quinta-feira, 15 de julho de 2010

Para aprender outro idioma III


por Jan Dönges

[continuação]

Chovem críticas ao método de gramática e tradução – e elas não são recentes. Justamente por esse motivo,já em 1882 o professor Wilhelm Viëtor (1850-1918), em seu panfleto polêmico “A aula de línguas deve ser transformada!”, atacou a prática comum naquela época. Ele obteve grande apoio e, a partir de então, muitos educadores e linguistas passaram a dar mais valor ao domínio oral do idioma. A questão que os intrigava naquela época e de certa forma permanece até hoje é: como é possível ensinar as pessoas a falar outra língua corretamente sem que seja necessário dedicar anos a fio para isso?

A grande busca por alternativas que se iniciou desde então na didática se assemelha à tentativa de atirar em um objeto em movimento. Como quase não há pesquisas próprias e sistemáticas, qualquer mudança na tendência das “disciplinas de base” – psicologia, linguística e pedagogia – cedo ou tarde também culmina em um procedimento didático próprio, enquanto a subestrutura teórica acaba com os antigos conceitos de aprendizagem de línguas. O “método áudio-oral”, por exemplo, no qual frases e estruturas são treinadas à perfeição por meio de sua constante audição e repetição, foi celebrado como uma verdadeira revolução na metade do século XX, levando, entre outras coisas, à divulgação dos laboratórios de línguas. Como, no entanto, ele se apóia em uma psicologia do aprendizado hoje já ultrapassada, a maioria dos pesquisadores se distanciou dele.

Da revista Mente & Cérebro n° 210, de julho/2010

ou veja em: www.mentecerebro.com.br

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