quarta-feira, 14 de julho de 2010
Para aprender outro idioma II
por Jan Dönges
[continuação]
É claro que há o caso de crianças que crescem em um país estrangeiro e aprendem a língua de seu ambiente sem grandes dificuldades. E avanços na psicologia e linguística poderiam ajudar a transferir mecanismos de aprendizagem semelhantes para o mundo adulto. Por trás disso não está apenas o argumento promocional de poupar os alunos do grande trabalho de aprender gramática. Pesquisadores, por sua vez, reconhecem a necessidade de adoção de modelos mais eficazes e menos penosos, já que prevalece o consenso de que nada se ganha apenas com o ensino de regras.
EM ZIGUE ZAGUE
O que precisa ser transformado é o chamado método de gramática e tradução – pelo qual, ainda hoje, boa parte dos livros didáticos se orienta –, que vem dos tempos primordiais do ensino metódico de línguas. Ele é o consenso fundamental, o protótipo da aula de língua estrangeira de qualquer conceito pedagógico. A bem da verdade, em sua forma pura hoje é encontrado apenas em casos de exceção, mais provavelmente nas aulas de latim: devem-se construir frases na língua estrangeira ou traduzir textos para a língua materna com caneta e papel, pois os alunos só vão falar (se isso acontecer) bem mais tarde.
Obviamente o que ainda é sustentável no caso das línguas mortas certamente fracassará com o inglês ou o francês. “Nesse processo, os alunos não absorvem muito mais do que um conjunto de regras abstratas. Isso, porém, não ajuda em nada o uso da língua: dessa forma, os estudantes não conseguem transformar seu conhecimento linguístico em uma forma útil para a comunicação”, diz a pedagoga Susanne Even, da Universidade de Indiana em Bloomington.
Da revista Mente & Cérebro n° 210, julho/2010
ou veja: www.mentecerebro.com.br
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