sexta-feira, 30 de julho de 2010

O enigma ALZHEIMER (1)


Descrita há mais de 100 anos, a doença neurodegenerativa constitui a causa mais comum de demência em idosos; cientistas se empenham para retardar sua evolução, conservar as funções intelectuais dos pacientes e testar novas vias terapêuticas

Por: Roland Brandt e Hartwig Hanser

Tübingen, Alemanha, 1906. O neuropatologista alemão Alois Alzheimer (1864-1915) apresenta em um congresso científico uma enfermidade psíquica que envolvia oscilações nos estados de ânimo e considerável perda de memória. Cinco anos antes, ele mesmo havia diagnosticado esse quadro mórbido em uma mulher de 51 anos, Auguste D.
No "estabelecimento para enfermos mentais e epiléticos" de Frankfurt, essa paciente, em momentos de lucidez, dizia sentir-se "perdida". Após sua morte, em 1906, em estado de alienação mental, Alzheimer examinou o cérebro dela e descobriu algumas formações compactas e outras filiformes. Intuiu que a causa das espetaculares alterações na personalidade residia naquelas formações. O médico entrou para a história da medicina, e a doença foi batizada com o seu nome.
Sabemos hoje que a doença de Alzheimer não é uma enfermidade exótica, mas a causa mais comum de demência entre adultos. Cerca de 35 milhões de pacientes em todo o mundo sofrem dessa doença que aflige quase 40% dos octogenários, e gera um enorme problema de saúde pública. Apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento, a doença continua incurável mais de um século após a sua descrição inicial.

Da revista Mente & Cérebro - Edição Especial da série "Doenças do Cérebro" n° 1, maio/2010




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