domingo, 5 de junho de 2011

Pelo prisma da ansiedade (2/3)

Da revista Mente & Cérebro - edição 218 - Março 2011


Esse sentimento nos faz priorizar as informações negativas e examiná-las de forma detalhada
por Antonia P. Pacheco Unguetti
[continuação]

Emoções e respostas

A ansiedade determina o tipo de informações que priorizamos e a forma como as interpretamos. Quando nos sentimos pressionados por alguma situação, a maioria de nós não é capaz de considerar mais de uma opção nem de acreditar que existem alternativas viáveis. No entanto, nos dias em que estamos felizes e otimistas, confiamos mais em nossas capacidades e a mente fica mais aberta para enxergar diferentes pontos de vista sobre o que nos preocupa. O problema pode ser o mesmo e talvez as opções sempre estejam ao alcance, mas a forma de processar as informações recebidas é sensivelmente diferente.


Essas diferentes maneiras de perceber o mundo são determinadas pelas emoções. De fato, alguns estados afetivos parecem moldar o funcionamento da mente para responder de maneira eficaz às demandas de uma situação. A ansiedade restringe o campo de visão da realidade e nos faz ver o mundo em “modo de ameaça”.


O modo como diferentes emoções acionam maneiras opostas de se processar uma mesma tarefa foi o tema de um de nossos experimentos. Selecionamos três grupos de estudantes para assistir a um vídeo que mostra um homem armado assaltando um banco. Em seguida, cada grupo visualizou, em separado, imagens com conteúdos emocionais diferentes: positivo (esportistas recebendo troféus, paisagens, famílias), negativo (acidentes, pessoas doentes, guerras) ou neutro (móveis, utensílios de cozinha). Após serem expostos a esses estímulos, os estudantes foram convidados a tentar reconhecer, entre fotos de vários homens, o rosto criminoso do vídeo.

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