quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Caminhos promissores (9)




Aposta na imunoterapia


Outra estratégia para combater a doença é livrar o cérebro dos aglomerados tóxicos de A-beta depois que o peptídeo é produzido. Uma abordagem é a imunização ativa, que pressupõe recrutar o próprio sistema imunológico do paciente para atacar a proteína. Em 1999, Dale B.schenk e seus colegas da Elan Corporation fizeram uma descoberta pioneira: a injeção de A-beta em camundongos geneticamente projetados para desenvolver placas amiloides estimulou uma resposta imune que impediu a formação de placas no cérebro dos animais jovens e limpou as já existentes nos mais velhos. Os roedores produziram anticorpos que reconheceram a A-beta e aparentemente estimularam as células imunes do cérebro - micróglias - a atacar conglomerdos do peptídeo. Em camundogos houve melhoras no aprendizado e na memória, o que levou ao início de testes em humanos.

Infelizmente, embora a injeção de A-beta tenha passado pelos teste de segurança iniciais, diversos pacientes desenvolveram encefalite - inflamação no cérebro -, o que acarretou a seuspensaõ prematura do estudo em 2002. A pesquisa de acompanhamento indicou que o tratamento pode ter causado a inflamação ao estimular as células T do sistema imunológico a executar ataques excessivamente agressivos aos depósitos de A-beta. No entanto, a pesquisa confirmou que muitos pacientes produziram anticorpos contra a A-beta, e aqueles que o fizem mostraram sinais sutis de melhora de memória e concentração.

As preocupações de segurança com a imunização ativa levaram alguns pesquisadores a tentar a imunização passiva, cujo objetivo é eliminar o peptídeo por meio da injeção de anticorpos nos pacientes. Produzidos em célualas de cobaias e programados geneticamente para impedir a rejeição em humanos, esses anticorpos dificilmente provocariam encefalite, já que não disparariam uma resposta nociva das céluas T no cérebro. Um tratamennto por imunização passiva desenvolvido pela Elan Corporation já avançou para os testes clínicos e humanos.


Da revista Mente & Cérebro, edição especial n° 1, maio/2010


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