Publicado em 18-Jan-2011, por Paula Zago
É comum perceber a presença - mesmo que sutil - de um merchandising na televisão, seja em novela, filme ou reality show. O merchandising tie-in (editorial) é um grande investimento, adotado por empresas cujo objetivo é divulgar uma marca, utilizando a comunicação de massa e o alto poder de influência.
Nos deparamos com diversas marcas durante as cenas de uma novela, onde o ator vai até o banco abrir uma conta, pedir um empréstimo ou financiamento, ou até mesmo, a atriz que é revendedora de cosméticos e conversa com uma amiga a respeito dos novos produtos, e também as amigas que vão ao shopping comprar roupas em uma loja de determinada grife. Estes são alguns casos, entre os mais variados que possam existir.
Ações de merchandising editorial exigem um capital maior de investimento, mas são capazes de gerar um retorno considerável, afinal, atingem um número maior de pessoas e sua inclusão no meio artístico faz sua taxa de "influência" ser capaz de atrair novos consumidores ou fidelizar os já existentes.
Porém, a sutileza de que falei no início deste artigo parece estar um pouco distante da realidade. Principalmente quando se trata de reality shows. A realidade é que, estes programas são verdadeiras "vitrines", atraindo uma atenção maior para os prêmios que os participantes irão ganhar a cada tarefa cumprida, no close do carro em que eles chegam e se despedem da casa, as tecnologias disponíveis, o shampoo que usam, os alimentos que consomem, entre outros - uma verdadeira vitrine de marcas.
Podemos notar esta relação no reality show do momento: BBB 11 - o campeão de merchandising editorial. Cerca de 14 marcas irão compor o quadro de merchandising da 11ª edição, desde óculos a carros. Também pudera, em um espaço de 3 meses a 10ª edição faturou 340 milhões à Globo, um aumento de 20% em relação ao BBB9.
Mas será que é esse o merchandising que nós telespectadores queremos ver? Ações cada vez mais apelativas, ou seja, deixam de fazer parte do contexto e acabam aparecendo de forma "agressiva". A maioria das pessoas não assistem ao reality show para conhecer os novos produtos do mercado e sim, saber o que está acontecendo com os participantes envolvidos.
Todos sabem que a margarina deixa o pão mais saboroso, mas, é necessário dar um close na marca da margarina, por exemplo? E depois ter que ouvir do participante: "A margarina "xyz" deixa o pão mais saboroso e o que é melhor, ela não tem gordura trans!" e a câmera, por sua vez, fecha a cena com um outro close para garantir que o telespectador veja a marca. Eu lhe pergunto: é este o merchandising que vende o produto? Que atrai o consumidor?
Esta forma de agir é típica de comerciais que eram exibidos há alguns anos atrás, onde a naturalidade ainda não existia em sua melhor forma. Assim como tudo tem o seu limite, o merchandising editorial também tem. Fico pensando se não seria mais interessante a inclusão do produto de maneira sutil, porém, visível, e acima de tudo, de maneira natural, fazendo com que o produto faça parte do contexto e não algo que foi colocado "propositalmente" durante algumas horas (estabelecidas por um contrato).
Quando o merchandising é envolvente, o telespectador sente-se interessado e disposto a comprar um produto, pois viu o ator "x" utilizando ou a atriz "y" vestindo, etc. Volto a reforçar que o merchandising não deve ser percebido como algo imposto ao telespectador, ele deve fluir na cena, mas sem ser deixado de lado, deve ter sim seu momento, mas de forma bem natural.
Fonte: www.gestopole.com.br
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