com base em referências mais ou menos realistas
por Alberto Oliverio
@robodread/shutterstock

Cada um de nós possui uma espécie de relógio interno que determina, por exemplo, a agilidade com que digitamos as teclas de um computador, a cadência da fala ou a velocidade com que um pianista converte uma partitura em som. Em todos esses casos o cérebro recebe e interpreta informações com um ritmo particular, com base em referências mais ou menos realistas.


Um teste simples permite observar como essa ritmicidade varia de indivíduo para indivíduo: peça para uma pessoa tamborilar as teclas de um piano usando apenas o dedo médio, primeiro de forma “rápida” (três batidas por segundo) e, depois, de um jeito mais “lento” (uma batida por segundo). Em seguida, oriente outra pessoa a fazer esse mesmo exercício: apesar da instrução de quantos toques devem ser dados por segundo, ela certamente baterá nas teclas do instrumento de forma antecipada ou retardada em relação à outra.


Ambas nada mais fizeram do que distribuir as batidas de acordo com sua percepção do que são três ou um toque por segundo. Essa individualidade na forma de medir o tempo já havia sido descrita pelo fisiologista alemão Ernst Weber na primeira metade do século 19. Ele observou que todos temos uma escala de tempo similar, mas que invariavelmente pende para mais breve ou mais longa.

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