| © Morgan Lane Photography/Shutterstock | |
| | Grandes vencedores – como o ciclista Lance Armstrong, que se recuperou de um câncer de testículo e venceu o circuito da França sete vezes – são naturalmente resistentes do ponto de vista psíquico. A resiliência (ou habilidade para se recompor psicologicamente) tem chamado muito a atenção de neurocientistas e psicólogos nos últimos anos. A novidade agora é que essa capacidade necessária para lutar contra uma doença grave, se recuperar de uma desilusão amorosa, vencer nos esportes, ser aprovado no vestibular ou em uma entrevista de emprego pode, em grande parte, pode ser herdada. É o que sugere um estudo desenvolvido pelo pesquisador Tony Vernon, da Universidade de Western Ontário, no Canadá, que trabalhou com 219 pares de gêmeos. Ele pediu aos voluntários que preenchessem um questionário para que pudesse investigar as contribuições genéticas e ambientais de quatro fatores associados a resistência mental: controle sobre a própria vida, comprometimento; confiança; e disposição para encarar novos desafios. Os estudiosos descobriram que 52% da variável resistência mental é hereditária e também pode estar relacionada à extroversão. “Essas pessoas são mais resistentes, não se deixam abater diante de adversidades e frustrações”, diz o pesquisador Peter Clough, da Universidade de Hull, no Reino Unido, que desenvolveu o questionário. Especialistas ressaltam, porém, que não se trata de simplesmente negar o sofrimento e a decepção, emendando um relacionamento amoroso em outro, por exemplo, sem viver o luto da separação – pois isso pode trazer outros problemas como repetição de padrões destrutivos e aparecimento de sintomas físicos. Pessoas resilientes entram em contato com a frustração, mas não permanecem na bipolaridade do “tudo ou nada”, mas buscam reparações e caminhos, sem perder o contato com a experiência, embora às vezes ela seja desagradável. Ou seja: aceitam o aprendizado e a limitação, mas não se prendem à limitação, procuram possibilidades. Pesquisadores acreditam que compreender melhor essa característica mais presente em uns que em outros pode ajudar as pessoas de forma geral a lidar melhor com o sofrimento.
Da revista Mente & Cérebro n° 210, de julho/2010
ou veja em: www.mentecerebro.com.br
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