segunda-feira, 16 de maio de 2011

Perigosas Ligações (4/4)

edição 220 - Maio 2011 da Revista Mente & Cérebro

Choros, gritos, gestos descontrolados e outras manifestações dramáticas diante de uma frustração podem ser resultado de imperfeições cerebrais; pesquisadores buscam compreender comportamentos exagerados que destroem relacionamentos e minam a possibilidade de uma vida equilibrada
por Ophelia Austin-Small
Armadilhas do drama
Conviver com uma pessoa emocionalmente instável requer alguns cuidados para evitar envolver-se em desgastes intensos – e desnecessários. Algumas estratégias podem ser úteis:

Estabeleça limites. Defina – primeiro para si e depois para a pessoa – quanto tempo pretende passar na companhia dela e quais assuntos está disposto a discutir. Mencione seus constrangimentos e, ao receber um telefonema dela, por exemplo, diga claramente, logo no início da conversa, quantos minutos tem para atender aquela ligação.


Fique atento. Não quebre suas próprias regras estendendo uma conversa, trocando fofocas ou fazendo convites por pena ou culpa. Pense que isso não vai ser bom para nenhum dos dois. Se quiser encontrá-la, tenha claro que se trata de uma opção sua e arque com os possíveis desconfortos decorrentes.


Não entre no “jogo”. Mantenha a calma caso o interlocutor se exalte, e evite reagir de forma também dramática. O uso de palavras e expressões como “nunca mais”, “ódio” ou “desgraça” tende a ampliar a emoção.


Valorize a positividade. Algumas pessoas gostam de conversar detalhadamente sobre uma situação, mas às vezes essa análise, quando feita de maneira repetitiva, apenas intensifica as desavenças e realimenta a discórdia. Para evitar essa armadilha, ouça o que o outro diz, mas procure se concentrar nos pontos positivos e, principalmente, no que pode ser feito para melhorar a situação.


Registre. Se as atitudes de um colega dramático perturbarem seu ambiente de trabalho, documente os episódios, anotando data, hora e natureza dos conflitos. Se a situação se tornar mais grave, pode ser necessário informar seus chefes ou o departamento de recursos humanos sobre o problema.


Considere cortar os laços. Se apesar de seus esforços o relacionamento se tornar prejudicial, talvez seja necessário evitá-lo, mesmo que para isso seja preciso mudar de emprego ou se separar do cônjuge. A ajuda de um terapeuta pode ser fundamental para avaliar de que forma essa relação o prejudica, quais são as questões pessoais que o fazem preservá-la e se vale a pena insistir nela.
Ophelia Austin-Small é jornalista científica.

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