terça-feira, 31 de maio de 2011

Muito colhe quem muito plantou


Criar um filho desde o seu nascimento até os 25 anos de idade, arriscar-se na bolsa de valores e esperar até que as ações se valorizem para obter o retorno esperado, fazer uma faculdade que levará alguns anos até ser concluída e ingressar numa organização por meio de um cargo de menor prestígio para começar a plantar uma carreira de sucesso. Exemplos que se referem a investimentos de longo prazo e que certamente se enquadram naquilo que você já vivenciou.

Algo semelhante aos diversos tipos de investimento que as organizações também realizam em sua infra-estrutura (como a compra de novos equipamentos e/ou a ampliação do parque produtivo), para o estreitamento de relações com os clientes (como é o caso do CRM) e ainda aqueles voltados ao desenvolvimento de seus colaboradores (como treinamentos técnicos e comportamentais). Projetos empresariais que geralmente possuem uma característica comum: não oferecem resultados de curtíssimo prazo, mas são imprescindíveis à longevidade das companhias.

O problema nesta história toda é que as organizações reconhecem que o tempo de maturação de alguns projetos é significativamente distante do que gostariam e não pagam pra ver, isto é, deixam de aguardar o período necessário para que os resultados de tais iniciativas sejam colhidos. Algo que o conhecido articulista Stephen Kanitz explica ao dizer que os brasileiros têm muita iniciativa, mas pouca acabativa.

Por conseguinte, grande parte das organizações vive apagando incêndios que aparecem a todo instante e não se preocupam em construir um plano estratégico que direcione os esforços das pessoas para uma mesma direção. E por quê? Porque estes planos são trabalhosos e mexem muito com as pessoas e áreas que estão facilmente acomodadas há um bom tempo. Como alguns dizem, “é melhor deixar as coisas como estão, pois não vale a pena mexer nisto”. Uma decisão insana, mas comum.

Entretanto, também existem empresas que não pensam apenas em resultados de curtíssimo prazo e, sabendo disto, possuem a persistência (ou a paciência, dependendo do caso) necessária para aguardar a concretização de seus objetivos de alta alavancagem. Assim, quando realizam um curso com a sua equipe de vendas, não pensam apenas no aumento do faturamento global para este mesmo mês, mas nas condições necessárias para que tal crescimento seja sustentável durante os próximos anos.

Além disso, sua postura de otimismo quanto ao futuro faz com que, ao invés de simplesmente reclamarem do que não podem mudar, dirijam suas atenções para aquilo que está em seu círculo de influência direta.

Empresas que dirigem projetos que talvez muitos desconheçam e investem de uma forma que outros jamais ousariam, pois acreditam na capacidade e no entusiasmo de seus colaboradores. E mais do que isto, companhias que são cultuadas pelos profissionais que atuam em seu segmento de atuação, pois estampam uma grife no currículo de quem lá atua.

Quer um exemplo mais concreto? Organizações nas quais seus colaboradores são constantemente convidados a responderem ao mesmo questionamento de pessoas dos mais diversos lugares: “Tem alguma vaga aberta por lá para eu enviar o meu currículo?”.

Muito colhe quem muito plantou.

Autor: Wellington Moreira 

Publicado em: 24/05/2011 no site: www.qualidadebrasil.com.br

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