sexta-feira, 29 de outubro de 2010
A Síndrome do Impostor (3)
A expressão "fenômeno do impostor" foi usada pela primeira vez no final dos anos 70 pela psicóloga Pauline Clance, da Universidade do Estado da Geórgia, em Atlanta. Segundo ela, os pacientes que apresentavam essa manifestação têm uma dolorosa consciência de suas fraquezas. Ao mesmo tempo, tendem a supervalorizar a capacidade e os pontos fortes dos outros - e sempre se consideram em desvantagem. Não é de admirar que essas pessoas tenham baixa autoestima.
Clance já supunha que principalmente as mulheres eram sucetíveis a esse tipo de funcionamento psíquico. Em um estudo recente, realizada na Universidade de Heidelberg, Alemanha, Christiane Roth examinou, junto comigo, a disseminação da síndrome do impostor entre estudantes de psicologia. Como se trata de um curso com vagas limitadas e bastante concorrido, a maioria dos estudantes havia sido muito bem-sucedida na escola - eles preenchem, portanto, uma importante condição para o fenômeno do impostor. E, de fato, a porcentagem de mulheres dentro dogrupo que relatou ter esse tipo de pensamento autopersecutório era evidentemente mais alta do que entre os estudantes sem esse peso na consciência.
Da revista Mente & Cérebro n° 213, de outubro/2010
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