segunda-feira, 26 de julho de 2010

Em busca da causa das doenças mentais II


[continuação]


por Steve Ayan


Mente&CérebroA senhora procura moléculas cerebrais que indiquem distúrbios psiquiátricos. Por que acha que há necessidade de recuperar informações neste caso?
Sabine Bahn – No fundo, nós não sabemos em que consiste a origem de graves transtornos como a esquizofrenia ou o transtorno bipolar. Nesse terreno, a medicina ainda está tateando. A maioria das descobertas sobre isso nos últimos 20, 30 anos remontam à efetividade de determinados medicamentos que muitas vezes foi descoberta por acaso. Várias substâncias desenvolvidas originalmente para tratar outras doenças modificam também a vivência dos pacientes: elas eliminam a ansiedade, por exemplo, reduzindo as alucinações. Até hoje, na maioria dos casos ainda não se sabe por que isso ocorre. Estou tentando esclarecer as bases moleculares desses distúrbios para que eles possam ser mais bem tratados.

M&C - Trata-se também de melhores diagnósticos?
S.B. - Sim, esse é o outro lado da moeda: os métodos atuais de diagnóstico são insuficientes em muitos quesitos: não se faz, para tanto, muito mais que observar as pessoas, conversar com elas e entregar-lhes questionários. Assim, não ficamos sabendo o que ocorre no cérebro de cada uma delas.

M&C - Na verdade, vários fatores contribuem para o surgimento de transtornos psíquicos. Por que a senhora voltou seus estudos para a biologia molecular?
S.B. - Existe um forte componente genético. No caso de gêmeos univitelinos, geneticamente idênticos, a probabilidade de um deles adoecer quando o outro é esquizofrênico ou bipolar, é de até 50%. O inverso também é verdadeiro, nem todos os que têm a predisposição genética adoecem de fato. A herança genética e o ambiente trabalham juntos nesse caso, e a isso se acresce o fato de que por trás da maioria dos transtornos se escondem provavelmente

Do site: www.mentecerebro.com.br

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