[continuação]
Desempenhos diferentes
Os resultados mostraram que o grupo que havia visualizado as imagens com conteúdo positivo realizou o teste de forma mais eficiente. Todos os participantes do estudo haviam assistido ao vídeo do assalto e nenhum fora previamente avisado do que teria de fazer, mas os estímulos recebidos por cada grupo favoreceram ou complicaram a forma como a tarefa foi realizada.
A explicação dos resultados obtidos é simples, se considerarmos que o reconhecimento de um rosto requer um estilo de processamento global: nossa atenção apreende desde aspectos gerais, como tamanho ou formato da cabeça, o tipo do cabelo ou a cor dos olhos até algum detalhe que pareça tornar aquele rosto inconfundível, mas que de forma isolada não seria determinante. Os estímulos positivos parecem favorecer esse estilo de processamento, que é o mais adequado para realizar tarefas que exigem a observação de aspectos gerais – dessa forma, esse grupo obteve “vantagem” sobre os que receberam estímulos neutros ou apreensivos.
Após esse experimento, os mesmos voluntários foram convidados a participar de mais um teste. Dessa vez, a tarefa exigia a atenção em detalhes. Orientamos os participantes a encontrar diferenças em jogos do tipo “sete erros”. Os três grupos tiveram a mesma quantidade de tempo para localizar diferenças entre pares de imagens aparentemente iguais. Como a ansiedade incita a observar detalhes e informações aparentemente irrelevantes (que podem converter-se em ameaça), as pessoas do grupo em estado de ansiedade foram mais eficazes nessa tarefa, achando um maior número de diferenças em menos tempo que os outros grupos.
Essa pesquisa mostra como a ansiedade age sobre nossa capacidade de atenção: ela pode nos ajudar a localizar até a mais insignificante ameaça, mas também pode contribuir para que vivamos continuamente apreensivos. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário