terça-feira, 12 de outubro de 2010
Caminhos promissores (6)
Os cientistas ainda não descobriram como os blocos solúveis e os filamentos insolúveis de A-beta rompem e destroem neurônios. Acredita-se que conglomerados de A-beta no exterior de um neurônio podem iniciar uma cascata de eventos que inclui a alteração das proteínas tau no interior da célula. Em particular, os conglomerados A-beta chegam até a modificar a atividade celular de enzimas quinases, que instalam fosfatos nas proteínas. As quinases afetadas adicionam fosfato em excesso à tau, alterando as propriedades químicas das proteínas e fazendo com que formem filamentos espiralados. As tau modificadas, de algum modo, destroem o neurônio, talvez rompendo os microtúbulos que transportam proteínas através dos axônios e dendritos. Mutações no gene da tau geram filamentos na proteína e causam outras doenças neurodegenerativas. Assim, a formação de filamentos de tau é aparentemente um evento mais geral que leva à morte neuronal, enquanto a A-beta é um promotor específico da doença de Alzheimer.
Dado o papel crítico da A-beta no processo da doença, as proteases que produzem esse peptídeo são alvos certos de drogas potenciais para inibir sua atividade. Inibidores de protease provaram-se muito eficientes no tramento de doenças como aids e hipertensão. O primeiro passo na formação da A-beta é dado pela beta-secretase, que rompre a maior parte da APP imediatamente externa à membrana celular. Em 1999, cinco diferentes grupos de pesquisa descobriram essa enzima, particularmente abundante nos neurônios cerebrais. Embora a beta-secrease esteja aderida à membrana, ela se parece muito com um conjunto de proteases encontrado em ambientes aquosos dentro e fora de células. Membros desse conjunto usam ácido aspártico, um tipo de aminoácido, para catalisar a reação de quebra de proteína. Todas as proteases usam água para quebrar suas respectivas proteínas, e enzimas da família aspartil-protease empregam um par do ácido para ativar a molécula da água para esse fim.
Da revista Mente & Cérebro, edição especial n° 1, maio/2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário