terça-feira, 26 de outubro de 2010

A Síndrome do Impostor (2)


Trata-se inicialmente da tendência a não se considerar responsável por resultados positivos, atribuindo-os a circunstâncias externas. Pessoas com essa síndrome, porém, vão além: elas se sentem realmente mpostoras que obtiveram sucesso por meio de fraude e não o mereceram. E, por causa disso, vivem com o medo constante de que alguém descubra sua suposta farsa.

Nos últimos anos, alguns pesquisadores estudaram características psíquicas daqueles que costumam se torturar com esses pensamentos. O psicólogo Scott Ross, da Universidade DePauw, em Greencastle, no estado americano de Indiana, concluiu em 2001 que as pessoas afetadas pelo sentimento de que são uma fraude, de maneira geral, apresentam baixa autoestima, às vezes disfarçada por atitudes aparentemente arrogantes ou simpatia exagerada. Isso é associado à sensação frequente de medo, sem causa específica, segundo descobriram em 2006 as psicólogas Shamala Kumar e Carolyn Jagacinski, da Universidade Purdue, em West Lafayette, Indiana, ao realizar uma enquete com 130 estudantes.

Em alguns casos, o medo de ser descoberto pode estar associado a distúrbios psíquicos ou deficiências físicas. Em 2002, a psicóloga Naijean Bernard, da Universidade Southern Illinois, em Carbondale, coordenou uma equipe de pesquisadores que examinou quase 200 universitários por meio de questionários. Os estudiosos descobriram uma ligação entre os pensamentos associados à síndrome do impostor e tendências depressivas - uma constatação várias vezes confirmadas nos anos posteriores.


Da revista Mente & Cérebro n° 213, outubro/2010

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