domingo, 15 de agosto de 2010

Músculos em forma, cabeça saudável (5)

[ continuação ]

As pesquisas que descrevemos examinam o desempenho mental por poucos anos. Alguns poucos estudos começam a olhar o que acontece em longas escalas de tempo. Em 2003, o psiquiatra Marcus Richards, da Universidade de Londres, no Reino Unido, e seus colegas, usando uma amostra de 1.919 homes e mulheres, focaram a influência de exercícios físicos e de atividades de lazer que os participantes disseram ter feito aos 36 anos e aos 43 nas mudanças de memória ocorridas entre os 43 e os 53 anos. As análises indicaram que o envolvimento em exercícios físicos e outras atividades de lazer, aos 36 anos de idade, estava associado a pontuações de memória mais altas aos 43. A atividade física aos 36 também estava ligada a um menor ritmo de perda da memória dos 43 aos 53 anos, depois que os dados foram ajustados com base nas atividades de lazer e outras variáveis. Os dados sugerem também poucos benefícios para memória dos que pararam de se exercitar aos 36, mas proteção àqueles que começaram a se exercitar depois dessa idade.
Quando ainda era estudante, o pesquisador Suvi Rovio, do Instituto Karokinska, na Suécia, e seus colegas examinaram a relação entre atividade física na meia-idade e os riscos de demência 21 anos depois, quando o grupo estudado tinha entre 65 e 79 anos. Os voluntários indicaram a frequência com a qual participavam de atividades de lazer, com duração mínima de 20 a 30 minutos, que causavam falta de fôlego ou sudorese. Incorporar essas práticas à rotina pelo menos duas vezes por seman, na meia-idade, estava associado à redução do risco de demência mais tarde. De fato, os participantes do grupo mais ativo tinham possibilidade 52% menor de desenvolver demência, em comparação com os sedentários.

Da revista Mente & Cérebro n° 211, agosto/2010

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