domingo, 18 de julho de 2010
Para aprender outro idioma VI
por Jan Dönges
[continuação]
Por isso, a didática de línguas estrangeiras tem se concentrado, nos últimos tempos, nos estilos pessoais de aprendizagem. E para não perder (tantos) alunos os cursos buscam, cada vez mais, atender a essa diversidade.
Os mais velhos, muitas vezes, já estão acostumados, desde crianças, a declinar e conjugar. “Após alguns anos de aulas na escola, a maioria tem pelo menos uma idéia bastante exata daquilo que constitui uma boa aula”, diz Riemer. Esses alunos não confiam apenas em exercícios de conversação e exercícios de grupo, preferem tentar sanar seus problemas orais com lições de gramática – e quase sempre acabam caindo em um círculo vicioso, diz Sylvia
Fischer, da Universidade de Modena, que estudou o tema em seu doutorado
e entrevistou estudantes italianos sobre a causa de sua inibição em aula. Ela percebeu que a fixação em regras linguísticas estimula uma postura mais
dura em relação aos próprios erros. Uma aula que, em grande parte, se compõe de exercícios de conversação em grupo, é proveitosa quase que exclusivamente para pessoas com pouca dificuldade em conversação.
Como saída para esse dilema, existe uma estratégia dupla que associa abordagens especificamente comunicativas às formas clássicas, que valorizam a gramática. Alega-se que essa estratégia deixa espaço suficiente para ensinar todo o conhecimento teórico necessário e também ajuda a “soltar a língua” dos
alunos e a eliminar o medo de se expor –e errar. A chamada aprendizagem
voltada para situações práticas (como se comunicar com o garçom, conversar
com funcionários do aeroporto, pedir informações sobre pontos turísticos
etc.) segue esse princípio na medida em que – em cada situação relevante do cotidiano – é possível aprender. O conceito central aqui é deixar claro que as formas gramaticais não têm um fim em si é fundamental que tenham aplicação prática.
Da revista Mente & Cérebro n° 210, de julho/2010
ou veja em: www.mentecerebro.com.br
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