domingo, 1 de agosto de 2010

Mentes em Movimento (1)



Por Steve Ayan

CONCEITOS-CHAVE:

  • Exercícios de resistência moderados têm efeito positivo não apenas sobre o corpo, mas também sobre o cérebro. A atividade física estimula, estabiliza e protege o condicionamento mental. Nos últimos anos, pesquisadores têm esclarecido os mecanismos desse efeito: várias substâncias que facilitam a circulação sanguínea e a reorganização neuronal revelaram-se benéficas para o cérebro. Elas são produzidas de forma intensificada durante atividades musculares.
  • Outros estudos comprovam que o exercício periódico pode refrear o declínio intelectual na velhice e ainda combater o estresse, pois o treinamento regular reduz o nível do hormônio do estresse, cortizol, que a longo prazo prejuica as células cerebrais. A atividade física funciona aqui de forma "neuroprotetora". o exercício também eleva a concentração de triptofano, uma substância precursora do neurotransmissor serotonina que favorece a recaptação do neurotransmissor, diminuindo efeitos da depressão. Além disso, durante a atividade física, são liberadas substâncias endógenas que estimulam a sensação de bem estar.

Em que você pensa quando falamos em esporte? Em disciplina, desempenho, condicionamento? Na academia onde você malha muito raramente? Ou no parque onde caminha de vez em quando apesar de, no fundo, preferir estar relaxado no sofá de casa? Não se deixe enganar pela ladainha do prêmio que não vem sem suor ou da juventuide eerna! O exercício que realmente faz bem está muito distante desses conceitos. Infelizmente muitas pessoas associam a ideia de esporte principalmente ao esforço. Impusionados pelo peso na consciência, muitos tentam se animar a ser ativos - a fim de manter o corpo em forma, perder alguns quilos ou ser mais saudáveis. Com um resultado bastante modesto. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que 1,6 bilhão de pessoas no plenata têm excesso de peso. No Brasil estima-se que esse número chegue a 70 mlhões, sendo 25% considerados obesos. O motivo principal, além da má alimentação, é a falta de exercício. Segundo estimativas, isso gera custos de pelo menos 70 bilhões de euros por ano aos órgãos de saúde.
Contudo, a solução parece simples. Não é novidade que a atividade física moderada e regular estimula e mantém a saúde do corpo. O que cada vez mais pesquisadores têm comprovado é que a prática não fortalece apenas o coração e os músculos, mas também a capacidade mental, ajuda crianças a se desenvolver melhor, é aliada no combate à depressão e torna mais lento o declínio intelectual atrelado à idade. Para tanto, não é necessário nenhum esforço absurdo ou tortura - pelo contrário: o limiar da "dose salutar" é surpreendementemente baixo. Incluir passeios a pé ou de bicicleta na rotina (quase) diária já cumpre o objetivo.
Esse descoberta de pesquisadores contraria um antigo conceito segundo o qual o corpo e a mente estariam em concorrência entre si. Durante muito tempo, dizia-se que seria melhor para as crianças ficarem sentadas lendo um livro ou aprenderem uma língua estrangeira ou um instrumento musical em vez de correr atrás de uma bola, por exemplo. E quem quisesse manter seu potencial intelectual deveria exercitar preferencialmente o cérebro. Engano! Na verdade, a ciência tem comprovado que atividades físicas e mentais estão intimamente associadas. E para tirar o melhor proveito dessa interseção é preciso levar em conta características de cada fase da vida.

Da revista Mente & Cérebro n° 211, agosto/2010

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